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Da colheita do café em Pinhalão à Austrália: Yuri Silva muda de vida após o Ganhando o Mundo

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Acostumado a conciliar os estudos com o trabalho na lavoura com a família, o estudante Yuri de Souza Silva, de 17 anos, não imaginava que um dia trocaria os campos de café do Norte Pioneiro do Paraná pelos de futebol da Austrália. O garoto teve a oportunidade de viajar para o outro lado do mundo pelo programa Ganhando o Mundo, do Governo do Estado.

Quase 15 mil quilômetros separam o Colégio Estadual do Campo Rodolfo Inácio Pereira, no distrito rural da Lavrinha, em Pinhalão, onde Yuri estuda, da Butler College, em Perth, na Costa Leste australiana, onde ele passou os cinco meses de intercâmbio com todas as despesas pagas pelo Estado.

Neste período, Yuri aperfeiçoou o inglês, fez amigos de diferentes nacionalidades, foi à praia pela primeira vez na vida, viu animais que só conhecia pela televisão e ainda foi campeão de dois torneios de futebol regionais defendendo o time da escola australiana que o recebeu.

“Se não fosse o Ganhando o Mundo, eu acho que nunca teria uma oportunidade como essa, ainda mais na Austrália, que é tão longe daqui. Foi uma experiência incrível que eu vou guardar para a minha vida toda”, relembrou o estudante.

A jornada para conquistar uma das 1,2 mil vagas disponibilizadas pelo programa em 2024 não foi fácil. Yuri precisou intensificar as atividades extracurriculares como aluno monitor, manter as boas notas e reforçar o estudo de inglês – que são os critérios de seleção do programa.

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“Foi um ano bastante corrido. Tive que abrir mão de algumas coisas que fazia no tempo livre e focar na escola para realizar este sonho. Mas eu coloquei na minha cabeça que era uma oportunidade única, então foquei nisso e me dediquei para conseguir a vaga”, disse.

De família humilde, Yuri ainda tinha que dividir o tempo com outras atividades que fazia para ajudar a família. Às vezes, precisava auxiliar na colheita do café. Outros dias, acabava acompanhando o pai em serviços como pedreiro em pequenas obras na região.

Para dar conta de tudo, o garoto contou com o apoio da escola para os estudos e para acessar a plataforma Inglês Paraná, para aperfeiçoar a fluência na língua estrangeira. “Eu não tinha celular, então não tinha como estudar em casa. Então quando eu não conseguia estudar com o celular do meu pai, eu vinha na escola no contraturno usar o laboratório de informática e fazer as aulas pela plataforma”, afirmou.

ADAPTAÇÃO – Foram cerca de quatro meses entre a seleção final e o embarque para a Austrália. Neste período, Yuri viveu uma mistura de sentimentos, entre a expectativa pela viagem e a ansiedade em função dos desafios que viriam pela frente. “A despedida deles foi um momento difícil. Foi a primeira vez que fiquei longe dos meus pais. Eles estavam tristes pela distância que iriamos ficar, mas felizes pela oportunidade que eu teria”, disse.

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Apesar de estar vivendo uma experiência totalmente nova, o estudante disse que se acostumou rápido à nova realidade, acolhido pela família que o recebeu e os novos professores e colegas de escola. “Todo mundo me recebeu muito bem, mesmo eu tendo um pouco de dificuldade com a língua nas primeiras semanas”, afirmou.

O processo de adaptação de Yuri ficou ainda mais fácil quando ele se integrou ao time de futebol da escola. As atividades esportivas, culturais e extracurriculares fazem parte do programa escolar australiano, com o objetivo de desenvolver múltiplas habilidades nos estudantes e de integrá-los na comunidade local.

Em apenas três jogos pelo time, ele já foi escolhido como o capitão da equipe, ganhando também oportunidades de jogar em um clube local de garotos mais velhos do que ele. A empreitada ainda rendeu ao garoto dois títulos em campos australianos.

“Eu sempre jogava bola aqui no Brasil, fiz vários testes em clubes de Londrina e Cornélio Procópio. Foi muito legal poder usar o esporte para conhecer novas pessoas e me integrar com meus amigos da Austrália. A camisa do meu time, assinada por todos meus colegas, é a lembrança que eu guardo com mais carinho deste período de intercâmbio”, disse o estudante.

MUNDO

Yuri (terceiro da esquerda para a direita, em pé) jogou futebol na Austrália. Foto: Arquivo Pessoal

NOVAS EXPERIÊNCIAS – O intercâmbio rendeu experiências totalmente novas ao adolescente. Foi na costa australiana, por exemplo, que Yuri viu o mar pela primeira vez. “Nunca tive a chance de ir à praia aqui no Brasil, mas lá na Austrália eu morava em uma cidade do Litoral. Precisei viajar tudo isso pra ver o mar de perto”, relembrou.

Yuri ainda provou a culinária de vários países diferentes, viajou por cidades australianas e conheceu a fauna local, com animais que nunca tinha visto, como cobras exóticas, jacarés e cangurus.

A história dele exemplifica como o Ganhando o Mundo tem transformado a vida de estudantes da rede pública estadual, proporcionando oportunidades que antes pareciam inalcançáveis. O intercâmbio não apenas aprimora o conhecimento do idioma, mas prepara os jovens paranaenses para os desafios globais, ampliando sua visão de mundo e fortalecendo a autoconfiança.

“Não é só uma oportunidade para aprender inglês. Eu era muito tímido antes desta viagem e voltei mais solto. Eu também fiquei mais independente. Minha mãe até se assustou que eu comecei a dobrar as minhas roupas, arrumar meu quarto, organizar minha bagunça”, disse.

Se antes o plano dele era seguir ajudando a família ou jogar futebol profissionalmente, agora o garoto já sonha com outras viagens e experiências como esta. “Eu voltei com mais vontade de conhecer o mundo, de aprender coisas novas. Com a minha experiência ajudando meu pai nas obras, eu penso em fazer uma faculdade de Engenharia. Acho que tudo isso vai abrir muitas oportunidades novas”, afirmou.

GANHANDO O MUNDO – Ao todo, mais de 2,5 mil alunos já participaram do Ganhando o Mundo. A cada edição, o programa abrange pelo menos um estudante de cada um dos 399 municípios do Paraná, além de mais de 100 alunos beneficiários do Bolsa Família. Atualmente, os alunos têm a oportunidade de viajar para Austrália, Canadá, Irlanda, Nova Zelândia e Reino Unido.

Para 2026, o Governo do Estado abriu 2 mil vagas para o programa, ampliando o número de alunos beneficiados. As inscrições estão abertas, com prazo final até 24 de abril. Os interessados podem se inscrever no site oficial.

Os critérios são os mesmos das edições anteriores. Podem se inscrever estudantes da 1ª série do Ensino Médio que tenham concluído o 9º ano na rede estadual em 2024 e que atendam aos critérios estabelecidos no edital. O processo seletivo será dividido em duas etapas: inscrição e classificação, levando em conta o desempenho acadêmico e a participação em programas educacionais da rede estadual.

As despesas serão todas custeadas pela Secretaria de Educação, incluindo passagens, alimentação, hospedagem, materiais didáticos, seguros, vacinas e emissão de vistos e documentos. Os alunos também recebem um auxílio de R$ 800 mensais no período do intercâmbio.

Fonte: Governo PR

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UEL oferta 168 vagas remanescentes para portadores de diploma de curso superior

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A Coordenadora de Processos Seletivos (Cops) e a Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD) da Universidade Estadual de Londrina (UEL) divulgaram nesta terça-feira (15) o edital 026/2025, que disponibiliza vagas remanescentes do Vestibular 2025 para portadores de diploma de curso superior (PDCS).

Ao todo são 168 vagas para 14 cursos de graduação, sendo nove para o período noturno, três para o matutino e dois para período integral. Entre eles estão Filosofia, Geografia, Química, Letras – Espanhol, Letras – Francês e Matemática.

Interessados nas vagas devem preencher o formulário eletrônico de inscrição disponibilizado pela Cops até as 17h de quarta-feira (16). Os documentos necessários para a inscrição, que devem ser enviados digitalmente em formato PDF, são diploma de curso superior e histórico escolar, além do RG e CPF. A guia de arrecadação bancária, no valor de R$ 84, deve ser paga até esta quinta-feira.

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Conforme o edital, terão prioridades no preenchimento das vagas portadores de diploma de curso de graduação, tecnológico, curso normal superior e curso sequencial de formação específica, respectivamente. Quando o número de inscritos for superior ao número de vagas ofertadas, os interessados serão classificados utilizando, sucessivamente, os critérios de desempate serão a maior carga horária constante do histórico escolar; curso superior concluído há mais tempo; e candidato mais idoso.

O resultado preliminar com a pontuação obtida por cada candidato e a relação dos candidatos indeferidos será divulgada a partir das 17h do dia 28 de abril no site da Cops. Já o resultado final, com a classificação dos selecionados será publicado a partir das 17h de 6 de maio.

Fonte: Governo PR

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