10 de Abril de 2025
    NOVA AURORA

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    Assistência que alia teoria e prática capacita produtores de morango na Grande Curitiba

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    Ana Lúcia Baptista Damaceno e Rodrigo Veronesi plantam morango em Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Até iniciar a atividade, em abril deste ano, o casal pouco sabia a respeito do cultivo. Jonathan Baedeski, de Araucária, também na RMC, é outro que desconhecia as particularidades da fruta, mas viu no seu cultivo um atrativo a mais para que turistas visitassem sua propriedade.

    O que esses produtores têm em comum é que eles contaram com a assistência técnica direta dos extensionistas do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) para implantar ou assistir seus cultivos. Mais que isso, eles foram capacitados por meio de treinos visita.

    A iniciativa, inovadora para o cultivo de morango na região, reúne agricultores e agrônomos do IDR-Paraná em encontros periódicos nas propriedades, durante os quais se discute o manejo do morangueiro. Os agricultores veem, na prática, a aplicação das orientações teóricas. O treino visita ajuda o produtor a compreender aspectos técnicos do trabalho com o morango, melhora a gestão da propriedade e pode significar uma economia de até 20% no uso de insumos.

    Até mesmo a organização dos produtores foi influenciada pelos treinos visita. Estão sendo formados grupos de agricultores para a compra comunitária de insumos. “A ideia de colaboração começou a ser discutida nesses grupos, pensando-se até na formação de associações ou cooperativas”, afirmou Luís Gustavo Lorga, do IDR-Paraná de Fazenda Rio Grande.

    Atualmente existem três grupos de treinos visita para morango na Região Metropolitana de Curitiba, com até 30 produtores cada. Um deles reúne agricultores de Almirante Tamandaré, Colombo e Bocaiúva do Sul. Outros dois grupos estão em Araucária.

    No próximo ano devem ser formados novos grupos na RMC. Representantes da Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais) e extensionistas de outras regiões do Paraná já vieram à Região Metropolitana para conhecer essa metodologia de trabalho. O IDR-Paraná também está capacitando outros extensionistas para que a prática possa ser levada a outras regiões produtoras de morango.

    ELIMINAR GARGALOS – A aplicação do treino visita para capacitar produtores de morango na Grande Curitiba começou a ser formulada em 2018 e implementada em 2024. Lorga foi designado para atender produtores de Mandirituba. “Percebi que havia alguns gargalos nas propriedades como o excesso de pulverizações e intoxicação dos cultivos em alguns casos, uma forte interferência de terceiros (revendedores de produtos químicos) nas propriedades”, diz ele. Além disso, várias instituições davam assistência aos produtores sem um diagnóstico completo da produção de morango”, contou o extensionista.

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    Ele disse que o esforço inicial foi uniformizar o trabalho feito em toda a cadeia do morango, ensinando o produtor “a fazer o básico bem-feito”.

    APRENDIZADO NA PRÁTICA – Ana Lúcia Damaceno e o marido cultivam 2.400 pés de morango, no sistema elevado e semi-hidropônico, em Fazenda Rio Grande. O casal participa dos treinos visita desde o início do plantio. Aos poucos foram aprendendo a lidar com o morango. “Eu trabalhava em indústria, mas tinha a vontade de fazer algo por conta própria, num trabalho que não fosse tão estressante. Tirando os ácaros que aparecem de vez em quando, eu estou adorando”, afirma Ana.

    A produtora observa que o aprendizado tem sido contínuo e o treino visita facilita a compreensão dos conceitos repassados pelo extensionista. “Para a gente que não sabia nada de morango, esse treino foi muito bom. Tudo o que fazemos segue a orientação do técnico. A iniciativa ajuda muito porque a gente vê na prática como funciona a teoria. E tem ainda o contato com outros produtores, quando a gente conversa sobre o manejo ou outros tipos de estufas”, ressaltou Ana Lúcia.

    Jonathan Baedeski participa dos treinos visita há quase um ano e vê vantagens nessa prática. “O técnico está sempre na propriedade, auxiliando, vendo quando tem pragas e doenças. A gente aprende a ver o que a planta está precisando”, conta. Ele observou que mudou até mesmo o uso de insumos. O uso de produtos biológicos ou produtos recomendados pelo extensionista levou a uma economia de 20% nos gastos com fertilizantes e adubos.

    ORIENTAÇÕES NA PROPRIEDADE – No treino visita o extensionista apresenta o conhecimento teórico para os produtores numa tarde de aconselhamento. Em seguida passa para a área produtiva onde tudo é visto na prática. Assim, os produtores aprendem a identificar os problemas. Segundo Lorga, as orientações abordam alguns temas que norteiam o trabalho.

    O primeiro deles é explicar aos agricultores as condições ambientais necessárias para a produção de morango. “O agricultor precisa saber que o morango exige certas condições ambientais para que a variedade escolhida expresse seu maior potencial. Entre eles estão temperatura, umidade relativa do ar, fotoperíodo, tempo de exposição a claridade. Por isso, algumas vezes é preciso fazer adaptações na propriedade”, explicou o extensionista.

    Um outro ponto é a estrutura de cultivo, ou seja, as condições de declividade do solo, o tipo de estrutura da estufa, o uso de bancadas, substratos e irrigação. “Isso ajuda o agricultor a definir no que investir”, alerta Lorga. Um terceiro aspecto importante é o tipo de cultivar que será usado, optando por aquelas que são resistentes a doenças, pelas variedades que produzem no verão ou inverno, cultivares que vão produzir para o comércio ou colhe-pague e também onde esse material pode ser adquirido com segurança.

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    O agrônomo destaca que nos treinos visita as orientações a respeito de nutrição e formulação de caldas esclarecem as dúvidas dos produtores sobre quando é vantajoso ele próprio fazer a fórmula na propriedade, livrando-se da compra de produtos prontos que nem sempre oferecem o equilíbrio de nutrientes necessários para as plantas. O produtor também é orientado a adotar o manejo integrado de pragas e doenças, desde o momento quando escolhe a área onde vai cultivar o morango.

    Os agricultores são treinados para saber o momento e a forma correta de fazer o manejo do cultivo. “No início do ataque de pragas e doenças, o controle biológico pode resolver o problema. Por isso treinamos o produtor a identificar esses problemas no início. Quando é mais intenso há vários métodos, desde fazer uma poda drástica, até uso de agroquímicos, sempre com a orientação técnica de um profissional”, explica.

    O produtor deve, ainda, respeitar o período de carência dos produtos, volume da calda, o uso de EPI (Equipamento de Proteção individual), bicos de pulverização adequados, além de fazer um monitoramento para saber se o produto fez efeito ou não, ensina Lorga.

    ACOMPANHAMENTO – A assistência técnica não termina na produção. Lorga ressalta que é feito um acompanhamento para que os produtores reconheçam o ponto de colheita do morango, o melhor tipo de embalagem e como é feita a seleção dos frutos.

    Há também um protocolo mínimo que é apresentado para quem vai investir na agroindústria. “Para quem lida com morango congelado, por exemplo, é preciso ter cuidado para evitar a contaminação e ter alvará da inspeção municipal. Quem lida com a fruta deve seguir princípios de higiene do produto e pessoal para não levar contaminações para os frutos”, observou Lorga.

    O treino visita finaliza com a capacitação dos produtores na cadeia logística, armazenagem, transporte e possíveis produtos a base de morango para diversificar a renda da propriedade. Com esse método, afirma o extensionista, os produtores passaram a conhecer mais sobre a cultura do morango, melhores escolhas na hora de comprar insumos, aprenderam a fazer uma nutrição mais balanceada, diminuíram a compra de produtos que ficavam estocados.

    A ação para combater pragas e doenças também ficou mais assertiva. “No treino visita o produtor participa o tempo todo e nós motivamos os produtores a fazer mudanças”, explica. 

    Fonte: Governo PR

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    Rede da Copel para proteger subestações de ataques cibernéticos é premiada

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    O projeto de modernização e proteção da rede de operações da Copel, que envolve as subestações de energia, foi premiado no evento internacional que reúne o segmento de serviços essenciais à sociedade – o UTCAL Summit 2025. Esse segmento, chamado de “utilities”, engloba empresas responsáveis por serviços como geração de energia, fornecimento de água, gás e, ainda, telecomunicações.

    A premiação da Copel se deve ao programa de comunicação e cibersegurança na transmissão de dados da infraestrutura de distribuição de energia, fundamental para que a companhia ofereça serviços de qualidade ao cliente. “Estamos avançando tecnologicamente para uma rede mais segura, para que todas as nossas subestações estejam interconectadas e com informações protegidas de ataques cibernéticos”, explica o autor do projeto na Copel, engenheiro eletricista Marcelo Yamada.

    São coautores do projeto, profissionais da Copel Lucas Esdras Leghi Garcia, Cristiano Valerio Gabardo e revisores Sergio Isidoro Canestraro Milani e Julio Shigeaki Omori.

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    NA PRÁTICA – O projeto da Copel consiste na modernização da rede operacional das 430 subestações da companhia em todo o Paraná. Está contemplada a instalação de novos roteadores, firewalls, sensores, componentes e ferramentas de detecção de vulnerabilidades integradas ao centro de operações de segurança. O investimento é em torno de R$ 120 milhões. O projeto está em fase de implantação, com planejamento de conclusão já em 2025.

    Yamada ressalta a relevância da proteção de informações para a estabilidade do sistema elétrico. “Na guerra entre a Rússia e a Ucrânia, por exemplo, os russos invadiram subestações de energia e as desligaram de forma remota. Foi um ataque cibernético. Estamos investindo e nos protegendo contra ações que possam ser tomadas a distância”, explicou.

    O Centro de Operações da Copel contratado como parte do novo projeto já atua de forma preventiva em algumas situações básicas. Na etapa final, estima-se uma redução de R$ 24 milhões ao ano nos custos da contratação de circuitos de transmissão por parte da Copel, com avanços significativos na qualidade dos serviços, gestão de ativos e segurança.

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    Com modelo inédito no setor elétrico brasileiro, a Nova Rede OT ( Confiável Protegida Integrada) foi destacada na Categoria Alta no América Latina Telecom Awards. O destaque se deu com excelência de serviços e soluções, uso de inovações tecnológicas em prol da sociedade e melhorias operacionais nas empresas de Energia.

    UTCAL – A 12ª edição da conferência Utilities Telecom & Technology Council America Latina (UTCAL), realizada esta semana no Rio de Janeiro, reúne cerca de mil participantes, entre representantes do setor público, como agências reguladoras dos setores Elétrico e de Telecom (Aneel e Anatel), e profissionais de empresas de todo o mundo para tratar de Tecnologias de Telecomunicações e Automação para Utilities.

    Fonte: Governo PR

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