A Polícia Militar do Paraná também participa das ações de conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e adota procedimentos tanto para a formação de novos militares estaduais, quanto para o preparo no atendimento de ocorrências envolvendo pessoas com TEA.
Atualmente, nos cursos de formação da PMPR, a Disciplina de Direitos Humanos aborda o tema para sensibilizar o público interno ao tema autismo e dar conhecimento aos militares estaduais acerca das formas adequadas de lidar com pessoas identificadas com o Transtorno do Espectro Autista nas ocorrências policiais.
A PMPR também conta com uma Nota de Instrução que estabelece os procedimentos a serem adotados pelos policiais militares quando se depararem com ocorrências envolvendo pessoas com o TEA.
A soldado Franciele Pallu, mãe do pequeno Theodor, de apenas quatro anos, e que foi diagnosticado com o TEA. Para ela, a conscientização começa dentro da Polícia Militar e, a partir disso, também será aplicada nas ocorrências e no auxílio da população.
“É muito importante divulgar para que ocorra a melhor compreensão do assunto, incluindo também as características de cada um, começando por nossos policiais militares que têm em suas famílias pessoas com TEA, assim como, irá refletir em uma visão da corporação no atendimento de situações que envolvam pessoas que estejam no espectro”, frisou.
O capitão Otto Luiz Marty é pai do Theodor, reforça que a PMPR está cada vez mais atenta ao tema e buscando aprimorar as medidas para que, principalmente, os militares estaduais, estejam respaldados e recebam a atenção necessária.
“O Theo tem cerca de 30 sessões de terapia semanalmente, então temos que fazer com que esses direitos sejam observados e percebemos que estamos evoluindo como instituição para que todos os militares estaduais possam ter a atenção necessária e o apoio necessário, percebendo que não estão sozinhos”, comentou o capitão.
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA – O Transtorno do Espectro Autista (TEA) se refere a uma série de condições caracterizadas por algum grau de comprometimento no comportamento social, na comunicação e na linguagem, e por uma gama estreita de interesses e atividades que são únicas para o indivíduo e realizadas de forma repetitiva. Outras características são padrões atípicos de atividades e comportamentos, como dificuldade na transição de uma atividade para outra, foco em detalhes e reações incomuns às sensações.
Dentro do espectro são identificados graus que podem ser leves e com total independência, apresentando discretas dificuldades de adaptação, até níveis de total dependência para atividades cotidianas ao longo de toda a vida (Brasil, 2022). Assim, há, basicamente. 03 (três) níveis de autismo:
• Nível 1 – LEVE (necessitam de breve suporte/apoio);
• Nível 2 – MODERADO (necessitam de suporte/apoio);
• Nível 3 – SEVERO (necessitam de maior suporte/apoio).
O último relatório da Organização Mundial da Saúde demonstra que em todo o mundo, cerca de uma em cada 100 crianças é diagnosticada com autismo (WHO, 2022), e, de acordo com os especialistas, a prevalência do autismo vem aumentando anualmente.
SEMINÁRIO – No dia 25 de abril de 2023, a Polícia Militar vai realizar o 1º Seminário de Protocolo de Atendimento à Pessoa Com TEA – Autismo Dentro de Fora dos Muros. O objetivo é seguir conscientizando sobre os direitos e deveres dos militares estaduais e da própria corporação em relação ao tema.