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Simepar e instituto do Nebraska vão implementar projeto de irrigação no Noroeste

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Uso sustentável de água para irrigação e planejamento do uso de recursos hídricos: estas são algumas das técnicas utilizadas no Nebraska, localizado na região central dos Estados Unidos, para garantir a preservação dos aquíferos e a irrigação mais eficiente e sustentável. Esse conhecimento agora será compartilhado com agricultores do Noroeste do Paraná.

O protocolo de intenções foi assinado em fevereiro do ano passado entre o Governo do Paraná e o Daugherty Water For Food Global Institute, vinculado à Universidade do Nebraska. A parceria já rendeu vários estudos e começa a ter aplicação prática com ida a campo no Paraná do diretor de Pesquisa do Instituto, Christofer Neale, do professor Ivo Zution, e dos pesquisadores do Simepar Bernardo Lipski e Flavio Deppe.

Uma comitiva do Simepar visitou o Nebraska em agosto de 2024 para aprender mais sobre as técnicas e nesta segunda-feira (31) profissionais do Instituto Nebraska estiveram na sede do Simepar, em Curitiba, para organizar o cronograma de visitas que farão ao longo desta semana no Noroeste do Paraná.

“O professor Paulo de Tarso, diretor-presidente do Simepar, passou um ano trabalhando conosco no instituto, e conhece a realidade do Nebraska. Esse conhecimento deu origem à missão do governador e a equipe técnica, na qual pudemos apresentar um pouco da agricultura intensiva sustentável por irrigação no Nebraska. O Governo do Estado se interessou em desenvolver a irrigação aqui no Paraná, e nós vamos participar ajudando com conhecimento, tecnologia, trabalhando junto com o Simepar para desenvolver essas ações”, afirma Neale.

“Não conhecemos o Interior do Paraná, mas sabemos que o Noroeste é a área onde existe uma necessidade de irrigação. Vamos conhecer a região, conversar com as cooperativas locais, alguns produtores, e durante essa viagem aprofundar as conversas entre as duas instituições para as ações necessárias neste projeto”, ressalta.

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Serão quatro anos de desenvolvimento do projeto, que contará com apoio da Fundação Araucária e da Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Doze pesquisadores e onze técnicos vão testar diferentes tecnologias no Noroeste. “Será feita a execução do projeto, a instalação de alguns pivôs e a transferência de tecnologia para melhorar as condições de uso da água e incentivar a questão da irrigação sustentável que é tão necessária para essa região”, acrescenta Bernardo Lipski, do Simepar.

Historicamente, a região Noroeste do Paraná sofre com estiagem. De acordo com o Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, feito em parceria com o Simepar, desde fevereiro de 2024 há seca na região. Nos meses de outubro e novembro de 2024 ela foi considerada moderada a grave, e atualmente permanece moderada.

“Mesmo no período chuvoso, que é de dezembro a fevereiro, não teve registro de chuva suficiente para que a seca acabasse. Houve apenas uma atenuação”, explica o meteorologista do Simepar Reinaldo Kneib, que participa da elaboração do Monitor.

EXEMPLO – Com uma população de 1,9 milhão de pessoas, o Nebraska investiu cerca de US$ 6,8 bilhões para a instalação de 96 mil poços utilizados nos atuais sistemas de irrigação. A medida foi necessária devido às grandes variações de precipitação de chuva e das diferenças de solo nas diferentes regiões do estado americano.

Apesar da irrigação, o aquífero do Nebraska é mais preservado do que o de outros estados americanos, como o Texas, por exemplo. Isso se deve justamente ao fato dos investimentos feitos nos atuais sistemas de irrigação, que utilizam os recursos hídricos de forma mais sustentável, reduzindo o impacto no meio ambiente. O estado do Nebraska exige plano integrado de recursos hídricos, e todas essas são informações importantes para a criação de um plano de irrigação no Paraná.

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Foi na cidade de Lincoln, segunda maior do Nebraska, em 2010, que foi fundado o Instituto Water For Food. Ele tem como missão transformar a água em abundância para a alimentação através de atividades de pesquisa e desenvolvimento de inovações em irrigação e gestão da água. Desde 2014, a organização atua no Brasil em parceria com instituições de pesquisa e universidades, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Universidade Federal de Goiás e a Universidade Estadual Paulista.

As principais áreas de atuação no País são atividades de pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias de irrigação mais eficientes e sustentáveis. O instituto também oferece cursos e treinamentos para agricultores e técnicos sobre o uso eficiente da água na agricultura e a troca de conhecimento entre diferentes setores da sociedade sobre a importância da gestão da água para a segurança alimentar.

Entre os projetos em andamento em nível nacional, estão o “Mais Água, Mais Renda”, para aumento da produtividade da agricultura familiar no Nordeste; o “Irrigação Sustentável na Amazônia”, ligado à produção de cacau na região Norte; e o “Gestão da Água na Bacia do Paraná”, que busca soluções para a gestão integrada de um dos maiores mananciais hídricos da América do Sul.

Fonte: Governo PR

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Portos do Paraná realiza oficina de coleta e despolpa do açaí juçara em comunidade no Litoral

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Moradores da no Litoral do Paraná, participaram nesta quarta-feira (02) da 2ª Oficina de Coleta, Higienização e Despolpa de Juçara, fruta semelhante ao açaí amazônico. A iniciativa da Portos do Paraná busca estimular uma nova fonte de renda para as comunidades locais, predominantemente compostas por pescadores, além de promover a preservação da palmeira juçara, espécie ameaçada de extinção.​

“Com o conhecimento da despolpa dos frutos, é possível uma mudança cultural, possibilitando renda às comunidades e incentivando o plantio das sementes”, destacou o diretor de Meio Ambiente da Portos do Paraná, João Paulo Santana.​

A oficina integra o Programa de Educação Ambiental (PEA) da Autoridade Portuária e surgiu como uma demanda dos próprios moradores. “No Sul do Brasil basicamente não temos a cultura do aproveitamento deste fruto. Já no Norte, é muito comum. Estamos trazendo a oficina para estimular esta nova opção”, explicou o coordenador de Sustentabilidade da Portos do Paraná, Pedro Pisacco Pereira Cordeiro. “A sementinha roxa produz um açaí de excelente qualidade”.​

O Instituto Juçara de Agroecologia conduziu as atividades teóricas e práticas. “A coleta da juçara no Litoral é feita entre março e maio. É neste período que a palmeira vai frutificar e os cachos com os frutos vão amadurecer”, comentou o vice-presidente do Instituto, Rafael Serafim da Luz.​

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O fruto da juçara é semelhante ao açaí da Amazônia, porém, a palmeira nativa das áreas litorâneas de Mata Atlântica, Euterpe edulis, difere das palmeiras que produzem o açaí tradicional da região Norte do país. O “açaí juçara” é rico em antocianina, um antioxidante que confere a coloração roxa escura, muito semelhante ao açaí amazônico. Além do fruto, a palmeira também é conhecida por produzir o palmito juçara.​

O fruto é extremamente rico em ferro e cálcio, elementos que complementam muito bem a alimentação. “É uma planta que se desenvolve super bem, de fácil manejo. E a gente vê na casa das pessoas, faz parte da paisagem dos caiçaras”, pontuou Serafim da Luz.​

SELEÇÃO DE GRÃOS – A merendeira Adi Fátima Lourenço possui algumas palmeiras no quintal de casa, uma das quais foi utilizada durante a oficina. “A gente se criou subindo nos pés de juçara, mas não sabia fazer os sucos. E essa oficina vai ajudar na renda mesmo. Dá pra fazer bolo, pão. É um diferencial que as pessoas sempre estão procurando”, comentou Adi.​

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Durante a coleta e higienização, ocorre a seleção dos grãos maduros e sadios, que passam por um processo de lavagem com água sanitária para a esterilização das bactérias. Após o enxágue, eles são encaminhados para a despolpadeira, que remove os caroços, sementes ou cascas, resultando em um líquido engrossado e peneirado.​

CURSOS E OFICINAS –  Pelo Programa de Educação Ambiental, a Portos do Paraná realizou, desde 2019, dezenas de oficinas de capacitação e cursos profissionalizantes gratuitos para comunidades litorâneas do Estado.

As iniciativas buscam promover, além de práticas permaculturais, a educação ambiental, a organização comunitária e a valorização ambiental, ao mesmo tempo em que apresentam possibilidades de geração de renda para os membros das comunidades.

Entre os temas abordados estão comunicação e atendimento e introdução à maquiagem para jovens, em parceria com o Senac. As mulheres das comunidades de Piaçaguera e do Valadares também puderam participar dos cursos de corte e costura.

Fonte: Governo PR

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