NOVA AURORA

PARANÁ

Paraná mantém receitas correntes estáveis em meio a cenário desafiador nos estados

Publicado em

O secretário de Estado da Fazenda, Renê Garcia Júnior, apresentou nesta terça-feira (26), em audiência pública na Assembleia Legislativa do Paraná, o Relatório de Gestão Fiscal referente ao segundo quadrimestre de 2023. Acompanhado por uma equipe de técnicos do governo, ele ofereceu uma análise detalhada das receitas, despesas, resultados e limites que regem as finanças do Estado, e também respondeu as perguntas dos deputados estaduais.

Garcia Júnior destacou os principais resultados contábeis do governo estadual. Nos oito primeiros meses de 2023, o Paraná registrou receitas correntes realizadas no valor de R$ 39,9 bilhões, mantendo-se em linha, em valores nominais, com o mesmo período de 2022, quando esse valor alcançou R$ 39,3 bilhões. Receitas correntes são entradas de recursos financeiros que o governo obtém regularmente por meio de impostos, taxas e transferências. Elas são destinadas a financiar despesas cotidianas, como salários de funcionários, serviços públicos, educação e saúde.

As receitas de capital – recursos financeiros que não se originam de atividades rotineiras, mas sim de fontes excepcionais e não recorrentes, como a venda de ativos ou operações de crédito – totalizaram R$ 3,6 bilhões, aumento real de 370% em relação ao mesmo intervalo do ano passado. A alta é atribuída, principalmente, à receita extraordinária proveniente da venda das ações da Copel, que injetou R$ 2,6 bilhões nos cofres do Estado em agosto – a operação, completada em setembro, alcançou R$ 3,1 bilhões.

As operações de crédito e amortizações de empréstimos também contribuíram para o crescimento, totalizando R$ 527 milhões e R$ 255 milhões, respectivamente, de janeiro a agosto – incrementos reais de 75% e 311% em comparação com o mesmo período do ano passado.

Segundo o secretário, a manutenção das receitas ocorreu mesmo com a forte perda arrecadatória verificada nos estados brasileiros, principalmente devido à redução na alíquota do ICMS sobre combustíveis, energia e comunicações, implementada pela Lei Complementar 194/2022 em junho do ano passado.

“Diante de um cenário de deterioração das contas públicas estaduais em todo o País, o Paraná se encontra em uma posição fiscal favorável em relação às demais unidades da federação. Isso não é mero acaso, mas sim resultado de gestão prudente, que não apenas foca no presente, mas também antecipa e se prepara para os desafios que vão surgindo no horizonte”, disse o secretário.

Leia Também:  DER-PR informa a situação das rodovias estaduais nesta sexta-feira

IMPACTO NO ICMS – O ano de 2023 transcorre ainda sob o impacto da LC 194/2022, que resultou em redução real de 8% na arrecadação do ICMS de janeiro a agosto em comparação com o mesmo período de 2022. A retração do ICMS, levou a uma queda real de 5% na arrecadação de impostos, taxas e contribuições, que atingiu R$ 22,3 bilhões entre janeiro e agosto.

Em junho, o Estado começou a receber da União um ressarcimento parcial pelas perdas. Após meses de negociação entre estados e governo federal, ficou definido que o Paraná receberá R$ 1,83 bilhão até 2025, em parcelas mensais, sob a forma de abatimento da dívida do Estado com a União. O ressarcimento é parcial, visto que o Paraná registrou uma queda de mais de R$ 3,2 bilhões na arrecadação de ICMS apenas no segundo semestre de 2022. Assim, o montante total do ressarcimento compensará apenas 57% das perdas observadas no ano passado.

Os recursos compensados são compartilhados com os municípios, também afetados pela frustração nas receitas. Os repasses são divididos com as prefeituras, que recebem 25% dos valores referentes ao ICMS.

Embora a Fazenda receba a compensação por meio de abatimento da dívida, o repasse aos municípios é realizado através de valores financeiros adicionados às parcelas periódicas das transferências. Isso contribuiu para que os repasses constitucionais aos municípios aumentassem 6,3% no segundo quadrimestre, de R$ 3,48 bilhões entre maio e agosto de 2022 para R$ 3,7 bilhões no mesmo período deste ano.

Apenas o repasse da quota municipal do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) cresceu 20% na mesma base de comparação, de R$ 564,7 milhões no segundo quadrimestre do ano passado para R$ 677,4 milhões no mesmo intervalo de 2023.

Leia Também:  Fomento Paraná abre nova campanha de renegociação de dívidas na segunda-feira

DEMAIS RECEITAS – O Estado conseguiu aumentar no último quadrimestre a receita patrimonial em 10% (R$ 3,6 bilhões), a receita de serviços em 5% (R$ 1,7 bilhões) e as contribuições em 2% (R$ 1,7 bilhões), todas variações em termos reais, ou seja, descontando a inflação no mesmo intervalo.

DESPESAS – As despesas correntes empenhadas apresentaram aumento de 14%, para R$ 35,1 bilhões nos oito primeiros meses de 2023, devido a juros, encargos da dívida e outras despesas correntes, como contratos e aquisição de bens e serviços. As despesas de capital, por sua vez, reduziram-se em 11%, totalizando R$ 4,3 bilhões.

Os gastos com pessoal representaram 43% do total da Receita Corrente Líquida, e mantêm-se abaixo do limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) estabelecido em 46,55% para estados e municípios.

Além disso, a amortização da dívida aumentou em 119% em termos reais, principalmente devido a um acordo com o Itaú para liquidar uma pendência antiga, relacionada ao Banestado, que havia sido contraída há mais de 20 anos. O acordo resultou em desconto de 62% no valor devido, reduzindo-o de R$ 4,5 bilhões para R$ 1,7 bilhão. A operação de venda de ações da Copel antecipou parcelas dessa quitação, conforme previsto no acordo celebrado entre o Estado e a instituição financeira perante o Supremo Tribunal Federal. Assim, R$ 1,2 bilhão já foram pagos.

“É importante enfatizar que um bom retrato fiscal não deve distrair nossas atenções dos desafios que surgem em um cenário dinâmico. Pelo contrário, a estabilidade nas finanças é fruto de um trabalho árduo e contínuo. A Secretaria da Fazenda permanece vigilante e comprometida em manter o Paraná em trajetória fiscal sólida e responsável para o benefício de todos os cidadãos do estado”, frisou Renê Garcia Junior.

Fonte: Governo PR

COMENTE ABAIXO:
Advertisement

PARANÁ

Decreto isenta de ICMS biogás, biometano e combustível sustentável de avião no Paraná

Published

on

By

O governador Carlos Massa Ratinho Junior assinou nesta segunda-feira (05) o Decreto nº 9.817 que concede isenção sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em operações para aquisições de bens destinados à fabricação de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês), biometano, biogás, metanol e CO2. 

Além disso, o decreto também concede a isenção do ICMS na aquisição de máquinas, equipamentos, aparelhos e componentes para geração de energia a partir do biogás, como bombas de ar ou de vácuo, compressores de ar ou de outros gases e ventiladores; coifas aspirantes, contadores de gases. As duas medidas buscam tornar o Paraná mais competitivo na atração de negócios em energia renovável, alavancando o desenvolvimento estadual.

O decreto internaliza os convênios 161/2024 e 151/2021, aprovados pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) durante o Encontro Nacional dos Secretários da Fazenda em dezembro. Com a regulamentação, as isenções já estão em vigor. 

Leia Também:  DER-PR informa a situação das rodovias estaduais nesta sexta-feira

De acordo com o secretário estadual da Fazenda, Norberto Ortigara, a ideia é justamente estimular investimentos em combustíveis sustentáveis no Paraná, colocando o Estado em posição de destaque no cenário nacional. “Queremos consolidar o Paraná como uma referência e um polo na produção de novas energia e incentivos fiscais, como a isenção do ICMS, são formas de pavimentar esse caminho, estimulando investimentos no setor”, explica.

Um dos objetivos da iniciativa, aponta Ortigara, está em tornar o biometano economicamente viável. “O Paraná já é o maior produtor de proteína animal do Brasil, então queremos aproveitar o potencial que já existe aqui para fomentar a cadeira de biogás e biometano. Temos potencial para sermos uma Arábia Saudita do combustível renovável”, diz. “É usar dejetos de animais para gerar energia e, com as novas isenções, facilitamos o caminho para tornar o Estado ainda mais sustentável”.

SUSTENTABILIDADE – Os esforços do Paraná em se tornar referência na produção de combustíveis sustentáveis a partir do reaproveitamento do potencial agrícola não se limita apenas à isenção do ICMS. Embora a medida assinada pelo governador estimule ainda mais o setor, o Estado já aposta na geração de energia renovável também por meio de outros programas, como o Paraná Energia Rural Renovável (RenovaPR).

Leia Também:  Agências do Trabalhador colocaram 151,4 mil pessoas no mercado formal em 2023

Executado pelo IDR-Paraná, ele incentiva os produtores rurais a produzir sua própria energia ou combustível. O Estado também subsidia os juros dos empréstimos usados pelos produtores para a implantação de projetos de energia renovável, por meio do Banco do Agricultor Paranaense.

Segundo levantamento do Centro Internacional de Energias Renováveis (Cibiogás), o Paraná lidera com folga o número de plantas de biogás na região Sul, com 426 unidades instaladas, 348 delas da agropecuária. Em Santa Catarina são 126 plantas e no Rio Grande do Sul 84. O Paraná foi responsável com 53% do volume de geração de biogás na região no ano passado, com 461 milhões de metros cúbicos normais. .

Fonte: Governo PR

COMENTE ABAIXO:
Continuar lendo

PARANÁ

POLÍCIA

ENTRETENIMENTO

ESPORTES

MAIS LIDAS DA SEMANA