PARANÁ
Jovens indígenas têm atividades escolares que valorizam tradição oral e ancestralidade
Publicado em
19 de abril de 2023por
Itajuba TadeuNa Terra Indígena Marrecas, no município de Turvo, região Central do Paraná, adolescentes se mobilizam para ouvir as histórias contadas pelos anciãos da comunidade, de etnia Caingangue. A ação faz parte da disciplina Projeto de Vida, implementada desde 2022 no novo ensino médio da rede estadual de ensino.
No Dia Nacional dos Povos Indígenas, celebrado nesta quarta-feira, 19 de abril, a Secretaria estadual da Educação chama a atenção para esta atividade, que busca promover a tradição oral como forma de transmitir conhecimento e valorizar a ancestralidade indígena dentro do cotidiano escolar.
“Aprendi sobre os remédios do mato, as plantas. Gostei muito de sair para fazer pesquisa com os mais velhos, para não perdermos nossos costumes”, diz Simone Kambé, de 15 anos. Aluna do Colégio Estadual Indígena Cacique Otávio dos Santos, da Terra Indígena Marrecas, ela tem, agora, uma série de matérias que integram o conhecimento científico às especificidades de sua cultura.
São como Saúde Coletiva, Filosofia Indígena (para a 2ª série do ensino médio), Ecologia e Agroecologia Indígena e Organização Social, Política e Direitos Indígenas (para a 3ª série) são alguns exemplos de um currículo voltado à realidade dos estudantes indígenas, com o objetivo de mantê-los conectados à escola e levando em consideração as suas perspectivas de futuro.
Essas disciplinas compõem o “itinerário formativo integrado” ofertado no Novo Ensino Médio em todas as escolas indígenas da rede estadual. Além do itinerário, o currículo também compreende as matérias tradicionais da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que integram a chamada “formação geral básica”.
As mudanças, para a diretora do Colégio Estadual Indígena Cacique Otávio dos Santos, Lina Navroski Beê, possibilitam um maior engajamento dos estudantes com a escola e os mantêm interessados em cursar o ensino médio. “São disciplinas que possibilitam trabalhar de outras formas, não apenas o engessado, o conteúdo fechado em sala de aula”, diz.
Lina ressalta que a aproximação cultural da escola pública com a comunidade é essencial, uma vez que o colégio, que atende hoje 122 estudantes, desde a educação infantil até a conclusão do ensino médio, é o principal elo entre o Estado e os habitantes da Terra Indígena Marrecas. “Para os alunos, a escola é integração. Existe uma relação de confiança com quem está trabalhando aqui. Eles querem ficar próximos”, conta.
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AULAS – Outra novidade do novo ensino médio para as escolas indígenas da rede estadual é a disciplina “Informática Básica e Robótica”, presente nas três séries do ensino médio. Neste ano, o professor Luan Felipe de Lima leciona a matéria para 13 alunos da 1ª série do Colégio Cacique Otávio dos Santos.
No primeiro trimestre, a turma já teve introdução à eletrônica, fez ligações simples de led e aprendeu sobre sensores e atuadores. Os alunos não tiveram dificuldade, pois encontraram semelhanças entre o funcionamento de mecanismos da robótica e os das armadilhas que já costumavam montar para capturar animais. “A força potencial do desarme e os gatilhos, por exemplo, são coisas da própria realidade do aluno e que são aplicadas aqui”, afirma Luan.
Já as aulas voltadas à informática começaram pelo funcionamento do computador, do sistema operacional, dos aplicativos e programas, além do uso responsável da internet. Todo o conteúdo é trabalhado de forma alinhada aos conhecimentos ancestrais da comunidade.
“Existe orientação das lideranças indígenas do Paraná e do Brasil de como usar a tecnologia como ferramenta e não deixar atrapalhar o desenvolvimento dos jovens e nem acabar substituindo a cultura. Isso acaba se tornando um desafio, e temos que aprender o passo a passo”, observa o professor.
Já o professor Ismael Corrêa se preparou para assumir a disciplina de “Filosofia Indígena” por meio de leitura e conversas com os anciãos. Assim, ele procura transmitir aos estudantes o modo de fazer ancestral, a ideia de coletividade, além do conhecimento, mitologia e história do povo.
Um dos temas abordados em suas aulas é a ideia de “duas metades” que permeia a organização social e a visão cosmológica da etnia. Denominadas “kamé” e “kairu”, as duas metades classificam dois grupos distintos que formam o povo Caingangue e eram usadas para evitar o casamento entre parentes — ou seja, um homem kamé deveria se casar com uma mulher do outro grupo, o kairu, e vice-versa.
“A história conta que dois gêmeos saíram de uma montanha, um pelo lado nascente do sol e outro pelo lado poente. Dessa forma se deu a origem das duas marcas”, conta o professor Ismael. As “duas metades” também são usadas para classificar plantas, animais e espíritos.
PERSPECTIVAS DA COMUNIDADE – A terra indígena se tornou objeto de estudo dos alunos do professor Anderson Miranda dos Santos, que leciona Geografia e Economia Comunitária e Sustentabilidade. Ele propôs aos adolescentes uma atividade de cartografia social. “Os alunos construíram o mapa local da comunidade. Eu falei para eles que a partir daquele mapa poderíamos fazer ainda mais trabalhos, como a questão das nascentes, de moradia, de estudo do solo e das áreas de pesca e da extração do pinhão e da erva-mate”, explica.
Com aulas voltadas a temas locais, os estudantes se sentem confortáveis para expressar também suas perspectivas de futuro. São muitos os projetos de vida: há quem pretenda ficar na comunidade, sair da região, ingressar na faculdade ou iniciar uma família. “Enquanto professores, sempre prezamos por dar apoio, o melhor para os alunos, independentemente do caminho escolhido”, afirma. “A gente busca incentivar, porque eles podem ser o que quiserem ser, podem ocupar o espaço que quiserem.”
SEMANA CULTURAL INDÍGENA – Entre os dias 11 e 13 de abril, o Colégio Estadual Indígena Cacique Otávio dos Santos promoveu a Semana Cultural Indígena, com atividades organizadas por alunos e professores, em alusão ao Dia dos Povos Indígenas, comemorado em 19 de abril. Turmas de escolas municipais, estaduais e particulares da região puderam visitar o colégio e participar das ações.
A programação incluiu atividades dentro da escola (como feira de artesanato indígena, pintura artística na parede, exibição de vídeos e apresentação de pesquisa sobre o artesanato como fonte de renda) e também na mata próxima ao colégio. Os visitantes puderam fazer caminhada na trilha, aprender como funcionam as armadilhas, experimentar sapecada de pinhão e fazer pintura corporal. Também foi possível experimentar chás de plantas medicinais, ouvir histórias de moradores e praticar esportes como arco e flecha, corrida da tora e cabo de guerra.
Atuando como guia, o professor Anderson compartilhou com os estudantes visitantes informações sobre o colégio e sobre a cultura Caingangue. “A trilha em si já é um atrativo. Muitas das crianças nunca haviam andado numa reserva indígena”, comenta.
MATRIZ CURRICULAR – O novo ensino médio paranaense, implementado desde 2022, prevê disciplinas específicas na matriz curricular dos colégios estaduais indígenas. Nas três séries do ensino médio, eles cursam, além das matérias da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), as disciplinas de Projeto de Vida e Bem Viver, Informática Básica e Robótica e Laboratório de Escrita e Produção Audiovisual.
A partir da 2ª série do ensino médio, os estudantes cursam um itinerário formativo que integra as quatro áreas do conhecimento — Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. Esse itinerário contempla conteúdos específicos voltados às comunidades indígenas.
Na 2ª série, por exemplo, as disciplinas do itinerário formativo são Filosofia Indígena, Saúde Coletiva”(dentro da área de Biologia) e Cultura Corporal Indígena (dentro de Educação Física). Já na 3ª série, as matérias do itinerário são Etnofísica e Astronomia Indígena (vinculada à Física), Química Ambiental, Ecologia e Agroecologia Indígena (vinculada à Biologia), Território, Ambiente e Sustentabilidade (vinculada à Geografia), Organização Social, Política e Direitos Indígenas/História dos Povos Indígenas (vinculada à História) e Arte e Artesanato Indígena.
REDE – A rede estadual de ensino do Paraná conta com 39 escolas indígenas, inscritas em suas terras e culturas, contemplando mais de 5 mil estudantes. Essas instituições de ensino têm normas, pedagogia e funcionamento próprios, respeitando a especificidade étnico-cultural de cada povo. Os estudantes têm direito a ensino intercultural e bilíngue (com aulas da língua indígena materna e de português) desde o início de sua jornada escolar, visando à valorização da diversidade étnica.
Fonte: Governo PR
PARANÁ
Com aporte de R$ 25 milhões do Estado, Imbituva ganhará um Hospital Municipal
Published
6 horas agoon
10 de abril de 2025By

O Governo do Paraná, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), autorizou nesta quinta-feira (10) a abertura da licitação do Hospital Municipal de Imbituva, na região dos Campos Gerais. Para viabilizar a obra, a Sesa destinou um aporte financeiro de R$ 25 milhões ao município. O recurso garante a execução integral do projeto, que prevê a construção de uma unidade hospitalar com área total de 2.965 metros quadrados, moderna e adaptada às necessidades da população local.
O hospital contará com 48 leitos destinados à internação e à recuperação de pacientes, além de ofertar atendimentos de média complexidade em especialidades estratégicas como ortopedia, oftalmologia e obstetrícia. A estrutura também contemplará salas de cirurgia, centro de diagnóstico e ambientes planejados para garantir a segurança, o conforto e a humanização no atendimento.
“Estamos garantindo estrutura moderna e ampliada para que os municípios atendam sua população com eficiência. Esses investimentos refletem nossa política de regionalização da saúde. Cada centavo aplicado significa vidas salvas e atendimento de qualidade garantido”, afirmou o secretário estadual da Saúde, Beto Preto.
A unidade está projetada para atender cerca de 30 mil moradores do município e de cidades vizinhas, reforçando a regionalização da assistência hospitalar.
O prefeito de Imbituva, Bertoldo Rover, celebrou a conquista. “Estamos escrevendo um novo capítulo na saúde do nosso município. Esse é um sonho antigo e não tenho dúvidas de que este hospital irá garantir atendimento digno e humanizado para nossa população”, destacou.
Durante o evento, foi anunciada a construção de uma Clínica de Fisioterapia, com investimento de R$ 1,8 milhão. A unidade terá 350 m² e contará com um salão amplo e moderno, equipado para a prática de cinesioterapia e mecanoterapia, técnicas fundamentais para a recuperação de pacientes com limitações motoras, dores crônicas ou em processo de reabilitação pós-cirúrgica.
O espaço também inclui um jardim sensorial ao ar livre que estimula os sentidos e promove bem-estar físico e emocional, favorecendo especialmente o tratamento de pessoas com deficiência ou em processo de reabilitação neurológica.
TEIXEIRA SOARES – Ainda nos Campos Gerais, o Governo do Estado autorizou um investimento de R$ 1 milhão em aditivos para dar continuidade às obras de ampliação e reestruturação da Associação de Amigos do Hospital de Teixeira Soares, instituição filantrópica que atende usuários do SUS.
Entre as melhorias previstas estão a reforma da área assistencial atual e a ampliação dos setores de serviço social, sala de reunião, administração, sala de espera, recepção e triagem, além da adequação da área de emergência.
Também será construída uma nova entrada para o pronto-socorro e uma cobertura específica para o recebimento das ambulâncias, garantindo mais conforto e agilidade no atendimento emergencial, garantindo uma reforma de 875,47 m² da área já existente, aliada à ampliação de 283,50 m². Atualmente, as obras estão 67% executadas.
“Esse é um governo diferenciado, que olha para o cidadão com respeito e sensibilidade. Agradecemos profundamente por todo o apoio que encontramos no Estado para cuidar dos nossos cidadãos”, afirmou o prefeito de Teixeira Soares, Evanor Mueller.
PRESENÇAS – Participaram da autorização de recursos os deputados estaduais Hussein Bakri, líder do Governo, e Artagão Junior; além de prefeitos, vereadores e lideranças da região.
Fonte: Governo PR

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