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Das universidades ao mercado: produtos que nasceram de pesquisas apoiadas pelo Estado

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Uma iniciativa do Governo do Paraná transforma ideias criativas e projetos inovadores desenvolvidos no ambiente acadêmico em novos negócios, produtos e serviços para a população. Esse é o objetivo do programa de Propriedade Intelectual com Foco no Mercado (Prime) que capacita pesquisadores ligados a instituições paranaenses de ensino superior e de ciência e tecnologia, públicas e privadas, para alinhar os experimentos científicos com as tendências e demandas de mercado.

Essa aproximação entre a academia e o setor produtivo potencializa a aplicação prática do conhecimento e colabora para o avanço tecnológico, sem perder de vista o crescimento econômico estadual e regional. Coordenado pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), o Prime promove a cultura empreendedora entre professores e estudantes e contribui para a transferência de tecnologia, com foco no fortalecimento do ecossistema de inovação.

Desde 2021, quando foi lançado, o Prime já capacitou 248 pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento. O conteúdo do programa é organizado em etapas com mentorias e workshops que abordam temas relacionados a aspectos jurídicos, fontes de financiamento, finanças, ideação, internacionalização, parcerias, pesquisa e desenvolvimento (P&D), processos comerciais, propriedade intelectual, sustentabilidade, transferência tecnológica e validação de negócios.

Para participar da segunda fase da qualificação, os pesquisadores são selecionados de acordo com o potencial de mercado dos projetos inscritos e mediante o registro de patente depositada ou concedida pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). O intuito é de que os projetos demonstrem viabilidade técnica e comercial, com um plano de negócios inicial para assegurar a implementação da inovação proposta.

Na etapa seguinte, são escolhidos os finalistas. Até o ano passado, havia cinco finalistas por edição, mas em 2024 esse número foi ampliado para dez. Na edição anterior, cada pesquisador finalista passou a receber um investimento de R$ 200 mil para impulsionar e acelerar o desenvolvimento das soluções. O aporte total é de R$ 2 milhões, recursos provenientes do Fundo Paraná de fomento científico, administrado pela Seti.

PREVENÇÃO E CONTROLE – Na prática, o Prime tem possibilitado que os resultados de estudos científicos sejam convertidos em soluções comerciais viáveis e estimulem o início de startups. É o caso do professor Admilton Gonçalves de Oliveira Júnior, do Departamento de Microbiologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL), que desenvolveu um agente biológico para o controle de doenças de plantas. Ele foi finalista da primeira edição do programa.

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O bioproduto auxilia no controle do mofo branco e da ferrugem da soja, além de favorecer o crescimento de plantas. O produto conquistou certificação pelo programa Patentes Verdes, do Inpi, destinado à proteção de ideias relacionadas ao meio ambiente. A tecnologia já foi testada e está pronta para a fabricação em larga escala. Atualmente, as negociações estão em fase de licenciamento com uma multinacional do setor agrícola.

Para o professor Admilton Oliveira os workshops influenciaram no desenvolvimento do grupo de pesquisa e na relação com o setor privado. “A pesquisa estava pronta com a patente, mas a participação no projeto melhorou muito a nossa relação com a indústria, pois estávamos em pré-lançamento de uma tecnologia em desenvolvimento, de forma que o Prime ajudou na nossa aproximação com o setor produtivo”, afirma o docente.

A professora Érika Seki Kioshima Cotica, do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual de Maringá (UEM), participou do Prime 2022 com uma pesquisa sobre moléculas antifungicidas, que influenciam na qualidade de alimentos e na produção agrícola.

A solução proposta está relacionada ao controle de infecções causadas por fungos, com impactos positivos para a saúde humana e animal. Considerado um medicamento, o projeto precisa avançar algumas etapas antes da comercialização.

A docente reforça os benefícios do programa governamental de empreendedorismo e inovação universitária. “Participar do Prime foi vantajoso para a pesquisa e o laboratório, pois pela primeira vez tivemos acesso a uma formação na área de empreendedorismo e inovação, sendo possível entender a elaboração de um produto para avançar nas escalas do desenvolvimento para chegar ao mercado”, comenta.

MEDICINA VETERINÁRIA – Outra solução que está em negociação com o mercado é um implante veterinário de baixo custo, que pode ser absorvido pelo organismo de animais. O projeto foi desenvolvido pelo pesquisador de pós-doutorado Bruno Leandro Pereira, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), em Curitiba. Ele participou do Prime em 2023 com essa inovação que descarta a necessidade de remoção da prótese dos animais em uma nova cirurgia.

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Segundo o pesquisador, o projeto foi bem acolhido por empresas da área de Medicina Veterinária, de forma que o incentivo financeiro recebido do Estado está sendo aplicado em adequações do produto. Bruno Pereira destaca a importância do Prime para ampliar a rede de contatos com o mercado. “Consegui vários contatos durante o programa, principalmente com outros grupos de pesquisa, o que foi muito positivo para o desenvolvimento do projeto”, salienta.

GASTRONOMIA – Finalista da edição de 2023 do Prime, a tecnóloga em alimentos Silviane Aparecida Tibola desenvolveu um equipamento para produzir queijo em formato de recipiente para adição de outros alimentos, como massas, caldos e risotos. Denominado Queijo Cumbuca, a inovação pode ser usada por empresas do setor alimentício, a exemplo de bares e restaurantes, além do segmento de eventos e da culinária doméstica.

“O produto está sendo negociado com uma rede do setor gastronômico, com expectativa se ser lançado no mercado no próximo ano”, afirma a pesquisadora, que é servidora de carreira da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), no câmpus de Dois Vizinhos, no Sudoeste do Estado.

PARCERIA – O programa de Propriedade Intelectual com Foco no Mercado (Prime) conta com a parceria da Fundação Araucária e do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Paraná (Sebrae/PR), instituição responsável pela aplicação do conteúdo voltado para negócios.

Além do incentivo financeiro para o desenvolvimento das tecnologias propostas, os pesquisadores finalistas do programa também são contemplados em um programa de pré-aceleração ou pacote de consultorias em temáticas de inovação e mercado do Sebrae/PR e em um programa de mentoria individual do Inpi.

Os participantes do Prime 2024 estão, atualmente, na segunda fase do programa de capacitação. São 28, que foram selecionados entre 105 pesquisadores que participaram da primeira etapa, realizada entre os meses de junho e agosto.

Ainda em setembro, o governo estadual publicará um edital para seleção de empresas interessadas em licenciar e comercializar as soluções inovadoras, promovendo uma cooperação com a iniciativa privada para gerar oportunidades de inserção dos produtos e serviços no mercado.

Fonte: Governo PR

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Governador renova parceria do Estado com o agronegócio paranaense na ExpoLondrina

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O governador Carlos Massa Ratinho Junior participou nesta sexta-feira (4) da abertura oficial da ExpoLondrina 2025, realizada no Parque Ney Braga Eventos, em Londrina, região Norte do Paraná, pela Sociedade Rural de Londrina. Durante a cerimônia, Ratinho Junior reforçou a importância do agronegócio paranaense para a economia brasileira, destacando a parceria que o Governo do Estado tem com o setor para manter o agro em alta.

“A ExpoLondrina é uma das maiores feiras agropecuárias do Brasil, o que mostra a força do agronegócio local e o protagonismo paranaense neste setor. Nosso agro está cada vez mais industrializado, agregando valor aos nossos produtos, gerando emprego e levando desenvolvimento aos paranaenses. Tudo isso acontece graças à confiança que o produtor rural tem no Paraná”, afirmou o governador.

O Paraná é o líder brasileiro na produção de proteína animal, um dos maiores produtores de grãos do mundo. O Estado também tem o maior número de cooperativas do País. As estimativas do IBGE e do Deral apontam que o Paraná deve ter o maior crescimento da produção agrícola entre os estados do Sul e do Sudeste, com 20% de crescimento em 2025, chegando a 45 milhões de toneladas. O índice é o dobro da média nacional, que está estimada em 10,2%. O Paraná ainda exporta bebidas e alimentos para 176 países.

Por conta deste desempenho de destaque, o Estado tem atuado cada vez mais em parceria com os produtores locais. Exemplo disso, o Paraná foi o primeiro estado brasileiro a desenvolver um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios nas Cadeias Produtivas do Agro (FIDC Agro Paraná), iniciativa inédita que foi lançada na última quinta-feira (3) na B3, em São Paulo.

“Criamos um instrumento inovador que deve alavancar aproximadamente R$ 2 bilhões para financiar a expansão das atividades de produtores agrícolas, ajudando o produtor a investir mais, a aumentar a produtividade ou a ganhar mercado”, afirmou o governador. “E a ExpoLondrina é uma grande oportunidade para reforçar essa vocação e os investimentos”.

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Segundo o prefeito de Londrina, Tiago Amaral, uma das grandes vocações da feira é unir as potencialidades da cidade e do campo. “Este é o maior de todos os eventos do agronegócio da região, que consegue integrar o povo urbano e o povo rural. Esta é uma feira que orgulha muito o povo de Londrina pelo seu tamanho e pela sua representatividade. Por isso, a expectativa é que, mais uma vez, centenas de negócios sejam fechados aqui”, disse.

EXPOSIÇÃO – A ExpoLondrina 2025, uma das principais feiras agropecuárias do País, ocorre entre 4 e 13 de abril no Parque Ney Braga, celebrando 63 anos de história com expectativa de superar os expressivos números da edição anterior, que registrou mais de 470 mil visitantes e movimentou aproximadamente R$ 1,26 bilhão em negócios, gerando cerca de 9 mil empregos diretos e indiretos.

“Nenhuma feira do Brasil consegue ter o número de encontros técnicos que nós vamos ter aqui em Londrina. Vamos ter câmaras técnicas discutindo as cadeias do queijo, do café, do algodão, novas tecnologias, além de uma série de inovações e transações comerciais. O Governo do Estado tem dado um apoio significativo nesta área, porque entende o potencial que o agronegócio tem no Paraná”, afirmou o secretário de Agricultura e Abastecimento, Márcio Nunes.

O evento deste ano adota como tema “Você vive o agro do início ao fim do dia”, reforçando a presença essencial do agronegócio no cotidiano das pessoas e sua relevância estratégica para a economia paranaense.

“O agro está no nosso dia a dia. Na roupa que usamos, na comida das nossas refeições, no combustível do nosso carro. É o motor da economia. É isso que a gente quer mostrar para a população. O mais importante é que fazemos isso com sustentabilidade e responsabilidade”, afirmou o presidente da Sociedade Rural do Paraná, Marcelo Janene El-Kadre.

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Os visitantes terão acesso a novas estruturas como o Palco Sunset, Biblioteca Móvel Ambiental, pontos de hidratação gratuitos, Pavilhão Smart Agro com foco em transformação digital e biotecnologia, e o novo aquário permanente do Parque Ney Braga, além de uma programação com vários grandes shows.

ESTADO NA FEIRA – O Governo do Paraná está com uma participação extensa na feira, apresentando soluções inovadoras e tecnologias para o setor agropecuário. O Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR-Paraná) mantém presença em três espaços estratégicos: Via Rural Smart Farm, Via Rural Eventos e Estande Smart, onde serão demonstradas unidades didáticas voltadas à sustentabilidade e inovação no campo, incluindo manejo de solo e água para baixa emissão de carbono, bioinsumos na horticultura e técnicas avançadas para cultivo de frutas e criação de abelhas.

A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) participa com seminários técnicos sobre fiscalização sanitária na avicultura, certificação de propriedades livres de tuberculose e combate ao greening em citros, enquanto a Secretaria do Turismo (SETU) conta com dois espaços dedicados ao artesanato, gastronomia e promoção de destinos turísticos paranaenses, reunindo 27 expositores de diferentes municípios. O Estado ainda participa da feira com a Universidade Estadual de Londrina (UEL), com a Fundação Araucária e o BRDE.

PATRULHA RURAL – O governador também foi homenageado pela Sociedade Rural de Londrina pelo Programa Patrulha Rural Comunitária 4.0, da Polícia Militar do Paraná (PMPR). Ele promove operações policiais, visitas comunitárias, cadastros de propriedades, vistorias preventivas, promoção de integração comunitária e orientações diárias, prisões e apreensões. O programa também auxilia na composição e incentivo à criação dos Conselhos Comunitários de Segurança Rural e ações de engajamento comunitário junto aos sindicatos e sociedades rurais.

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Foto: Jonathan Campos/AEN

PRESENÇAS – Também estiveram presentes na abertura da ExpoLondrina o ex-presidente da República Jair Bolsonaro, o vice-governador Darci Piana; os secretários de Estado Norberto Ortigara (Fazenda), Leonaldo Paranhos (Turismo), Alex Canziani (Inovação, Modernização e Transformação Digital), Ulisses Maia (Planejamento), Do Carmo (Trabalho, Qualificação e Renda), Guto Silva (Cidades), Hudson Teixeira (Segurança Pública), Sandro Alex (Infraestrutura e Logística), Beto Preto (Saúde), Marco Brasil (Indústria, Comércio e Serviços) e coronel Marcos Tordoro (Casa Civil); o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Alexandre Curi; o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado federal Pedro Lupion; os deputados federais Luísa Canziani, Filipe Barros, Giacobo, Ricardo Barros, Diego Garcia e Sérgio Souza; os deputados estaduais Cloara Pinheiro, Cobra Repórter, Fábio Oliveira, Gilson de Souza, Ney Leprevost, Ricardo Arruda, Jairo Tamura e Tercílio Turini; os ex-governadores Cida Borghetti e Orlando Pessuti; o prefeito de Cambé, Conrado Scheller, e outras autoridades locais.

Fonte: Governo PR

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