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Maranhão: porto do Itaqui movimenta 3,7 milhões de toneladas

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O crescimento expressivo da produção de grãos em estados como Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, região conhecida como Matopiba, está transformando o Porto do Itaqui, no Maranhão, em um dos principais terminais de exportação do Brasil.

Em agosto de 2024, o porto bateu um recorde ao movimentar 3,7 milhões de toneladas de carga, consolidando-se como o quarto maior porto público do país, atrás apenas de Santos (SP), Paranaguá (PR) e Itaguaí (RJ).

Essa crescente movimentação reflete o aumento da produção agrícola da região, com destaque para soja, milho e outros produtos essenciais ao agronegócio. O Porto do Itaqui tem desempenhado um papel central nesse processo, especialmente com investimentos contínuos em sua modernização desde 2012. De acordo com Hibernon Marinho, diretor de operações do porto, mais de R$ 350 milhões estão sendo aplicados para expandir a infraestrutura, capacitar equipes e aprimorar processos, assegurando a competitividade do terminal.

Além dos recursos públicos, o setor privado também está ampliando sua participação no desenvolvimento do porto. O Terminal de Grãos (Tegram), um consórcio formado por NovaAgri, Viterra Brasil, CLI e ALZ Grãos, está passando por uma nova fase de expansão, com aportes de R$ 1,6 bilhão. O objetivo é aumentar a capacidade de armazenamento de grãos de 500 mil para 836 mil toneladas, o que permitirá elevar a quantidade de embarques mensais de 24 para 36 navios. A expectativa é que, a partir de 2027, a capacidade de movimentação de grãos chegue a 24 milhões de toneladas anuais, segundo Marcos Pepe Bertoni, presidente do Tegram.

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O Tegram já passou por expansões anteriores, como em 2019, quando sua capacidade foi duplicada. O terminal, que recebe 97% dos grãos do Tocantins, Maranhão e Piauí, também conta com parte das cargas vindas do leste do Mato Grosso e Bahia, via ferrovia.

Além da exportação de grãos, o Porto do Itaqui também desempenha um papel crucial na importação de fertilizantes, um insumo essencial para a agricultura da região. A Copi Operações Integradas, que opera no porto, implantou um novo terminal em 2020 com capacidade para 70 mil toneladas. Parte desse volume é distribuída para os produtores locais, enquanto outra parte é transportada para o Tocantins via ferrovia, integrando a logística agrícola do Arco Norte.

A Copi movimentou cerca de 3,2 milhões de toneladas de fertilizantes em 2023, e o fluxo ferroviário de Itaqui para Palmeirante (TO) já transporta 400 mil toneladas, com potencial de expansão para 1,5 milhão de toneladas nos próximos anos.

A modernização do Porto do Itaqui também envolve esforços para torná-lo mais sustentável. Em março de 2024, a Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap) aderiu à “Aliança Brasileira de Descarbonização dos Portos”. A iniciativa, realizada em parceria com a Valenciaport, tem como objetivo criar um plano de descarbonização para os terminais brasileiros, contribuindo para reduzir as emissões de carbono nas operações portuárias.

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Hibernon Marinho destacou ainda que o porto está em fase de digitalização completa, permitindo que todas as operações, desde o pedido de atracação até o fechamento dos embarques, sejam acompanhadas em tempo real via celular, tornando o porto mais ágil e eficiente.

Com esses investimentos e inovações, o Porto do Itaqui se consolida como um dos mais importantes do país, não só pelo volume de cargas movimentadas, mas também pela sua capacidade de adaptar-se às demandas do agronegócio e às exigências de sustentabilidade e eficiência logística.

Fonte: Pensar Agro

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Na semana da Páscoa, indústria de chocolate enfrenta crise histórica

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A Páscoa de 2025 chega em meio à maior crise já registrada no mercado global de cacau. Com a cotação da amêndoa batendo recordes históricos, a indústria do chocolate enfrenta um cenário crítico: falta de matéria-prima, custo em alta e risco de desabastecimento. O preço do cacau acumula uma disparada de 189% só neste início de ano, somado a picos que chegaram a 282% no mercado internacional ano passado, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria da Alimentação (Abia).

O impacto dessa escalada já se reflete diretamente no setor produtivo brasileiro. No primeiro trimestre de 2025, a indústria processadora nacional recebeu apenas 17.758 toneladas de cacau, volume 67,4% menor em relação ao trimestre anterior, de acordo com a Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC). É um dos piores desempenhos dos últimos anos.

Sem matéria-prima suficiente no mercado interno, o Brasil aumentou as importações para tentar garantir o abastecimento, trazendo 19.491 toneladas de cacau de fora — alta de quase 30% em relação ao mesmo período de 2024. Mesmo assim, a conta não fecha. A indústria terminou o trimestre com um déficit de 14.886 toneladas, o que acende o sinal de alerta sobre a sustentabilidade do setor.

Embora os chocolates da Páscoa já estejam nas lojas desde fevereiro — resultado de compras antecipadas feitas pela indústria — os reflexos da crise serão sentidos ao longo do ano. A defasagem entre a produção nacional e o volume processado mostra que o Brasil voltou a depender fortemente do mercado externo, num momento em que a oferta mundial também está em colapso.

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Gana e Costa do Marfim, que concentram mais de 60% da produção global, enfrentam quebras de safra causadas por pragas, mudanças climáticas e envelhecimento das lavouras. A menor oferta mundial reduziu os estoques ao menor nível em décadas, pressionando ainda mais os preços e criando um efeito cascata sobre todos os elos da cadeia.

No Brasil, a situação também é crítica. A Bahia, que responde por dois terços do cacau nacional, entregou apenas 11.671 toneladas às indústrias no primeiro trimestre — retração de 73% frente aos últimos três meses de 2024. Técnicos apontam que o clima instável prejudicou o florescimento e agravou a incidência de doenças como a vassoura-de-bruxa, exigindo mais investimento em manejo e controle.

Apesar da queda drástica na produção, o produtor baiano tem sido parcialmente compensado pelo preço elevado da amêndoa, que supera R$ 23 mil a tonelada. O custo dos insumos, por outro lado, já não sobe no mesmo ritmo, o que ajuda a preservar a renda do campo. Ainda assim, a insegurança climática e o risco sanitário mantêm o setor em alerta.

Na tentativa de segurar os preços ao consumidor, a indústria brasileira está buscando alternativas, como mudanças nas formulações, cortes de gramatura e reformulação de produtos. Chocolates com maior teor de cacau — que dependem mais diretamente da amêndoa — devem ser os mais afetados. Já produtos de linha popular podem manter preços mais estáveis, ainda que com porções menores.

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Mesmo assim, o consumidor já percebe reajustes nas gôndolas. O ovo de Páscoa, símbolo do período, está até 20% mais caro em relação ao ano passado, e a tendência é de novos aumentos caso a crise se prolongue.

O atual desequilíbrio entre oferta e demanda reforça a urgência de investimentos em produtividade no Brasil. O país, que já foi o segundo maior produtor de cacau do mundo, hoje precisa importar amêndoa para manter sua indústria funcionando. Com lavouras envelhecidas, baixa produtividade média e forte dependência de condições climáticas, a cadeia brasileira está vulnerável.

Segundo a AIPC, é necessário acelerar a renovação de pomares, incentivar o uso de clones mais produtivos e resistentes, e ampliar o acesso a crédito para pequenos e médios produtores. Também cresce a demanda por políticas públicas que favoreçam a expansão da cacauicultura na Amazônia, no Espírito Santo e em novas fronteiras agrícolas.

Enquanto isso, o chocolate — produto culturalmente associado à celebração e ao prazer — pode se tornar um item mais raro e caro na mesa dos brasileiros. A crise do cacau já não é um problema futuro. Ela está acontecendo agora, e a Páscoa de 2025 é a prova mais amarga disso.

Fonte: Pensar Agro

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