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Governo prevê cortes bilionários no Proagro ao definir metas para 2026

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O Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) para 2026 já está nas mãos do Congresso Nacional. O texto, que serve de base para a construção do Orçamento da União, traz estimativas econômicas para o próximo ano e, entre os pontos de interesse do setor rural, destaca uma previsão de economia significativa com o Proagro — o programa que cobre perdas na produção agrícola.

De acordo com o governo, as novas regras devem gerar uma economia de R$ 3,8 bilhões já em 2025. Esse número supera, com folga, os R$ 2 bilhões inicialmente projetados. Se as mudanças forem mantidas, a economia acumulada pode chegar a quase R$ 19 bilhões até 2029.

Essa redução vem de ajustes feitos ao longo de 2024 pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Foram sete medidas no total, todas com foco em limitar os gastos públicos com o programa. Entre elas, está a redução do limite para que financiamentos entrem automaticamente no Proagro: o teto anual caiu de R$ 335 mil para R$ 270 mil por produtor. Só essa mudança deve garantir uma economia de R$ 600 milhões em 2025, segundo os técnicos do governo.

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Mas a medida com maior impacto foi a que alterou o valor máximo da indenização. Até 2023, era possível ter cobertura de até 100% da lavoura, desde que respeitado o zoneamento agrícola. A partir de 2024, esse limite foi reduzido para 85%. Com isso, a estimativa é cortar mais R$ 2,2 bilhões dos gastos federais.

Apesar disso, o próprio governo reconhece que os números podem mudar, já que o volume de perdas no campo está diretamente ligado a eventos climáticos extremos. O cálculo da economia foi feito com base na média de perdas dos últimos cinco anos, assumindo que o volume de adesões ao Proagro continue parecido com o que foi registrado na safra 2022/2023.

O Proagro é especialmente importante para pequenos produtores, pois funciona como um seguro rural público. Quando o produtor enfrenta perdas por seca, geada, chuva em excesso ou outras condições adversas, o programa cobre parte da dívida do financiamento agrícola. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), o desembolso previsto para 2025 é de R$ 5,78 bilhões — levemente abaixo dos R$ 5,88 bilhões de 2024. O MDA também sinalizou que pode revisar algumas das regras do programa nas próximas semanas.

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Cenário econômico para 2026 – Além das mudanças no Proagro, o PLDO traça um retrato da economia que o governo espera encontrar em 2026. A taxa de juros Selic Over, que serve como referência para aplicações e empréstimos, deve ficar em 12,56%. O dólar, por sua vez, é estimado em R$ 5,90 em 2025 e R$ 5,97 no ano seguinte.

Para a inflação, a projeção é de 3,5% em 2026, medida pelo IPCA. E o salário mínimo, de acordo com o projeto, deve subir para R$ 1.630. Já a meta de superávit primário — uma espécie de “poupança” antes do pagamento de juros da dívida pública — está mantida em R$ 34,3 bilhões, o equivalente a 0,25% do PIB.

O projeto agora será avaliado pela Comissão Mista de Orçamento do Congresso. A relatoria ficará com o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), e a expectativa é de que a votação aconteça até 17 de julho.

Fonte: Pensar Agro

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Com cenário global favorável, Estado quer ampliar exportações em 10%

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Goiás exportou 13,2 milhões de toneladas de soja em 2024, com receita superior a US$ 7,3 bilhões, consolidando-se como o terceiro maior exportador do grão no Brasil. Com a crescente disputa comercial entre China e Estados Unidos e a reconfiguração dos fluxos globais de grãos, o estado projeta um aumento de até 10% nas exportações em 2025, impulsionado pela demanda asiática e pela capacidade de resposta da produção goiana.

O aumento da procura por fornecedores alternativos por parte da China, que em abril recebeu 40 navios de soja brasileira com cerca de 700 mil toneladas, fortalece o posicionamento de Goiás como polo estratégico na oferta global de alimentos. O estado, com uma área plantada superior a 4 milhões de hectares e rendimento médio acima de 60 sacas por hectare, já se beneficia da maior competitividade brasileira no mercado internacional.

Além da soja, que responde por mais de 60% do total exportado pelo agronegócio goiano, produtos como milho, carnes e algodão também têm registrado crescimento. No primeiro trimestre de 2025, o estado já apresenta um incremento de 7% nas exportações para a China em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).

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Goiás reúne condições favoráveis para aproveitar o novo ciclo: clima propício, produtividade crescente, empresários rurais tecnificados e uma logística em processo de modernização. Ainda há gargalos, especialmente em transporte e armazenagem, mas a infraestrutura vem sendo adaptada para atender a esse salto de demanda.

O momento geopolítico não é apenas uma conjuntura passageira — ele representa uma mudança estrutural na forma como as grandes potências lidam com segurança alimentar. A preferência da China por parceiros estáveis, previsíveis e com grande capacidade produtiva coloca estados como Goiás no radar estratégico dos importadores.

Com planejamento técnico, inteligência de mercado e políticas voltadas à sustentabilidade e à competitividade, Goiás transforma a tensão global em oportunidade concreta. A meta agora é clara: consolidar o protagonismo do estado como um dos principais celeiros do agronegócio mundial.

Fonte: Pensar Agro

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