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Conab atualiza números e prevê redução da produção em São Paulo

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O segundo Levantamento da Safra 2023/2024 de Grãos, divulgado recentemente pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), revelou uma projeção desafiadora para o estado de São Paulo. O estudo prevê uma produção total de 10,6 milhões de toneladas de grãos, refletindo uma redução de 7,5% em comparação com a safra anterior, que registrou um volume de 11,4 milhões de toneladas.

O declínio, majoritariamente, está associado às culturas de milho e soja, as quais apresentaram estimativas de queda nesta nova safra.

No que diz respeito ao milho, a projeção atual é de 4,08 milhões de toneladas, indicando uma redução significativa de 13,4% em relação à safra passada, que atingiu a marca de 4,71 milhões de toneladas.

O boletim ressalta que a produção de Milho 1ª Safra no estado tem enfrentado a concorrência direta da soja, resultando em uma diminuição de área destinada ao cereal. Além disso, observou-se uma parcela dos produtores direcionando suas áreas para a produção de sementes, especialmente na região sudoeste, onde parcerias com empresas privadas são comuns.

No entanto, as chuvas frequentes têm dificultado a entrada das máquinas no campo, comprometendo o progresso do plantio, estimado em torno de 20% no período do levantamento.

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Em relação à soja, a expectativa é alcançar 4,7 milhões de toneladas, uma queda de 4,2% comparada ao ciclo anterior, que registrou 4,9 milhões de toneladas. A área total destinada ao cultivo se mantém estável, cerca de 1,29 milhão de hectares, enquanto a produtividade estimada para a oleaginosa é de 3.628 kg/ha. No entanto, o ritmo de plantio tem sido mais lento em comparação à safra anterior, atingindo cerca de 50% na época do levantamento.

Quanto a outras culturas, destaca-se o arroz, que apresentou a maior queda percentual, com uma redução de 17,9% e uma produção prevista de 41,8 mil toneladas. O plantio do arroz irrigado, concentrado no Vale do Paraíba, encontra-se em ritmo lento, em torno de 40% no período da pesquisa, devido às chuvas que têm prejudicado a semeadura. Por outro lado, o arroz sequeiro é pouco cultivado no estado e é usado principalmente para consumo local.

O amendoim 1ª safra apresenta cerca de 40% de área plantada, também afetado pelas chuvas. A produção prevista é de 764 mil toneladas, uma queda de 2% em relação ao ciclo anterior (779,8 mil t), mas a área plantada projeta um crescimento de 10,41%, atingindo 210 mil hectares. O aumento na área cultivada se deve aos preços atrativos e à demanda externa crescente. Nos últimos anos, a cultura tem sido cada vez mais valorizada pelos produtores.

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Quanto ao feijão, a projeção total é de 180,1 mil toneladas, considerando as três safras, frente às 182,1 mil toneladas da safra passada. Destaca-se o empenho dos produtores da região de Holambra no plantio do feijão-cores 1ª Safra, com investimentos em técnicas avançadas de cultivo.

Para as culturas de inverno, o trigo, por exemplo, estima-se uma produção de 376,7 mil toneladas, com uma área de 123,5 mil hectares, representando um aumento de 29,5%. Contudo, a produtividade teve uma redução de 5,04% devido às adversidades climáticas.

O levantamento, realizado entre 15 e 21 de outubro, abrangeu as principais regiões produtivas do estado de São Paulo e está disponível na íntegra no Boletim do 2º Levantamento da Safra 2023/2024 de Grãos da Conab, acessível pelo portal da instituição.

Fonte: Pensar Agro

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AGRONEGÓCIO

Produtores cobram ações contra invasões e pedem mais segurança

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Produtores rurais de todo o Brasil acompanharam com atenção a audiência pública realizada no Senado Federal nesta semana, que colocou em pauta um tema sensível e urgente para o setor: as invasões de propriedades rurais e a falta de segurança jurídica no campo.

O encontro, promovido pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, contou com a presença do ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, e teve como foco o impacto das ocupações recentes, especialmente as mobilizações do chamado “Abril Vermelho”.

Durante a audiência, senadores da Frente Parlamentar da Agropecuária destacaram que o direito à propriedade precisa ser respeitado e garantido pelo Estado, como determina a Constituição. Segundo os parlamentares, o cenário atual preocupa produtores rurais que, mesmo com título da terra e anos de trabalho, vivem sob constante ameaça de invasões.

Além disso, foi questionada a criação de novos assentamentos sem a devida revisão e regularização dos já existentes. De acordo com dados apresentados no debate, hoje há mais de 200 mil lotes vagos em assentamentos pelo país e cerca de 17 milhões de hectares que estão ociosos.

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Outro dado citado aponta mais de meio milhão de beneficiários do programa de reforma agrária com indícios de irregularidades. A cobrança dos parlamentares foi clara: antes de ampliar o número de assentamentos, é preciso organizar e dar transparência ao que já existe.

Por outro lado, o governo apresentou ações voltadas para a agricultura familiar, como o aumento de recursos no Plano Safra 2023/2024 e a criação do programa Desenrola Rural, que visa renegociar dívidas de pequenos agricultores. Também foi anunciada a meta de inclusão de mais de 300 mil famílias no programa de reforma agrária, com foco na redução de conflitos no campo.

Mesmo assim, os senadores reforçaram que nenhuma política pública pode avançar se a segurança jurídica for deixada de lado. A preocupação com os impactos das invasões vai além da posse da terra. Há prejuízos diretos à produção, ao abastecimento e ao acesso ao crédito rural, além do desestímulo ao investimento no setor agropecuário.

Outro ponto sensível abordado foi a situação da região amazônica, que concentra milhares de assentamentos e enfrenta desafios logísticos e fundiários ainda maiores. Lá, produtores relatam dificuldades com a documentação da terra, acesso a crédito, infraestrutura e assistência técnica.

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A audiência pública trouxe à tona um sentimento comum entre os produtores: é preciso garantir o direito de produzir com segurança e respeito à lei. O campo quer apoio, quer regularização fundiária e políticas eficientes, mas exige, acima de tudo, que o Estado atue com firmeza para coibir ações ilegais que colocam em risco o trabalho de quem alimenta o país.

Fonte: Pensar Agro

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