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Colheita de soja avança rapidamente em todo Brasil. Paraná lidera com 90% colhido

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A colheita da safra 2024/25 de soja no Brasil segue em ritmo acelerado, com quase 80% colhido na média nacional, segundo dados de consultorias do setor. O avanço é o maior já registrado para este período desde o início dos levantamentos em 2010/11. E o Paraná lidera essa corrida com 90% da área colhida, conforme o Departamento de Economia Rural (Deral), indicando um progresso significativo em relação à semana anterior, quando 81% já haviam sido colhidos.

No estado paranaense, 90% das lavouras estão em boas condições, enquanto os 10% restantes apresentam estado médio. Em comparação com a semana anterior, houve uma leve melhora na qualidade das plantações. O avanço do ciclo da cultura também é evidente: 92% das lavouras já estão na fase de maturação, enquanto 8% ainda se encontram em frutificação.

A produtividade média estimada pelo Deral para esta safra é de 3.673 quilos por hectare, representando um crescimento expressivo em relação à safra anterior, que teve média de 3.200 quilos por hectare. Com esse aumento, a produção total de soja no estado deve atingir 21,189 milhões de toneladas, um avanço de 14% em relação ao ciclo passado. O bom resultado é atribuído às condições climáticas favoráveis e ao uso de tecnologias aprimoradas no manejo da cultura.

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A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta que a produção nacional de soja alcance 167,37 milhões de toneladas, um aumento de 0,8% em relação à estimativa anterior e 13,3% superior à safra 2023/24. O Brasil continua consolidando sua posição como maior produtor e exportador mundial da oleaginosa, impulsionado pela forte demanda chinesa. Em março, a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) estima que o país exportará 15,6 milhões de toneladas de soja, um volume próximo ao recorde histórico de abril de 2021, quando foram embarcadas 15,7 milhões de toneladas.

Apesar do avanço positivo na colheita, algumas regiões enfrentam dificuldades. No Rio Grande do Sul, a estiagem impacta severamente a produtividade, com uma quebra de safra estimada em 40%. A ausência de chuvas e as altas temperaturas prejudicaram o desenvolvimento das lavouras, reduzindo o potencial produtivo.

No Tocantins, os produtores enfrentam desafios logísticos significativos. O sistema de armazenamento entrou em colapso, resultando em filas de até 72 horas nos silos e escassez de caminhões para o transporte da safra. Muitos agricultores recorreram a soluções alternativas, como silos-bolsa e barracões de máquinas, para evitar perdas. A situação reforça a necessidade de investimentos urgentes em infraestrutura de armazenagem no estado.

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A região do Matopiba, que engloba Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, também enfrenta desafios climáticos. No Piauí, a irregularidade das chuvas prejudicou tanto as lavouras já colhidas quanto as que ainda estão no campo. Algumas áreas passaram mais de 45 dias sem precipitações, resultando em quebras de até 50% nas lavouras plantadas mais cedo.

Na Bahia, a produtividade variou conforme as condições climáticas locais. A projeção inicial de 70 sacas por hectare foi revisada para uma média de 64 sacas por hectare. Algumas áreas superaram as expectativas, enquanto outras registraram quedas devido à escassez ou ao excesso de chuvas.

Com a colheita avançando rapidamente e a produção nacional em alta, a tendência é que o Brasil continue batendo recordes na exportação de soja. No entanto, desafios logísticos e climáticos exigem atenção dos produtores e do governo para garantir a eficiência na comercialização da safra e mitigar impactos adversos em estados mais afetados pelas adversidades climáticas.

Fonte: Pensar Agro

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Alta no preço global de alimentos acende alerta e cria oportunidades para o agro brasileiro

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O Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) subiu em abril e atingiu a média de 128,3 pontos, uma alta de 1% em relação a março. A elevação foi puxada principalmente pelos preços dos cereais, carnes e lácteos, o que acende um sinal de atenção — e também de oportunidade — para o agronegócio brasileiro, especialmente para os produtores de soja, milho, arroz, carnes e leite.

Mesmo com a alta, o índice segue 19,9% abaixo do pico histórico registrado em março de 2022, mas ficou 7,6% acima do nível de abril do ano passado. O movimento indica uma retomada gradual da demanda global por alimentos, em um cenário de estoques apertados, conflitos geopolíticos e variações cambiais. Para o Brasil, que é um dos maiores exportadores mundiais de grãos e carnes, esse movimento pode significar mais competitividade e maior rentabilidade para o setor.

O subíndice de preços dos cereais avançou 1,2% em abril. O trigo subiu com a menor oferta da Rússia e o câmbio mais favorável para exportadores. Já o milho foi impulsionado pela redução de estoques nos Estados Unidos e pela suspensão temporária de tarifas por parte daquele país. O arroz também subiu 0,8% no mês.

Esse cenário pode beneficiar diretamente os produtores brasileiros, que vêm enfrentando custos altos de produção, mas agora podem encontrar margens melhores nas exportações, principalmente se o dólar continuar em patamar elevado. Goiás, Mato Grosso e Paraná, grandes produtores de milho e soja, podem se aproveitar do momento para ampliar vendas externas, principalmente para a Ásia.

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O preço médio dos óleos vegetais caiu 2,3% em abril, puxado pela queda do óleo de palma. Mas o óleo de soja, importante para o Brasil, continuou subindo, sustentado pela demanda aquecida no mercado internacional. Isso mantém a soja brasileira em posição estratégica, principalmente considerando a boa produção esperada em estados como Mato Grosso, Goiás e Paraná.

O subíndice de preços da carne subiu 3,2% em abril. A carne suína liderou o avanço, com a Europa ampliando compras após liberação sanitária da Alemanha. A bovina também ganhou fôlego com demanda estável e oferta global apertada. No Brasil, destaque para a carne de frango, cujos preços subiram por causa da forte demanda interna e menor ritmo de abates durante os feriados de Páscoa.

Para os pecuaristas e integrados da avicultura, os números são positivos: mostram uma retomada no mercado global, com espaço para ampliação das exportações brasileiras, especialmente para mercados como China, União Europeia e países árabes.

Os preços dos lácteos subiram 2,4% em abril e estão quase 23% acima do patamar de um ano atrás. A manteiga alcançou seu maior valor histórico, puxada pela alta demanda por gordura láctea e estoques reduzidos na Europa. Queijos e leite em pó também subiram, com destaque para o mercado da Oceania.

Esse movimento pode representar boas oportunidades para os produtores de leite brasileiros, desde que consigam superar os desafios internos de custo de produção e logística. A alta internacional pode ajudar a pressionar os preços pagos ao produtor no mercado interno.

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Na contramão dos outros alimentos, o açúcar caiu 3,5% em abril e está quase 11% abaixo do valor de um ano atrás. A razão é, em parte, o próprio Brasil: a produção acima do esperado na segunda quinzena de março e a desvalorização do real ajudaram a derrubar os preços internacionais.

Ainda assim, o setor sucroalcooleiro segue competitivo e os bons níveis de produção nas regiões Centro-Sul e Nordeste devem manter o Brasil como o maior exportador global. A menor cotação do petróleo também contribui para a queda do açúcar, já que reduz o incentivo para destinar mais cana para o etanol.

O que o produtor precisa saber:

  • O cenário internacional sinaliza uma recuperação da demanda por alimentos, com reflexos diretos nos preços.

  • Soja, milho, carnes e lácteos estão em alta e oferecem boas oportunidades de exportação.

  • A volatilidade do câmbio, os estoques globais e a política comercial de países importadores ainda podem trazer incertezas.

  • A queda no açúcar mostra que o Brasil tem peso no mercado global — tanto para subir quanto para derrubar preços.

A mensagem para o produtor rural é clara: o mundo está voltando a comprar mais alimentos, e o Brasil — especialmente seu agro — está no centro desse movimento. Quem estiver bem preparado, com planejamento, gestão eficiente e acesso a mercados, poderá aproveitar o bom momento para crescer.

Fonte: Pensar Agro

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