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IV Fovid discute aplicação do protocolo de gênero e qualificação da investigação em casos de feminicídio

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IV FOVID DISCUTE APLICAÇÃO DO PROTOCOLO DE GÊNERO E QUALIFICAÇÃO DA INVESTIGAÇÃO EM CASOS DE FEMINICÍDIO

Segundo dia do evento reuniu especialistas para discutir práticas judiciais e investigativas no enfrentamento à violência contra mulheres

05/06/2025

Atualizado hoje

Na quinta-feira (05/06), o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR) deu continuidade à programação do IV Fórum Paranaense de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (Fovid), sediado no Tribunal Pleno, em Curitiba.

Paineis da manhã

Na parte da manhã, os painéis foram voltados à análise crítica das práticas judiciais e da atuação institucional na prevenção e responsabilização da violência letal de gênero. O primeiro painel teve como tema “Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero e o Delito de Feminicídio: legítima defesa da honra e julgados do STF”, reunindo as renomadas pesquisadoras Carmen Hein de Campos e Soraia Mendes.

O debate abordou os desafios na aplicação do Protocolo de Julgamento com Perspectiva de Gênero do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), as decisões recentes do Supremo Tribunal Federal (STF) e o enfrentamento da tese da legítima defesa da honra em casos de feminicídio.

A professora Carmen Hein de Campos destacou a importância da adoção do protocolo, mas alertou que ainda é necessária uma mudança da cultura patriarcal, que motiva os feminicídios. “Se era necessária a mudança nas práticas jurídicas, ela é insuficiente para mudar uma cultura de defesa da honra masculina que continua a matar mulheres”.

Em seguida, o segundo painel tratou da “Fase Investigativa do Feminicídio”, com a participação da promotora de Justiça Eugênia Villa, referência nacional na atuação do Ministério Público em crimes de gênero. A mesa foi presidida pelo magistrado Renato Garcia, com o promotor de Justiça Ronaldo Costa Braga como debatedor. A discussão enfatizou a importância de procedimentos investigativos qualificados, integração interinstitucional e acolhimento às famílias das vítimas, com foco na produção de provas sensíveis ao contexto de violência de gênero.

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“Precisamos dar uma resposta para as famílias enlutadas. Elas precisam saber como suas filhas, suas mães, foram assassinadas. Isso tem que ser transparente. Precisamos agir como se fossem nossas filhas e dar uma resposta para a violência ocorrida”, afirmou a promotora de Justiça Eugênia Villa.

Programação da tarde

Já no período da tarde, o terceiro painel abordou o tema “Plenária do Júri entre a práxis e a teoria” e contou com a participação da promotora de Justiça do Estado de São Paulo Valéria Scarance, da promotora de Justiça do Estado do Paraná Mariana Bazzo e da defensora pública Mariana Nunes.

A palestrante Valéria Scarance chamou a atenção para a responsabilidade de cada ator no Sistema de Justiça. “Coragem não é só da mulher que enfrenta a violência. A coragem é de cada um de nós para sermos diferentes, para atuarmos de forma diferente, como uma maneira de prevenir a violência e mudar os olhares das pessoas ao nosso redor. Se o feminicídio é uma morte evitável e as mulheres ainda morrem, é porque nós falhamos e precisamos mudar.”

O quarto painel tratou sobre as inovações da Lei nº 14.994/2024 e o seu impacto na proteção da mulher. A legislação trouxe significativa alteração na forma como o feminicídio é tipificado pelo ordenamento brasileiro, no intuito de prevenir e coibir a violência praticada contra a mulher. “Essa reforma reconhece que o feminicídio é a forma mais extrema da desigualdade de gênero e de discriminação. A caneta tem que ser justamente para negar o que fizeram com as mulheres que foram mortas, através do reconhecimento da passionalidade, como se a honra do homem valesse mais do que a vida delas. É simbólico, é político, é reafirmativo. O sistema penal precisa dar esse recado”, afirmou a palestrante Fabiola Sucasas. O painel também contou com a participação das magistradas Claudia Andrea Bertolla Alves, Juliana Arantes Zani Vieira e Andrea Mara dos Santos.

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Logo após, o quinto painel apresentou uma análise sobre as circunstâncias e particularidades de feminicídios ocorridos no Paraná. A socióloga Silvana Mariano compartilhou uma pesquisa realizada nos últimos 10 anos que analisou processos de 984 vítimas no estado. “Justiça não é apenas punição, é também memória, reparação e prevenção. Precisamos garantir respostas justas, céleres e humanas, inclusive para quem ficou”, destacou a socióloga. Ao lado de Silvana, estiveram presentes a professora de Direito Julia Heliodora Gitirana e o juiz de Direito Eldom Stevem Barbosa.

Na última parte do dia, foram apresentadas boas práticas institucionais como o programa Paraná Lilás, o programa Recomeço e o Serviço Ampara. A programação do IV Fovid segue até sexta-feira (06/06) e conta com a realização do TJPR, por meio da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cevid), com apoio da Escola Judicial do Paraná (Ejud-PR), da Associação dos Magistrados do Paraná (Amapar) e da Itaipu Binacional.

Fonte: TJPR

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Justiça

Desembargador Ramon de Medeiros Nogueira

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DESEMBARGADOR RAMON DE MEDEIROS NOGUEIRA

Por desembargador Robson Marques Cury

06/06/2025

Atualizado hoje

Nascido em 1º de março de 1973, no município de Coronel Vivida, Ramon de Medeiros Nogueira formou-se em Direito pela Universidade Federal do Paraná, em 1995.

Mestre em Direito Comercial pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo desde 2001, foi professor de Direito Comercial da Faculdade de Direito de Curitiba no período de 1999 a 2009, chefe de Departamento de Direito Privado da mesma instituição no período de 2003 a 2005 e professor de Direito Comercial da Faculdade de Direito da Universidade Tuiuti do Paraná, entre 2001 e 2003.
Na Ordem dos Advogados do Brasil, seccional do Paraná (OAB-PR), foi membro da Comissão de Apoio ao Advogado Iniciante entre 2001 e 2003, diretor secretário-adjunto da Caixa de Assistência em 2003, Conselheiro Estadual na gestão 2004/2006 e membro da Comissão de Estágio e Exame, na mesma gestão.
No período de 2008 a 2010, atuou como procurador-geral do Tribunal de Justiça Desportiva, foi diretor jurídico da Sanepar, de janeiro a agosto de 2011, e atuou como procurador-geral da Assembleia Legislativa do Paraná no ano de 2015.

Em 14 de dezembro de 2015, foi nomeado desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), em vaga do Quinto Constitucional destinada à OAB-PR. Em 11 de janeiro de 2016, foi empossado no cargo.
Atualmente integra a 5ª Câmara Cível e a 2ª Seção Cível, integra a Comissão de Organização Judiciária, a Comissão de Regimento Interno, a Comissão de Fundos e Obras. E, nos últimos sete anos, tem atuado como membro do Órgão Especial, atuando até 2024 como diretor-geral da Escola Judicial do Paraná (Ejud-PR), desde sua criação, em abril de 2021.
Casado com Cristiane de Oliveira Azim Nogueira, completaram bodas de prata, sendo Laura e Cecília os frutos dessa união.

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O mestre Ramon de Medeiros Nogueira foi forjado no escritório de advocacia capitaneado pelo jurista Carlos Vitor Maranhão de Loyola, ao ingressar em 1996 nos quadros da OAB-PR. Após sua jubilação como magistrado de exemplar carreira no Poder Judiciário, onde atingiu o ápice, ao exercer a vice-presidência em 1993 e a presidência em 1994 do Tribunal de Alçada do Paraná, onde instalou o Centro de Debates, Estudos e Pesquisas (Cedepe).

O desembargador Ramon atuou na 6ª. Câmara Cível do TJPR, onde foi escolhido pelos seus pares como o presidente daquele órgão fracionário, o qual passei a integrar com muita honra. Lá teve destacada atuação, encarnando na condução dos trabalhos, com maestria, o espírito democrático do órgão colegiado, em que predominava o julgamento da maioria, sem qualquer imposição das razões dos votos minoritários.

Após intenso debate institucional, a proposta da administração do presidente do TJPR, José Laurindo de Souza Neto, foi aprovada pelo Órgão Especial para a criação da Ejud-PR, materializada pela Lei nº 20.539, de 20 de abril de 2021.

O desembargador Ramon Medeiros Nogueira foi escolhido como seu primeiro diretor-geral e, em razão do excelente trabalho por ele realizado na gestão 2021/2022, foi reconduzido na administração do desembargador Luiz Fernando Tomasi Keppen (gestão 2023/2024).

A Escola Judicial do Paraná atua no desenvolvimento profissional e capacitação de magistradas, magistrados, servidoras e servidores do Poder Judiciário do Estado do Paraná, com a finalidade de aprimorar o atendimento ao jurisdicionado, garantindo-lhe uma prestação jurisdicional qualificada e célere, com impactos na sociedade e no acesso à justiça.

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Em âmbito nacional, a Ejud-PR integra a Rede Nacional de Escolas Judiciais e da Magistratura – Renejum, composta atualmente por 35 (trinta e cinco) Escolas da Justiça Estadual e 6 (seis) Escolas da Justiça Federal, localizadas nos diversos estados da federação (26 estados e um Distrito Federal).

A Ejud-PR desenvolve cursos para magistrados e servidores de forma comprometida para manter a qualidade das ações educacionais ofertadas, observando as novas tecnologias e metodologias ativas na formatação dos cursos, nos seguintes programas de formação:

I – Programa de Formação Inicial,

II – Formação Continuada, e,

III – Formação de Formadores.

A Escola Judicial do Paraná capacitou aproximadamente 700 magistradas e magistrados e quase 7.000 servidoras e servidores, totalizando mais de 80.000 certificados já emitidos.

A indiscutível capacidade de liderança do magistrado Ramon, aliada à sua dedicação ao trabalho em prol da justiça paranaense, tem sido reconhecida pelos dois últimos presidentes do TJPR, incumbindo-o de relevantes missões de cunho institucional, que desempenhou com denodo, seriedade e responsabilidade, como é do seu feitio.

Eu integrei, com muita honra, desde 15/09/2022, juntamente com o desembargador Sigurd Roberto Bengtsson, o Conselho Permanente de Políticas Educacionais – unidade consultiva da Direção-Geral da Ejud-PR, o qual tem por objetivo sua continuidade e desenvolvimento.

Na atual gestão capitaneada pela desembargadora Lídia Maejima, a direção-geral da Ejud-PR está sendo liderada pelo desembargador Roberto Portugal Bacellar.

Fonte: TJPR

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