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TCU diz que transporte compromete competitividade do agronegócio brasileiro

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Um estudo do Tribunal de Contas da União (TCU) revelou que o Brasil destinou R$ 1,3 trilhão ao transporte de cargas, representando 13% do Produto Interno Bruto (PIB). Baseado em dados da safra de 2022,esse percentual foi aproximadamente o dobro da média global, evidenciando um significativo entrave à economia nacional. Estima-se que o Brasil perca até 15% da sua produção de grãos devido a falhas no sistema logístico, o que equivale a bilhões de reais em prejuízos todos os anos.

O relatório do TCU, denominado Acórdão 2000/2024 – TCU – Plenário, aponta que o país investe menos da metade da média mundial em infraestrutura de transportes . Essa carência de investimentos, aliada à ausência de diretrizes estratégicas no planejamento logístico, resulta em custos elevados para a movimentação de mercadorias, afetando diversos setores da economia.

O agronegócio, um dos pilares da economia brasileira, é particularmente afetado por essa ineficiência logística. A dependência de rodovias em condições precárias para o escoamento da produção agrícola aumenta os custos e reduz a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional. Um exemplo ilustrativo ocorreu recentemente em Porto Velho (RO), onde a safra recorde de soja do Centro-Oeste gerou uma fila de 1.500 caminhões por dia à espera de embarque para exportação, enquanto o porto local tem capacidade para movimentar apenas 10 mil toneladas diárias, equivalentes a 200 caminhões.

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Os principais desafios no transporte de grãos no Brasil

O escoamento da produção agrícola no Brasil enfrenta desafios que impactam diretamente os custos, a eficiência e a sustentabilidade do setor. Problemas como infraestrutura precária, desperdício de carga e impacto ambiental são alguns dos principais entraves enfrentados pelos transportadores.

00Infraestrutura rodoviária deficiente – A malha rodoviária brasileira é a principal via de escoamento de grãos, mas sua conservação inadequada representa um obstáculo significativo. Estradas esburacadas e sem manutenção adequada aumentam o risco de acidentes, danificam veículos e resultam na perda de carga. Além disso, os altos custos com manutenção dos caminhões e atrasos no transporte prejudicam a competitividade do agronegócio.

Emissões de poluentes e impacto ambiental – O transporte de grãos é um dos grandes emissores de gases poluentes, contribuindo para a pegada de carbono do setor. Caminhões antigos e com baixa eficiência energética ampliam esse impacto. Investir em veículos mais modernos e menos poluentes, além de adotar práticas alinhadas às normas ambientais, como o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), pode reduzir esses danos e melhorar a imagem das empresas no mercado.

Perda de grãos durante o transporte – Mesmo com avanços tecnológicos, o desperdício de grãos nas estradas ainda é significativo. Em 2020, segundo dados da Esalq-Log, foram perdidas aproximadamente 1,58 milhão de toneladas de soja e 1,34 milhão de toneladas de milho durante o transporte. Para minimizar essas perdas, é essencial uma logística eficiente, com planejamento adequado das rotas, escolha dos veículos apropriados e cuidado no manuseio e armazenamento da carga.

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Sobrecarga dos caminhões – Transportar cargas acima do limite estabelecido pelos fabricantes compromete a segurança nas rodovias e pode aumentar o desperdício de grãos devido ao mau acondicionamento da carga. Além disso, a sobrecarga reduz a vida útil dos veículos e aumenta os custos com manutenção. O uso de caminhões inadequados para esse tipo de transporte também exige atenção, sendo necessário investir em veículos apropriados ou repensar a distribuição da carga.

Estudos internacionais destacam a desvantagem competitiva do Brasil devido aos altos custos logísticos. Por exemplo, o custo logístico da soja brasileira representa 25% do preço de produção, enquanto nos Estados Unidos esse percentual é de 15%. Essa diferença compromete a competitividade dos produtos brasileiros no mercado global, mesmo com custos de produção mais baixos.

A ineficiência logística no Brasil, evidenciada pelos elevados custos de transporte de cargas, compromete a competitividade do agronegócio e de outros setores econômicos. Investimentos estratégicos em infraestrutura e um planejamento logístico eficaz são essenciais para reduzir esses custos e fortalecer a posição do país no mercado internacional.

Fonte: Pensar Agro

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AGRONEGÓCIO

Embrapa lança quinta bioinseticida com 85% de eficácia no controle da lagarta

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A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) desenvolveu um novo bioinseticida, o Virumix, a partir de um baculovírus isolado e específico, que demonstrou eficácia de 85% no controle da lagarta-do-cartucho, uma das principais pragas que afetam a produção agrícola no Brasil. O lançamento do produto acontecerá nesta quinta-feiran(03.04) na unidade da Comdeagro em Sorriso (MT), onde também será inaugurada uma biofábrica responsável pela produção em escala.

O Virumix foi desenvolvido em parceria com o Instituto Mato-Grossense do Algodão (IMAmt) e a Cooperativa Mista de Desenvolvimento do Agronegócio (Comdeagro). O bioinseticida age de maneira específica no intestino da lagarta, promovendo a sua destruição quando a praga ingere a substância presente nas plantas tratadas. A eficácia do produto depende de sua aplicação no momento correto, especialmente quando as lagartas ainda estão em fase inicial, com até 1 centímetro de comprimento, para garantir um controle mais efetivo.

A recomendação de aplicação é de 50 gramas por hectare, com uma calda que deve ter entre 90 e 120 litros de água, além de um espalhante para garantir uma distribuição eficiente do produto nas plantas. O tempo de viabilidade do produto após a aplicação é de aproximadamente 10 dias, sendo que a frequência das pulverizações dependerá das condições climáticas, como a temperatura e a umidade, que podem influenciar na duração da eficácia.

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A Comdeagro, responsável pela distribuição do Virumix, também se prepara para expandir as vendas do bioinseticida para outras regiões do país. Inicialmente, o produto será comercializado em embalagens de 2 quilos, suficientes para tratar 40 hectares de área. A expectativa é que, no futuro, embalagens menores também sejam oferecidas para atender a demandas específicas de pequenos produtores.

A lagarta-do-cartucho é um dos maiores problemas enfrentados pelos produtores brasileiros, especialmente no milho, onde pode causar perdas de produtividade que variam entre 30% e 40%. O desenvolvimento do Virumix representa um avanço importante no combate a essa praga, oferecendo uma alternativa eficiente e sustentável para os produtores rurais do Brasil.

Fonte: Pensar Agro

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