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Projeto Território Caiçara apresenta diagnóstico da situação fundiária das comunidades tradicionais das ilhas das Peças e do Superagui

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O deputado Goura (PDT) participou do encerramento do “Projeto Território Caiçara (TECA): harmonizando direitos nas comunidades tradicionais das ilhas das Peças e do Superagui”, realizado no dia 23 de novembro, na Vila Fátima, em Guaraqueçaba, no Litoral Paranaense.

O projeto é um estudo de caracterização social e fundiária dos habitantes de 18 comunidades cujos territórios foram sobrepostos ou estão adjacentes ao Parque Nacional de Superagui (PNS). Ele foi desenvolvido com o objetivo de melhorar a gestão do PNS e de atender uma demanda histórica das comunidades tradicionais.

“O Projeto Território Caiçara é um marco histórico que vai balizar políticas públicas especialmente de regularização fundiária, mas também de acesso às políticas de saúde, de educação e de desenvolvimento do Turismo de Base Comunitária (TBC) para todo o território da Baía dos Pinheiros, especialmente das comunidades de Superagui, da Ilha das Peças e de todas as atingidas pelo território”, ressaltou Goura.

Realizado pelo Laboratório de Geoprocessamento e Estudos Ambientais (LAGEAMB) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o estudo foi solicitado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Natureza (ICMBio) como condicionante exigida pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) ao processo de licenciamento ambiental da etapa 3 de exploração do Pré-Sal pela Petrobrás.

O Parque Nacional de Superagui e as comunidades vêm sofrendo ao longo dos anos com a especulação imobiliária, a ocupação ilegal de terras, a pressão pelo uso dos recursos naturais e o avanço de atividades turísticas.
Nesse sentido, o Projeto Território Caiçara realizou um processo de escuta das famílias, das comunidades, do território e das instituições, que buscou levantar o impacto dessas pressões tanto para o PNS quanto para as 18 comunidades.

No que tange o PNS, essa pressão “coloca em risco tanto a salvaguarda da diversidade de ecossistemas como a proteção dos recursos naturais associado à subsistência das populações tradicionais.”

Já em relação às comunidades, o impacto da pressão fundiária põe em risco “à sua permanência no território e, por conseguinte, à manutenção de sua cultura e à reprodução e atualização de suas práticas sociais e econômicas”.

Números

Sob a coordenação geral do professor doutor em Geografia, Eduardo Vedor de Paula, e coordenação técnica da também geógrafa e mestre em Gestão de Território e doutora em Sociologia, Manuelle Lago Marques, o projeto abrangeu 18 comunidades tradicionais: Vila das Peças, Laranjeiras, Guapicum, Bertioga, Tibicanga, Sibuí, Vila Rita, Rio dos Patos, Abacateiro, Varadouro, Ararapira, Barra do Ararapira, Vila Fátima, Canudal, Barbado, Saco do Morro e Barra do Superagui.

Em quatro anos, de janeiro de 2021 a dezembro de 2024, os pesquisadores somaram quase 300 dias em campo, escutando as comunidades; realizaram 120 reuniões envolvendo as comunidades e instituições e entrevistaram mais de 650 famílias.

Goura elogiou a equipe do LAGEAMB, especialmente ao professor Vedor e à Manuelle, que foram os responsáveis por toda essa articulação.

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“Conclui-se essa etapa, mas o projeto traz uma série de apontamentos importantes que a gente precisa dar visibilidade e fazer com que as conclusões apontadas tenham prosseguimento. Mais uma vez evidenciamos a importância da pesquisa acadêmica subsidiando e apoiando a elaboração de políticas públicas para nosso estado”, disse Goura.

Etapas

A realização do projeto foi feita em quatro etapas a partir da definição da Consulta Livre, Prévia e Informada, que foi definida em reuniões preparatórias, rodas de conversa e assembleias comunitárias, a partir do Protocolo de Consulta do Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais do Litoral do Paraná (MOPEAR) e por organizações comunitárias semelhantes.

A partir daí, a primeira etapa consistiu no planejamento e mobilização social, com reuniões de equipes e de lideranças. Na segunda etapa, foi realizado o mapeamento participativo e topográfico a partir de mapa falado, voo de drone e pontos de controle.

A terceira etapa foi a escuta às famílias, quando foram realizadas as entrevistas, a genealogia e a pesquisa de documentos. E, por fim, a quarta etapa foi a apresentação dos resultados para a comunidade.

Segundo o relatório apresentado, ao trazer à luz a atuação situação de cada uma das 18 comunidades, seus conflitos e expectativas, espera-se que seja possível o estabelecimento e o fortalecimento do princípio de dupla proteção unidades de conservação e comunidades tradicionais, através da harmonização dos direitos ambientais, sociais e territoriais.

Especulação

O Projeto TECA chama a atenção para os impactos diretos da especulação fundiária e imobiliária que afetam as comunidades e as Unidades de Conservação, bem como para o processo de desmobilização e desagregação comunitária promovidos por grandes projetos de turismo na região que recebem o aval do Governo do Estado.

O estudo identificou 877 casas ou terrenos principais, sendo 734 pertencentes a famílias nativas e 143 referentes a veranistas que possuem casas na região. Com base nesses dados e no Mapa Falado, a população estimada é de 2.419 pessoas vivendo nas 18 comunidades, sendo a pesca artesanal a principal atividade nas comunidades.

Entre as comunidades com maior número de veranistas estão Vila das Peças, Bertioga, Barra do Ararapira e Barra do Superagui.

Conclusões

O professor Eduardo Vedor ressalta que o Projeto Território Caiçara gerou um “reconhecimento dos direitos que essas 18 comunidades têm em relação ao território que elas residem, tendo em vista que no âmbito genealógico a gente chegou a até oito gerações comprovando a presença no território. Foi um levantamento exaustivo e inédito”, disse.

O resultado desse mapeamento genealógico, segundo o relatório apresentado, identificou 5.763 pessoas distribuídas em 72 localidades. Desse total, 53% das pessoas vivem ou viveram em uma das 18 comunidades abrangidas pelo Projeto TECA; 43% vivem ou viveram em localidades do território caiçara que não estão abrangidas pela delimitação do Projeto TECA, e 4% vivem ou viveram em localidades externas ao território caiçara.

Uma das conclusões do estudo demonstra que o não reconhecimento formal dos territórios tradicionais impacta diretamente no acesso aos serviços públicos, como também nos serviços de crédito para compra de embarcações, insumos de pesca e investimentos em alternativas de renda como pousadas e restaurantes baseados no princípio de Turismo de Base Comunitária.

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“Lembramos que até hoje, em 2024, nove das 18 comunidades não possuem energia elétrica fornecida pela Copel”, ressaltou o deputado Goura.
No que diz respeito especificamente à questão fundiária, o estudo concluiu que a maioria das famílias nativas não possuem posse formal, nem qualquer documentação ou título de terra, embora tenha havido, ao longo dos anos, “diferentes tentativas de outorga de registros ou definição de dominialidade da parte do poder público”.

“Tivemos escutas individualizadas e escutas de validação com a comunidade. Isso traz uma sistematização de informações crucial para a próxima etapa que é justamente a regularização fundiária. Cabe agora o ICMBio e a SPU (Secretaria do Patrimônio da União) se apropriarem dessas informações porque dentro do PNS, quem vai conduzir o trâmite da documentação e da regularização é o ICMBio e no entorno do parque e dentro da Ilha das Peças é a SPU”, observou Vedor.

Vale destacar que o Projeto Território Caiçara apresentou um relatório detalhado de 231 páginas com 30 conclusões, 13 diretrizes e 10 recomendações, além de mapas, gráficos, registros fotográficos, cópias de documentos e links para consultas.

Audiência Pública

O deputado Goura afirmou que no início de 2025 será realizada uma audiência pública para dar ainda mais visibilidade ao Projeto TECA. “Vamos chamar a Universidade e todas as instituições envolvidas nesse processo para participar dessa audiência. Em breve o documento também estará online e disponível para quem tiver interesse em acessar as informações e conclusões deste estudo tão importante”, afirmou.

O professor Eduardo Vedor avaliou que uma audiência pública é uma oportunidade para se discutir um plano de regularização fundiária para as comunidades.
Também participaram do evento de encerramento do Projeto Território Caiçara, na Vila Fátima, representantes do ICMBio, da SPU, da Petrobrás e das comunidades tradicionais. Na sessão ordinária da Assembleia Legislativa do dia 2 de dezembro o deputado Goura usou a tribuna para falar sobre o Projeto Território Caiçara.

Mapa

Em novembro de 2023 o Mandato Goura lançou um mapa turístico ilustrado do litoral norte do Paraná, que mostra os atrativos turísticos da região e um guia de serviços contendo contatos de táxi náutico, de comunidades tradicionais e grupos de fandango, de espaços culturais e de hospedagem e alimentação.

A iniciativa de produzir o mapa contou com o apoio da Assembleia Legislativa e da Prefeitura de Guaraqueçaba. A ilustração do mapa é de Felipe Mayerle. O guia de serviços pode ser acessado pelo QR Code disposto no lado esquerdo do mapa.

Acesse o mapa e mais informações clicando neste link .

Fonte: ALPR PR

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Cidadania é consolidada com participação da sociedade nas Audiências Públicas promovidas pela Assembleia Legislativa

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Meio ambiente, proteção aos animais, violência contra a mulher, orçamento público, cigarro eletrônico, pedágio, saúde pública, dengue, falta de energia elétrica, cultura geek e o futuro do povo xetá foram temas abordados durante audiências públicas realizadas pela Assembleia Legislativa do Paraná, no ano de 2024. Centenas de paranaenses, entre eles, especialistas, técnicos, autoridades, lideranças e empresários, marcaram presença nos debates, contribuindo com a ampliação da transparência do Parlamento estadual, e a construção de políticas públicas.

Um total de 64 audiências foram organizadas por diversos parlamentares neste período. Elas foram transformadas em espaços de amplo diálogo com o objetivo de definir soluções para demandas que impactam a sociedade. Essas reuniões propiciam, à sociedade, a troca de informações com as instituições públicas e, também, o exercício da cidadania. Numa das últimas audiências do ano, o debate tratou de um assunto que está presente hoje no dia a dia da maioria dos paranaenses: importância da conscientização sobre os maus tratos e a crueldade contra os animais, o que é crime.

Para Cezar Amin Pasqualin, presidente da Federação dos Médicos Veterinários do Brasil e do Sindicato dos Médicos Veterinários do Paraná, essa audiência pública justificou o movimento da sociedade, que exige que a causa animal seja tratada com muita responsabilidade. “Hoje tivemos todos os atores envolvidos debatendo o melhor caminho, as melhores normas, as melhores políticas públicas para o setor. Nós temos legislações federais, estaduais e municipais que na maioria das vezes não se encontram sob o ponto de vista da harmonização. Por isso é urgente uma revisão geral da legislação, em primeiro lugar para verificar se elas não se colidem, nos princípios da sua origem, e que também possamos evoluir completando as lacunas regulatórias”.

“Precisamos de uma pacificação da matéria, e é fundamental que se estabeleça um processo educacional nas escolas para que os cuidados com os animais surjam espontaneamente, sem necessitar de normas punitivas”, acrescentou. “Este é um assunto importante e precisamos discutir de maneira responsável”, afirmou o deputado Marcelo Rangel (PSD), proponente da reunião.

Moda entre os estudantes

Medidas para combater o consumo desenfreado entre os jovens de cigarros eletrônicos – conhecidos como vapes ou pods, e reduzir ao máximo os efeitos desses produtos na saúde, precisam ser adotadas com urgência. Essa é a opinião unânime entre os especialistas e representantes das áreas de educação, segurança pública, saúde, meio ambiente e do Poder Judiciário, que participaram de uma audiência pública, para discutir esse cenário vivenciado hoje, principalmente, nas escolas paranaenses. O deputado Evandro Araújo (PSD), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Criança, do Adolescente e da Pessoa com Deficiência, e proponente do debate, disse que, por serem ilegais, em muitas escolas públicas e privadas, esses dispositivos são apreendidos e os gestores escolares não sabem o que fazer.

“Isso está destruindo nossas meninas e meninos”, afirmou a doutora Danielle Cristine Cavali Tuoto, promotora de Justiça, que atua no Centro de Apoio da Criança e do Adolescente do Ministério Público do Paraná (MPPR), ao se manifestar durante o debate. Ela enfatizou que o comércio dos dispositivos é proibido no país e, por isso, defende ser necessário responsabilizar pais e adolescentes. “Esses cigarros eletrônicos são fruto de crime, de contrabando”, observou. A promotora entende que há necessidade, urgente, de ações conjuntas focadas na orientação e prevenção.

Preocupação com as rodovias

A primeira reunião pública do ano de 2024 tratou de uma questão que continua ainda em discussão entre os paranaenses e na Assembleia: nominada “Sem Duplicação, Pedágio Não!”, ocorreu por iniciativa do deputado Luiz Cláudio Romanelli (PSD), em fevereiro, no Plenarinho. Na ocasião, provocou uma contundente discussão sobre a duplicação do trecho da BR-376 entre Paranavaí e Nova Londrina. A situação de rodovias relacionadas a outros lotes do pedágio, que não contemplam duplicações nas novas concessões do Paraná, igualmente foi analisada. Presentes organizações da sociedade, representantes do setor produtivo e do Governo, mais de 20 prefeitos da região do Noroeste e de outras localidades do estado, além de parlamentares. “É um debate necessário que se deve fazer, porque cada vez que chamamos a sociedade para debater, o projeto melhora”, lembrou Romanelli, naquele dia, ao falar aos participantes.

“Por que não conversamos com gaúchos e paulistas antes, para saber o caos que está nos estados deles após a privatização? O agricultor se sente impotente, sabendo que o Paraná é o maior produtor de energia elétrica no país e sofre com a falta de energia”, disse o professor Jaci Poli, do Instituto Federal, representando a Central Única dos Trabalhadores (CUT/PR), em abril, durante a audiência que elencou soluções para as constantes faltas de energia elétrica. Os prejuízos nas residências, empresas, indústrias e no agronegócio provocados pelas frequentes quedas no fornecimento de energia, e seus impactos para a sociedade, foram abordados na reunião, uma iniciativa dos deputados Luciana Rafagnin (PT), Arilson Chiorato (PT) e Anibelli Neto (MDB). Especialistas e representantes de entidades apresentaram dados e formalizaram encaminhamentos para amenizar o problema.

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Combate ao assédio nos estádios

Os direitos das mulheres é outro tema presente na agenda do Parlamento estadual. No final de junho, no Auditório Legislativo Deputado Rubens Recalcatti, representantes de torcedores, estudantes e pesquisadores se reuniram para discutir a situação de assédio nos estádios de futebol. Iniciativa da deputada Ana Júlia (PT), autora do projeto de lei nº 216/2024, que estabelece campanhas permanentes contra o assédio sofrido por mulheres nos espaços esportivos.

O debate com os torcedores e especialistas teve por finalidade incrementar a proposta de forma que atenda aos anseios dos frequentadores de eventos esportivos, combatendo a violência, com ações educativas e de prevenção. A deputada Ana Júlia afirmou: “O objetivo aqui (desta audiência pública) é podermos discutir a questão do assédio nos estádios, e em todas as competições desportivas, com aquelas pessoas que vivem isso no dia a dia, e como podem nos ajudar a combater estes problemas. Então, é importante essa audiência para que possamos verificar se o projeto está no caminho certo, se precisamos incluir ainda mais alguma questão. Mas, também para alertarmos essa Casa de Leis para dar andamento ao projeto”.

Antes, em março, a temática dos direitos das mulheres era o foco dos debates na audiência “Economia do cuidado e impactos na vida das mulheres”. Na ocasião, a desembargadora substituta Flavia da Costa Vieira, presidente do Núcleo de Diversidade e Inclusão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PR), falou da importância da participação feminina na política por promover pautas de interesse das mulheres, como a economia do cuidado, e citou a importância do envolvimento delas na vida pública. “As mulheres têm uma dupla, tripla jornada, e muitas vezes não conseguem se estabelecer de forma firme e ascender nos partidos. Quanto mais a sociedade se enxergar nos espaços públicos, mais forte a democracia. Quando maior a diversidade de olhares, mais abrangentes serão as políticas públicas e as legislações beneficiando toda a sociedade”, opinou. Organizado pela deputada Ana Júlia, o encontro buscou identificar medidas legislativas que precisam ser tomadas para reconhecer e valorizar esse trabalho.

O fascinante universo do mundo pop não ficou de fora do Parlamento. A região Oeste do Paraná foi a escolhida pelo Bloco Temático Digital e da Inovação para sediar a discussão sobre “A Inovação em Consonância com a Cultura Geek”. Esse fenômeno, que engloba uma ampla gama de interesses, hobbies e paixões, muitas vezes associados à tecnologia, ficção científica, fantasia e jogos, esteve no centro dos debates, em junho, na Câmara Municipal de Cascavel.

O evento reuniu especialistas, empresários, representantes do setor público e interessados em estratégias e soluções para fomentar a inclusão tecnológica, a valorização dos e-sports e demais conteúdos relacionados ao mundo geek. “Fomentar a inclusão digital e a educação através da tecnologia é mais um passo para o desenvolvimento do nosso estado, que já tem um destaque nacional quando o assunto é inovação. Vamos trabalhar para estimular ainda mais esse tema através de políticas públicas”, garantiu o deputado Batatinha (MDB), líder do bloco, organizador da audiência.

Meio ambiente e saúde pública

A saúde da população é outro ponto que movimentou, em inúmeros momentos, o Legislativo. Uma das audiências alertou para o fato de que “um quarto de todas as doenças e mortes que ocorre no mundo, atualmente, pode ser atribuído aos fatores ambientais”. O preocupante dado divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) foi um dos aspectos citados por especialistas no encontro, promovido em abril, que avaliou impactos das mudanças climáticas no sistema de saúde pública.

Promovido pela deputada Márcia Huçulak (PSD), o evento aproximou o Legislativo do tema, alertando a sociedade, e discutiu medidas para minimizar esse cenário. “Nós estamos sempre buscando resolver as consequências dos atos. Mas, precisamos focar um pouco em evitar a causa desses efeitos deletérios que comprometem muito a saúde humana. Pois, os maiores impactos das mudanças climáticas estão na saúde”, afirmou a parlamentar.

O meio ambiente foi apontado, igualmente, como uma das causas da proliferação do mosquito transmissor da dengue em outra audiência: “As mudanças climáticas, com muita temperatura elevada, precipitações de chuva muito intensas facilitaram a proliferação vetorial”, informou a coordenadora estadual de Vigilância Ambiental, Ivana Lucia Belmonte, da Secretaria de Estado da Saúde. Ela falou sobre o assunto, em fevereiro, durante uma reunião promovida pela deputada Márcia Huçulak. O evento lotou o espaço do Plenarinho, e teve a finalidade de identificar estratégias eficazes e sustentáveis para barrar o avanço da doença cujo cenário foi definido como “aterrorizante”.

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A importância do diagnóstico precoce e as dificuldades pelas quais passam os pacientes com doenças renais, principalmente os crônicos, foram questões abordadas por especialistas da área durante a audiência pública “A saúde dos rins – prevenção, diagnóstico e tratamento”, que aconteceu em abril. Segundo os nefrologistas, a demanda de diálise cresce anualmente, mas a rede de atendimento não acompanha esse aumento na mesma proporção, principalmente nas regiões mais distantes e menos favorecidas. De acordo com a deputada Cristina Silvestri (PSDB), que organizou o encontro, o tema é de grande importância e exige soluções.

Visibilidade para os Xetá

“É uma noite histórica para o nosso povo”, garantiu Indioara Luiz Paraná Xetá, liderança da aldeia Kakané Porã, que lamentou o extermínio do seu povo, na noite do dia 9 de abril de 2024. Ela falou na Assembleia, emocionada pela oportunidade, sobre o futuro do seu povo. Essa etnia dos povos originários está desaparecendo do Paraná. O caso dos Xetá já foi reconhecido como genocídio pela Comissão da Verdade Nacional e a Comissão Estadual da Verdade do Paraná, que se dedicaram a investigar o que aconteceu com os indígenas brasileiros, e encontraram relatos de assassinatos por tiros, envenenamento e sequestro de crianças em pleno Século XX.

“Meu povo é um povo sofrido, foram separados”, acrescentou o cacique Júlio Cezar da Silva, da aldeia indígena São Jerônimo, localizada no município de São Jerônimo da Serra, no Norte do Paraná. Descendente dos Xetá, hoje é professor na comunidade, luta para “dar visibilidade ao nosso povo”, e garantir a demarcação da terra indígena. O cacique é filho de Tikuein, índio Xetá conhecido como “o homem que falava com o espelho”, contou Júlio Cezar. Quando Tikuein, que se escondeu na mata para fugir do homem branco, acabou resgatado, ninguém da aldeia para onde foi levado falava Xetá: só Guarani e Kaingang. Então, Tikuein não tinha com quem trocar ideias no próprio idioma. Conversar com o espelho foi a estratégia usada para ativar a memória e manter a língua viva. Na linguagem deles, “bom dia” é “entxeiwi”, saudação com a qual, diariamente, Tikuein iniciava uma longa conversa com o espelho.

O deputado Renato Freitas (PT), presidente da Comissão de Igualdade Racial, foi quem promoveu a reunião intitulada “Garantia de vida e território dos povos originários Xetá”. O Auditório Legislativo ficou lotado com as presenças de lideranças, pesquisadores e autoridades. Todos unidos pelo objetivo de coibir as desigualdades e encontrar soluções para essa população.

Prestações de contas do Governo

A função fiscalizadora é uma das principais atribuições do Legislativo, junto com a elaboração de leis. Por isso, é em audiências públicas que as pastas da Saúde e da Fazenda do Governo do Paraná apresentam as prestações de contas – uma forma de autoavaliação do setor público – na Assembleia, conforme estabelecido na Constituição Federal (artigos 70, 71 e 74), e em leis e atos normativos específicos.

Em maio, por exemplo, foi feita a prestação de contas referente ao 1º quadrimestre de 2024 do Governo do Estado, quando o secretário de Estado da Fazenda (SEFA), Norberto Ortigara, compartilhou dados sobre as contas públicas. A apresentação é prevista na Lei de Responsabilidade Fiscal (nº 101/2000), que exige a demonstração e avaliação periódica do cumprimento de metas fiscais. Foram detalhadas as receitas, despesas, resultados, dívidas e limites sobre a contabilidade do Estado.

Em atenção à exigência da Resolução nº 459/2012, do Conselho Nacional de Saúde, e da Lei complementar federal nº 141/2012, a Comissão de Saúde Pública promoveu, em junho, uma nova audiência pública da Secretaria de Estado da Saúde (SESA). Houve a apresentação do Relatório Detalhado do Quadrimestre Anterior (RDQA) relativo ao 1º quadrimestre de 2024 – referente aos meses de janeiro a abril.

A apresentação aconteceu no Auditório Legislativo, por proposição do deputado Tercilio Turini (MDB), presidente da Comissão: “Esta reunião de prestação de contas, não é só importante para nós, deputados, mas como foi transmitida ao vivo, toda sociedade pôde acompanhar”, sublinhou.

Ao vivo na TV Assembleia e redes sociais

Para estimular a participação cidadã e contribuir com a transparência do Parlamento estadual, as audiências públicas são transmitidas ao vivo pela TV Assembleia e redes sociais. Além disso, os vídeos ficam disponíveis no canal do YouTube da Assembleia.

Quem não participa presencialmente das discussões tem a possibilidade de encaminhar seus questionamentos durante as exibições dos eventos pelos endereços informados, ou – antecipadamente – através de um formulário que pode ser acessado pelo site.

Confira as audiências promovidas em 2024 neste link: https://www.assembleia.pr.leg.br/atividade-parlamentar/audiencias-publicas

Fonte: ALPR PR

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