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Os impactos da desestatização da Celepar foram avaliados durante audiência pública realizada na Assembleia Legislativa

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A proteção dos dados pessoais dos cidadãos paranaenses e o futuro dos serviços públicos foram questões avaliadas por deputados e lideranças sindicais, durante uma audiência pública realizada na noite desta segunda-feira (11), na Assembleia Legislativa do Paraná. A reunião, iniciativa dos parlamentares do Bloco PT-PDT, teve o objetivo de debater o projeto de lei 661/2024, que autoriza a desestatização da Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná (Celepar), criada há 60 anos.

Os organizadores da audiência criticaram a pressa no exame da proposta, de autoria do Poder Executivo, que tramita na Casa de Leis em regime de urgência. Em seus pronunciamentos os participantes frisaram o fato de a empresa ser responsável pela segurança de dados sensíveis de diversos setores, especialmente, da educação, saúde e segurança pública. “Nos preocupa muito a venda da Celepar. É uma insensatez”, voltou a afirmou o deputado Professor Lemos (PT), líder do Bloco PT-PDT. Ele criticou a proposta sublinhando que a medida representa uma grave ameaça à segurança dos dados dos cidadãos e dos órgãos públicos.

Na avaliação de Lemos, está sendo criada a possibilidade de as informações armazenadas caírem em mãos perigosas, como o crime organizado. Ele destacou que a Celepar é uma companhia pública essencial na gestão de tecnologia para o estado do Paraná, atendendo diferentes setores governamentais, como o Ministério Público, o Poder Judiciário e prefeituras de diversos municípios. “O projeto já está na pauta da sessão plenária e deve ser votado amanhã (terça-feira, dia 12)”, anunciou o parlamentar, que espera que a mobilização da sociedade sensibilize o governador Carlos Massa Ratinho Junior.

“É uma empresa valiosa e lucrativa”, frisou o deputado Arilson Chiorato (PT). Ele defende que esse projeto deveria tem sido analisado primeiro pelo Conselho (Conselho Estadual de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná – Cetic-PR) antes de vir para a Assembleia. Durante a discussão da proposta na semana passada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Chiorato já havia se posicionou contrário a matéria por questões legais e de proteção aos dados dos paranaenses. “Há inúmeras contradições que afrontam a Lei Geral de Proteção dos Dados (LGPD)”, sublinhou. Ele anunciou que uma emenda será apresentada pela Oposição, ao PL, buscando assegurar a relocação dos funcionários e a sua estabilidade. Além disso, disse que o PT pretende ingressar na Justiça com uma ação direta de inconstitucionalidade questionando a desestatização, caso ela ocorra.

A deputada Luciana Rafagnin (PT), igualmente, voltou a criticar a urgência do Governo ao enviar à Assembleia a matéria, que autoriza a venda da Celepar. “Esse é um momento muito importante. Estamos falando de uma empresa pública que garante a segurança dos dados dos paranaenses. Aprovar a privatização sem uma discussão completa sobre os impactos para o Paraná é irresponsável”, opinou. A deputada observou ainda que a empresa gera hoje cerca de mil empregos.

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Para a deputada Ana Júlia Ribeiro (PT) a pressa na tramitação do projeto sem um parecer técnico da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) e sem um amplo debate é motivo de preocupação. Conforme a parlamentar, se a companhia for privatizada, os dados dos paranaenses poderão ser acessados por empresas privadas para fins comerciais e até mesmo políticos. Ana Júlia apresentou na Assembleia o projeto de lei 505/2024, que tem a finalidade de ampliar a proteção dos dados dos cidadãos. A proposição, em tramitação na Casa Legislativa, proíbe a entrega de dados pessoais armazenados pelo Estado para a iniciativa privada. “Esse é um momento de luta, para dizermos não a essa iniciativa do Governo”, acrescentou o deputado Renato Freitas (PT).

“Como ficam os funcionários?”, questionou o deputado federal Tadeu Veneri (PT), ao falar na audiência pública, que reuniu lideranças, sindicalistas e funcionários, lotando o espaço do Plenarinho. Na opinião dele, esse é um ponto que precisa ser amplamente discutido com toda a sociedade. Já o advogado Paulo Falcão, do comitê dos funcionários da Celepar, abordou preocupações que fazem parte do cotidiano dos servidores. Ele explicou as medidas que estão sendo encaminhadas para assegurar os postos de trabalho. “O trabalhador não é lembrado no projeto”, assinalou. Falcão detalhou a emenda parlamentar que deve ser encaminhada pela Oposição, durante a votação da proposta, e explanou sobre a possibilidade de reivindicação de um programa de demissão voluntária (PDV). Também anunciou que está sendo protocolada uma ação popular com a finalidade de retirar da pauta de votações a matéria. “Se há problemas de gestão eles devem ser corrigidos”, completou Ivan Ravedutti, funcionário aposentado da Celepar, ao lamentar a medida e questionar, inclusive, a eficácia da LGPD.

Comissões já examinaram a proposta

Na Assembleia, o PL 661/2024 já recebeu pareceres favoráveis da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e da Comissão de Finanças e Tributação. Nesta segunda-feira (11), a proposta começou a ser analisada, no final da tarde, por mais uma Comissão, a de Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior. Na ocasião, a deputada Ana Júlia (PT), solicitou vista – ampliação de prazo para examinar o PL. Assim, esse grupo de trabalho parlamentar volta a se reunir amanhã (12), no início da tarde, para votar a matéria. Na sequência, o PL deverá ser votado em Plenário. A proposição foi incluída na Ordem do Dia – a pauta de votações do Plenário – desta terça-feira (12), quando acontecem duas sessões plenárias, uma ordinária e outra extraordinária.

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Serviços

Conforme o Poder Executivo, as notas de estudantes, histórico médico de pacientes, informações relacionadas a Carteira nacional de Habilitação (CNH) e pagamentos de impostos, disponíveis nos sistemas relacionados a Celepar, são alguns dos exemplos de dados que continuarão protegidos pela nova empresa e pela legislação em vigor. Assim como, os demais serviços oferecidos. No documento encaminhado ao Legislativo, o Poder Executivo registra que o projeto de lei e a possibilidade de desestatização não interferem na política de dados dos paranaenses.

As informações dos cidadãos, explica o Executivo, continuarão protegidas pela legislação e seguirão sob propriedade das pessoas, direito assegurado pela LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados – Lei federal 13.709/2018) e que deve ser honrado por empresas públicas ou privadas. O Governo estadual cita que o país tem a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), órgão do governo federal que fiscaliza e garante o cumprimento da LGPD. Ela é vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e tem entre suas atribuições inclusive aplicar sanções a empresas e governos que desrespeitem a LGPD e editar normas, procedimentos, orientações e regulamentos sobre a lei.

Continuarão gratuitos os serviços atrelados à gestão estadual, uma vez que são ofertados pelo Estado, garante o Executivo. A proposição prevê que a sede da empresa continuará no Paraná e que deverão ser mantidas no Estado as infraestruturas físicas de armazenamento e processamento de dados existentes na data de publicação da lei, pelo prazo mínimo de dez anos. Nesse processo o Estado deterá, ainda, uma ação preferencial de classe especial (golden share) que lhe conferirá alguns direitos específicos.

Primeira empresa pública de tecnologia da informação do país, a Celepar foi fundada em 24 de novembro de 1964. Desde então, figura como um dos principais expoentes no campo de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) junto as Administrações, Públicas Estadual e Municipais paranaenses.

Fonte: ALPR PR

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Assembleia recebe a exposição “Araucárias Vivas” do artista plástico Toto Lopes

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“Araucárias Vivas” é o tema da exposição do artista plástico Toto Lopes, aberta nesta segunda-feira (05), no Espaço Cultural da Assembleia. A mostra, uma iniciativa da deputada Cristina Silvestri (PP), é um convite à reflexão sobre a relação entre arte, natureza e sustentabilidade, através de esculturas únicas que emergem do refugo de tapumes de obra e compensados de madeira reflorestada. “Nós temos que valorizar o que é nosso. O Toto é um artista, eu sempre digo, que ama o Paraná. E ele consegue transmitir esse amor através da sua arte, representando a nossa história, a nossa cultura, as nossas raízes”, disse a deputada, ao destacar que o que ela mais valoriza no artista é o seu lado social, o seu lado humano.

“Ele trabalha com crianças, com idosos, com crianças especiais, transformando objetos que provavelmente iriam para o lixo em arte levando esperança às pessoas, transformando a vida deles. Além disso, ele faz pinturas lindas em hospitais de crianças e de forma voluntária. Então esse lado social do Toto também me encanta muito. Por isso, é uma pessoa que merece ser homenageada e que sua obra seja divulgada para o Paraná e para o mundo”, disse a deputada, ao entregar uma menção honrosa ao artista, como forma de reconhecimento à sua contribuição para a cultura do estado.

Presente na aberta da mostra, o presidente da Assembleia, deputado Alexandre Curi (PSD), disse que é importante valorizar aqueles que valorizam o Paraná como Toto Lopes que é um apaixonado por esse estado, e que tem no pinheiro araucária, sua principal referência. “Para nós é uma honra muito grande ter você aqui nessa Casa e, em nome dos 54 deputados, quero agradecer todo o trabalho que você faz como artista, mas principalmente o trabalho que você faz divulgando o estado do Paraná, esse estado que é pujante, de gente séria, de gente trabalhadora, que está vivendo um momento extraordinário, mas que tem que valorizar os nossos artistas”, afirmou.

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Preservação

Toto Lopes falou um pouco sobre a sua exposição. “São araucárias que são feitas com reaproveitamento de material, tapumes de obra, compensados, que eu reutilizo e transformo elas em arte”, explicou. “A escolha de trabalhar com madeira reflorestada não é apenas uma opção estética, mas uma declaração de compromisso com a preservação ambiental e a valorização dos recursos naturais”, disse, ao destacar que a coleção “Araucárias Vivas” se inspira na majestosa araucária angustifolia, uma árvore que desempenha um papel vital em nosso ecossistema, mas que está ameaçada de extinção. “Minhas esculturas servem como um poderoso lembrete da fragilidade da natureza e da importância de sua preservação”, alertou. “É uma forma de repensar nossos hábitos de consumo e a importância de uma abordagem mais consciente em relação ao meio ambiente, é promover essa jornada de transformação e conscientização ambiental através da arte”, finalizou.

O artista também tem uma ligação grande com a questão social. “Na minha infância eu tive o privilégio de participar de um projeto gratuito, que transformava a arte junto com as crianças. Eu fui privilegiado de ter participado desse projeto e eu vi que a arte realmente tem um poder de transformação na vida de pessoas. E, hoje, eu utilizo a minha arte como um reflexo de tudo que eu recebi, mas também plantando várias sementinhas aí, mostrando para as crianças que a arte pode mudar a vida delas também”, explicou. A mostra fica em cartaz até o dia 09 de maio, das 09 horas às 18 horas, no Espaço Cultural da Assembleia.

Perfil

Tanielton Lopes Pereira, conhecido como Toto Lopes, nasceu em Campo Largo (PR), é especialista em reutilização de materiais descartados e formado em artes visuais pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). É um artista plástico autodidata, fundador da Toto Artes – Soluções Artísticas e se destaca pelo impacto social de seu trabalho.
Desde 2007, ministra oficinas de artes plásticas em projetos sociais do município de Campo Largo e Região Metropolitana de Curitiba, desenvolvendo oficinas para todos os públicos e faixas etárias, incluindo crianças com vulnerabilidade social, portadores de necessidades especiais, adultos, idosos, dentre outros.

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É idealizador e coordenador do Projeto Eco Natal que mobilizou mais de cinco mil pessoas para criar a decoração natalina de Campo Largo com materiais recicláveis; do projeto “Fazendo Arte”, que já atendeu mais de três mil crianças com vulnerabilidade social e do projeto “Medicando Alegria”, que visa levar apresentações de teatro, contação de história, música, circo para pacientes, familiares e funcionários de hospitais. Toto também é voluntariado do HI Hospital Infantil Waldemar Monastier, em Campo Largo. Além de ter suas obras reconhecidas no Brasil, o quadro “A Santa”, participou de três mostras de arte em Napoli e Roma (Itália), sendo uma delas o “Fórum Mundial da Cultura pela Paz”, organizada pena Unesco.

Premiações

O artista já recebeu diversas premiações, entre elas o prêmio de honra ao mérito “Professora Odila Portugal Castagnoli”, pelos relevantes serviços prestados a cidade e a cultura de Campo Largo; o “Prêmio Personalidades Empreendedoras do Paraná”, pelos relevantes serviços prestados para sociedade paranaense e a “Medalha das Ordens das Araucárias”, conferida pelo Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT/PR). Sua obra “Acaé Azul” foi reconhecida pelo Governo do Paraná para fazer parte do acervo artístico do cerimonial do estado, assim como a obra “Mestre Fandangueiro do Paraná”, que já faz parte do acervo artístico do Palácio Iguaçu.

Fonte: ALPR PR

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