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Grande Expediente registra a o centenário da Coluna Prestes com a presença dos filhos de Luiz Carlos Prestes

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O legado histórico da Coluna Prestes marcou o Grande Expediente da Sessão Plenária desta segunda-feira (11), por proposição da coordenadora da deputada Ana Julia (PT), que destacou a importância da Assembleia Legislativa do Paraná receber os filhos de Luiz Carlos Prestes como marco histórico das celebrações do Centenário da maior marcha revolucionária da história do Brasil.

“Primeiro gostaria de registrar a minha alegria da Assembleia receber, nesse Grande Expediente, em comemoração aos 100 anos da Coluna de Luís Carlos Prestes. Quero dizer que o maior bem que nós podemos ter, enquanto sociedade, é ter memória, é conhecer a nossa história. Por isso, a ideia do Grande Expediente de hoje foi de conhecer mais da história do Paraná, da história do Brasil. Essa marcha faz parte da história do Paraná e ela precisa estar intrinsicamente ligada ao conhecimento da memória dos paranaenses”, explicou a deputada Ana Julia.

A deputada Ana Julia lembra que a Coluna Prestes foi um movimento político-militar brasileiro de teor tenentista ocorrido entre 1924 e 1927. O grande motivo da mobilização foi a insatisfação com o governo de Artur Bernardes e o regime oligárquico, característico da República Velha, conhecido como política do café com leite. As principais reivindicações eram a implementação do voto secreto, a defesa do ensino público e a obrigatoriedade do ensino secundário para toda a população, além de acabar com a miséria e a injustiça social no Brasil. Apesar de ter os militares de baixa oficialidade como seus principais participantes, não se caracterizou como um movimento militarista. É considerada por pesquisadores como uma expressão de revolta das classes médias com o domínio oligárquico existente no país.

Descendentes

Os descendentes do líder do movimento, Luiz Carlos Prestes, a professora Zoia Ribeiro Prestes e o cineasta Luiz Carlos Prestes Filho, estiveram no Plenário da Assembleia Legislativa no horário do Grande Expediente para discorrer sobre a importância da preservação desse legado para a história do Brasil e para o estado do Paraná. Além de cineasta, Luiz Carlos Prestes Filho é compositor, escritor, diretor e roteirista de filmes documentários para televisão. É formado pelo Instituto Estatal de Cinema da União Soviética (1978-1983). Ele e Zoia Prestes, que também é pesquisadora, são filhos de Prestes com a militante comunista Altamira Rodrigues Sobral, a Maria Prestes. Viveram em Moscou, Capital da então União Soviética, no período em que a família recebeu asilo político em função das perseguições e ameaças feitas pelo regime militar instalado no Brasil em 1964. Hoje, lutam para preservar a memória do pai, desse movimento de resistência e pela valorização de suas conquistas.

O cineasta e pesquisador Luiz Carlos Prestes Filho conta que na época seu pai estava “sob o comando do Marechal Isidoro Dias Lopes, considerado pelos historiadores como o Marechal da Revolução de 1924. Meu pai, Luís Carlos Prestes dizia que a guerra no Brasil, qualquer que seja o terreno, é uma guerra de movimento, que a guerra de posição é a guerra que serve ao governo que tem fábricas de armas e munições e analfabetos para jogar contra as metralhadoras dos revolucionários. Essa frase marcou a vida do meu pai, porque, na verdade, ele foi um homem que aplicou em toda a vida essa ideia da guerra de movimento. E essa teoria dele, a tática, a estratégia, sempre foi elaborada e foi o que marcou a história da Coluna Prestes. Para mim, estar aqui nessa terra, onde ele formulou essas ideias, onde ele conseguiu atravessar 25 mil quilômetros do Brasil nessa guerra de movimento, vencendo 17 generais do Exército Brasileiro, relembrar essa frase, estar na terra onde ele formulou essa ideia, é muito, muito especial”.

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“Eu agradeço muito a deputada Ana Julia Ribeiro, que promoveu esse Grande Expediente para que possamos falar de um fato, a Coluna Prestes, que é um fato da história do Estado do Paraná. Eu citei aqui para o meu pai, foi um fato onde ele acontece como estrategista militar, mas a Coluna Prestes em si é um fato da história do Paraná. E, finalmente, depois de 100 anos, a Assembleia Legislativa do Estado do Paraná abre suas portas e reconhece que a Coluna Prestes é muito importante, não somente para os revolucionários, mas para que os brasileiros conheçam a sua verdadeira história, concluiu o senhor Luiz Carlos Prestes Filho.

História

Inserida no contexto político da crise da Primeira República (1889-1930), nos anos 1920, a Coluna Prestes foi resultado das ações do movimento tenentista, composto por jovens militares de baixa patente do Exército brasileiro, principalmente tenentes e capitães, e por seus aliados civis, que a partir de 1922 lideraram revoltas de contestação à estrutura política do Estado brasileiro, especialmente após a vitória de Artur Bernardes nas eleições presidenciais de março de 1922. Entre outras demandas, os rebeldes questionavam a legitimidade dos pleitos eleitorais e exigiam o direito ao voto secreto.

Os primeiros levantes ocorreram em 5 de julho de 1922, sendo rapidamente esmagados pelo Governo de Epitácio Pessoa. O mais famoso, do Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro, reprimido com violência pelas forças legalistas contra os jovens rebeldes, foi imortalizado pela imagem dos “18 do Forte” que caminharam pelas areias da praia de Copacabana, sendo massacrados pelas tropas governistas; apenas Eduardo Gomes e Antônio de Siqueira Campos sobreviveram. Luiz Carlos Prestes, já naquele momento uma voz ativa do tenentismo não pôde tomar parte na revolta em função de estar acometido por um surto de febre tifoide. Porém, assim como outros envolvidos na revolta, não escapou das punições impostas pelo governo, sendo transferido para o interior do Rio Grande do Sul.

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Apesar das punições e perseguições aos envolvidos, as conspirações do movimento tenentista continuaram, especialmente em 1924, quando os irmãos Joaquim e Juarez Távora articularam com outras lideranças militares, entre elas o próprio Luiz Carlos Prestes, uma nova revolta. A adesão de parte da Força Pública de São Paulo sob a direção do major Miguel Costa, assim como do general da reserva Isidoro Dias Lopes, deu peso ao movimento que desencadeou uma nova ação armada em 5 de julho de 1924, dessa vez em São Paulo. Os rebeldes resistiram durante mais de 20 dias aos intensos ataques das forças legalistas que utilizaram artilharia pesada e até mesmo bombardeios aéreos destruindo boa parte da cidade no episódio que ficou conhecido como a Revolução de 1924.

No Paraná, um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Integração Latino-Americana (Unila), com campus na cidade de Foz do Iguaçu, está preparando a realização de seminários e outros eventos sobre o tema, que devem ocorrer em abril do próximo ano. Isto porque os registros históricos apontam que foi no dia 24 de abril de 1925 que a Marcha liderada por Luís Carlos Prestes chegou à Foz. Eles também querem transformar a data no Dia Municipal da Memória e Resistência. Justificam as iniciativas destacando que foi na cidade paranaense que as forças comandadas por Miguel Costa, vindas de São Paulo, se juntaram às tropas de Prestes, que vinham do Rio Grande do Sul. É neste momento que é dando o início a histórica caminhada pelo interior do Brasil.

Informa, ainda, o senhor Luiz Carlos Prestes Filho que “no ano que vem, quando nós vamos estar comemorando em Foz de Iguaçu e Santa Helena, os 100 anos da Marcha da Coluna, a prefeitura de Santa Helena vai inaugurar a trilha da Coluna Prestes. No estado Paraná, são 48 km, mas em Santa Helena são 14 km. Então eu convido a todos, eu assumi o compromisso de voltar ao Paraná e caminhar junto pela trilha da Coluna Prestes e, nesse momento, fazer com que a Coluna não seja somente um fato histórico, mas que ela colabore para o desenvolvimento do turismo e, portanto, para o desenvolvimento das políticas públicas e para o desenvolvimento de toda região”.

Fonte: ALPR PR

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Debate e palestra sobre inclusão, homenagens e seminário fazem parte da programação do Parlamento

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O papel da igreja na inclusão, homenagens aos 120 anos do Rotary e ao Dia do Kung Fu, além de um seminário e o lançamento de um prêmio, compõem a agenda legislativa da próxima semana, que será mais curta devido ao feriado de Tiradentes. Audiência pública, sessões solenes e demais eventos dividem espaço com as sessões plenárias, reuniões de comissão e de grupos temáticos.

Três eventos contam com a participação ou organização da Escola do Legislativo com seminário, lançamento de premiação e palestra. Na quarta (23) e na quinta-feira (25), representantes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, além de gestores públicos, empresários, profissionais e dirigentes da sociedade civil, participarão do seminário “Captação de Recursos, Prestação de Contas e Normatização para as Organizações da Sociedade Civil e Fundos Municipais”.

A abertura do evento será feita pelo presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, deputado Alexandre Curi (PSD), às 14 horas. O objetivo é apresentar e discutir as melhores práticas e estratégias para a captação, gestão e prestação de contas de recursos destinados a entidades sem fins lucrativos. Na quinta, a programação começa 9h30.

Premiação

Reconhecer e valorizar gestões municipais que se destacam pela inovação, criatividade e promoção do desenvolvimento local é o objetivo da 13ª edição do Prêmio Gestor Público (PGP-PR). A cerimônia de lançamento ocorrerá na quarta-feira (23), às 11 horas, no Plenarinho, com abertura das inscrições.

O tema deste ano é “Acessibilidade e Inclusão: o espaço público com dignidade para todos os cidadãos”. A iniciativa busca incentivar os municípios de todo o Paraná a adotarem práticas eficientes de planejamento, execução e controle de projetos e programas governamentais. Criado em 2013, o prêmio é uma iniciativa do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita do Estado do Paraná e parceria da Escola do Legislativo.

Trabalho e Meio Ambiente

A Assembleia vai receber o seminário sobre Trabalho e Meio Ambiente, promovido pelo DIEESE e as Centrais Sindicais. O tema desse ano é Transição Justa – rumo à COP 30. A Jornada Nacional de Debates, dessa vez conta com o apoio do Labora – Fundo de Apoio ao Trabalho Digno. O evento, realizado nas capitais dos 17 estados onde o DIEESE possui escritórios, será na quinta-feira, às 9 horas, no Plenarinho. O proponente é o deputado Requião Filho (PT).

Inclusão

O papel das igrejas na inclusão será tema de uma audiência pública promovida pelo Bloco Parlamentar da Neurodiversidade, coordenado pelo deputado estadual Alisson Wandscheer (SD), em parceria com o Ministério Pão Diário. O evento integra as atividades do Bloco no Abril Azul, mês de conscientização sobre o autismo. O objetivo é apresentar experiências e iniciativas já desenvolvidas por igrejas, destacando as adaptações necessárias para que os espaços religiosos sejam verdadeiros locais de acolhimento físico e espiritual. O evento será realizado na quarta-feira, às 18 horas, no Plenarinho.

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E, sexta-feira (25), haverá a palestra Diversidade e Inovação: Autistas no mercado de trabalho, que é proposta pela Escola do Legislativo em parceria com a Empresa de Educação em Neurodiversidade beeMyra. O evento será às 10 horas, no Auditório Legislativo.

Homenagens

A Assembleia Legislativa do Paraná realizará, por proposição do deputado Anibelli Neto (MDB), uma sessão solene em comemoração aos 120 anos de fundação do Rotary International e ao Dia do Rotariano Paranaense. A data foi instituída pela Lei estadual nº 17.009/2011, do ex-deputado e rotariano Rasca Rodrigues. O evento acontecerá na sexta-feira (25), às 9 horas, no Plenário, e destacará a atuação de homens e mulheres que, ao longo do tempo, promoveram ações voltadas à melhoria da qualidade de vida por meio dos projetos desenvolvidos pelos clubes rotários.

Mestres e praticantes do kung fu, arte marcial originária da China com cerca de cinco mil anos de história, também serão homenageados em sessão especial na quinta-feira (24), às 18 horas, no Plenário. O evento será promovido pelo deputado Alexandre Amaro (REP), autor de um projeto de lei em tramitação que propõe instituir o dia 11 de abril como o Dia Estadual do Kung Fu. O parlamentar também é autor da Lei nº 20.337/2020, que criou o Dezembro Faixa Preta, no calendário oficial do Paraná, com o objetivo de popularizar as artes marciais como ferramentas de desenvolvimento humano.

Sessão plenária

Três proposições iniciarão tramitação em plenário na sessão da próxima terça-feira (22), às 14h30. O projeto de lei 105/2025, de autoria do presidente da Assembleia, deputado Alexandre Curi (PSD), altera a Lei nº 17.826/2013, que trata da concessão e manutenção do título de utilidade pública a entidades do Paraná. A proposta busca atualizar a legislação estadual para permitir a remuneração de dirigentes que exerçam funções executivas em organizações da sociedade civil sem fins lucrativos, em conformidade com as Leis federais nº 9.790/1999 e nº 13.019/2014.

O projeto de lei 225/2025, do Poder Executivo, solicita aprovação para abertura de crédito adicional especial no valor de R$ 8.211.000,00 ao orçamento da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). O recurso será utilizado para a criação do programa Paraná Saúde Digital, destinado a cobrir despesas com contratação de serviços de pessoas jurídicas, locação de equipamentos, contratação de instrutores, produção de materiais gráficos, e aquisição e desenvolvimento de softwares para atendimento do SUS Digital.

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Já o projeto de lei 112/2025 autoriza o Estado a doar um imóvel ao município de Cerro Azul. Em turno único, será votado o projeto de lei 80/2025, que autoriza a doação de imóvel à Associação dos Moradores, Amigos dos Idosos, Esportivos, Cultural dos Bairros Laranjeiras, Karla, Petrópolis, Estrela, Paraná, Belvedere I e II e Porto Seguro, de Foz do Iguaçu.

Segundo turno

Retornam à pauta para votação em segundo turno o projeto de lei 451/2023, de autoria da deputada Mabel Canto (PSDB) e do deputado Ney Leprevost (União), que institui o Novembrinho Azul. A campanha, a ser realizada anualmente no mês de novembro, visa promover a conscientização e ações de cuidado com a saúde de meninos de até 15 anos de idade.

Também será discutido o projeto de lei 307/2024, do deputado Cobra Repórter (PSD), que institui o Dia dos Heróis Paranaenses e cria o Livro Memorial Oficial dos Heróis do Paraná, com o intuito de preservar a memória histórico-cultural de atos e ações de paranaenses homenageados por seus feitos.

Redação final

Estão em redação final o projeto de lei 763/2023, da deputada Cloara Pinheiro (PSD), que estabelece prioridade no atendimento a pessoas com Diabetes Mellitus em estabelecimentos de saúde no Paraná, especialmente em exames que exigem jejum prévio; e o projeto de lei 1/2025, do Tribunal de Justiça do Paraná, que autoriza a doação de imóvel ao município de Castro.

Além disso, serão apreciadas duas propostas de concessão de título de utilidade pública: o projeto de lei 90/2025, do deputado Thiago Bührer (União), à Associação Para Vida Sem Drogas, de São José dos Pinhais; e o projeto de lei 97/2025, da deputada Cloara Pinheiro, à Associação de Voleibol Ibiporã.

Transmissão

A sessão plenária da próxima terça-feira (22) será transmitida ao vivo pela TV Assembleia, a partir das 14h30, pelo canal 10.2 (TV aberta) e canal 16 (Claro/NET). O conteúdo também estará disponível no canal do YouTube da Assembleia Legislativa do Paraná.

Fonte: ALPR PR

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