NOVA AURORA

AGRONEGÓCIO

Dia Nacional do Campo Limpo: Mato Grosso recicla 25% das embalagens do País

Publicado em

O Dia Nacional do Campo Limpo foi comemorado nesta sexta-feira (18.08) em Cuiabá, com uma série de palestras sobre meio ambiente, realizadas na sede da empresa Plastibras. O evento reuniu líderes políticos, membros do setor produtivo e autoridades locais.

Foto: Fernando Martin

O evento é uma oportunidade de ressaltar o impacto das ações sustentáveis em Mato Grosso, que é uma referência no país e no mundo quando se trata da preocupação com a sustentabilidade e o meio ambiente.

O estado é o que mais retorna embalagens de defensivos agrícolas para a indústria da reciclagem, conforme dados do Inpev, com cerca de 25% do total nacional. Em 2022 foram destinadas 52,5 mil toneladas em embalagens e destas, 93% foram para reciclagem.

Reconhecido como um marco no calendário nacional desde 2008, essa iniciativa do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev) tem como propósito destacar a participação e esforço dos diferentes agentes envolvidos na logística reversa de embalagens vazias de defensivos agrícolas no Brasil.

Isan Rezende, presidente do Instituto do Agronegócio

O presidente do Instituto do Agronegócio (IA), Isan Rezende, destacou a relevância desse encontro que é realizado anualmente. “Essa não é apenas uma celebração, mas sim de um lembrete concreto de como é crucial adotarmos práticas responsáveis e sustentáveis na agricultura. A reciclagem dessas embalagens vazias de defensivos agrícolas e a busca incessante para evitar a poluição são passos fundamentais para preservar o meio ambiente e garantir um futuro saudável para todos nós que integramos a cadeia produtiva representada pelo agronegócio brasileiro”.

Leia Também:  Clube de Bezerras e soluções para a pecuária leiteira são os destaques da Trouw Nutrition, na Expoleite 2024

O vice-governador de Mato Grosso, Otaviano Pivetta, destacou que acompanha de perto o início do bom manejo de embalagens em Mato Grosso, com a primeira central de coleta de embalagens no município de Lucas do Rio Verde.

“É muito bom ver que o que era um problema, um rejeito, virar empresas, com renda, isso mostra a organização do agronegócio em Mato Grosso. O estado está no caminho certo, o governo busca a eficiência e acima de tudo, entrega resultado”, disse Pivetta.

Marcelo Okamura, presidente do Inpev, frisou o notável alcance da ação conjunta em prol do meio ambiente: “Esse projeto Campo Limpo é um orgulho para o Brasil porque é referência mundial e nenhum país no mundo faz o que o Brasil faz”.

A secretária de Estado de Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti, conta que além de terem implementado o Plano Estadual de Resíduos Sólidos, após 11 anos de espera, a secretaria melhorou a eficiência do licenciamento ambiental como estratégia de controle ambiental importante para o desenvolvimento sustentável do estado.

“Nossa Superintendência de Licenciamento tem um tempo médio de 59 dias para o licenciamento trifásico. Quando avaliamos isoladamente a gerência que trata de gestão de resíduos sólidos, temos um tempo médio de 10 dias, o que demontra o compromisso do governo do Estado para que esta engrenagem funcione, para que sejamos um exemplo de sustentabilidade”, afirmou.

Leia Também:  Levantamento mostra que acesso precário à internet limita o potencial do campo

O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, também destacou a relevância dessa iniciativa: “Esse projeto Campo Limpo é um orgulho para o Brasil porque é referência mundial e nenhum país no mundo faz o que o Brasil faz”.

O Dia do Campo Limpo não é apenas um encontro de autoridades e líderes setoriais, mas também envolve a conscientização da comunidade e a promoção da sustentabilidade. Anualmente, o Inpev promove uma série de eventos que vão desde ações comunitárias até concursos em escolas, palestras universitárias e encontros com as autoridades locais.

Com uma trajetória que se estende por duas décadas, a Plastibras tem sido uma peça fundamental no processo de reciclagem dessas embalagens, representando uma parceria sólida e duradoura no âmbito da sustentabilidade. A empresa recebe as embalagens e as transforma em eletrodutos utilizados na construção civil e indústria de energia, impedindo a geração de toneladas de Gases do Efeito Estufa (GEE).

A data comemorativa e que visa estimular a reflexão sobre a conservação do meio ambiente e o papel de cada pessoa  foi criada pela Lei 9.974/2000, do ex-senador Jonas Pinheiro, já falecido.

O projeto estabeleceu a responsabilidade compartilhada entre todos os elos da cadeia agrícola na destinação das embalagens de defensivos agrícolas, destacando-se como um marco regulatório importante nesse contexto.

Fonte: Pensar Agro

COMENTE ABAIXO:
Advertisement

AGRONEGÓCIO

Na semana da Páscoa, indústria de chocolate enfrenta crise histórica

Published

on

By

A Páscoa de 2025 chega em meio à maior crise já registrada no mercado global de cacau. Com a cotação da amêndoa batendo recordes históricos, a indústria do chocolate enfrenta um cenário crítico: falta de matéria-prima, custo em alta e risco de desabastecimento. O preço do cacau acumula uma disparada de 189% só neste início de ano, somado a picos que chegaram a 282% no mercado internacional ano passado, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria da Alimentação (Abia).

O impacto dessa escalada já se reflete diretamente no setor produtivo brasileiro. No primeiro trimestre de 2025, a indústria processadora nacional recebeu apenas 17.758 toneladas de cacau, volume 67,4% menor em relação ao trimestre anterior, de acordo com a Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC). É um dos piores desempenhos dos últimos anos.

Sem matéria-prima suficiente no mercado interno, o Brasil aumentou as importações para tentar garantir o abastecimento, trazendo 19.491 toneladas de cacau de fora — alta de quase 30% em relação ao mesmo período de 2024. Mesmo assim, a conta não fecha. A indústria terminou o trimestre com um déficit de 14.886 toneladas, o que acende o sinal de alerta sobre a sustentabilidade do setor.

Embora os chocolates da Páscoa já estejam nas lojas desde fevereiro — resultado de compras antecipadas feitas pela indústria — os reflexos da crise serão sentidos ao longo do ano. A defasagem entre a produção nacional e o volume processado mostra que o Brasil voltou a depender fortemente do mercado externo, num momento em que a oferta mundial também está em colapso.

Leia Também:  Levantamento mostra que acesso precário à internet limita o potencial do campo

Gana e Costa do Marfim, que concentram mais de 60% da produção global, enfrentam quebras de safra causadas por pragas, mudanças climáticas e envelhecimento das lavouras. A menor oferta mundial reduziu os estoques ao menor nível em décadas, pressionando ainda mais os preços e criando um efeito cascata sobre todos os elos da cadeia.

No Brasil, a situação também é crítica. A Bahia, que responde por dois terços do cacau nacional, entregou apenas 11.671 toneladas às indústrias no primeiro trimestre — retração de 73% frente aos últimos três meses de 2024. Técnicos apontam que o clima instável prejudicou o florescimento e agravou a incidência de doenças como a vassoura-de-bruxa, exigindo mais investimento em manejo e controle.

Apesar da queda drástica na produção, o produtor baiano tem sido parcialmente compensado pelo preço elevado da amêndoa, que supera R$ 23 mil a tonelada. O custo dos insumos, por outro lado, já não sobe no mesmo ritmo, o que ajuda a preservar a renda do campo. Ainda assim, a insegurança climática e o risco sanitário mantêm o setor em alerta.

Na tentativa de segurar os preços ao consumidor, a indústria brasileira está buscando alternativas, como mudanças nas formulações, cortes de gramatura e reformulação de produtos. Chocolates com maior teor de cacau — que dependem mais diretamente da amêndoa — devem ser os mais afetados. Já produtos de linha popular podem manter preços mais estáveis, ainda que com porções menores.

Leia Também:  UE adia regulamentação da Lei Anti desmatamento e gera reações divergentes

Mesmo assim, o consumidor já percebe reajustes nas gôndolas. O ovo de Páscoa, símbolo do período, está até 20% mais caro em relação ao ano passado, e a tendência é de novos aumentos caso a crise se prolongue.

O atual desequilíbrio entre oferta e demanda reforça a urgência de investimentos em produtividade no Brasil. O país, que já foi o segundo maior produtor de cacau do mundo, hoje precisa importar amêndoa para manter sua indústria funcionando. Com lavouras envelhecidas, baixa produtividade média e forte dependência de condições climáticas, a cadeia brasileira está vulnerável.

Segundo a AIPC, é necessário acelerar a renovação de pomares, incentivar o uso de clones mais produtivos e resistentes, e ampliar o acesso a crédito para pequenos e médios produtores. Também cresce a demanda por políticas públicas que favoreçam a expansão da cacauicultura na Amazônia, no Espírito Santo e em novas fronteiras agrícolas.

Enquanto isso, o chocolate — produto culturalmente associado à celebração e ao prazer — pode se tornar um item mais raro e caro na mesa dos brasileiros. A crise do cacau já não é um problema futuro. Ela está acontecendo agora, e a Páscoa de 2025 é a prova mais amarga disso.

Fonte: Pensar Agro

COMENTE ABAIXO:
Continuar lendo

PARANÁ

POLÍCIA

ENTRETENIMENTO

ESPORTES

MAIS LIDAS DA SEMANA