O deputado Luiz Claudio Romanelli (PSD) disse nesta segunda-feira (16), que as rodovias estaduais e federais no Paraná paranaenses se tornaram um “vale tudo” com caminhões e veículos de passeios abusando da velocidade e da imprudência. “Eu viajo pelo Paraná toda semana e vejo de perto esses absurdos. No ano passado, 2,5 mil brasileiros perderam a vida em acidentes com caminhões. Não dá mais para aceitar essa falta de fiscalização e punição. Quem coloca vidas em risco está fora da lei. As autoridades precisam agir rápido”, disse Romanelli que vai convocar os comandos da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Polícia Rodoviária Estadual (PRE) para debater soluções frente à escalada dos acidentes nas estradas.
Romanelli tem sua base política nas cidades do Norte Pioneiro, Norte, Noroeste e Campos Gerais e somente na última semana percorreu 1,7 mil quilômetros passando por 16 cidades. “Estou cada vez mais assustado, aflito mesmo. Cada vez que você sai para a estrada é a certeza que você vai ficar horas e horas em filas por conta de acidentes que muito mais que transtornos causam traumas, sequelas e mortes”.
“Hoje não tem mais ‘a rodovia da morte’. As rodovias se tornaram um espaço da morte por causa do excesso de velocidade, tanto dos veículos leves quanto dos caminhões. Caminhões que pelo tacógrafo teriam que ter uma velocidade média de no máximo 90 km/h, estão rodando 120 km/h, 130 km/h, 140 km/h”, completou.
O deputado ainda aponta que parte dos caminhões trafega com excesso de cargas e ele não identificou balanças de peso de cargas e ainda que a fiscalização é mínima tanto nas rodovias estaduais quanto nas federais. “Por isso, vou apresentar uma convocação para que PRF e PRE venham à Assembleia para debater o tema. Vamos chamar a sociedade civil organizada e nós temos que fazer um pacto pela vida e pelo respeito à legislação”, completou.
Acidentes
No primeiro semestre de 2024, a PRF registrou aumento de 6,5% de mortes em sinistros de trânsito nas rodovias paranaenses em comparação com o mesmo período de 2023. O aumento de 17 mortes (passando de 261 para 278) tem relação direta com as colisões frontais, tipo de acidente causado predominantemente pelas ultrapassagens proibidas ou forçadas e pelo excesso de velocidade.
Das 278 pessoas que perderam a vida nas rodovias federais paranaenses, 93 foram vitimadas em sinistros do tipo “colisão frontal”, quando o choque de dois veículos ocorre “de frente”, resultando numa interrupção brusca da trajetória do veículo e de seus ocupantes. As colisões frontais são o sétimo tipo de sinistro mais frequente (aproximadamente 7% das ocorrências), mas responde por 1/3 das mortes registradas no estado. A maior parte dessas colisões (54%) aconteceram em trechos sem duplicação, com o fluxo de ambos os sentidos dividindo a mesma pista.
Nos últimos dois anos, os registros da Secretaria Estadual de Saúde apontam que 6.060 jovens de 20 a 29 anos foram internados por lesões de trânsito (acidentes em rodovias e no perímetro urbano das cidades) em hospitais públicos ou que atendem pelo SUS e 1.119 morreram em decorrência de acidentes no Paraná. As internações hospitalares dessa faixa etária custaram aproximadamente R$ 10,2 milhões no período (2022 e 2023).
Fonte: ALPR PR