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Vai um café com o diretor? Estratégias de escolas estaduais estão dimunuindo evasão

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Foi-se o tempo que o aluno tinha receio de ser chamado na direção da escola, porque era certeza de que levaria uma bronca. Hoje, quem diria, os estudantes estão formando até filas para passar um tempo por lá, em cafés da manhã com os diretores. A disputa pelos lugares na mesa gira em torno da frequência. Quem tiver faltado menos às aulas no mês anterior tem cadeira cativa no desjejum matinal, que acontece uma vez por mês.  A estratégia, adotada por escolas estaduais em regiões vulneráveis de pequenos municípios do Paraná, é apenas uma dentre uma série de ações que estão trazendo alunos faltosos de volta para os bancos escolares.  

Vem de Palmas, na região Central do Paraná, o primeiro dos exemplos no acolhimento aos estudantes e no combate ao abandono escolar. Por lá, a direção do Colégio Estadual Alto da Glória conseguiu, em três anos, com o projeto Café com o Diretor, atrair de volta os ausentes. “Começamos o projeto em 2023, com uma média de apenas 30 alunos assíduos. Em  menos de um ano, conseguimos mais do que quadruplicar este número. Hoje temos uma média de 130 presentes diariamente. Eles já sabem: deixar de comparecer às aulas um dia sequer sem justificativa implica em ficar de fora do café”, conta o diretor Fernando Souza da Silva.

Em 2025, o projeto foi estendido para as turmas do período noturno e ampliado com a criação do Bingo da Frequência. Os alunos recebem um cartão que é carimbado diariamente. Quem completa a cartela, ganha prêmios, que se resumem a material escolar e souvenires. “A meta estabelecida era atingir 100% de comparecimento durante a semana e estamos conseguindo. Os próprios alunos cuidam da sua frequência. Posso dizer que o projeto é um sucesso e quem ganha é o aluno e educação pública do Paraná”, acrescenta. 

Participam do projeto  os 490 alunos das 17 turmas dos ensinos Fundamental, Técnico e Médio. O colégio atende 587 estudantes. É o caso de Bianca Caldas Rodrigues, de 15 anos, da 1ª série do curso de  Técnico em Informática, que se sentiu motivada a estar no ambiente escolar a partir dos projetos. “Participar do  café com o diretor é uma experiência muito boa, que incentiva a gente a vir para a aula e além de ter me feito conseguir boas notas e boa frequência, mesmo nos dias de chuva e de frio”.

MESA FARTA E CAPRICHO NA MERENDA –  Nas primeiras edições, no ano de 2023, a escola realizou uma pesquisa com os estudantes para saber o que eles consideravam um café da manhã completo. As sugestões vieram recheadas de todo tipo de guloseima. Os recursos para a aquisição de pães, sucos, bolachas, doces, e tudo o que eles pediram, são provenientes do programa Mais Merenda, do Governo do Estado.

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Ainda na linha de “pegar os alunos pelo estômago”, a direção capricha na merenda servida. “Procuramos fazer um verdadeiro banquete para nossos alunos”, brinca Fernando. “Eles são muito carentes. Para alguns, a merenda é a única refeição do dia. E é um direito de todos. Bem alimentados, podem se preocupar apenas em tirar boas notas”, reforça.

“Em uma região vulnerável da periferia de Palmas, onde está localizada a instituição de ensino, em que os alunos trocam a escola por drogas e bebidas ou abandonam os estudos por terem necessidade de trabalhar, é natural que a frequência caia ao longo do ano. Por isso, a importância de motivar os estudantes com essas ações e eu parabenizo a direção pelas atitudes”, diz o secretário de Estado da Educação, Roni Miranda.

“No início de 2023, o percentual de presença aqui na escola Alto da Glória estava em 85%, bem no limite do que é exigido pelo Ministério da Educação (MEC). Hoje estarmos com um percentual médio de 93% é motivo de orgulho”, celebra o diretor Fernando Souza da Silva.

MAIS CAFÉS, CORRIDA E “ADOÇÃO” – No Colégio Estadual Cívico-militar Presidente Arthur da Costa e Silva, em Floresta, na região Noroeste, um misto de ações alavancou os índices de  frequência: a Corrida da Presença, o projeto Adote um Aluno e o próprio Café com a Diretora. “Percebemos que os alunos, além de melhorar a sua própria frequência, passaram a cobrar a presença dos faltosos para estar entre os primeiros no ranking”, diz  a diretora Simone de Oliveira.

No colégio, a frequência é monitorada dia a dia e por turma. O projeto da corrida, por exemplo, se resume a um cartaz exposto no hall de entrada da escola, com a frequência sendo apontada por “figurinhas” nas cores verde, amarela e vermelha, criando uma competição saudável entre as classes.

No Adote um Aluno,  cada funcionário/professor “adota” um ou mais alunos para  acompanhar durante o ano. “Só que, nesse caso, cobramos, além da frequência, atitudes de respeito aos colegas e aos professores, cuidado com a limpeza e com a organização da escola e boas notas”, ressalta Simone.

Além disso, foram implementadas premiações e homenagens individuais para alunos com 100% de frequência, turmas com maiores índices trimestrais de frequência, notas acima de 9,5 nas avaliações externas, aluno superação e aluno com todas as notas acima de 8,0. Foi o caso de Gabriele Lott, do nono ano. “Antes eu faltava muito, mas agora eu marco presença para ajudar minha turma a vencer e para participar de todas as premiações e, claro,  do Café com a Diretora”, diz a aluna de 14 anos.

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ALUNO QUE FALTA, FAZ FALTA –  Esta é a campanha permanente  do Colégio Estadual Cívico-Militar Sebastião Paraná, também no município de Palmas. Melhorar os índices de frequência no colégio, que tem cerca de 1.400 alunos matriculados, sempre foi um dos principais desafios da gestão. “Aqui tínhamos muitos casos de alunos pula-pula, que vão para a escola apenas duas ou três vezes na semana, acarretando em baixo desempenho de aprendizagem e, muitas vezes,  a exposição deles a situações de risco estando fora do ambiente escolar”, argumenta a diretora Cleci Terezinha Fragoso.

Por lá, as ações de atração foram implementadas a partir de 2023 e em várias frentes: além de cafés, de busca ativa em grupos de aplicativos de mensagens a fotos em murais.

O grupo criado no whatsapp chamado “alunos faltosos”, conta com a participação de todos os professores, pedagogos e direção. Foram inseridos os nomes dos alunos ausentes para que se pudesse fazer contato com as famílias. Para casos mais graves de faltas contínuas, a direção promove visitas domiciliares para conferir in loco a situação.

Outro “reforço motivacional” encontrado foi  homenagear semanalmente as turmas com maiores  picos de frequência expondo suas fotos no chamado “mural presente na escola”, em seguida, divulgando o desempenho nas redes sociais, finalizando com um lanche diferenciado.

O Café com o Diretor também foi implantado com sucesso no Sebastião Paraná, na mesma linha das outras escolas. A diferença aqui é que as anfitriãs são diretora e diretora-auxiliar, e após a comilança os estudantes recebem um certificado de aluno 100%, tudo fotografado e postado nas redes.

O primeiro café, lá em 2023, contou com apenas 76 alunos. Na segunda edição, um mês depois, foram quase 200 convidados. Nas seguintes, já eram 400, 500 estudantes.

“Nosso percentual diminui, consideravelmente, nas semanas chuvosas, uma vez que absorvemos mais de 80% dos alunos que vêm de transporte público e que moram na  zona rural. Entretanto, estas ações geraram um efeito positivo em nossos índices, porque temos mantido a frequência acima dos 90%, com picos de 93% em alguns meses, o que para nossa realidade é um feito histórico”, afirma Cleci, a diretora.

Fonte: Governo PR

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Decreto isenta de ICMS biogás, biometano e combustível sustentável de avião no Paraná

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O governador Carlos Massa Ratinho Junior assinou nesta segunda-feira (05) o Decreto nº 9.817 que concede isenção sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em operações para aquisições de bens destinados à fabricação de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês), biometano, biogás, metanol e CO2. 

Além disso, o decreto também concede a isenção do ICMS na aquisição de máquinas, equipamentos, aparelhos e componentes para geração de energia a partir do biogás, como bombas de ar ou de vácuo, compressores de ar ou de outros gases e ventiladores; coifas aspirantes, contadores de gases. As duas medidas buscam tornar o Paraná mais competitivo na atração de negócios em energia renovável, alavancando o desenvolvimento estadual.

O decreto internaliza os convênios 161/2024 e 151/2021, aprovados pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) durante o Encontro Nacional dos Secretários da Fazenda em dezembro. Com a regulamentação, as isenções já estão em vigor. 

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De acordo com o secretário estadual da Fazenda, Norberto Ortigara, a ideia é justamente estimular investimentos em combustíveis sustentáveis no Paraná, colocando o Estado em posição de destaque no cenário nacional. “Queremos consolidar o Paraná como uma referência e um polo na produção de novas energia e incentivos fiscais, como a isenção do ICMS, são formas de pavimentar esse caminho, estimulando investimentos no setor”, explica.

Um dos objetivos da iniciativa, aponta Ortigara, está em tornar o biometano economicamente viável. “O Paraná já é o maior produtor de proteína animal do Brasil, então queremos aproveitar o potencial que já existe aqui para fomentar a cadeira de biogás e biometano. Temos potencial para sermos uma Arábia Saudita do combustível renovável”, diz. “É usar dejetos de animais para gerar energia e, com as novas isenções, facilitamos o caminho para tornar o Estado ainda mais sustentável”.

SUSTENTABILIDADE – Os esforços do Paraná em se tornar referência na produção de combustíveis sustentáveis a partir do reaproveitamento do potencial agrícola não se limita apenas à isenção do ICMS. Embora a medida assinada pelo governador estimule ainda mais o setor, o Estado já aposta na geração de energia renovável também por meio de outros programas, como o Paraná Energia Rural Renovável (RenovaPR).

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Executado pelo IDR-Paraná, ele incentiva os produtores rurais a produzir sua própria energia ou combustível. O Estado também subsidia os juros dos empréstimos usados pelos produtores para a implantação de projetos de energia renovável, por meio do Banco do Agricultor Paranaense.

Segundo levantamento do Centro Internacional de Energias Renováveis (Cibiogás), o Paraná lidera com folga o número de plantas de biogás na região Sul, com 426 unidades instaladas, 348 delas da agropecuária. Em Santa Catarina são 126 plantas e no Rio Grande do Sul 84. O Paraná foi responsável com 53% do volume de geração de biogás na região no ano passado, com 461 milhões de metros cúbicos normais. .

Fonte: Governo PR

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