PARANÁ
Um ano da guerra: Governo do Paraná já acolheu 12 cientistas ucranianos
Publicado em
24 de fevereiro de 2023por
Itajuba TadeuA invasão russa na Ucrânia completa um ano nesta sexta-feira (24) com um legado de imagens de bombardeios, prédios destruídos e mais de 40 mil mortos. Ao mesmo tempo diversas iniciativas globais foram criadas para dar esperança à população local diante da crise humanitária. Uma delas é promovida pelo Governo do Paraná, estado com o maior número de descendentes ucranianos no Brasil.
O Programa de Acolhida aos Cientistas Ucranianos, idealizado por meio da Fundação Araucária e com o apoio da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, já recebeu 12 pesquisadores e suas famílias. São vidas e histórias salvas da guerra. Essas pessoas encontraram no Estado a oportunidade de um recomeço atuando em parceria com cientistas brasileiros em universidades estaduais, no Instituto Federal do Paraná (IFPR), na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).
Os cientistas que possuem mais de cinco anos de experiência em pesquisa (Bolsa Pesquisador Visitante Especial 1) recebem a bolsa mensal de R$ 10 mil e os que possuem menos de cinco anos de experiência (Bolsa Pesquisador Visitante Especial 2) recebem R$ 5.500. O programa ainda conta com auxílio complementar de R$ 1.000,00 por dependente abaixo de 18 anos e/ou ascendente acima de 60 anos. O limite deste auxílio é estabelecido em três complementos para cada pesquisador selecionado.
O edital é de fluxo contínuo, ou seja, ainda pode receber mais algumas dezenas de bolsistas (são 50 vagas disponíveis). Além dos 12 pesquisadores que estão no Paraná, outros 10 cientistas devem chegar ao Estado nos próximos meses. No dia 1° de março Andriy Holod chega ao Paraná. Ele vai atuar na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) e é marido da professora Yuliia Felenchak, que está no Brasil desde agosto de 2022. Ele conseguiu a autorização para sair da Ucrânia apenas nos últimos dias.
“O principal objetivo é chegar ao maior número de cientistas ucranianos possível e fazer com que esses homens e mulheres se sentissem acolhidos pelas universidades paranaenses. O foco desta iniciativa é humanitário e deixará um legado na comunidade paranaense”, destacou o presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig.
EXEMPLOS – Lesia Zolota estava refugiada na Alemanha antes de desembarcar no Paraná neste ano. Ela foi acolhida pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). “Antes de vir para o Brasil eu tinha muitas dúvidas, mas marquei diversas reuniões, conheci as pessoas e tive todo apoio para sanar as minhas preocupações. A recepção no Brasil foi extremamente calorosa, nos sentimos acolhidos e sabemos que podemos contar com a ajuda de todos os professores e alunos locais para nossa adaptação”, afirmou.
A professora vai desenvolver uma pesquisa de levantamento e proteção ao patrimônio imaterial relacionado à imigração ucraniana no centro-sul paranaense. A ideia é que a pesquisadora oriente dois mestrandos, atendendo aos alunos sobre aspecto cultural e jurídico do patrimônio ucraniano e, eventualmente, traduza essa pesquisa para artigos internacionais e deixe um livro sobre o tema.
Katherina Hodick também chegou ao Paraná em 2023. Ela trabalhará na Universidade Estadual de Londrina (UEL). A pesquisadora é professora da Junior Academy of Sciences of Ukraine (JASU) e trabalha no desenvolvimento de materiais pedagógicos direcionados a crianças que participam de competições intelectuais, além de ser especialista em literatura.
“Esta iniciativa oferece aos cientistas ucranianos a oportunidade de retomar o trabalho, o que é muito importante para nós atualmente. Esse programa também traz oportunidades extraordinárias de colaboração e comunicação entre os pesquisadores ucranianos e brasileiros. Me sinto acolhida e segura neste País”, comentou.
Outros exemplos são da professora ucraniana Zhanna Virna, que trabalha atualmente na Escola de Educação e Humanidades (EEH) da PUCPR com o projeto “Educação e Direitos Humanos: bem-estar e melhora da qualidade de vida na escola e na comunidade”; Svitlana Gerasimenko, que está em Medianeira, no Oeste, estudando astrofísica na UTFPR; e Maria Boiko, doutora em Biotecnologia, que desde maio do ano passado desenvolve atividades na área de Microbiologia junto ao Centro de Ciências Biológicas (CCB) da UEL.
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ACOLHIMENTO – Além das bolsas aos pesquisadores e auxílio aos seus dependentes, o programa conta com o edital institucional Universidades Amig@s: Acolhimento Extensionista aos Cientistas Ucranianos. Ele já conta com colaboradores selecionados e tem como objetivo prestar acolhimento social em forma de apoio nas atividades cotidianas dos pesquisadores ucranianos e suas famílias. Já o Paraná Fala Idiomas, também iniciativa do Estado, ministra aulas online de português aos ucranianos antes mesmo deles chegarem ao Brasil.
DOCUMENTÁRIO – Para marcar esse programa, a Fundação Araucária, com apoio da UEPG, está produzindo um documentário para contar as histórias desses pesquisadores que estão sendo acolhidos pelo Estado. O trailer será lançado nesta sexta-feira.
Fonte: Governo do Paraná
PARANÁ
Ganhando o Mundo: últimos intercambistas começam a chegar com mala cheia de experiências
Published
3 horas agoon
23 de dezembro de 2024By
O Natal será com a família reunida e com diversas histórias para compartilhar para 27 alunos que voltaram do intercâmbio nos Estados Unidos nesta segunda-feira (23), dentro do programa Ganhando o Mundo. Eles desembarcaram no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na Grande Curitiba, onde foram recebidos com muita emoção por pais e familiares depois de quatro meses estudando na América do Norte. Outros alunos devem chegar em janeiro.
Foram mil estudantes de escolas públicas paranaenses que tiveram a oportunidade de realizar um intercâmbio com as despesas pagas pelo Governo do Estado, após uma seleção que envolveu mais de 12 mil candidatos. A edição de 2025 será ainda maior e levará 1,2 mil alunos para cinco países de língua inglesa (Austrália, Canadá, Irlanda, Nova Zelândia e Reino Unido). Durante seis meses, os jovens farão curso equivalente ao Ensino Médio no Brasil.
O chefe do Departamento de Intercâmbios da Secretaria de Estado da Educação (Seed), Marlon de Campos, destacou que a edição do Ganhando o Mundo deste ano foi um sucesso. “Todo o processo está sendo incrível. Foi o primeiro ano que nós tivemos mil alunos viajando, 950 deles já retornaram no primeiro semestre, e agora o restante está voltando”, ressaltou.
“Eles voltam com uma cabeça completamente mudada, muito mais atenciosos com a sua família, com a sua escola, com o seu espaço. Quando eles viajam e experienciam uma oportunidade tão diferente, não só da língua, mas também cultural e acadêmica, eles ampliam os seus horizontes e isso faz com que se tornem líderes”, acrescentou.
EXPERIÊNCIA DE VIDA — Entre as intercambistas que chegaram nesta segunda-feira está Isabella Parra Hass, de 16 anos, estudante do Colégio Estadual Rio Branco, em Rio Branco do Ivaí, no Norte do Estado. Para ela, a principal conquista com o intercâmbio foi tornar-se uma pessoa mais independente. “Foi uma das melhores experiências da minha vida. Vivi coisas que eu nunca imaginaria viver, conheci pessoas incríveis e me tornei uma pessoa tão madura, independente, que eu nunca imaginei que eu conseguiria”, explicou.
Ela conta que pôde vivenciar a cultura americana na prática. “Fui líder de torcida e também gerente do time de basquete feminino. Foi muito legal vivenciar a cultura deles, do esporte, mas mais do que isso, saber que você consegue fazer algo quando realmente se quer muito. Uma oportunidade incrível que nunca imaginei que poderia ter e que graças ao Ganhando o Mundo consegui realizar um dos meus maiores sonhos”, disse, com os olhos ainda com lágrimas após encontrar os pais.
A família viajou cerca de 350 quilômetros para receber a filha, pouco para uma distância que já foi continental. “A gente viveu junto esse intercâmbio. Ela lá e eu acompanhando daqui, nos falando todos os dias, dando força nas horas das dificuldades e sorrindo, acreditando que tudo ia dar certo”, afirmou Maria Inez Parra Hass, mãe de Isabella.
“Agradeço ao Governo do Estado por esse intercâmbio, por esse projeto. Ela gostou muito da escola, construiu muitas amizades, foi muito bem recebida pela família e agora esse presente de Natal que estamos está recebendo com a chegada dela”.
Para Pedro Moreira Silva, 16 anos, do Colégio Estadual Arcângelo Nandi, de Santa Terezinha de Itaipu, no Oeste, o que mais lhe chamou sua atenção foi a cultura do esporte nos colégios americanos. “Eu não teria oportunidade de fazer um intercâmbio se não fosse por esse programa, para estudar numa verdadeira high school. Uma das coisas mais legais foi o esporte que pratiquei, participando do time de futebol americano, que foi incrível, e um pouco de wrestling”, ressaltou.
Outro destaque foi o aprimoramento da língua. “O meu inglês melhorou muito, o que vai me ajudar a ter um bom emprego. Fora isso, aprendi coisas novas, como comidas típicas de lá e que vou cozinhar para a minha família, além da neve, porque lá é bem gelado”, disse.
A mãe de Pedro, Katyussa Maiara Moreira, contava os minutos para chegada do filho, acompanhada do marido e da filha mais nova. “Começa a bater aquela ansiedade. A gente fala que não vai ficar nervosa, mas não tem como. É um orgulho como mãe saber que ele conquistou isso, que chegou onde chegou e só tenho muito a agradecer a Deus e ao Governo do Estado”, salientou.
“Ele se desenvolveu muito bem. No começo foi difícil, mas todo dia conversava com ele pelo WhatsApp, então estava longe, mas perto ao mesmo tempo. E agora ter ele aqui junto no Natal, poder passar o Ano-Novo era uma coisa que a gente queria muito”, celebrou o pai, Rodimar Silva.
Quem também vai ter muita história para contar é Amanda Samiria, de 16 anos, do Colégio Estadual Joaquim de Oliveira Franco, de Mandirituba, na Região Metropolitana de Curitiba. Ela foi recebida pelos pais e amigos no saguão do aeroporto. “Ao mesmo tempo que apertava o coração, eu sabia que aquilo ia ser para o meu bem. Toda a independência, maturidade e responsabilidade que eu ganhei com esse programa foi incrível, uma oportunidade de estar vivendo em um outro país, de morar com uma outra família, com uma cultura totalmente diferente da minha”, comentou.
“Ao mesmo tempo que o coração está apertado por eu ter deixado minha segunda família lá nos Estados Unidos, também está muito alegre de reencontrar todo mundo, de ver o quanto eu sou amada aqui e o quanto tudo valeu a pena. Já tenho planos para compartilhar tudo o que eu aprendi, que eu não vou deixar só para mim, mas sim dividir com os outros, contar como foi a minha experiência para inspirar outras pessoas a também participarem”, acrescentou.
GANHANDO O MUNDO – Iniciado como projeto-piloto em 2022, o Ganhando o Mundo levou 100 estudantes para o Canadá, na América do Norte, naquele ano. Na segunda edição, outros 100 alunos tiveram a experiência de conhecerem uma outra cultura, desta vez com destino a Nova Zelândia, na Oceania.
Em 2023, o programa passou a incluir professores, com 96 docentes enviados para o Canadá e a Finlândia, países referências em educação. No mesmo ano, mais 40 alunos estudaram por um semestre letivo na França. Já em 2024, o número de intercambistas cresceu dez vezes, chegando a mil alunos que viajaram para países de língua inglesa, como Canadá, Nova Zelândia, Inglaterra, Austrália e Estados Unidos. Além disso, 100 diretores de colégios estaduais embarcaram no meio do ano para um intercâmbio de duas semanas no Chile.
A próxima edição, em 2025, será ainda maior. Mais de 1,2 mil alunos da rede estadual terão como destino cinco países de língua inglesa (Austrália, Canadá, Irlanda, Nova Zelândia e Reino Unido). Durante seis meses, os jovens farão curso equivalente ao Ensino Médio no Brasil.
Também em 2025 acontecerá a primeira edição do programa voltada aos alunos de 1ª série dos cursos técnicos em agropecuária, agrícola, florestal, operações de máquinas florestais e agronegócio, matriculados nos centros de educação profissional. Cem estudantes vão para Iowa, nos Estados Unidos, estado líder em tecnologia agrícola e coração do corn belt (cinturão agrícola forte em produção de milho e um dos principais pólos agrícolas do mundo).
Fonte: Governo PR
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