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Programa estadual que transforma pesquisas em novos produtos começa nova etapa

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Isolante térmico à base de bagaço de mandioca para a construção civil, recipiente de fibra biodegradável para plantas e tratamento térmico de resíduos industriais. Esses são alguns dos 28 projetos científicos aprovados pelo Governo do Estado para a segunda fase da 4ª edição do Programa de Propriedade Intelectual com Foco no Mercado (Prime), em 2024. Na quarta-feira (21), os pesquisadores participaram de um workshop sobre transferência de tecnologia.

Do total, 13 são pesquisadores das universidades estaduais de Londrina (UEL), de Maringá (UEM), do Oeste do Paraná (Unioeste) e do Centro-Oeste (Unicentro); e 10 estão ligados à Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Os outros cinco são vinculados à Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná (IFPR), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Universidade Positivo (UP).

Coordenado pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), o Prime vai destinar, neste ano, R$ 2 milhões para a aceleração de até 10 projetos com potencial para negócios, com valor individual de R$ 200 mil. Os finalistas serão selecionados entre os participantes dessa segunda etapa, que encerra em 25 de setembro.

A fase final está prevista para 1º de outubro com as últimas seções de workshop e mentorias para os classificados. Com recursos do Fundo Paraná de fomento científico administrado pela Seti, o montante e a quantidade de projetos finalistas são o dobro do ano passado.

Promovido anualmente, o Prime tem como objetivo transformar os resultados de pesquisas acadêmicas com potencial de mercado em novos produtos, serviços e negócios. O programa conta com a parceria da Fundação Araucária e do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Paraná (Sebrae/PR), responsável pela aplicação, de forma remota, dos conteúdos dos workshops, como aspectos jurídicos, comerciais, de negócios, finanças, inovação, financiamento, entre outros.

Todos os projetos selecionados para a segunda etapa do programa contam com patente registrada ou depositada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), instituição ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

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SUSTENTABILIDADE – Uma das pesquisas propõe um isolante térmico para edificações, que reaproveita de maneira sustentável o bagaço da mandioca, um resíduo comum da produção industrial de produtos alimentícios, como farinha, amido e polvilho. Além de dar um novo destino para esse tipo de matéria-prima, que seria descartada, a ideia representa uma alternativa eficiente para substituir a lã de vidro, item de revestimento geralmente usado no setor da construção civil.

A solução inovadora é resultado de um estudo desenvolvido pelo estudante de doutorado Gustavo de Carvalho Gorges, no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais da Unioeste, no câmpus de Toledo. Ele destaca a importância do apoio governamental para transformar pesquisas acadêmicas em produtos e serviços. “O investimento do governo estadual em transformar nossas ideias em produtos e serviços promove o crescimento do nosso Estado e valoriza o esforço e a dedicação que colocamos nas pesquisas”, afirma.

A patente do produto desenvolvido na Unioeste foi registrada no programa de Patentes Verdes do Inpi, que é voltado para novas tecnologias que contribuem para o meio ambiente e combate às mudanças climáticas.

RECICLAGEM – Outro projeto é o da pesquisadora de pós-doutorado Fabiola Azanha de Carvalho, realizado em parceria com o professor Fabio Yamashita, do Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos da UEL. A ideia consiste num recipiente desenvolvido com resíduos da agroindústria, que serve para cultivar hortaliças, verduras e árvores de grande porte. Essa inovação diminui, por exemplo, a utilização de vasos de plásticos, além de fortalecer as plantas com nutrientes na fase inicial de crescimento.

A iniciativa de pesquisa da UEL envolve alunos dos programas de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos e em Biotecnologia.

Doutora em Ciência dos Alimentos, Fabiola destaca a relevância do programa governamental. “O Prime é um programa muito importante porque ele fomenta a interação entre academia e setor empresarial”. Ela explica que, com o Prime, essa comunicação é facilitada, permitindo que produtos e serviços com potencial sejam lançados no mercado. “O programa promove a aplicação prática das pesquisas e contribui para o desenvolvimento econômico do estado, trazendo benefícios tanto para universidades quanto para empresas”.

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RESÍDUOS Em Apucarana, na região do Vale do Ivaí, o engenheiro químico Guilherme Andreoli Gil, em parceria com o professor Murilo Moisés, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental da UTFPR, propõe um tratamento para resíduos industriais. Sem usar aditivos químicos ou biológicos, o novo processo tem como resultado um biocarvão livre de contaminantes tóxicos, que pode ser usado diretamente no solo ou como componente de outros insumos, como fertilizante agrícola.

O pesquisador Guilherme Gil destaca o impacto significativo do programa Prime no avanço das pesquisas e na introdução de novas tecnologias. “O Prime é fundamental para conectar as inovações com o mercado empresarial, gerando impacto positivo nas empresas e na sociedade, que é o principal consumidor final das soluções produzidas pela ciência”, pontuou.

O biocarvão também pode substituir combustíveis sólidos empregados em indústrias para manter o funcionamento de máquinas, como em siderúrgicas, mineradoras e cimenteiras. Já o material líquido resultante do processo de tratamento dos efluentes dessa inovação pode ser utilizado para reabastecer caldeiras ou aquecedores da produção industrial, o que contribui para uma economia de água nesse setor econômico.

COMERCIALIZAÇÃO Em setembro, o governo estadual irá publicar um edital para seleção de empresas interessadas em licenciar e comercializar as soluções inovadoras propostas pelos participantes dessa segunda etapa do Prime 2024. O objetivo é fomentar a cooperação entre o setor público e a iniciativa privada, gerando oportunidades para que as inovações desenvolvidas durante o programa sejam amplamente adotadas e integradas ao mercado. O intuito é promover o avanço tecnológico, gerar novos empregos e contribuir para o desenvolvimento sustentável da economia paranaense.

Fonte: Governo PR

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Decreto isenta de ICMS biogás, biometano e combustível sustentável de avião no Paraná

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O governador Carlos Massa Ratinho Junior assinou nesta segunda-feira (05) o Decreto nº 9.817 que concede isenção sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em operações para aquisições de bens destinados à fabricação de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês), biometano, biogás, metanol e CO2. 

Além disso, o decreto também concede a isenção do ICMS na aquisição de máquinas, equipamentos, aparelhos e componentes para geração de energia a partir do biogás, como bombas de ar ou de vácuo, compressores de ar ou de outros gases e ventiladores; coifas aspirantes, contadores de gases. As duas medidas buscam tornar o Paraná mais competitivo na atração de negócios em energia renovável, alavancando o desenvolvimento estadual.

O decreto internaliza os convênios 161/2024 e 151/2021, aprovados pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) durante o Encontro Nacional dos Secretários da Fazenda em dezembro. Com a regulamentação, as isenções já estão em vigor. 

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De acordo com o secretário estadual da Fazenda, Norberto Ortigara, a ideia é justamente estimular investimentos em combustíveis sustentáveis no Paraná, colocando o Estado em posição de destaque no cenário nacional. “Queremos consolidar o Paraná como uma referência e um polo na produção de novas energia e incentivos fiscais, como a isenção do ICMS, são formas de pavimentar esse caminho, estimulando investimentos no setor”, explica.

Um dos objetivos da iniciativa, aponta Ortigara, está em tornar o biometano economicamente viável. “O Paraná já é o maior produtor de proteína animal do Brasil, então queremos aproveitar o potencial que já existe aqui para fomentar a cadeira de biogás e biometano. Temos potencial para sermos uma Arábia Saudita do combustível renovável”, diz. “É usar dejetos de animais para gerar energia e, com as novas isenções, facilitamos o caminho para tornar o Estado ainda mais sustentável”.

SUSTENTABILIDADE – Os esforços do Paraná em se tornar referência na produção de combustíveis sustentáveis a partir do reaproveitamento do potencial agrícola não se limita apenas à isenção do ICMS. Embora a medida assinada pelo governador estimule ainda mais o setor, o Estado já aposta na geração de energia renovável também por meio de outros programas, como o Paraná Energia Rural Renovável (RenovaPR).

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Executado pelo IDR-Paraná, ele incentiva os produtores rurais a produzir sua própria energia ou combustível. O Estado também subsidia os juros dos empréstimos usados pelos produtores para a implantação de projetos de energia renovável, por meio do Banco do Agricultor Paranaense.

Segundo levantamento do Centro Internacional de Energias Renováveis (Cibiogás), o Paraná lidera com folga o número de plantas de biogás na região Sul, com 426 unidades instaladas, 348 delas da agropecuária. Em Santa Catarina são 126 plantas e no Rio Grande do Sul 84. O Paraná foi responsável com 53% do volume de geração de biogás na região no ano passado, com 461 milhões de metros cúbicos normais. .

Fonte: Governo PR

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