PARANÁ
Língua sem fronteiras: estrangeiros aprendem português com apoio do Estado
Publicado em
7 de novembro de 2024por
Itajuba Tadeu
Todas as terças-feiras nos períodos da manhã e da noite uma mistura de sons, sotaques e dialetos pode ser ouvida nos corredores do Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos Ceebja Paulo Freire, no Centro de Curitiba. São palavras, frases e expressões ditas em idiomas distintos, que vão do espanhol falado na Venezuela, passando pelo de Cuba, o árabe da Síria, ou o crioulo e o francês dos haitianos, chegando ao inglês, predominante entre a maioria.
Além da diversidade linguística, os trajes e costumes também distinguem o grupo. No entanto, há uma característica em comum entre eles e os demais frequentadores da instituição de ensino: são alunos. A diferença é que vieram de longe para o Brasil e buscam aprender a língua portuguesa por meio do curso de Português para Falantes de Outras Línguas (PFOL), oferecido pela rede estadual de ensino do Estado.
Ao todo, são 70 alunos matriculados, divididos em quatro turmas, três à noite e uma pela manhã, que foram reestruturadas no início do ano, quando os grupos foram formados.
“Não quero falar apenas o portunhol, mas o português na maneira correta e estou me esforçando para isso”, diz o advogado venezuelano Juan Merengote, que chegou à capital paranaense há menos de seis meses, e tem como meta obter fluência para, quem sabe, deixar o trabalho como caixa de supermercado e voltar a advogar. “Posso também trabalhar como professor ou em algo melhor, afinal, já sou fluente em espanhol e inglês e estarei qualificado para novos desafios”.
Por causa da crise econômica e humanitária da Venezuela, Juan deixou para trás toda a família, que afirma “guardar no coração”.
Mesmo motivo que trouxe Antonella Bello e Quisbel Jose Marquez ao Paraná. Ambas, há mais tempo no Brasil, já dominam o português, mas não arredam o pé das aulas.
“Aprender a língua me transformou. Quando cheguei aqui há três anos, eu era outra pessoa. Muito tímida por não entender o que as pessoas diziam e não conseguir me comunicar. O que a gente aprende na rua não ajuda. É muito diferente de vir para a escola, porque aqui você aprende a ir fundo no conhecimento, na pronúncia”, diz a atendente de padaria, que vive com o marido e dois filhos em Curitiba e que ainda sonha em voltar ao país de origem. “A vida de imigrante é muito difícil. Não gostaria de viver assim para sempre”.
Antonella, de 24 anos, já conhece bem o modo de falar em português. Agora quer aprender a escrever corretamente para ter mais oportunidades. “Eu trabalho como auxiliar de limpeza e sem uma boa escrita, nada dá certo. Aos poucos, estou aprendendo a escrever algumas palavras”, afirma.
METODOLOGIA DINÂMICA – Somente na turma matutina são oito venezuelanos, que não estudam apenas gramática. Aprendem mais sobre cultura brasileira, costumes, como se comunicar em determinadas situações. Isso faz parte de uma metodologia desenvolvida pela professora Vivian Célia Brunnquell, graduada em Inglês e Português e especialista em Didática do Ensino Superior.
“Quero que aprendam a morar no Brasil. Por isso, trabalho com situações reais: como comprar, cumprimentar, falar das dores em uma consulta médica. É como se fosse um curso básico de inglês para crianças”, explica a professora.
Por meio dos recursos educacionais digitais, como apostilas virtuais, é possível treinar a oratória, e os alunos podem praticar em casa e tirar as dúvidas em sala de aula. O Colégio Paulo Freire possui um laboratório de informática, para que os estudantes sejam inseridos na plataforma Leia Paraná, recurso de leitura que pode ser acessado pelo celular, tablet ou computador, online e off-line, onde aprendem a ler e a ouvir em português.
Também é pelos meios digitais que os estudantes têm acesso a um dicionário online – para conferirem a pronúncia de cada palavra. Além disso, é possível fazer uma série de atividades online. “Por exemplo, clique no vídeo, veja a legenda em português e ouça no seu idioma. E podem inverter, o que permite com mais facilidade obter a fluência na língua portuguesa”, continua a professora.
E se a Língua Portuguesa é diversa e regionalizada, portanto, complexa, a premissa da professora Vivian é de que os alunos estrangeiros precisam interpretar cada texto que leem. “O português falado no Brasil é difícil e nós temos variantes linguísticas e um regionalismo muito acentuado. Tentamos trazer tudo isso para a sala de aula com muito dinamismo. Vou adaptando o que estão lendo para as realidades deles. Coisas que para nós são simples, para eles, muda tudo”, diz.
A diretora do Colégio Estadual Paulo Freire, Solange Valente, conta que busca acolher os alunos para que eles se sintam confortáveis no ambiente escolar. Como as matrículas podem ser efetivadas em qualquer época do ano e o curso é tido como emergencial, isso é permitido. “Nosso aluno está aqui e ele precisa com urgência aprender a falar o nosso idioma, porque as aulas acontecem em apenas um dia na semana. Ele precisa se sentir bem enquanto está aqui, até para poder absorver melhor o conteúdo”, ressalta.
Faz parte da política da instituição ampliar o método de ensino, ultrapassando os muros escolares. Como, por exemplo, oferecer as noções básicas do dia a dia de um estrangeiro vivendo no Brasil, como aprender a preencher um currículo, ou mesmo compreender a papelada que envolve a documentação para que se possa inclusive regularizar a situação dele no país para que possa ingressar no mercado de trabalho.
MAIS OFERTA DE VAGAS – Atualmente, 24 as escolas estaduais no Paraná oferecem aulas de português para estrangeiros, em 16 municípios com cerca de 800 alunos atendidos. Todas estão inseridas no FPOL, o programa criado pela Secretaria de Estado da Educação (Seed) com o objetivo de ajudar estrangeiros a aprenderem a língua portuguesa e se familiarizar com o idioma e o modo de falar dos brasileiros.
Os interessados em se matricular na escola podem se dirigir pessoalmente no Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos Ceebja Paulo Freire, na Rua Brigadeiro Franco, 2.532, Água Verde, Curitiba. Também pelo site www.educacao.pr.gov.br. É possível encontrar mais informações sobre os cursos e inscrições no site da Escola Digital do Paraná ou entrando em contato pessoalmente com as escolas estaduais que oferecem o curso PFOL.
Fonte: Governo PR
PARANÁ
Governo do Estado inaugura novo Centro de Socioeducação em Piraquara
Published
10 horas agoon
9 de abril de 2025By

O Governo do Paraná, por meio da Secretaria da Justiça e Cidadania (Seju), inaugurou nesta quarta-feira (9) o novo Centro de Socioeducação (Cense) São Francisco – Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba. A nova unidade substitui a antiga, criada em 1958, e conta com 78 alojamentos, dois módulos de ensino com salas de aula (incluindo laboratório de informática), ginásio de esportes, biblioteca, horta, área administrativa e segurança, espaço dos servidores e espaço ecumênico.
A nova estrutura física, de 5.362 m² de área construída e 20 mil m² de área total, poderá receber até 88 adolescentes, quatro vezes mais que o antigo Cense São Francisco, e atende aos novos padrões arquitetônicos e técnicos para unidades de internação, de acordo com as normativas do Sinase (Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo) instituídas pelo Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e Adolecentes).
A obra foi realizada com o apoio da Secretaria de Cidades (Secid), que coordenou o processo licitatório por meio da Paraná Edificações (Pred), e foi viabilizada pelo Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cedca-PR), colegiado vinculado à Secretaria do Desenvolvimento Social e da Família (Sedef), que destinou R$ 9,4 milhões do Fundo para a Infância e Adolescência (FIA-PR). O investimento total foi de R$ 10 milhões.
A obra foi concluída em dezembro de 2024 com o término do ginásio de esportes e da caixa d’água. No primeiro trimestre de 2025 foram instalados o mobiliário e equipamentos, além de feita a transferência de internos do antigo Cense, agora desativado. O novo Centro de Socioeducação já conta com 88 servidores, entre assistentes sociais, psicólogos, enfermeiros, odontólogos, terapeutas ocupacionais, agentes de segurança socioeducativos, e servidores administrativos e terceirizados.
“Estamos orgulhosos de entregar uma estrutura moderna e inovadora, do ponto de vista tecnológico e de engenharia, que vai melhorar consideravelmente o atendimento socioeducativo, não só para os adolescentes, com a realização de projetos que promovam a cidadania através da educação, da cultura, do esporte, da arte e da formação profissional, mas também melhorando a qualidade das condições de trabalho dos nossos servidores da socioeducação”, destacou Santin Roveda, secretário da Justiça e Cidadania.
“Na antiga unidade, embora tivéssemos dificuldades, questões estruturais inclusive, nós fazíamos um trabalho com amor. Não é apenas uma estrutura nova, mas as pessoas trabalharam lá e agora estão aqui trouxeram essa carga emocional de respeito e de trabalho com humanidade com os adolescentes”, declarou o diretor da unidade, Ronaldo Marafon Drevek.
“É importante celebrar este momento. Nós que participamos diretamente ou indiretamente com a socioeducação, desses diálogos entre o governo estadual, os órgãos dos sistemas de Justiça e de Garantia de Direitos. Nós sabemos o trabalho e quantas coisas aconteceram para isso.” afirmou a promotora Danielle Cristine Cavali Tuoto, do Centro de Apoio Operacional (Caop) das Promotorias de Justiça da Criança e do Adolescente, e da Educação do Ministério Público do Paraná.
“Como professora há 34 anos, hoje aposentada, eu sempre trabalhei com crianças e adolescentes, e nós sonhamos que eles se tornem adultos formados, pessoas do bem, pessoas que busquem transformar a realidade. No entanto, alguns por falta de oportunidade ou pela própria sociedade que precisamos repensar, enroscam um pouco no seu desenvolvimento. Nós temos esses espaços da socioeducação para tratar com humanidade o recomeço, retomada de vínculos e reintegração na sociedade desses adolescentes”, destacou a vice-prefeita de Piraquara, Loireci Dalmolin.
SOCIOEDUCAÇÃO DO PARANÁ – A Coordenação de Gestão do Sistema Socioeducativo, vinculada à Secretaria de Justiça e Cidadania (Seju), tem como atribuição primordial a gestão e a qualificação do atendimento socioeducativo de internação, internação provisória e semiliberdade, de acordo com as normas e recomendações do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase) e demais compromissos nacionais e internacionais de direitos humanos.
Estão instaladas em todo o Estado 28 unidades, distribuídas de forma descentralizada em 16 municípios. Dezenove delas são Centros de Socioeducação, em Campo Mourão, Cascavel (2), Curitiba (2), Fazenda Rio Grande, Foz do Iguaçu, Laranjeiras do Sul, Londrina (2), Maringá, Paranavaí, Pato Branco, Piraquara, Ponta Grossa, Santo Antônio da Platina, São José dos Pinhais, Toledo e Umuarama. Há, também, nove Casas de Semiliberdade, em Cascavel, Curitiba (2), Foz do Iguaçu, Londrina, Paranavaí, Ponta Grossa, Toledo e Umuarama.
São 1.150 servidores estaduais efetivos na socioeducação, além de colaboradores e voluntários externos, que auxiliam em projetos sociais e atendimentos diversos, de acordo com as ações realizadas em cada unidade.

PRESENÇAS – Também participaram da solenidade a diretora de Justiça e Cidadania da Seju, Viviane da Paz; o coordenador estadual de Gestão do Sistema Socioeducativo (CGS) da Seju, Alex Sandro da Silva; a coordenadora estadual da Política de Defesa dos Direitos da Criança e Adolescente e vice-presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cedca-PR), Prisciane de Oliveira; a juíza coordenadora de Políticas Socioeducativas do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas (GMF) do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), Maria Roseli Guiessmann; o coordenador do Núcleo Especializado da Infância e Juventude (NUDIJ) da Defensoria Pública do Estado (DPE), Fernando Redede Rodrigues; a juíza da Vara da Infância de Piraquara, Caroline Vieira de Andrade Mattar; a promotora de Justiça de Piraquara Elaine Palazzo Ayres; a presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cedca-PR), Danielle Dalavechia Chedid Silvestre; a primeira-dama de Piraquara, Ana Mazon; e a secretária municipal de Assistência Social de Piraquara, Maria Cicarelli.
Fonte: Governo PR

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