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Lepac e Hospital da UEM são referências no combate à tuberculose na região Noroeste

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Uma doença que tem vacina, tratamento e cura ainda mata milhares de pessoas por ano no mundo: a tuberculose. Na região Noroeste do Paraná, o trabalho para prevenção e conscientização sobre o tema passa pelo Laboratório de Ensino, Pesquisa e Análises Clínicas (Lepac) da Universidade Estadual de Maringá (UEM), que é referência no diagnóstico da doença.

Localizado no câmpus sede da universidade e vinculado ao Centro de Ciências da Saúde (CCS), o Lepac tem convênio com o Governo do Estado para atendimento aos 30 municípios da 15ª Regional de Saúde. Em casos suspeitos de tuberculose, no entanto, o laboratório faz exames para toda a macrorregião, que totaliza 115 municípios. Somente em 2023 o Lepac fez 1.604 Testes Rápidos Moleculares (TRM). Quase 10% do total – 149 casos – tiveram resultado positivo.

O tratamento aos positivados ocorre em outra frente de atuação da UEM no combate à tuberculose – o Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM). Referência no tratamento de diversas infecções, o hospital atendeu 119 casos suspeitos de tuberculose em 2023. Destes, 27 foram inicialmente confirmados e 19 tiveram alta, além de dois abandonos, um óbito e cinco mudanças de diagnóstico.

Segundo a professora do Departamento de Medicina (DMD) e médica infectologista Maria Emilia Avelar Machado, a precocidade do diagnóstico é uma das principais medidas no combate à doença, alerta importante neste Dia Mundial de Combate à Tuberculose. “Quanto mais cedo se faz o diagnóstico, melhor para o paciente e menor o risco de infectar outras pessoas, e principalmente as pessoas mais próximas. Tuberculose tem tratamento e tem cura”, afirma. 

Outra preocupação dos profissionais do HUM é garantir que o tratamento seja correto e completo. A melhora nos sintomas durante os primeiros dias de medicação pode levar pacientes a interromperem o tratamento de forma precipitada. Essa atitude pode aumentar a resistência das bactérias, diminuindo as chances de cura.

O Núcleo de Vigilância Epidemiológica (NVE) do HUM prepara, a cada ano, um boletim com dados oficiais e um levantamento dos municípios e bairros de origem dos pacientes tuberculosos. Também são levantados fatores socioeconômicos, como idade, renda e hábitos de consumo, além de outros fatores de risco associados à infecção, o que permite um melhor mapeamento da doença na região. Os dados de 2023 já foram coletados, e o novo documento já está em confecção.

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TESTES – O TRM, aplicado no HUM, é capaz de detectar o DNA da bactéria causadora da doença diretamente na amostra de escarro do paciente. O resultado fica pronto em cerca de duas horas. No Lepac, a amostra é analisada pelo GeneXpert, equipamento cedido ao laboratório pelo Ministério da Saúde, em 2018. O dispositivo oferece alta sensibilidade para detecção da tuberculose, bem como maior rapidez na liberação do resultado em comparação com o exame de baciloscopia – visualização da bactéria no microscópio –, que é utilizado há mais de 100 anos.

Segundo a professora do Departamento de Análises Clínicas e Biomedicina (DAB) e coordenadora do Lepac, Regiane Bertin de Lima Scodro, o laboratório também faz a cultura da amostra clínica do paciente e o teste de susceptibilidade aos fármacos aplicados no tratamento da doença. Os procedimentos ajudam a identificar se a bactéria detectada possui resistência aos antibióticos mais usados no combate à tuberculose.

O equipamento usado para esse processo é o BD BACTEC MIGT, sistema presente em apenas dois laboratórios do Paraná – além do Lepac, no Laboratório Central do Estado (Lacen), em São José dos Pinhais. “O método automatizado apresenta mais sensibilidade quando comparado ao exame manual. Esse sistema de cultura, que possibilita o crescimento da bactéria, garante um exame de alta qualidade e de maior rapidez para atender as necessidades dos pacientes com tuberculose”, destacou a coordenadora.

Um desafio para os profissionais do laboratório são os casos assintomáticos da doença. Segundo a coordenadora, muitas pessoas podem estar infectadas mesmo sem apresentarem sintomas, em quadro chamado de “tuberculose infecção”.

Para esses casos, o Lepac implantou, em 2022, o exame IGRA, teste realizado no sangue do paciente. O método identifica o componente da resposta imunológica do organismo infectado e, por isso, permite maior precisão no diagnóstico dos casos assintomáticos. O teste pode ser usado em pessoas que tiveram contato com doentes ou que, por outro motivo, tenham suspeita de infecção. Os exames de alta qualidade realizados pelo Lepac são, em sua maioria, subsidiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), como forma de apoio à saúde pública.

CURSOS – Além das ações do Lepac e do HUM, a UEM oferta cursos de graduação e programas de pós-graduação nas áreas de Biociências, Biotecnologia, Ciências Farmacêuticas, Enfermagem e Medicina, que promovem a formação de profissionais com alta qualificação para atuarem no combate à tuberculose e outras doenças infecciosas.

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Os estudantes e docentes da Universidade, incluindo os colaboradores do Lepac e do HUM, realizam, com frequência, ações de conscientização à população sobre a tuberculose. Já foram promovidas iniciativas em locais como a Feira do Produtor, o Parque do Ingá e a Exposição Feira Agropecuária, Industrial e Comercial de Maringá (Expoingá).

Colaboradores da UEM também participaram de atualizações técnicas para profissionais de saúde em municípios da 15ª Regional de Saúde do Paraná, com o objetivo de orientá-los sobre a prevenção e o correto tratamento da tuberculose.

No âmbito da pesquisa, professores e alunos de pós-graduação desenvolvem diversos projetos com foco em prevenção, diagnóstico e tratamento da doença. Muitas das ações contam com apoio financeiro de agências de fomento à pesquisa, como a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Fundação Araucária. São estudos de novas substâncias que apresentem atividade contra a bactéria e que, no futuro, possam ser utilizados como novo medicamento.

DIA MUNDIAL DE COMBATE À TUBERCULOSE – A escolha da data para o Dia Mundial de Combate à Tuberculose é emblemática. Há exatos 142 anos, também em um 24 de março, o médico alemão Robert Koch anunciava a descoberta da bactéria causadora da doença, batizada em sua homenagem.

Mais de um século depois, o bacilo de Koch, de nome científico Mycobacterium tuberculosis, ainda intriga e preocupa médicos e pesquisadores por todo o mundo. De acordo com o Relatório Global sobre Tuberculose, da Organização Mundial da Saúde (OMS), publicado em 2023, quase 10,6 milhões de pessoas tiveram tuberculose em 2022. Dessas, 1,3 milhão morreram devido à doença.

Serviço:

Hospital Universitário Regional de Maringá – Avenida Mandacaru, 1.590, no Parque das Laranjeiras, em Maringá, com funcionamento 24 horas por dia. É possível contatar o HUM pelo telefone (44) 3011-9100.

Lepac – Bloco K-10 do câmpus sede da UEM, com atendimentos de segunda a sexta-feira, entre 7h20 e 11h30 e 13h e 17h. O telefone do laboratório é o (44) 3011-4317.

Fonte: Governo PR

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Decreto isenta de ICMS biogás, biometano e combustível sustentável de avião no Paraná

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O governador Carlos Massa Ratinho Junior assinou nesta segunda-feira (05) o Decreto nº 9.817 que concede isenção sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em operações para aquisições de bens destinados à fabricação de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês), biometano, biogás, metanol e CO2. 

Além disso, o decreto também concede a isenção do ICMS na aquisição de máquinas, equipamentos, aparelhos e componentes para geração de energia a partir do biogás, como bombas de ar ou de vácuo, compressores de ar ou de outros gases e ventiladores; coifas aspirantes, contadores de gases. As duas medidas buscam tornar o Paraná mais competitivo na atração de negócios em energia renovável, alavancando o desenvolvimento estadual.

O decreto internaliza os convênios 161/2024 e 151/2021, aprovados pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) durante o Encontro Nacional dos Secretários da Fazenda em dezembro. Com a regulamentação, as isenções já estão em vigor. 

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De acordo com o secretário estadual da Fazenda, Norberto Ortigara, a ideia é justamente estimular investimentos em combustíveis sustentáveis no Paraná, colocando o Estado em posição de destaque no cenário nacional. “Queremos consolidar o Paraná como uma referência e um polo na produção de novas energia e incentivos fiscais, como a isenção do ICMS, são formas de pavimentar esse caminho, estimulando investimentos no setor”, explica.

Um dos objetivos da iniciativa, aponta Ortigara, está em tornar o biometano economicamente viável. “O Paraná já é o maior produtor de proteína animal do Brasil, então queremos aproveitar o potencial que já existe aqui para fomentar a cadeira de biogás e biometano. Temos potencial para sermos uma Arábia Saudita do combustível renovável”, diz. “É usar dejetos de animais para gerar energia e, com as novas isenções, facilitamos o caminho para tornar o Estado ainda mais sustentável”.

SUSTENTABILIDADE – Os esforços do Paraná em se tornar referência na produção de combustíveis sustentáveis a partir do reaproveitamento do potencial agrícola não se limita apenas à isenção do ICMS. Embora a medida assinada pelo governador estimule ainda mais o setor, o Estado já aposta na geração de energia renovável também por meio de outros programas, como o Paraná Energia Rural Renovável (RenovaPR).

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Executado pelo IDR-Paraná, ele incentiva os produtores rurais a produzir sua própria energia ou combustível. O Estado também subsidia os juros dos empréstimos usados pelos produtores para a implantação de projetos de energia renovável, por meio do Banco do Agricultor Paranaense.

Segundo levantamento do Centro Internacional de Energias Renováveis (Cibiogás), o Paraná lidera com folga o número de plantas de biogás na região Sul, com 426 unidades instaladas, 348 delas da agropecuária. Em Santa Catarina são 126 plantas e no Rio Grande do Sul 84. O Paraná foi responsável com 53% do volume de geração de biogás na região no ano passado, com 461 milhões de metros cúbicos normais. .

Fonte: Governo PR

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