10 de Abril de 2025
    NOVA AURORA

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    Estudo da UEL relaciona fatores ambientais de risco e acidentes com serpentes no Paraná

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    Uma pesquisa da Universidade Estadual de Londrina (UEL) em fase de conclusão junto ao Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal (CCA) traz à luz um problema de saúde negligenciado: acidentes por picadas de serpentes. Dados oficiais do Ministério da Saúde (MS) coletados entre 2007 e 2021 apontaram 12.877 notificações somente no Paraná, o que corresponde a cerca de 1.000 acidentes com serpentes anualmente, 83 por mês e três por dia, trazendo consequências como mortes, amputações de membros e outros impactos sociais e econômicos. 

    Os dados fazem parte da dissertação de mestrado da médica veterinária Isabelli Sayuri Kono, orientanda da professora Roberta Freire, do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva da UEL. O estudo é importante porque praticamente não existem investigações sobre os chamados acidentes ofídicos no Brasil. Em todo o País, existem 440 espécies cadastradas de serpentes, sendo 114 no Paraná. Deste total, três gêneros são considerados perigosos.

    O estudo ganha relevância também por correlacionar variáveis ambientais e econômicas com os acidentes. Pela primeira vez um estudo científico comprovou que a falta de coleta de lixo e que a destinação inadequada do esgoto domiciliar, bem como o trabalho rural braçal sem equipamentos de proteção, estão entre fatores associados à maior incidência de picadas de cobras. Nesta mesma lista entram moradias feitas em madeira. Antes do estudo feito pela mestranda, as estatísticas demonstravam apenas dados como sexo, idade e as cidades onde os problemas são recorrentes.

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    Segundo Isabelli, o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, comprova que os acidentes com serpentes correspondem à segunda causa de intoxicação no Brasil, perdendo somente para os problemas decorrentes com medicamentos.

    “Os dados da pesquisa reforçam que é necessário maior atenção para o problema, incluindo a descentralização do atendimento, a partir do treinamento de equipes de saúde e a disponibilização do soro antiofídico nas unidades básicas. O objetivo é propiciar condições para um atendimento rápido e efetivo”, disse. 

    COBRAS PARANAENSES – No Paraná, as cobras consideradas mais perigosas são a Jararaca, Cascavel e a Coral. As cidades paranaenses campeãs em acidentes são Morretes (277 notificações), no Litoral, Prudentópolis (261 casos constatados entre 2007 e 2021), no Centro-Sul, e Londrina (234), no Norte. O estudo também relaciona a redução de casos ao desmatamento.

    “Onde existe floresta, existe cobra. Restringindo o abrigo, haverá menos serpentes. Por um lado é aparentemente um dado positivo, mas considerando a conservação ambiental, temos um problema para refletir”, completou a pesquisadora. Ela alerta também que os acidentes ocorrem a partir do momento em que há invasão dos habitats desses animais. 

    CAUSAS – O levantamento feito pela pesquisadora revelou algumas causas frequentes dos acidentes ofídicos. De acordo com o estudo, a população rural está entre as mais atingidas. Ela afirma ainda alto índice de problemas com trabalhadores braçais que não utilizam equipamentos de proteção (EPI) e agricultores familiares que trabalham com hortaliças e fruticultura.

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    Outra revelação são os acidentes em áreas onde existem plantio comercial de pinus, araucária e eucaliptos, que são as madeiras comerciais utilizadas no agronegócio. A pesquisadora faz a ressalva, que, embora as ocorrências sejam comuns, nestas áreas de exploração de madeira existem menos presas e portanto um número menor de cobras do que nos habitats de florestas nativas. 

    Por último, os fatores ambientais também têm correlação com os acidentes. Locais com coleta de lixo e tratamento de esgoto precários têm maior prevalência de acidentes com serpentes porque atraem roedores, presas naturais dos animais. Ainda segundo a pesquisadora, por ser um problema de saúde subnotificado, as pesquisas relacionadas ao tema têm ganhado incentivo por parte da Organização Mundial de Saúde (OMS), que preconiza a redução do problema até 2030.

    “É um problema de saúde negligenciado no Brasil, um país tropical, que tem grande riqueza de florestas e consequentemente de espécies de serpentes”, explicou a pesquisadora.

    As análises têm previsão de continuidade nos próximos anos, a partir da pesquisa que será realizada paralelamente ao doutorado de Isabelli no mesmo programa, de Ciência Animal. Dessa vez ela pretende incluir os acidentes causados por picadas de escorpiões. 

    Fonte: Governo do Paraná

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    Rede da Copel para proteger subestações de ataques cibernéticos é premiada

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    O projeto de modernização e proteção da rede de operações da Copel, que envolve as subestações de energia, foi premiado no evento internacional que reúne o segmento de serviços essenciais à sociedade – o UTCAL Summit 2025. Esse segmento, chamado de “utilities”, engloba empresas responsáveis por serviços como geração de energia, fornecimento de água, gás e, ainda, telecomunicações.

    A premiação da Copel se deve ao programa de comunicação e cibersegurança na transmissão de dados da infraestrutura de distribuição de energia, fundamental para que a companhia ofereça serviços de qualidade ao cliente. “Estamos avançando tecnologicamente para uma rede mais segura, para que todas as nossas subestações estejam interconectadas e com informações protegidas de ataques cibernéticos”, explica o autor do projeto na Copel, engenheiro eletricista Marcelo Yamada.

    São coautores do projeto, profissionais da Copel Lucas Esdras Leghi Garcia, Cristiano Valerio Gabardo e revisores Sergio Isidoro Canestraro Milani e Julio Shigeaki Omori.

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    NA PRÁTICA – O projeto da Copel consiste na modernização da rede operacional das 430 subestações da companhia em todo o Paraná. Está contemplada a instalação de novos roteadores, firewalls, sensores, componentes e ferramentas de detecção de vulnerabilidades integradas ao centro de operações de segurança. O investimento é em torno de R$ 120 milhões. O projeto está em fase de implantação, com planejamento de conclusão já em 2025.

    Yamada ressalta a relevância da proteção de informações para a estabilidade do sistema elétrico. “Na guerra entre a Rússia e a Ucrânia, por exemplo, os russos invadiram subestações de energia e as desligaram de forma remota. Foi um ataque cibernético. Estamos investindo e nos protegendo contra ações que possam ser tomadas a distância”, explicou.

    O Centro de Operações da Copel contratado como parte do novo projeto já atua de forma preventiva em algumas situações básicas. Na etapa final, estima-se uma redução de R$ 24 milhões ao ano nos custos da contratação de circuitos de transmissão por parte da Copel, com avanços significativos na qualidade dos serviços, gestão de ativos e segurança.

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    Com modelo inédito no setor elétrico brasileiro, a Nova Rede OT ( Confiável Protegida Integrada) foi destacada na Categoria Alta no América Latina Telecom Awards. O destaque se deu com excelência de serviços e soluções, uso de inovações tecnológicas em prol da sociedade e melhorias operacionais nas empresas de Energia.

    UTCAL – A 12ª edição da conferência Utilities Telecom & Technology Council America Latina (UTCAL), realizada esta semana no Rio de Janeiro, reúne cerca de mil participantes, entre representantes do setor público, como agências reguladoras dos setores Elétrico e de Telecom (Aneel e Anatel), e profissionais de empresas de todo o mundo para tratar de Tecnologias de Telecomunicações e Automação para Utilities.

    Fonte: Governo PR

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