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Estado integra missão para Suécia e Áustria focada no uso de madeira engenheirada

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Representantes do Governo do Estado embarcam a partir deste sábado (6) para a Suécia e a Áustria em uma nova missão internacional de negócios, onde conhecerão detalhes sobre a aplicação da madeira engenheirada na construção civil. A viagem é organizada pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e tem como principal objetivo estimular o uso da tecnologia em âmbito estadual.

Uma tendência inovadora no setor, a madeira engenheirada tem ganhado destaque na indústria da construção civil em nível mundial. O material é produzido através de técnicas avançadas de processamento da madeira, que pode ser utilizada na construção de edifícios, pontes, passarelas e estruturas modulares.

“Estamos fazendo um esforço para que a madeira engenheirada seja amplamente utilizada no Paraná, que já é um grande produtor de madeira, inclusive com empresas instaladas e que produzem para o mercado nacional e internacional”, afirma o secretário estadual da Indústria, Comércio e Serviços, Ricardo Barros, que vai compor a comitiva.

Entre as vantagens da madeira engenheirada estão a alta resistência e durabilidade, o que a torna mais resistente a deformações e rachaduras do que a madeira convencional, além de menor peso, o que facilita o transporte do material. A sua alta capacidade de adaptação também permite que seja combinado com outros materiais utilizados na construção civil.

Por ser um recurso renovável e obtido a partir do reflorestamento, a madeira engenheirada também é mais sustentável do ponto de vista ambiental. “É um material que não emite carbono em sua produção, o que reforça o selo de sustentabilidade do Paraná em um momento de necessidade da descarbonização da economia”, defende Barros.

Além da Secretaria da Indústria, Comércio e Serviços, a delegação do Governo do Estado será composta por membros da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior; Secretaria da Agricultura e do Abastecimento; Companhia de Habitação do Paraná; Fundepar; Instituto Água e Terra (IAT); Corpo de Bombeiros Militar do Paraná; Fundação Araucária; e Paraná Projetos.

A comitiva paranaense contará ainda com representantes de prefeituras, órgãos federais, entidades de classe e do setor produtivo, empresários e profissionais especializados do setor madeireiro.

De acordo com o vice-presidente e coordenador do Conselho Setorial da Madeira da Fiep, Roni Junior Marini, a missão é um passo importante para consolidar o Paraná como um futuro polo industrial da madeira para a construção civil sustentável. “No Brasil, o uso desse tipo de tecnologia é muito incipiente comparado a outros países para os quais o Paraná inclusive exporta um grande volume de madeira. Por isso, as visitas e contatos que faremos podem ajudar na criação de políticas públicas que ampliem o uso desses métodos construtivos no Estado”, afirma.

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Ele cita como exemplos casos de empresas que já atuam no Paraná com o woodframe, um sistema construtivo que utiliza perfis de madeira, geralmente pinus ou eucalipto, que formam a estrutura da construção. Esses perfis são montados em painéis que compõem paredes, pisos e tetos.

AGENDA – A viagem começará pela cidade sueca de Skelleftea, que tem cerca de 75 mil habitantes e é um exemplo na adoção da madeira engenheirada, tendo adotado o material como política construtiva desde 2014. Nela, está localizado o Hotel The Wood, cujos 20 andares são totalmente construídos em madeira, bem como um ginásio de esportes, creche, ponte e estacionamento feitos com o mesmo material.

Os representantes visitarão um centro cultural construído a partir de uma competição de arquitetura promovida pela Prefeitura de Skelleftea e que também é um ponto turístico da cidade, atraindo professores universitários, arquitetos, engenheiros de todo o mundo. Chamado de Sara Cultural Center, ele funciona como um mercado para a indústria da madeira, com um showroom em que móveis, revestimentos e decorações feitos em madeira, além de contar com uma área de pesquisa e inovação.

De lá, a equipe segue para Estocolmo, onde os técnicos visitarão um bairro planejado em que várias construções têm a madeira engenheirada como conceito central da arquitetura e engenharia. Na capital do país escandinavo, também estão previstas visitas a um centro comercial exclusivo para produtos reciclados, ao Museu Vasa, construído a partir de um navio de guerra sueco do século XVII, e ao HoHo Wien, hotel de 24 andares considerado o maior edifício de madeira da Europa.

Os últimos dias da viagem serão em Viena, capital da Áustria. Na cidade, a programação será focada em empreendimentos residenciais que utilizam a madeira engenheirada. Há mais de um século, a administração municipal adotou a habitação de interesse social como política pública, o que faz com que a cidade concentre o maio volume de moradias populares em todo o mundo.

Na avaliação do presidente da Companhia e Habitação do Paraná (Cohapar), Jorge Lange, os novos métodos construtivos que utilizam madeira, associados ao fato do Estado ser um grande produtor, podem favorecer a construção de casas populares. “O Paraná produz madeira de forma bastante robusta, então acredito que traremos grandes experiências que podem ser utilizadas nos programas habitacionais do Estado, agregando sustentabilidade e rapidez às obras”, diz.

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POTENCIAL DE CRESCIMENTO – Amplamente utilizada na Suécia e na Áustria, a madeira engenheirada também é uma solução muito comum na vizinha Finlândia e em países como Canadá, Estados Unidos e Austrália. No Brasil, o uso da madeira engenheirada ainda está em estágio inicial, mas tem ganhando tração rapidamente em função das vastas áreas florestais e do crescente interesse pela sustentabilidade.

A expectativa é de que a demanda por este material continue a crescer globalmente, o que inclui a produção nacional. Para se preparar para este novo cenário, a participação dos órgãos estaduais também leva em conta a segurança das instalações que utilizam a madeira engenheirada, a sua potencial aplicação em outros setores, como a habitação de interesse social, e o desenvolvimento de soluções tecnológicas próprias.

A Fundação Araucária já estabeleceu parcerias internacionais para estudar o assunto pelo lado da ciência. No caso do Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR), o objetivo é entender as características do material utilizado nas construções em relação à resistência ao fogo e comportamento dos dele das edificações e revestimentos em situações de incêndio.

“Como órgão certificador e responsável pela aprovação de projetos e construções no Estado, precisamos entender a dinâmica da madeira engenheirada e quais são as variáveis dessa tecnologia para saber se é possível a utilização dela no Estado”, explica o subdiretor de Atividades Técnicas do CBMPR, tenente-coronel Ivan Fernandes.

Focado no desenvolvimento de novas tecnologias, o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) pode atuar como parceiro de empresas e instituições de ensino para fomento ao setor, conforme explica o diretor-presidente, Celso Kloss. “O Tecpar sempre esteve envolvido no desenvolvimento de novas tecnologias e essa é uma oportunidade para acelerar a transferência de tecnologia da madeira engenheirada para o Paraná, possivelmente com a criação de um centro para estudar a tecnologia e formar profissionais para atuar neste segmento”, afirma.

MISSÕES INTERNACIONAIS – Esta é a segunda missão internacional que o Governo do Paraná participa em 2024. A primeira, em fevereiro, se concentrou nos Estados Unidos, onde a comitiva liderada pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior buscou conhecer o funcionamento dos sistemas de irrigação utilizados pelo estado do Nebraska e que podem ser aplicados no agronegócio paranaense.

Fonte: Governo PR

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Decreto isenta de ICMS biogás, biometano e combustível sustentável de avião no Paraná

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O governador Carlos Massa Ratinho Junior assinou nesta segunda-feira (05) o Decreto nº 9.817 que concede isenção sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em operações para aquisições de bens destinados à fabricação de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês), biometano, biogás, metanol e CO2. 

Além disso, o decreto também concede a isenção do ICMS na aquisição de máquinas, equipamentos, aparelhos e componentes para geração de energia a partir do biogás, como bombas de ar ou de vácuo, compressores de ar ou de outros gases e ventiladores; coifas aspirantes, contadores de gases. As duas medidas buscam tornar o Paraná mais competitivo na atração de negócios em energia renovável, alavancando o desenvolvimento estadual.

O decreto internaliza os convênios 161/2024 e 151/2021, aprovados pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) durante o Encontro Nacional dos Secretários da Fazenda em dezembro. Com a regulamentação, as isenções já estão em vigor. 

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De acordo com o secretário estadual da Fazenda, Norberto Ortigara, a ideia é justamente estimular investimentos em combustíveis sustentáveis no Paraná, colocando o Estado em posição de destaque no cenário nacional. “Queremos consolidar o Paraná como uma referência e um polo na produção de novas energia e incentivos fiscais, como a isenção do ICMS, são formas de pavimentar esse caminho, estimulando investimentos no setor”, explica.

Um dos objetivos da iniciativa, aponta Ortigara, está em tornar o biometano economicamente viável. “O Paraná já é o maior produtor de proteína animal do Brasil, então queremos aproveitar o potencial que já existe aqui para fomentar a cadeira de biogás e biometano. Temos potencial para sermos uma Arábia Saudita do combustível renovável”, diz. “É usar dejetos de animais para gerar energia e, com as novas isenções, facilitamos o caminho para tornar o Estado ainda mais sustentável”.

SUSTENTABILIDADE – Os esforços do Paraná em se tornar referência na produção de combustíveis sustentáveis a partir do reaproveitamento do potencial agrícola não se limita apenas à isenção do ICMS. Embora a medida assinada pelo governador estimule ainda mais o setor, o Estado já aposta na geração de energia renovável também por meio de outros programas, como o Paraná Energia Rural Renovável (RenovaPR).

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Executado pelo IDR-Paraná, ele incentiva os produtores rurais a produzir sua própria energia ou combustível. O Estado também subsidia os juros dos empréstimos usados pelos produtores para a implantação de projetos de energia renovável, por meio do Banco do Agricultor Paranaense.

Segundo levantamento do Centro Internacional de Energias Renováveis (Cibiogás), o Paraná lidera com folga o número de plantas de biogás na região Sul, com 426 unidades instaladas, 348 delas da agropecuária. Em Santa Catarina são 126 plantas e no Rio Grande do Sul 84. O Paraná foi responsável com 53% do volume de geração de biogás na região no ano passado, com 461 milhões de metros cúbicos normais. .

Fonte: Governo PR

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