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Estado apresenta novas medidas de apoio aos produtores de leite em Londrina

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O Governo do Paraná, em parceria com entidades do setor privado, está articulando soluções para a crise da bovinocultura leiteira. O assunto foi debatido nesta quinta-feira (11) durante a ExpoLondrina, no 3º Seminário Estadual da Produção Sustentável do Leite.

Uma das maiores preocupações dos produtores no momento é a concorrência diante da importação de leite de países do Mercosul. Segundo o Agrostat, plataforma do Ministério da Agricultura e Pecuária, que acompanha o comércio de produtos agropecuários, o Paraná importou 6,5 mil toneladas de leite em pó no ano passado a um custo de US$ 24,6 milhões.

Do total, 2,8 mil toneladas vieram da Argentina, custando US$ 10,9 milhões, o mesmo volume do Uruguai, por US$ 10,8 milhões, e as outras 800 toneladas tiveram origem no Paraguai, a um custo de US$ 2,8 milhões. O volume representa aumento de 183% em relação às 2,3 mil toneladas importadas em 2022, que custaram US$ 9,2 milhões. De 2021 (682 toneladas) para 2022, o salto já tinha sido bastante considerável (237%), ao custo de US$ 2,3 milhões. Nos dois primeiros meses de 2024 o Paraná importou 250 toneladas, pagando US$ 799 mil.

Nesse sentido, o Estado já anunciou duas medidas para conter o problema. A primeira decisão foi a publicação do Decreto 5.396/2024, que altera o tratamento tributário na importação dos dois produtos. Além disso, o Governo encaminhou à Assembleia Legislativa projeto de lei para alterar a legislação do ICMS (Lei Estadual 13.212/2001) da importação do leite em pó e do queijo mussarela.

A importação de insumos utilizados em processos produtivos atualmente ocorre com suspensão total de ICMS. Com as mudanças, os dois produtos passam a ter taxação. Dessa maneira, tanto o leite em pó quanto o queijo importados passam a pagar a alíquota de 7% – valor mínimo de cobrança do imposto, já que ambos os produtos fazem parte da cesta básica e, por isso, não podem ser taxados na alíquota cheia de 19,5%.

No Paraná, os maiores importadores dos dois produtos são as indústrias, para quem passa a valer a regra. Com o decreto, esses dois lácteos também perdem o direito ao benefício do crédito presumido de 4% de ICMS, ferramenta de incentivo fiscal que permite abater o imposto de outros créditos.

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SEGMENTO – Na abertura do seminário, o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, destacou que o Paraná é o segundo maior produtor de leite do Brasil, com 4,4 bilhões de litros ao ano. O leite é o quarto produto que mais gera valor no campo no Estado. Em 2022 a produção rendeu R$ 11,4 bilhões.

De acordo com ele, desde o ano passado as entidades e o Governo do Paraná e de outros estados buscam decisões por parte do governo federal para colaborar na retomada do setor. “Se não quisermos perder gente, precisamos articular estratégias para manter esse produtor. Também precisamos dosar custos para sustentar ou sobreviver em momentos delicados como foi o ano passado, com preços muito baixos. A nossa saída é jogar leite para o mundo, de forma competitiva”, disse.

Outra estratégia importante, segundo o secretário, é fortalecer o sistema de inspeção, para que pequenas agroindústrias possam alcançar um público maior, como possibilita o Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf/PR).

O presidente da Comissão Técnica de Bovinocultura de Leite da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Ronei Volpi, disse que o Estado tem muitos desafios, mas já conquistou muita coisa. “Somos praticamente autossuficientes na produção e no futuro seremos exportadores como somos de outras cadeias”, disse.

Para o presidente da Sociedade Rural do Paraná, Marcelo Janene El-Kadre, a realidade do segmento leiteiro é complexa. “Mas acreditamos em ações como essas, em nos reunirmos para discutir a realidade atual. Eu acredito que vai melhorar, acredito nos nossos gestores, que estão preocupados com a situação do leite”, afirmou.

LEVANTAMENTO – O Paraná tem aproximadamente 87 mil produtores de leite, sendo 57 mil comerciais. Entre as iniciativas, o IDR-Paraná realizou um levantamento com 1.517 produtores para fazer a caracterização socioeconômica e tecnológica dos estabelecimentos leiteiros. Os dados preliminares sobre a mesorregião Norte do Paraná, que teve a participação de 142 produtores, foram apresentados durante o Seminário pelo engenheiro agrônomo Tiago Pellini.

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De acordo com ele, os resultados poderão orientar os trabalhos de extensão e aplicação mais precisa de políticas públicas para o setor. “A pesquisa mostra algumas diferenças regionais. No Norte, há diferenças, por exemplo, na destinação da produção comparativamente à média do Estado, onde as cooperativas têm uma participação um pouco maior, então há muitos laticínios privados, queijarias, entre outros”, disse.

“Nós quisemos mostrar os resultados localmente para que o pessoal pudesse se enxergar na pesquisa, também trouxemos alguns dados estaduais sobre as perceptivas da produção de leite e a sucessão familiar, que é uma preocupação em todas as regiões, já que a idade média do responsável pelo estabelecimento é de mais de 50 anos, e com mais de 20 anos de atuação”, explicou.

Os resultados completos serão apresentados oficialmente em um evento que será agendado para os próximos meses.

Além disso, o IDR-Paraná tem desenvolvido ferramentas tecnológicas para auxiliar a produção sustentável de leite no Estado, segundo a presidente em exercício da instituição, Vânia Cirino. “Quero ressaltar o trabalho que a pesquisa e a extensão rural têm feito na cadeia produtiva do leite. Se hoje conquistamos essa produção importante no cenário nacional, devemos muito à assistência técnica, seja pública ou privada, que tem melhorado nosso índice produtivo”, complementou.

EVENTO – O 3 º Seminário Estadual de Produção Sustentável de Leite foi promovido pelo Sistema Estadual de Agricultura (Seagri), Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e pela Sociedade Rural do Paraná. Mais debates com produtores e entidades devem acontecem em Francisco Beltrão na próxima terça-feira (16), no Encontro de Produtores de Leite.

Fonte: Governo PR

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Vacinação começa na segunda nas escolas públicas e privadas; veja como vai funcionar

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Os estudantes de todas as escolas do Paraná, públicas e privadas, poderão a partir desta segunda-feira (14) atualizar as suas carteiras de vacinação e reforçar a proteção contra diversas doenças. A oportunidade faz parte da nova força-tarefa do Governo do Estado, por meio de um trabalho conjunto entre as secretarias da Educação (Seed) e da Saúde (Sesa).

A campanha visa ampliar a imunização entre crianças, adolescentes e jovens matriculados nas 7.392 escolas públicas de educação básica das 399 cidades, além das 500 escolas associadas ao Sindicato das Escolas Particulares (Sinepe/PR) em todo o Paraná. Outras escolas particulares também podem participar da ação. Ao todo, são cerca de 2,4 milhões de estudantes apenas na rede pública de educação básica.

A iniciativa seguirá até ao dia 31 de maio e as programações para as aplicações das doses ficarão a cargo do planejamento dos estabelecimentos de ensino e das equipes de saúde, respeitando as particularidades de cada um. A meta é atingir as coberturas vacinais para Influenza, Febre Amarela e Covid-19 e ainda o resgate para a vacina HPV. Os alunos também poderão atualizar outras vacinas, como a pentavalente, pneumocócica 10, poliomielite e DTP. Elas previnem, entre outras doenças, coqueluche, difteria, tétano e hepatite B.

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“Essa iniciativa está alinhada com a Secretaria da Educação e com o sindicato das escolas particulares e confiamos que será uma grande ação, com resultados muito positivos e de grande alcance”, disse o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.

Antes de cada vacinação as equipes de saúde irão avaliar a carteirinha do estudante para determinar quais vacinas ele poderá receber. A vacina pentavalente, por exemplo, deve ser administrada aos 2,4 e 6 meses de vida, mas caso a criança não tenha sido vacinada nestas idades poderá receber a vacina até os seis anos.

NA PRÁTICA – A imunização será feita dentro das instituições de ensino e está condicionada à assinatura do termo de consentimento pelos pais ou responsáveis. Eles também vão poder acompanhar o processo presencialmente nas instituições de ensino.

De acordo com a Secretaria de Estado da Educação, os pais receberão os documentos das escolas em que seus filhos estão matriculados, que deverão ser assinados indicando a concordância ou não com a aplicação em seus filhos. Após a assinatura, o documento deverá ser devolvido à escola pelo estudante, que, em caso de aprovação, deverá levar também a carteira de vacinação.

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“Os pais que quiserem, poderão, inclusive, acompanhar seus filhos durante o processo. Na rede estadual, nosso objetivo é manter todos os nossos alunos protegidos em mais essa grande força-tarefa”, diz o secretário da Educação, Roni Miranda.

CUIDADO PERMANENTE – De março a abril de 2024, o Estado já desenvolve ações com foco em crianças e adolescentes menores de 15 anos de idade, com abordagens voltadas aos ensinos infantil, fundamental e médio. No 1° semestre do ano passado, houve um trabalho de verificação de mais de 1,7 milhão de cadernetas de vacinação e a aplicação de 45 mil doses de vacinas em 334 municípios.

Em agosto de 2024 a força-tarefa da Seed e Sesa para a imunização de crianças, adolescentes e jovens matriculados em instituições de ensino público estaduais e municipais concluiu com 292.699 doses aplicadas e 495.076 carteirinhas de vacinação avaliadas.

Fonte: Governo PR

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