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Equilíbrio ambiental: obra da Ponte de Guaratuba monitora aves e peixes a cada três meses

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O Consórcio Supervisor da Ponte de Guaratuba, no Litoral, está monitorando as aves e a ictiofauna (peixes) presentes na região com o objetivo de acompanhar o equilíbrio do ecossistema da área da obra e os impactos do empreendimento. O trabalho verifica a quantidade de animais e a variedade de espécies, que funcionam como indicadores ambientais no local da obra e nos arredores.

Nas campanhas realizadas em 2024, mais de 100 espécies de aves foram identificadas. Entre os animais estão tucanos-do-bico-verde, corujas-buraqueiras, tiês-sangue, aracuãs-escamosos, garças brancas grandes, fragatas, socós-dorminhocos e guarás.

Já a ictiofauna é o conjunto de espécies de peixes que ocorrem em determinada região. Ela desempenha funções essenciais na estruturação e funcionamento de ambientes aquáticos, pois participam ativamente na manutenção e equilíbrio da teia alimentar e ciclagem de nutrientes. Economicamente, são relevantes como fonte de proteína, sendo base de segurança alimentar de diversas comunidades.

O trabalho é feito de três e três meses até o final da obra em seis diferentes pontos de Guaratuba e Matinhos, incluindo a área da ponte e o Parque Nacional Saint Hilaire Lange. A medida é uma condicionante da Licença de Instalação (LI), emitida em maio deste ano, mas que vem sendo realizada desde 2021, nas etapas de elaboração do Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA).

Os dados colhidos nas campanhas de monitoramento são comparados ao longo do tempo, e desta forma, é possível identificar como as populações de aves e da ictiofauna se comportam e os eventuais impactos nelas. “Ao analisar a composição, riqueza e abundância de espécies em uma região, é possível determinar o nível de conservação deste local. Isto é fundamental para que estratégias de mitigação sejam traçadas caso o monitoramento identifique alterações”, afirmou a bióloga do Consórcio Supervisor da Ponte de Guaratuba (CSPG), Aline Prado.

De acordo com a bióloga, as aves ajudam na dispersão de sementes, na polinização, ciclagem de nutrientes e controle populacional de presas. “Além disso, trabalham até na limpeza dos ambientes, por meio da retirada de carcaças de outros animais, como no caso dos urubus”, disse.

“No caso dos peixes, além de garantir a segurança alimentar, a pesca desses animais é uma atividade tradicional, a qual mantém viva a identidade, aspectos culturais, tradições ancestrais e conhecimentos empíricos dessas comunidades”, afirma. Ela diz ainda que os peixes possuem relevância socioambiental, uma vez que integram atividades de lazer e ecoturismo, como pesca esportiva, mergulho recreativo e aquarismo de peixes ornamentais. 

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INDICADORES AMBIENTAIS – Em geral, as aves e peixes são animais muito sensíveis às alterações ambientais, por isso funcionam como indicadores que revelam informações importantes sobre o ambiente de uma região e os impactos de um empreendimento.

Mesmo com as primeiras intervenções das obras da Ponte de Guaratuba, as observações, até o momento, não indicam alteração na população de aves. “Atualmente o que se tem é uma boa biodiversidade, muitas espécies diferentes e um estado de conservação bom”, disse a bióloga. Novos monitoramentos serão realizados para acompanhar possíveis impactos.

COLETA DE DADOS – Os dados que subsidiam as análises são colhidos de diferentes formas. Em relação às aves, os técnicos fazem a coleta por meio da visualização dos animais e da escuta do canto dos animais. Com binóculos e câmeras fotográficas, eles identificam e registram as espécies encontradas. Os pesquisadores também navegam na região avistando as aves aquáticas.

Outra forma de monitoramento acontece com a ajuda de redes de neblina. Feitas com um material fino, imperceptível aos animais, as redes capturam cuidadosamente as aves, que são rapidamente identificadas e devolvidas à natureza. A partir desta observação, as aves são classificadas de acordo com as suas características, tipo de ambiente onde vivem, região, espécies e quantidade.

Para monitorar a ictiofauna da baía de Guaratuba, são utilizadas quatro metodologias, das quais três consideram profundidade, correnteza e substrato de cada área de amostragem, visando capturar peixes de diversos tamanhos e hábitos. 

Na rede de espera, uma rede permanece armada por 12 horas em pontos estratégicos próximos a desembocaduras de rios. Após esse período, os pesquisadores verificam a rede, registram as espécies capturadas e as soltam novamente no mar. Na rede de arrasto, uma rede é conduzida pelo fundo ou coluna d’água por 30 minutos em cada ponto amostral. O formato da rede e a velocidade de arrasto permitem que os animais sejam retidos em seu interior. Os pesquisadores então registram as espécies capturadas e as soltam no mesmo local de captura. 

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Os outros métodos são peneiras e puçás, que consistem em armadilhas confeccionadas com rede e ensacador, instaladas em uma armação em forma de aro com cabo, para operação manual. Os pesquisadores também fazem visitas às comunidades pesqueiras da região e acompanham os desembarques diários, registrando e contabilizando as espécies capturadas na pesca artesanal local. 

Até o momento as famílias de peixes mais registradas são: pescadas e corvinas (Scianidae), caratingas (Gerreidae), e baiacus (Tetraodontidae). Já as espécies de peixes mais registradas até o momento são: corvina (Micropogonias furnieri), manjuba (Lycengraulis grossidens), carapeba (Eugerres brasilianus), baiacu (Sphoeroides greeleyi), parati (Mugil curema), bagre-urutu (Genidens genidens), linguado (Citharichthys spilopterus), robalo-peva (Centropomus parallelus) e sardinha-cascuda (Harengula clupeola).

PONTE – O Governo do Estado está investindo R$ 386,9 milhões na construção da ponte que liga Guaratuba a Matinhos, no Litoral do Paraná. O prazo previsto para a conclusão da estrutura é de 24 meses. Atualmente as obras estão concentradas nas fundações. No momento estão em execução três estacas na margem de Guaratuba, formando o início da cabeceira da ponte. Cinco já foram concretadas. Serão 64 no total. A execução de todo o projeto se aproxima de 7%.

O empreendimento tem uma extensão total de 1.826 metros, o que inclui 951 metros de acessos no lado de Guaratuba e 875 metros no lado de Matinhos. Dentro do projeto, também estão incluídas vias locais e conexão à Estrada de Cabaraquara, em Matinhos.

Entre as condicionantes da nova licença estão a execução de todos os programas ambientais previstos, com monitoramento de fauna e flora, avaliação das condições da qualidade do ar e obrigação de gerenciamento dos resíduos gerados nas obras.

Confira os infográficos:

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Foto: Consórcio Supervisor da Ponte de Guaratuba

Fonte: Governo PR

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Decreto isenta de ICMS biogás, biometano e combustível sustentável de avião no Paraná

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O governador Carlos Massa Ratinho Junior assinou nesta segunda-feira (05) o Decreto nº 9.817 que concede isenção sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em operações para aquisições de bens destinados à fabricação de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês), biometano, biogás, metanol e CO2. 

Além disso, o decreto também concede a isenção do ICMS na aquisição de máquinas, equipamentos, aparelhos e componentes para geração de energia a partir do biogás, como bombas de ar ou de vácuo, compressores de ar ou de outros gases e ventiladores; coifas aspirantes, contadores de gases. As duas medidas buscam tornar o Paraná mais competitivo na atração de negócios em energia renovável, alavancando o desenvolvimento estadual.

O decreto internaliza os convênios 161/2024 e 151/2021, aprovados pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) durante o Encontro Nacional dos Secretários da Fazenda em dezembro. Com a regulamentação, as isenções já estão em vigor. 

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De acordo com o secretário estadual da Fazenda, Norberto Ortigara, a ideia é justamente estimular investimentos em combustíveis sustentáveis no Paraná, colocando o Estado em posição de destaque no cenário nacional. “Queremos consolidar o Paraná como uma referência e um polo na produção de novas energia e incentivos fiscais, como a isenção do ICMS, são formas de pavimentar esse caminho, estimulando investimentos no setor”, explica.

Um dos objetivos da iniciativa, aponta Ortigara, está em tornar o biometano economicamente viável. “O Paraná já é o maior produtor de proteína animal do Brasil, então queremos aproveitar o potencial que já existe aqui para fomentar a cadeira de biogás e biometano. Temos potencial para sermos uma Arábia Saudita do combustível renovável”, diz. “É usar dejetos de animais para gerar energia e, com as novas isenções, facilitamos o caminho para tornar o Estado ainda mais sustentável”.

SUSTENTABILIDADE – Os esforços do Paraná em se tornar referência na produção de combustíveis sustentáveis a partir do reaproveitamento do potencial agrícola não se limita apenas à isenção do ICMS. Embora a medida assinada pelo governador estimule ainda mais o setor, o Estado já aposta na geração de energia renovável também por meio de outros programas, como o Paraná Energia Rural Renovável (RenovaPR).

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Executado pelo IDR-Paraná, ele incentiva os produtores rurais a produzir sua própria energia ou combustível. O Estado também subsidia os juros dos empréstimos usados pelos produtores para a implantação de projetos de energia renovável, por meio do Banco do Agricultor Paranaense.

Segundo levantamento do Centro Internacional de Energias Renováveis (Cibiogás), o Paraná lidera com folga o número de plantas de biogás na região Sul, com 426 unidades instaladas, 348 delas da agropecuária. Em Santa Catarina são 126 plantas e no Rio Grande do Sul 84. O Paraná foi responsável com 53% do volume de geração de biogás na região no ano passado, com 461 milhões de metros cúbicos normais. .

Fonte: Governo PR

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