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Com salões imponentes, obras de arte e muita história, Palácio Iguaçu é considerado um museu

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Com seus 70 anos de história, comemorados oficialmente no dia 19 de dezembro, o Palácio Iguaçu não é apenas um marco da arquitetura modernista brasileira, mas também um verdadeiro museu.

Por dentro, o edifício revela uma riqueza cultural composta por mais de 500 obras de arte, privilegiando principalmente artistas paranaenses. Além disso, o Interior do Palácio foi decorado com a assinatura do arquiteto e decorador Júlio de Almeida Senna, considerado um dos profissionais mais influentes do mundo no século XX.

Conhecido por seu estilo clássico, Senna trouxe uma harmonia entre o modernismo do edifício e a ornamentação interna, mesclando móveis imponentes e detalhes que remetem à grandiosidade do poder governamental.

Segundo o historiador e membro do Conselho Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico, Aimoré Índio do Brasil Arantes, pelas características internas, o Palácio Iguaçu tem status de museu. “Mais do que servir como sede do governo, hoje o Palácio Iguaçu é um espaço museal, abrigando obras de destacados artistas paranaenses e brasileiros”, afirma.

Autor do livro “Palácio do Iguaçu: Coragem de Realizar de Bento Munhoz da Rocha Netto”, Jair Elias dos Santos Júnior conta que o decorador Júlio Senna, após receber a missão de Munhoz da Rocha Netto, viajou até a Europa – com recursos próprios – para buscar referências para o Palácio Iguaçu. “O piso em madeira do Salão Nobre, por exemplo, foi inspirado no Palácio de Versailles, na França. E a escadaria em espiral, de um Palácio na Itália”, detalha.

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Apesar de Júlio ter sido o responsável pelo projeto decorativo, ele contou com a forte influência de Flora Camargo Munhoz da Rocha, esposa do governador Bento Munhoz da Rocha Neto e filha do ex-governador Affonso Camargo, que governou o Paraná entre 1916 e 1920. “Flora tinha essa preocupação de transformar o Palácio em um local aconchegante, que contasse a história do Paraná”, explica o historiador Paulo Colaço.

“Ela realmente tinha muita personalidade, opinava sem hesitar, e na decoração do Palácio não foi diferente. Flora colaborou ativamente, dizia o que não gostava e assim foi feito”, relembra sua nora, Gilda Marise Munhoz da Rocha.

ESPAÇOS – Ao adentrar o Palácio Iguaçu, o visitante é recebido pelo imponente Salão Monumental, com pé-direito equivalente a um prédio de dois andares, piso de mármore e um painel de arenito esculpido por Humberto Cozzo em 1953. O painel, que vai do chão ao teto, retrata os ciclos econômicos da história do Paraná, desde o período colonial até o ciclo da erva-mate.

No segundo andar, o Palácio abriga o Salão Nobre, reservado para recepções de embaixadores, chefes de Estado e cerimônias solenes da governadoria, como as promovidas recentemente pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior com empresários, merendeiras e líderes religiosos. Outro ambiente importante é o Salão de Inverno, projetado para recitais, reuniões informais e eventos festivos.

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Já o Salão dos Governadores possui uma função mais administrativa, sendo o espaço de reuniões de gestão. Suas paredes exibem uma galeria de retratos pintados a óleo, retratando cronologicamente todos os governadores do Paraná. Outros dois grandes salões completam o Palácio: o Petit, destinado a almoços e jantares com personalidades importantes que visitam o Palácio, e o Salão de Atos, palco de grandes eventos governamentais, como lançamentos de programas e projetos.

A sala mais recente do Palácio é o Gabinete de Gestão e Informações (GGI), com alta tecnologia, onde o governador e os secretários conseguem se reunir inclusive de maneira virtual com autoridades.

“Do ponto de vista moderno, o Palácio Iguaçu é uma obra de arte. Ele trouxe para o Estado as características da arquitetura moderna, com amplos espaços, grandes vãos, fachada envidraçada e muitas obras de arte que compõem a arquitetura de forma integrada”, avalia o arquiteto e membro do Conselho Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico, Fernando Lobo.

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Uma das 500 obras que estão no acervo do Palácio Iguaçu e “Chegada do Conselheiro Zacarias de Arthur Nísio”. Foto: José Fernando Ogura/Arquivo AEN

OBRAS – O Palácio Iguaçu abriga um acervo artístico diversificado, com mais de 500 obras. Entre os destaques estão artistas paranaenses como Theodoro De Bona, autor do famoso painel que retrata a instalação da Província do Paraná, com um personagem que encara o visitante de qualquer lugar da sala; Poty Lazzarotto, com obras tanto na parte externa quanto no interior do prédio; e Alfredo Andersen, considerado o pai da pintura paranaense, entre outros.

Uma tela de Andersen, inclusive, fica no gabinete do governador. Trata-se da obra “A Queimada – lavadeiras”, considerada por muitos um exemplo do Movimento Paranista, que buscou exaltar a identidade do Estado a partir da emancipação política. “Andersen pinta uma típica cena paranaense”, explica o historiador Jair Elias dos Santos Júnior.

“O Palácio Iguaçu é especial porque, dentro dele, encontra-se a história do Paraná. Todas as obras retratam o cotidiano do Estado. É uma verdadeira galeria de arte”, celebra o historiador Paulo Colaço.

Mesmo as obras que não são assinadas por paranaenses contam, de algum modo, a história do Estado. Um exemplo é a tela “Cataratas do Iguaçu”, pintada em 1920 pelo artista carioca Antônio Parreiras, que visitou o local e pintou de memória, enviando a obra final de Paris ao Palácio.

“Todas as obras de arte presentes no Palácio Iguaçu são cuidadosamente curadas pela equipe técnica do Museu Oscar Niemeyer”, explica a servidora estadual responsável pela visita guiada ao Palácio, Regina Emilia Greca. “E elas são de todos os paranaenses”.

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Ao adentrar o Palácio Iguaçu, o visitante é recebido pelo imponente Salão Monumental, com pé-direito equivalente a um prédio de dois andares. Foto: Jonathan Campos/AEN

ARQUITETURA – Um dos destaques internos do Palácio é a grandiosa escadaria em caracol, localizada no Salão Monumental, que dá acesso aos pisos superiores. Seu design impressiona pela estética e funcionalidade, sendo considerada uma das mais belas obras arquitetônicas do edifício. E ela causou certos receios antes da instalação.

“O grande medo era que a escada, que ‘flutua no ar’, não suportasse o peso. Um dia após o banquete de inauguração, o Palácio foi aberto ao público, e uma multidão tomou as escadarias. Bento [Munhoz da Rocha] dizia: ‘Se aguentou agora, vai aguentar sempre’”, diz Gilda Munhoz da Rocha.

O arquiteto Fernando Lobo explica que o projeto da escadaria só foi possível graças a uma técnica inovadora na década de 1950. “A linguagem arquitetônica moderna trouxe novas técnicas, como o uso do concreto armado, que permitiu a criação plástica da escadaria em caracol sem nenhum apoio”, detalha.

A CAPELA, A PADROEIRA E O PAPA – O Palácio Iguaçu também abriga a Capela de Nossa Senhora do Rocio, decorada com simplicidade e elegância, conforme solicitação de Flora Camargo Munhoz da Rocha. Inclusive, foi ela quem solicitou diretamente ao Vaticano a consagração de Nossa Senhora do Rocio como padroeira do Paraná.

Foi nessa capela que o Papa João Paulo II se preparou, em julho de 1980, para celebrar uma missa que reuniu mais de 700 mil pessoas em frente ao Palácio Iguaçu, marcando a história religiosa e cultural do Paraná.

TOUR NO PALÁCIO – Para agendar uma visita guiada ao Palácio Iguaçu, basta entrar em contato pelo telefone (41) 3350-2983 ou enviar um e-mail para gika@casamilitar.pr.gov.br. São atendidos grupos de até 20 pessoas de segunda a sexta-feira, em horário comercial. Para quem preferir, há também a opção de visita virtual ao Palácio, que pode ser conferida AQUI.

ESPECIAL EM VÍDEO – Para celebrar os 70 anos do Palácio Iguaçu, a Agência Estadual de Notícias produziu o especial “Palácio Iguaçu 70 anos”, cujo primeiro texto retratou a imponência da obra. Os episódios estão disponíveis no YouTube do Governo do Paraná e será transmitido na programação da TV Paraná Turismo no canal 9.1 UHF, na TV aberta de Curitiba e Região Metropolitana, e no canal 509 da Claro/NET. O sinal também alcança todo o Brasil pelo canal 236 da Banda Ku, canal 66 da SKY TVRO e pela frequência 3985 no Star One D2, além de outras operadoras de TV a cabo.

Assista ao segundo capítulo:

Fonte: Governo PR

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Decreto isenta de ICMS biogás, biometano e combustível sustentável de avião no Paraná

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O governador Carlos Massa Ratinho Junior assinou nesta segunda-feira (05) o Decreto nº 9.817 que concede isenção sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em operações para aquisições de bens destinados à fabricação de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês), biometano, biogás, metanol e CO2. 

Além disso, o decreto também concede a isenção do ICMS na aquisição de máquinas, equipamentos, aparelhos e componentes para geração de energia a partir do biogás, como bombas de ar ou de vácuo, compressores de ar ou de outros gases e ventiladores; coifas aspirantes, contadores de gases. As duas medidas buscam tornar o Paraná mais competitivo na atração de negócios em energia renovável, alavancando o desenvolvimento estadual.

O decreto internaliza os convênios 161/2024 e 151/2021, aprovados pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) durante o Encontro Nacional dos Secretários da Fazenda em dezembro. Com a regulamentação, as isenções já estão em vigor. 

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De acordo com o secretário estadual da Fazenda, Norberto Ortigara, a ideia é justamente estimular investimentos em combustíveis sustentáveis no Paraná, colocando o Estado em posição de destaque no cenário nacional. “Queremos consolidar o Paraná como uma referência e um polo na produção de novas energia e incentivos fiscais, como a isenção do ICMS, são formas de pavimentar esse caminho, estimulando investimentos no setor”, explica.

Um dos objetivos da iniciativa, aponta Ortigara, está em tornar o biometano economicamente viável. “O Paraná já é o maior produtor de proteína animal do Brasil, então queremos aproveitar o potencial que já existe aqui para fomentar a cadeira de biogás e biometano. Temos potencial para sermos uma Arábia Saudita do combustível renovável”, diz. “É usar dejetos de animais para gerar energia e, com as novas isenções, facilitamos o caminho para tornar o Estado ainda mais sustentável”.

SUSTENTABILIDADE – Os esforços do Paraná em se tornar referência na produção de combustíveis sustentáveis a partir do reaproveitamento do potencial agrícola não se limita apenas à isenção do ICMS. Embora a medida assinada pelo governador estimule ainda mais o setor, o Estado já aposta na geração de energia renovável também por meio de outros programas, como o Paraná Energia Rural Renovável (RenovaPR).

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Executado pelo IDR-Paraná, ele incentiva os produtores rurais a produzir sua própria energia ou combustível. O Estado também subsidia os juros dos empréstimos usados pelos produtores para a implantação de projetos de energia renovável, por meio do Banco do Agricultor Paranaense.

Segundo levantamento do Centro Internacional de Energias Renováveis (Cibiogás), o Paraná lidera com folga o número de plantas de biogás na região Sul, com 426 unidades instaladas, 348 delas da agropecuária. Em Santa Catarina são 126 plantas e no Rio Grande do Sul 84. O Paraná foi responsável com 53% do volume de geração de biogás na região no ano passado, com 461 milhões de metros cúbicos normais. .

Fonte: Governo PR

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