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Com registro de 138 espécies, UEL publica estudo sobre pássaros no Parque Nacional do Iguaçu

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Pesquisadores da Universidade Estadual de Londrina (UEL) acabam de publicar um estudo sobre aves raras e meio ambiente no Journal for Nature Conservation, relatando o resultado de mais de 10 anos de estudos desenvolvidos no Parque Nacional do Iguaçu, unidade de conservação Federal, com mais de 185 mil hectares, considerada a maior reserva de Mata Atlântica do interior do País.

Internacional e interdisciplinar o periódio incentiva a colaboração entre cientistas e profissionais, incluindo a integração de questões de biodiversidade com questões sociais e econômicas.

O estudo da UEL intitulado “A importância funcional de espécies raras e dominantes em uma região Neotropical – comunidade de pássaros da floresta” reuniu pesquisadores do Laboratório de Ornitologia e Bioacústica (Lobio), do Departamento de Biologia Animal e Vegetal (CCB), e dos departamentos de Estatística e de Matemática (CCE) da UEL.

A pesquisa representa o maior levantamento quantitativo sobre populações de espécies de aves típicas paranaenses, realizada exatamente em um dos locais símbolos da flora e fauna do Estado – considerado, inclusive, patrimônio natural da humanidade pela Unesco.

O resultado quantifica aves raras, intermediárias e dominantes e conclui que as espécies consideradas raras desenvolvem funções ecológicas fundamentais para a biodiversidade, como a dispersão de sementes e o controle das populações de insetos e de roedores, daí a importância em preservá-las.

O estudo é assinado pelo professor Luiz dos Anjos, coordenador do Laboratório de Ornitologia e Bioacústica; pelo doutorando do Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas, Helon Oliveira; e pelos professores Mariana Urbano e Paulo Natti, dos departamentos de Estatística e de Matemática, respectivamente.

Segundo o professor, o levantamento teve início em 2011 com as primeiras gravações e observações de aves realizadas ao longo de uma trilha (amostragem) localizada no interior do parque. O monitoramento foi realizado sempre entre os meses de outubro e novembro, na mesma trilha, de aproximadamente cinco quilômetros, entre 4h30 e 9h30, horário em que as aves estão mais ativas.

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Em 10 anos, foram realizadas nada menos do que 50 observações. Segundo o pesquisador, o procedimento inclui a gravação do canto das aves com o objetivo de identificar as espécies presentes. Os dados dos pontos fixos da trilha foram anotados e comparados.

O objetivo foi verificar a quantidade, localização e ocupação das espécies. A pesquisa demonstrou que existem 138 espécies de aves na área de estudo, limitada em cinco quilômetros. A grande maioria – 107, ou seja, 78%, é rara. Outras 26 espécies (19%) são chamadas de intermediárias e apenas cinco, 3%, dominantes.

Entre as espécies consideradas raras e encontradas na área do Parque Iguaçu estão Saí Andorinha, Macuco, Pavó, Saíra Viúva, Macuru, Olho Falso e Tovacuçu. Entre as espécies intermediárias conhecidas estão o Tiê da Mata, Pica-pau-Benedito, Piolhinho e Alma de Gato. As consideradas dominantes são Arapaçu verde, Sabiá de Barranco e Pula pula.

De acordo com o pesquisador, a observação é feita a partir do canto e registrada em um gravador digital. Ele também utiliza um binóculo para tentar avistar as aves, o que nem sempre é possível.

O pesquisador explica que a participação de professores de Matemática e de Estatística foi necessária para desenvolver uma classificação adequada da quantidade de espécies raras, intermediárias e dominantes. Para fazer essa comparação, foi necessário o emprego da Análise de Cluster, técnica usada para classificar elementos muito parecidos em grupos distintos entre si. Para definir a semelhança – ou diferença – entre os elementos é usada uma função de distância, que precisa ser definida considerando o contexto do problema.

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RISCO DE EXTINÇÃO – A partir dos resultados da pesquisa, o professor planeja ampliar a área de estudo, considerando outros 30 fragmentos de florestas existentes nas regiões Norte e Oeste do Paraná, áreas menores que o Parque Iguaçu, com dimensões entre 2 e 10 mil hectares.

Esse novo estudo pretende detectar o volume de espécies raras de aves, apontando para possíveis causas de redução destas populações, que podem correr inclusive risco de extinção. “Queremos entender quais destes fragmentos têm resiliência ecológica. Perder espécies significa perder funções ambientais importantes”, relata o professor, acrescentando que conservar fragmentos de florestas com potencial resiliência ecológica é importante para a biodiversidade. 

O professor conta que, desde o início da coleta no parque, as populações de aves se mantiveram estáveis, um bom sinal de que a área tem cumprido seu papel como unidade de conservação. Os dados do monitoramento encontraram em média cerca de 80 espécies distintas por quilômetro, uma pequena amostra do total de aves e da rica biodiversidade do parque.

APOIO – A pesquisa foi desenvolvida com permissão do ICMBio e integrou o projeto Diversidade e Conservação de Aves na Porção Sul da Mata Atlântica, com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Fonte: Governo PR

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Ganhando o Mundo: últimos intercambistas começam a chegar com mala cheia de experiências

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O Natal será com a família reunida e com diversas histórias para compartilhar para 27 alunos que voltaram do intercâmbio nos Estados Unidos nesta segunda-feira (23), dentro do programa Ganhando o Mundo. Eles desembarcaram no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na Grande Curitiba, onde foram recebidos com muita emoção por pais e familiares depois de quatro meses estudando na América do Norte. Outros alunos devem chegar em janeiro.

Foram mil estudantes de escolas públicas paranaenses que tiveram a oportunidade de realizar um intercâmbio com as despesas pagas pelo Governo do Estado, após uma seleção que envolveu mais de 12 mil candidatos. A edição de 2025 será ainda maior e levará 1,2 mil alunos para cinco países de língua inglesa (Austrália, Canadá, Irlanda, Nova Zelândia e Reino Unido). Durante seis meses, os jovens farão curso equivalente ao Ensino Médio no Brasil.

O chefe do Departamento de Intercâmbios da Secretaria de Estado da Educação (Seed), Marlon de Campos, destacou que a edição do Ganhando o Mundo deste ano foi um sucesso. “Todo o processo está sendo incrível. Foi o primeiro ano que nós tivemos mil alunos viajando, 950 deles já retornaram no primeiro semestre, e agora o restante está voltando”, ressaltou.

“Eles voltam com uma cabeça completamente mudada, muito mais atenciosos com a sua família, com a sua escola, com o seu espaço. Quando eles viajam e experienciam uma oportunidade tão diferente, não só da língua, mas também cultural e acadêmica, eles ampliam os seus horizontes e isso faz com que se tornem líderes”, acrescentou.

EXPERIÊNCIA DE VIDA — Entre as intercambistas que chegaram nesta segunda-feira está Isabella Parra Hass, de 16 anos, estudante do Colégio Estadual Rio Branco, em Rio Branco do Ivaí, no Norte do Estado. Para ela, a principal conquista com o intercâmbio foi tornar-se uma pessoa mais independente. “Foi uma das melhores experiências da minha vida. Vivi coisas que eu nunca imaginaria viver, conheci pessoas incríveis e me tornei uma pessoa tão madura, independente, que eu nunca imaginei que eu conseguiria”, explicou.

Ela conta que pôde vivenciar a cultura americana na prática. “Fui líder de torcida e também gerente do time de basquete feminino. Foi muito legal vivenciar a cultura deles, do esporte, mas mais do que isso, saber que você consegue fazer algo quando realmente se quer muito. Uma oportunidade incrível que nunca imaginei que poderia ter e que graças ao Ganhando o Mundo consegui realizar um dos meus maiores sonhos”, disse, com os olhos ainda com lágrimas após encontrar os pais.

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A família viajou cerca de 350 quilômetros para receber a filha, pouco para uma distância que já foi continental. “A gente viveu junto esse intercâmbio. Ela lá e eu acompanhando daqui, nos falando todos os dias, dando força nas horas das dificuldades e sorrindo, acreditando que tudo ia dar certo”, afirmou Maria Inez Parra Hass, mãe de Isabella.

“Agradeço ao Governo do Estado por esse intercâmbio, por esse projeto. Ela gostou muito da escola, construiu muitas amizades, foi muito bem recebida pela família e agora esse presente de Natal que estamos está recebendo com a chegada dela”.

Para Pedro Moreira Silva, 16 anos, do Colégio Estadual Arcângelo Nandi, de Santa Terezinha de Itaipu, no Oeste, o que mais lhe chamou sua atenção foi a cultura do esporte nos colégios americanos. “Eu não teria oportunidade de fazer um intercâmbio se não fosse por esse programa, para estudar numa verdadeira high school. Uma das coisas mais legais foi o esporte que pratiquei, participando do time de futebol americano, que foi incrível, e um pouco de wrestling”, ressaltou.

Outro destaque foi o aprimoramento da língua. “O meu inglês melhorou muito, o que vai me ajudar a ter um bom emprego. Fora isso, aprendi coisas novas, como comidas típicas de lá e que vou cozinhar para a minha família, além da neve, porque lá é bem gelado”, disse.

A mãe de Pedro, Katyussa Maiara Moreira, contava os minutos para chegada do filho, acompanhada do marido e da filha mais nova. “Começa a bater aquela ansiedade. A gente fala que não vai ficar nervosa, mas não tem como. É um orgulho como mãe saber que ele conquistou isso, que chegou onde chegou e só tenho muito a agradecer a Deus e ao Governo do Estado”, salientou.

“Ele se desenvolveu muito bem. No começo foi difícil, mas todo dia conversava com ele pelo WhatsApp, então estava longe, mas perto ao mesmo tempo. E agora ter ele aqui junto no Natal, poder passar o Ano-Novo era uma coisa que a gente queria muito”, celebrou o pai, Rodimar Silva.

Quem também vai ter muita história para contar é Amanda Samiria, de 16 anos, do Colégio Estadual Joaquim de Oliveira Franco, de Mandirituba, na Região Metropolitana de Curitiba. Ela foi recebida pelos pais e amigos no saguão do aeroporto. “Ao mesmo tempo que apertava o coração, eu sabia que aquilo ia ser para o meu bem. Toda a independência, maturidade e responsabilidade que eu ganhei com esse programa foi incrível, uma oportunidade de estar vivendo em um outro país, de morar com uma outra família, com uma cultura totalmente diferente da minha”, comentou.

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“Ao mesmo tempo que o coração está apertado por eu ter deixado minha segunda família lá nos Estados Unidos, também está muito alegre de reencontrar todo mundo, de ver o quanto eu sou amada aqui e o quanto tudo valeu a pena. Já tenho planos para compartilhar tudo o que eu aprendi, que eu não vou deixar só para mim, mas sim dividir com os outros, contar como foi a minha experiência para inspirar outras pessoas a também participarem”, acrescentou.

GANHANDO O MUNDO – Iniciado como projeto-piloto em 2022, o Ganhando o Mundo levou 100 estudantes para o Canadá, na América do Norte, naquele ano. Na segunda edição, outros 100 alunos tiveram a experiência de conhecerem uma outra cultura, desta vez com destino a Nova Zelândia, na Oceania.

Em 2023, o programa passou a incluir professores, com 96 docentes enviados para o Canadá e a Finlândia, países referências em educação. No mesmo ano, mais 40 alunos estudaram por um semestre letivo na França. Já em 2024, o número de intercambistas cresceu dez vezes, chegando a mil alunos que viajaram para países de língua inglesa, como Canadá, Nova Zelândia, Inglaterra, Austrália e Estados Unidos. Além disso, 100 diretores de colégios estaduais embarcaram no meio do ano para um intercâmbio de duas semanas no Chile.

A próxima edição, em 2025, será ainda maior. Mais de 1,2 mil alunos da rede estadual terão como destino cinco países de língua inglesa (Austrália, Canadá, Irlanda, Nova Zelândia e Reino Unido). Durante seis meses, os jovens farão curso equivalente ao Ensino Médio no Brasil.

Também em 2025 acontecerá a primeira edição do programa voltada aos alunos de 1ª série dos cursos técnicos em agropecuária, agrícola, florestal, operações de máquinas florestais e agronegócio, matriculados nos centros de educação profissional. Cem estudantes vão para Iowa, nos Estados Unidos, estado líder em tecnologia agrícola e coração do corn belt (cinturão agrícola forte em produção de milho e um dos principais pólos agrícolas do mundo).

Fonte: Governo PR

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