10 de Abril de 2025
    NOVA AURORA

    PARANÁ

    Com Núcleo de Inteligência Geográfica, IAT amplia uso de tecnologia contra desmatamento

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    Por trás da redução de 54% no desmatamento da Mata Atlântica no Paraná, melhor índice do País de acordo com levantamento recente do Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD) Mata Atlântica, há um robusto setor de inteligência, formado por 33 pessoas, especializado em conferir alertas, garimpar vestígios de supressão da vegetação e emitir relatórios técnicos com punições pesadas para quem insiste em cometer o crime ambiental. Esse é o Núcleo de Inteligência Geográfica e da Informação, mais conhecido como NGI.

    Criado em 2019 pelo Instituto Água e Terra (IAT) com a função de vigiar 24 horas por dia o patrimônio natural do Estado, o núcleo ajudou a gerência de fiscalização a ampliar o número de Autos de Infração Ambiental (AIA) em 194% entre 2018 e 2022, o que fez com que o valor das multas crescesse quase 400%.

    Uma função executada numa espaçosa sala repleta de monitores do segundo andar da sede do IAT em Curitiba. É de lá, do QG contra o desmatamento no Paraná, que o NGI fiscaliza com a ajuda de modernos satélites tudo o que está acontecendo nas florestas e matas estaduais.

    “É esse núcleo que faz com que o meio ambiente do Paraná esteja sendo observado, cuidado e protegido. A orientação aqui é para sempre fazer mais, melhor e mais rápido, o que tem refletido na melhora do combate ao desmatamento no Estado”, destacou o diretor-presidente do IAT, Everton Souza.

    A base para a consolidação do NGI em um lugar único, multidisciplinar e preparado para fornecer dados em tempo real para todos os setores e escritórios do IAT consiste na integração de três pilares: cartografia, geoprocessamento e sistemas de informação, tornando a gestão ambiental mais moderna, eficiente e precisa, apoiada especialmente em novas tecnologias.

    Ferramentas como os alertas de desmatamento são emitidos pela plataforma Mapbiomas, um dos parceiros do IAT. O sistema permite comparar imagens históricas com as atuais para identificar as coordenadas do desmatamento ilegal e fazer com que o dano ambiental seja interrompido enquanto está acontecendo, com o suporte dos fiscais do IAT.

    Desta forma, o IAT conseguiu atender 53% dos alertas publicados para o Paraná, priorizando aqueles com maior dano ao bioma. Isso fez com que o número de AIAs relacionados à flora passasse de 1.168 em 2018 para 3.433 em 2022. E o valor das multas saltasse de R$ 19,1 milhões para R$ 95,2 milhões no período, incremento de 398%.

    “Essa é uma conquista de todo o IAT, é fruto do nosso monitoramento e das ações educativas e punitivas”, afirmou a engenheira florestal do NGI, Aline Canetti.

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    MODERNINZAÇÃO – O NGI segue em evolução constante para acompanhar as novas tendências tecnológicas. Com apoio da Secretaria de Estado do Planejamento, o IAT finalizou os trâmites do financiamento com o Banco Mundial (Bird) para apoiar a implementação do i9 ambiental. O recurso a ser liberado é de US$ 25 milhões (cerca de R$ 123,7 milhões), assinado no final de 2022, e o investimento total é de R$ 175 milhões – a diferença vem de recursos do Tesouro Estadual.

    “É impossível fazer uma análise ambiental sem uma ferramenta de geoprocessamento para trazer dados com bases cartográficas atualizadas, para dar embasamento em tomadas de decisão”, explicou Jaqueline Dornelles, cientista da computação e coordenadora do programa i9 Ambiental do IAT, projeto em fase de desenvolvimento que busca agrupar as necessidades tecnológicas, sistemas para armazenamento e digitalização de informações dentro de um ambiente único.

    Os objetivos do i9 Ambiental são qualificar, inovar e agilizar os processos ambientais e a tomada de decisão, contribuindo para o atendimento eficiente das demandas relativas ao desenvolvimento sustentável. O programa desenvolverá a Plataforma Inteligente Gestão Ambiental, composta pelo Sistema Integrado de Gestão Ambiental (SIGA), que abrange vários outros sistemas interconectados pela Infraestrutura de Dados Espaciais do Paraná, plataforma conhecida como GeoPR.

    É na GeoPR que os dados cartográficos são organizados e atualizados, se integrando a diversos sistemas que compõem o SIGA, plataforma em que estão armazenados os dados provenientes das redes de monitoramento ambiental, das licenças e atuações ambientais e gestão de recursos hídricos. Esses sistemas se integrarão também a ferramentas de suporte à decisão baseadas em geotecnologias, denominada Inteligência Geográfica (IG).

    Boa parte destes recursos do i9 Ambiental será aplicada na criação de uma base cartográfica oficial do Estado, fato inédito que também está em desenvolvimento pelos técnicos do NGI. “Até hoje o Paraná utiliza mapeamentos da Diretoria de Serviço Geográfico do Exército ou do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com o mapeamento sistemático na escala de até 50 mil (1:50.000). São dados utilizados até hoje, mas de 20, 40 anos atrás”, explicou a engenheira cartógrafa do NGI, Gislene Lessa.

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    Com essa base cartográfica oficial do Paraná desenvolvida pelo IAT, a escala passará a ser de 10 mil (1:10.000). Isso significa mapas com maior volume de detalhamento e de informações, maior precisão do olhar territorial, melhor resolução, além de um mapa oficial com uma “fotografia” atualizada. “Teremos uma precisão adequada para determinar em nível de propriedade questões de nascentes, declividade e supressão de área por exemplo”, complementou Aline.

    Essa novidade impacta o Paraná como um todo. Tais informações serão amplamente utilizadas no desenvolvimento de políticas públicas do governo, em áreas como a saúde, educação, agropecuária, infraestrutura e, também, em pesquisas universitárias.

    “A partir desta nova escala vamos conseguir responder efetivamente quantos rios de fato o Paraná tem. Teremos maior segurança para delimitar áreas para deslizamento de terra, além de melhorias no planejamento urbano de municípios, entre outras informações territoriais precisas e necessárias sob a ótica da gestão ambiental”, acrescentou Gislene.

    SISTEMA DE INFORMAÇÃO – É também no NGI que os aplicativos e plataformas de dados ambientais são desenvolvidos. Esses sistemas estão disponíveis para quaisquer usuários do Estado. Um exemplo é o aplicativo Paraná Mais Verde, que permite que qualquer cidadão solicite mudas aos 19 viveiros florestais.

    O usuário consegue localizar qual é o viveiro mais próximo, quais as espécies disponíveis, quantidade de mudas e agendar a retirada. Para quem deseja saber a qualidade da água de mares e rios paranaenses durante o verão, basta acessar o aplicativo Balneabilidade Estado do Paraná.

    Ainda em fase de implementação, outro sistema que irá agilizar a fiscalização é o AIA-e. Para uso interno dos fiscais do IAT, ele permite a emissão instantânea de Autos de Infração Ambiental, ideal para quem está trabalhando em campo.

    Por meio dele é possível georreferenciar a área que foi desmatada e inserir informações necessárias ao AIA. Outros aplicativos e sistemas estão por vir, como o SimuLA, para simulação de solicitação de licenciamento para o público externo e outro de monitoramento das estações hidrológicas.

    “Aqui o futuro é próximo. A nossa principal meta é executar todos esses projetos do i9 Ambiental, ações fundamentais para o NGI e, consequentemente, para o IAT em termos de inovação e automação”, destacou a chefe do NGI, Sonia Burmester do Amaral.

    Fonte: Governo PR

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    Rede da Copel para proteger subestações de ataques cibernéticos é premiada

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    O projeto de modernização e proteção da rede de operações da Copel, que envolve as subestações de energia, foi premiado no evento internacional que reúne o segmento de serviços essenciais à sociedade – o UTCAL Summit 2025. Esse segmento, chamado de “utilities”, engloba empresas responsáveis por serviços como geração de energia, fornecimento de água, gás e, ainda, telecomunicações.

    A premiação da Copel se deve ao programa de comunicação e cibersegurança na transmissão de dados da infraestrutura de distribuição de energia, fundamental para que a companhia ofereça serviços de qualidade ao cliente. “Estamos avançando tecnologicamente para uma rede mais segura, para que todas as nossas subestações estejam interconectadas e com informações protegidas de ataques cibernéticos”, explica o autor do projeto na Copel, engenheiro eletricista Marcelo Yamada.

    São coautores do projeto, profissionais da Copel Lucas Esdras Leghi Garcia, Cristiano Valerio Gabardo e revisores Sergio Isidoro Canestraro Milani e Julio Shigeaki Omori.

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    NA PRÁTICA – O projeto da Copel consiste na modernização da rede operacional das 430 subestações da companhia em todo o Paraná. Está contemplada a instalação de novos roteadores, firewalls, sensores, componentes e ferramentas de detecção de vulnerabilidades integradas ao centro de operações de segurança. O investimento é em torno de R$ 120 milhões. O projeto está em fase de implantação, com planejamento de conclusão já em 2025.

    Yamada ressalta a relevância da proteção de informações para a estabilidade do sistema elétrico. “Na guerra entre a Rússia e a Ucrânia, por exemplo, os russos invadiram subestações de energia e as desligaram de forma remota. Foi um ataque cibernético. Estamos investindo e nos protegendo contra ações que possam ser tomadas a distância”, explicou.

    O Centro de Operações da Copel contratado como parte do novo projeto já atua de forma preventiva em algumas situações básicas. Na etapa final, estima-se uma redução de R$ 24 milhões ao ano nos custos da contratação de circuitos de transmissão por parte da Copel, com avanços significativos na qualidade dos serviços, gestão de ativos e segurança.

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    Com modelo inédito no setor elétrico brasileiro, a Nova Rede OT ( Confiável Protegida Integrada) foi destacada na Categoria Alta no América Latina Telecom Awards. O destaque se deu com excelência de serviços e soluções, uso de inovações tecnológicas em prol da sociedade e melhorias operacionais nas empresas de Energia.

    UTCAL – A 12ª edição da conferência Utilities Telecom & Technology Council America Latina (UTCAL), realizada esta semana no Rio de Janeiro, reúne cerca de mil participantes, entre representantes do setor público, como agências reguladoras dos setores Elétrico e de Telecom (Aneel e Anatel), e profissionais de empresas de todo o mundo para tratar de Tecnologias de Telecomunicações e Automação para Utilities.

    Fonte: Governo PR

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