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Agricultores familiares de Paiçandu inovam com produção de farofa de batata-doce

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A sustentabilidade, a renda e o desenvolvimento social no campo estão ganhando força no Paraná graças ao trabalho do cooperativismo da agricultura familiar. Com ajuda de políticas públicas estaduais, a Cooperativa dos Produtores Familiares de Paiçandu (Coprofap), no Noroeste do Estado, tirou do papel um projeto inovador e instalou a primeira fábrica de farofa de batata-doce do Paraná, além de uma fábrica de bioinsumos.

Os recursos de R$ 384,8 mil para instalação das estruturas foram viabilizados pelo programa Coopera Paraná, da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), e representam um investimento tanto na ampliação dos canais de comercialização quanto na promoção da agricultura orgânica.

A agroindústria produz, além de farinha de mandioca, farinha de batata-doce, que é processada e transformada em farofa. “A farofa é para a gente entrar no mercado tradicional. Então, para nós, ainda é algo novo, por ser um produto que ainda não tem no mercado. Mas já percebemos que vai dar certo, ainda mais pelos benefícios nutricionais da batata-doce”, diz a presidente da cooperativa, Elizabete Lima da Costa Borges. “Nós temos alguns agricultores com uma produção alta de batata-doce e estamos estimulando outros”.

Já a biofábrica é uma instalação industrial de pequeno porte para produção de insumos biológicos, que ajudam a controlar pragas e doenças. “Vamos repassar esses biosinsumos para os produtores, para que possam ter um custo menor na sua produção. A gente acredita que esse é o caminho”, completa a presidente.

O espaço foi inaugurado em março deste ano e beneficia aproximadamente 85 agricultores. A cerimônia de inauguração contou com a presença de uma equipe do Sistema Estadual de Agricultura (Seagri). “Temos 175 pequenas cooperativas no Paraná buscando somar esforços para evoluir, investir não só pensando em produzir e entregar, mas em dar valor às coisas, ficar com o ganho final, ir para o mercado. Esse esforço é elogiável”, diz o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.

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A Coprofap também havia sido beneficiada em outro edital do Coopera Paraná, que permitiu a compra de uma van para fazer entregas para a alimentação escolar, um veículo para os serviços administrativos, uma câmara fria, equipamentos e placas solares.

“É uma cooperativa que está lutando para se reposicionar nesse ambiente competitivo. O Paraná pratica uma ótima agricultura, e a organização rural é capaz de reduzir o desequilíbrio entre os grandes e os pequenos, promover a igualdade e o desenvolvimento social”, afirma o diretor-presidente do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater (IDR-Paraná), Natalino Avance de Souza.

COOPERATIVISMO – A agricultura dessa região tem principalmente produtores familiares, que se beneficiam da organização e do cooperativismo para se integrar, para tentar permanecer no campo e atrair os jovens para a atividade rural. A Coprofap nasce nesse contexto, em 2016, principalmente pela necessidade de fornecer produtos para a alimentação escolar. O IDR-Paraná foi parceiro com suporte total no início da nossa jornada.

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Para apoiar a gestão da cooperativa, o IDR-Paraná ajudou a elaborar um diagnóstico completo, incluindo temas como governança, gestão, produção, mercado, intercooperação, políticas públicas, crédito, empreendedorismo e inovação. “O objetivo foi detectar pontos fortes e fragilidades da cooperativa, para que pudéssemos tomar decisões mais assertivas”, diz o extensionista Elzo Nunes Alves.

Segundo ele, o projeto viabilizado pelo Coopera Paraná também representa um investimento social, pois permite a ampliação e qualificação do quadro da cooperativa, adicionando novos produtores de mandioca e batata doce, além dos produtores orgânicos da região. Já no setor ambiental, ajuda a aumentar a produção orgânica, reduzir a produção de resíduos e reduzir o consumo de adubos químicos.

O interesse pela produção de orgânicos também vem, entre outros fatores, de uma demanda institucional. Em 2019, um decreto regulamentou a Lei 16.751/10, que institui a alimentação escolar orgânica em todo o sistema estadual de ensino do Paraná. O estado assumiu o desafio de atingir esse objetivo até 2030.

De acordo com o extensionista, os bons resultados se devem ainda ao aperfeiçoamento constante dos produtores e à procura por outros espaços de venda, investindo em agroindústrias e na venda na Ceasa de Maringá, por exemplo. “Na agricultura familiar o momento é de união, e os agricultores mais atentos já perceberam isso. Eles estão buscando se organizar e trazer consigo os seus filhos. São empresas geridas com alto grau de profissionalismo e dedicação”, completa.

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A agroindústria foi inaugurada em março deste ano e beneficia aproximadamente 85 agricultores. Foto: Gisele Barão/SEAB

UNIÃO – Várias cooperativas familiares da região têm buscado mais alternativas de rentabilidade para reduzir a dependência das compras institucionais. No próximo semestre, será inaugurado um ponto de venda em Maringá, para que cinco cooperativas de Marialva, Munhoz de Melo, Astorga, Mandaguaçu e Maringá, além da Coprofap, possam comercializar produtos.

Essa iniciativa se desenvolveu graças a uma cooperativa central que está em processo de constituição desde o ano passado. O espaço físico, com equipamentos para conservação dos produtos, deve se chamar Empório da Agricultura Familiar.

“A ideia surgiu de uma discussão em grupo. Para que o mercado dessas cooperativas tenha um potencial maior, precisamos nos unir, buscar produtos diferenciados”, explica o extensionista e responsável técnico pela organização das cooperativas, Nélio Gaio. Cerca de 500 produtores serão beneficiados, oferecendo produtos das agroindústrias, como processados, sucos de uva, e frutas e hortaliças embaladas.

COOPERA PARANÁ – O programa Coopera Paraná já atendeu projetos de 167 organizações de produtores familiares, entre associações e cooperativas, com recursos que somam R$ 72,5 milhões. Neste ano, 58 projetos estão classificados no novo edital, com recursos que somam R$ 21,5 milhões para os projetos.

Fonte: Governo PR

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Via Rural Smart Farm reúne 19 mil pessoas no primeiro fim de semana da ExpoLondrina

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O Sistema Estadual de Agricultura (Seagri) reuniu cerca de 19 mil pessoas na Via Rural Smart Farm nos três primeiros dias de ExpoLondrina 2025. O espaço, uma parceria do Seagri com a Universidade Estadual de Londrina (UEL), é composto por diversos ambientes que visam difundir tecnologias e inovações para o meio rural, apresentar as principais políticas públicas desenvolvidas pelo Estado e promover o desenvolvimento rural sustentável.

Vagner Santos Alexandre, construtor autônomo, visita o espaço todos os anos com a família e afirma que melhora a cada ano. “A gente tem percebido que cada vez mais vem melhorando a organização do ambiente. É um entretenimento para a criança e também um espaço para lazer para os pais” afirma. A expectativa é que o local receba cerca de 200 mil pessoas durante todo o evento, que termina no próximo domingo (13).

O prefeito da via Rural Smart Farm, Wagner Santos, falou da proposta do espaço. “A Via Rural Smart Farm, que muitos conhecem por Fazendinha, tem o intuito de trazer as pessoas para poder conhecer um pouco daquilo que nós desenvolvemos, o que nós entregamos para a sociedade”.

Segundo ele, os estudantes têm muito aprendizado ao visitar o espaço. “Eu digo para os estudantes que fazem estágio aqui com a gente, que trabalham aqui com a gente, que nos auxiliam, que é uma verdadeira universidade a céu aberto”.

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VIA RURAL – A rota, instalada na ExpoLondrina, reúne pelo menos 21 atrações do mundo agro, desenvolvidas para informar, alertar e prevenir sobre diversos riscos que a agropecuária está exposta.

A rota inicia com uma apresentação do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), mostrando as ações do Estado para a comunidade rural, por meio de extensão e pesquisa, para otimizar as produções pelo Estado.

Outra parada é no Café Qualidade Paraná, que mostra as etapas de preparação de um café de qualidade, desde os tipos disponíveis para cultivo, até a torração e moagem. Além de uma comparação no aroma e aparência dos cafés.

A área de Manejo e Conservação de Solo é uma parceria do IDR-Paraná, da Agência de Defesa Agropecuária (Adapar) e Embrapa para mostrar os diferentes tipos de solo, os benefícios, as diferenças, os processos de erosão em lugares com e sem cobertura, além de uma simulação gráfica dinâmica de relevo de solo.

A Adapar aproveitou o espaço para disseminar também algumas informações sobre a raiva, sobre os morcegos que transmitem a doença e algumas dicas de como prevenir a contaminação tanto em humanos quanto em animais.

No caminho também há o espaço da sericicultura, que mostra os processos de crescimento e alimentação do bicho-da-seda, com demonstração das lagartas vivas, para chegar até a idade final e começar a produzir o casulo de seda. É mostrado também o processamento dos casulos até a produção de tecidos.

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Na aquicultura, o IDR-Paraná apresenta os processos de tratamento da água de forma sustentável mantendo a saúde e crescimento dos peixes, os tipos de tanque e peixes de diversos tamanhos para demonstração.

A área de fruticultura e olericultura traz os diferentes tipos de plantio, as opções alternativas como o uso de microalgas e demonstração das principais pragas e parasitóides agrícolas. A agricultura familiar também faz parte da rota. O restaurante rural apresenta pratos e bebidas especiais de produtores familiares. A área de agroindústrias familiares traz produtos do ramo, como queijos, embutidos, alimentos desidratados e muito mais.

O espaço de turismo rural mostra algumas das rotas criadas pelo IDR-Paraná que são destaque no Estado, como a Rota do Queijo, Rota do Vinho e a Rota da Erva-mate, que ainda está em processo de criação.

Além disso, inclui empresas juniores e projetos de extensão da UEL, informações e alertas sobre a bovinocultura, espaço de demonstração de promoção e saneamento rural, o mundo das sementes, que apresenta a diversidades de sementes disponíveis no Estado, incluindo as sementes crioulas, amostra de tratores do programa Trator Solidário e um espaço dedicado a informações da Fetaep.

A Via Rural Smart Farm pode ser visitada até o dia 13 de abril, das 8h às 17h durante a semana e das 9h às 19h nos finais de semana.

Fonte: Governo PR

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