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Vendas de carnes de boi, frango e suíno somam R$ 39 bilhões no 1º trimestre

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O Brasil ampliou sua presença no mercado internacional de carnes no primeiro trimestre de 2025, com crescimento nas exportações de carne bovina, de frango e suína. Juntas, as três proteínas somaram 2,7 milhões de toneladas exportadas entre janeiro e março, gerando uma receita de aproximadamente R$ 39 bilhões.

O bom desempenho reforça a competitividade do setor e o papel estratégico das carnes na balança comercial do país. As exportações de carne bovina totalizaram 676 mil toneladas no trimestre, um avanço de 12,8% na comparação com o mesmo período de 2024. A receita chegou a R$ 19 bilhões, alta de 22,1%.

Apenas em março, o setor exportou 248 mil toneladas, com destaque para a carne in natura, que respondeu por quase 90% do total embarcado. Os principais destinos foram China (39,2% do volume), Estados Unidos, Rússia, Israel, Filipinas e México. O estado que mais exportou foi São Paulo, seguido por Mato Grosso e Goiás.

A carne de frango também teve forte desempenho. Em março, o Brasil embarcou 476 mil toneladas, 13,8% a mais do que no mesmo mês do ano passado, com uma receita de R$ 5,25 bilhões. No acumulado do trimestre, foram 1,387 milhão de toneladas (+13,7%) e R$ 15,3 bilhões em faturamento (+20,8%).

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De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a média mensal das exportações passou das 460 mil toneladas, algo inédito no setor. A China foi novamente o principal destino, seguida por Arábia Saudita, Emirados Árabes, Japão e Filipinas. No ranking dos estados exportadores, o Paraná lidera com folga, seguido por Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Goiás.

A carne suína brasileira também registrou crescimento nas vendas externas. No trimestre, foram exportadas 599 mil toneladas, um aumento de 9,3% em relação ao mesmo período de 2024, com uma receita estimada em R$ 4,7 bilhões, segundo dados da ABPA.

Somente em março, os embarques alcançaram 224,4 mil toneladas, 11,6% a mais do que no mesmo mês do ano anterior. O principal destino foi a China, que respondeu por cerca de 26% do volume. Outros compradores importantes foram Hong Kong, Filipinas, Chile e Singapura. Santa Catarina liderou as exportações estaduais, seguido por Rio Grande do Sul e Paraná.

Para o presidente da ABPA, Ricardo Santin, e o da Abiec, Roberto Perosa, os números do trimestre refletem a solidez da produção nacional e a confiança dos mercados internacionais na qualidade da carne brasileira. “Os resultados mostram uma cadeia produtiva eficiente, com padrão sanitário elevado e capacidade de atender às exigências dos mercados mais exigentes do mundo”, destacou Santin.

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Com a demanda externa aquecida e a boa performance dos principais estados produtores, a expectativa é de que o setor feche 2025 com novo recorde nas exportações.

Fonte: Pensar Agro

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Na semana da Páscoa, indústria de chocolate enfrenta crise histórica

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A Páscoa de 2025 chega em meio à maior crise já registrada no mercado global de cacau. Com a cotação da amêndoa batendo recordes históricos, a indústria do chocolate enfrenta um cenário crítico: falta de matéria-prima, custo em alta e risco de desabastecimento. O preço do cacau acumula uma disparada de 189% só neste início de ano, somado a picos que chegaram a 282% no mercado internacional ano passado, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria da Alimentação (Abia).

O impacto dessa escalada já se reflete diretamente no setor produtivo brasileiro. No primeiro trimestre de 2025, a indústria processadora nacional recebeu apenas 17.758 toneladas de cacau, volume 67,4% menor em relação ao trimestre anterior, de acordo com a Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC). É um dos piores desempenhos dos últimos anos.

Sem matéria-prima suficiente no mercado interno, o Brasil aumentou as importações para tentar garantir o abastecimento, trazendo 19.491 toneladas de cacau de fora — alta de quase 30% em relação ao mesmo período de 2024. Mesmo assim, a conta não fecha. A indústria terminou o trimestre com um déficit de 14.886 toneladas, o que acende o sinal de alerta sobre a sustentabilidade do setor.

Embora os chocolates da Páscoa já estejam nas lojas desde fevereiro — resultado de compras antecipadas feitas pela indústria — os reflexos da crise serão sentidos ao longo do ano. A defasagem entre a produção nacional e o volume processado mostra que o Brasil voltou a depender fortemente do mercado externo, num momento em que a oferta mundial também está em colapso.

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Gana e Costa do Marfim, que concentram mais de 60% da produção global, enfrentam quebras de safra causadas por pragas, mudanças climáticas e envelhecimento das lavouras. A menor oferta mundial reduziu os estoques ao menor nível em décadas, pressionando ainda mais os preços e criando um efeito cascata sobre todos os elos da cadeia.

No Brasil, a situação também é crítica. A Bahia, que responde por dois terços do cacau nacional, entregou apenas 11.671 toneladas às indústrias no primeiro trimestre — retração de 73% frente aos últimos três meses de 2024. Técnicos apontam que o clima instável prejudicou o florescimento e agravou a incidência de doenças como a vassoura-de-bruxa, exigindo mais investimento em manejo e controle.

Apesar da queda drástica na produção, o produtor baiano tem sido parcialmente compensado pelo preço elevado da amêndoa, que supera R$ 23 mil a tonelada. O custo dos insumos, por outro lado, já não sobe no mesmo ritmo, o que ajuda a preservar a renda do campo. Ainda assim, a insegurança climática e o risco sanitário mantêm o setor em alerta.

Na tentativa de segurar os preços ao consumidor, a indústria brasileira está buscando alternativas, como mudanças nas formulações, cortes de gramatura e reformulação de produtos. Chocolates com maior teor de cacau — que dependem mais diretamente da amêndoa — devem ser os mais afetados. Já produtos de linha popular podem manter preços mais estáveis, ainda que com porções menores.

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Mesmo assim, o consumidor já percebe reajustes nas gôndolas. O ovo de Páscoa, símbolo do período, está até 20% mais caro em relação ao ano passado, e a tendência é de novos aumentos caso a crise se prolongue.

O atual desequilíbrio entre oferta e demanda reforça a urgência de investimentos em produtividade no Brasil. O país, que já foi o segundo maior produtor de cacau do mundo, hoje precisa importar amêndoa para manter sua indústria funcionando. Com lavouras envelhecidas, baixa produtividade média e forte dependência de condições climáticas, a cadeia brasileira está vulnerável.

Segundo a AIPC, é necessário acelerar a renovação de pomares, incentivar o uso de clones mais produtivos e resistentes, e ampliar o acesso a crédito para pequenos e médios produtores. Também cresce a demanda por políticas públicas que favoreçam a expansão da cacauicultura na Amazônia, no Espírito Santo e em novas fronteiras agrícolas.

Enquanto isso, o chocolate — produto culturalmente associado à celebração e ao prazer — pode se tornar um item mais raro e caro na mesa dos brasileiros. A crise do cacau já não é um problema futuro. Ela está acontecendo agora, e a Páscoa de 2025 é a prova mais amarga disso.

Fonte: Pensar Agro

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