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Ministro da Agricultura destaca produção sustentável no Fiap e reforça compromisso com o G20

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Nesta segunda-feira (09.09), o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, participou do Fórum Internacional da Agropecuária (Fiap) em Cuiabá. O evento reuniu líderes do setor para discutir o futuro do agronegócio global, antecedendo as reuniões do Grupo de Trabalho da Agricultura do G20, que contará com ministros das principais economias mundiais, além de representantes da União Europeia e da União Africana.

Durante o evento, Fávaro destacou a vocação do Brasil para a produção sustentável de alimentos, mencionando o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (PNCPD). O ministro enfatizou que o Brasil pode aumentar sua produção sem expandir o desmatamento, utilizando áreas degradadas para intensificar a produção.

O governo pretende recuperar e converter até 40 milhões de hectares de pastagens de baixa produtividade em áreas agricultáveis nos próximos dez anos, quase dobrando a área de produção de alimentos no Brasil sem desmatamento. Fávaro também ressaltou a importância do Brasil assumir a presidência do G20, com foco em construir um mundo mais justo e sustentável, destacando o papel do Grupo de Trabalho da Agricultura na segurança alimentar e nutricional global.

Isan Rezende, presidente do Instituto do Agronegócio (IA), destacou a importância do evento para mostrar a capacidade de inovação e sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

“Este é um momento crucial para o agronegócio brasileiro, onde podemos mostrar ao mundo nossa capacidade de inovação e sustentabilidade. O Brasil já provou que é um dos principais fornecedores de alimentos do planeta, mas agora o foco é continuar avançando em tecnologias que garantam a segurança alimentar global”, defendeu o presidente do IA.

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“O Fiap nos coloca em um cenário internacional de destaque, com a oportunidade de discutir, ao lado de grandes potências, os rumos da produção agropecuária. Nosso objetivo aqui é fortalecer alianças e assegurar que o Brasil continue sendo um líder no fornecimento de alimentos de forma eficiente e sustentável”, completou Rezende.

O governador do Mato Grosso, Mauro Mendes, também reforçou o protagonismo do Brasil como fornecedor global de alimentos. “Hoje, somos conhecidos como o maior exportador líquido de alimentos. Temos grande capacidade de continuar crescendo“, ressaltou Mendes.

Helder Barbalho, governador do Pará, exaltou o papel de Mato Grosso na produção agropecuária e sua importância para a segurança alimentar do Brasil e do mundo. “Destaco aqui o orgulho nacional que Mato Grosso se tornou. O estado compreendeu, a partir de sua vocação produtiva, que era possível alavancar a produção de alimentos e tornar-se a locomotiva da produção e da segurança alimentar que o Brasil adotou“, afirmou.

Jorge Viana, presidente da ApexBrasil, ressaltou a relevância do G20 da Agricultura para a região, destacando Mato Grosso como um epicentro da produção brasileira de soja, milho e algodão, além de abrigar o maior rebanho bovino do país. A diversificação das cidades que recebem o G20 reflete o compromisso do governo brasileiro em ampliar o alcance dos debates. “A realização deste fórum registra um momento histórico. Podemos dividir o antes e o depois. O Brasil sediar o G20 é uma oportunidade para construir uma narrativa verdadeira sobre o potencial deste país incrível. Acredito que é isso que o governo está fazendo“, destacou.

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Vilmondes Tomain, presidente da Famato, reforçou a importância do agronegócio para Mato Grosso. “O agronegócio é a espinha dorsal do nosso estado. Somos responsáveis por grande parte da produção de soja, milho e carne, que abastecem tanto o mercado interno quanto o externo. O FIAP é um espaço para troca de conhecimentos e parcerias estratégicas“, ressaltou.

Daniel Carrara, diretor-geral do Senar Brasil, destacou o papel do Sistema CNA/Senar na transferência de tecnologia para o campo. “A CNA e o Senar têm a missão de comunicar o agro e diminuir as diferenças tecnológicas no país. Não existe sustentabilidade sem tecnologia“, declarou Carrara.

Alexandre Furlan, vice-presidente da CNI, mencionou as contribuições do B20, que trabalha com sete forças-tarefas, entre elas a dedicada à agricultura e sistemas alimentares sustentáveis. “As conclusões dessas forças-tarefas nos ajudarão a trazer benefícios ao Brasil e avanços no cenário internacional“, disse.

O Fiap contou com a presença de autoridades como Tirso Meirelles, presidente do Sistema Faesp/Senar-SP, Daniel Carrara, diretor-geral do Senar; Vilmondes Tomian, presidente da Famato; os governadores Helder Barbalho (Pará), Mauro Mendes (Mato Grosso) e Eduardo Riedel (Mato Grosso do Sul); o ex-ministro Blairo Maggi, entre outras autoridades.

Fonte: Pensar Agro

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Na semana da Páscoa, indústria de chocolate enfrenta crise histórica

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A Páscoa de 2025 chega em meio à maior crise já registrada no mercado global de cacau. Com a cotação da amêndoa batendo recordes históricos, a indústria do chocolate enfrenta um cenário crítico: falta de matéria-prima, custo em alta e risco de desabastecimento. O preço do cacau acumula uma disparada de 189% só neste início de ano, somado a picos que chegaram a 282% no mercado internacional ano passado, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria da Alimentação (Abia).

O impacto dessa escalada já se reflete diretamente no setor produtivo brasileiro. No primeiro trimestre de 2025, a indústria processadora nacional recebeu apenas 17.758 toneladas de cacau, volume 67,4% menor em relação ao trimestre anterior, de acordo com a Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC). É um dos piores desempenhos dos últimos anos.

Sem matéria-prima suficiente no mercado interno, o Brasil aumentou as importações para tentar garantir o abastecimento, trazendo 19.491 toneladas de cacau de fora — alta de quase 30% em relação ao mesmo período de 2024. Mesmo assim, a conta não fecha. A indústria terminou o trimestre com um déficit de 14.886 toneladas, o que acende o sinal de alerta sobre a sustentabilidade do setor.

Embora os chocolates da Páscoa já estejam nas lojas desde fevereiro — resultado de compras antecipadas feitas pela indústria — os reflexos da crise serão sentidos ao longo do ano. A defasagem entre a produção nacional e o volume processado mostra que o Brasil voltou a depender fortemente do mercado externo, num momento em que a oferta mundial também está em colapso.

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Gana e Costa do Marfim, que concentram mais de 60% da produção global, enfrentam quebras de safra causadas por pragas, mudanças climáticas e envelhecimento das lavouras. A menor oferta mundial reduziu os estoques ao menor nível em décadas, pressionando ainda mais os preços e criando um efeito cascata sobre todos os elos da cadeia.

No Brasil, a situação também é crítica. A Bahia, que responde por dois terços do cacau nacional, entregou apenas 11.671 toneladas às indústrias no primeiro trimestre — retração de 73% frente aos últimos três meses de 2024. Técnicos apontam que o clima instável prejudicou o florescimento e agravou a incidência de doenças como a vassoura-de-bruxa, exigindo mais investimento em manejo e controle.

Apesar da queda drástica na produção, o produtor baiano tem sido parcialmente compensado pelo preço elevado da amêndoa, que supera R$ 23 mil a tonelada. O custo dos insumos, por outro lado, já não sobe no mesmo ritmo, o que ajuda a preservar a renda do campo. Ainda assim, a insegurança climática e o risco sanitário mantêm o setor em alerta.

Na tentativa de segurar os preços ao consumidor, a indústria brasileira está buscando alternativas, como mudanças nas formulações, cortes de gramatura e reformulação de produtos. Chocolates com maior teor de cacau — que dependem mais diretamente da amêndoa — devem ser os mais afetados. Já produtos de linha popular podem manter preços mais estáveis, ainda que com porções menores.

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Mesmo assim, o consumidor já percebe reajustes nas gôndolas. O ovo de Páscoa, símbolo do período, está até 20% mais caro em relação ao ano passado, e a tendência é de novos aumentos caso a crise se prolongue.

O atual desequilíbrio entre oferta e demanda reforça a urgência de investimentos em produtividade no Brasil. O país, que já foi o segundo maior produtor de cacau do mundo, hoje precisa importar amêndoa para manter sua indústria funcionando. Com lavouras envelhecidas, baixa produtividade média e forte dependência de condições climáticas, a cadeia brasileira está vulnerável.

Segundo a AIPC, é necessário acelerar a renovação de pomares, incentivar o uso de clones mais produtivos e resistentes, e ampliar o acesso a crédito para pequenos e médios produtores. Também cresce a demanda por políticas públicas que favoreçam a expansão da cacauicultura na Amazônia, no Espírito Santo e em novas fronteiras agrícolas.

Enquanto isso, o chocolate — produto culturalmente associado à celebração e ao prazer — pode se tornar um item mais raro e caro na mesa dos brasileiros. A crise do cacau já não é um problema futuro. Ela está acontecendo agora, e a Páscoa de 2025 é a prova mais amarga disso.

Fonte: Pensar Agro

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