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‘Minas grita pelo leite’: produtores querem apoio do governo e suspensão de importações de lácteos do Mercosul

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A crise no setor leiteiro em Minas Gerais, o maior produtor de leite do país, tem levado os produtores a um estado de alerta. Com uma produção anual que chega a 9,4 bilhões de litros, o estado se vê diante de um cenário desafiador, marcado pelo aumento significativo das importações e preços de produção que não cobrem os custos.

Para chamar a atenção do governo e da sociedade para a gravidade da situação, a Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) iniciou o movimento “Minas grita pelo leite”. Este movimento visa sensibilizar sobre as adversidades enfrentadas pelo setor, que tem visto um crescimento de 68,8% nas importações, chegando a 2,2 bilhões de litros no último ano.

A Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite) destaca que o preço pago aos produtores, muitas vezes inferior a R$ 1,80 por litro, não alcança o custo de produção, variando entre R$ 1,80 e R$ 2,25 por litro, dependendo da região. Essa diferença coloca em xeque a sustentabilidade financeira da atividade, já fragilizada por anos de dificuldades.

Um dos principais problemas identificados é o aumento das importações de produtos lácteos, sobretudo da Argentina e do Uruguai. Essa concorrência externa, impulsionada por subsídios governamentais aos produtores argentinos, desestabiliza o mercado interno, provocando uma queda nos preços ao produtor. A situação tem desmotivado parte dos produtores, que reduzem o número de vacas ou deixam de vez a atividade. No Rio Grande do Sul, por exemplo, o número de propriedades de pecuária de leite caiu de 84,2 mil em 2015 para 33 mil em 2023.

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O leite importado, principalmente da Argentina, chega no Brasil mais barato que o leite produzido internamente no país por alguns fatores. Um deles foi uma espécie de subsídio concedido no ano passado. O governo criou um programa que pagava de 10 a 15 pesos por litro produzido por pequenos pecuaristas. A medida estimulou a produção na Argentina e as exportações de lácteos para o Brasil.

Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados (Sindilat RS) acrescenta que o leite argentino é mais competitivo que o do Brasil. A logística é mais barata porque as distâncias são menores. E a produtividade é superior.

“A Argentina produz 10 bilhões de litros de leite por ano, com 10 mil produtores. Minas Gerais, que produz 9,4 bilhões de litros anualmente, tem 216 mil produtores. No Uruguai, 2 mil produtores produzem 2 bilhões de litros por ano. Só isso já dá diferença na competitividade”, afirma Palharini.

Segundo ele, o preço do leite ao produtor na Argentina gira em torno de US$ 0,35 por litro. No Brasil, é de US$ 0,45.

MOVIMENTO – O movimento liderado pela Faemg ganhou força com um evento realizado nesta segunda-feira (19.03), em Belo Horizonte, que reuniu cerca de 7 mil produtores mineiros. Durante o evento, um manifesto foi assinado pelo presidente da Faemg, Antônio de Salvo, e pelo governador Romeu Zema, reivindicando medidas de salvaguarda do governo federal.

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A crise atual ressalta a necessidade de uma política mais assertiva em relação à produção leiteira nacional. As medidas sugeridas incluem a prorrogação das dívidas de crédito rural e a criação de linhas de financiamento específicas para o setor. Ademais, a retirada das empresas importadoras de leite em pó do Regime Especial de Tributação em Minas Gerais representa um passo importante na tentativa de equilibrar as condições de mercado.

Os produtores brasileiros de leite enfrentam não apenas a volatilidade dos preços internacionais, mas também as consequências de uma estrutura produtiva que necessita de modernização e maior eficiência. As comparações com outros países do Mercosul, onde a produtividade leiteira é significativamente mais alta, evidenciam a urgência de uma revisão nas práticas e políticas voltadas para o setor.

O cenário para 2024 sugere uma ligeira recuperação nos preços pagos aos produtores, conforme a expectativa da Central de Inteligência do Leite (CILeite) da Embrapa. No entanto, a continuidade das importações em volumes elevados pode comprometer essa recuperação, mantendo a pressão sobre os produtores nacionais.

Fonte: Pensar Agro

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AGRONEGÓCIO

Agro 360 projeta R$ 500 milhões em negócios e reforça integração entre campo e cidade

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A maior feira agropecuária do sul do Tocantins está confirmada e promete movimentar a economia regional entre os dias 24 e 26 de abril, na Fazenda Estrela do Norte, no município de Peixe (310 km da capital, Palmas). A edição 2025 da Agro 360 Tocantins deve reunir mais de 100 empresas expositoras, com expectativa de gerar R$ 500 milhões em negócios, superando os resultados do ano anterior.

Em 2024, a feira movimentou cerca de R$ 480 milhões, refletindo diretamente no dinamismo econômico de diversos setores. A organização do evento destaca que o impacto financeiro não ficou restrito ao campo. Os recursos circularam por diversos municípios, impulsionando o comércio local, postos de combustíveis, restaurantes, hotéis e outros serviços.

A Agro 360 Tocantins é considerada uma plataforma estratégica para o fortalecimento do agronegócio na região. A organização do evento ressalta a importância da união entre produtores, empresas do setor, investidores e entidades públicas e privadas. A proposta vai além da realização de negócios: é promover o desenvolvimento rural aliado ao crescimento urbano.

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Com programação diversificada, a feira oferece palestras técnicas, vitrines tecnológicas, exposição de máquinas e implementos agrícolas, além de uma estrutura pensada para receber milhares de visitantes e fomentar a troca de experiências.

Entre os objetivos centrais da Agro 360 está o incentivo à inovação no campo. A feira proporciona acesso direto a tecnologias de ponta, experimentos, dados atualizados e soluções práticas que contribuem para o aumento da produtividade e a sustentabilidade das atividades rurais.

Para os organizadores, a troca de informações entre especialistas, produtores e empresas é um dos principais legados deixados pelo evento. O conhecimento técnico, segundo eles, tem papel decisivo na tomada de decisões no dia a dia das propriedades.

A Agro 360 Tocantins reforça o convite a produtores rurais, empresários, técnicos, estudantes, investidores e representantes do poder público. O evento é gratuito e está aberto à participação de todos que buscam se conectar com as tendências do setor agropecuário.

De acordo com os organizadores, a feira representa um elo entre o campo e a cidade, mostrando que o agronegócio é motor não apenas da produção rural, mas também da geração de empregos, renda e oportunidades para toda a população.

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Serviço 

Data: 24 a 26 de abril de 2025
Local: Fazenda Estrela do Norte – Peixe (TO)
Horário: A partir das 8h, com programação técnica, exposições e atividades durante todo o dia

  • Exposição de máquinas, equipamentos e implementos agrícolas

  • Lançamentos de tecnologias para o campo

  • Vitrines tecnológicas e áreas demonstrativas

  • Palestras técnicas com especialistas do setor

  • Espaços de negócios, networking e parcerias comerciais

  • Área gastronômica, feira de produtos regionais e atrações culturais

Público-alvo: Produtores rurais, empresários, estudantes, técnicos, investidores, representantes de cooperativas, entidades e o público em geral interessado no agronegócio.


Fonte: Pensar Agro

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