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Mapeamento revela transformação na agropecuária brasileira em 40 anos

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Um estudo detalhado realizado pela rede MapBiomas, baseado em imagens de satélite entre 1985 e 2023, revela que o agronegócio brasileira é dominado por três principais usos: pecuária (164 milhões de hectares), soja (40 milhões de hectares) e cana-de-açúcar (9 milhões de hectares).

Juntos, pasto, soja e cana representam três quartos das áreas destinadas à agropecuária no país. Os resultados, divulgados em evento no Ministério da Agricultura e Pecuária, em Brasília, destacam a rápida expansão agrícola nas últimas décadas, moldada por fatores econômicos e ambientais.

Imagem: MapBiomas/Diego Costa

O levantamento mostrou que as áreas de culturas temporárias, como soja, cana, arroz e algodão, triplicaram em quase 40 anos, saltando de 18 milhões de hectares em 1985 para 60 milhões de hectares em 2023. A soja lidera o crescimento, passando de 4,4 milhões de hectares para impressionantes 40 milhões de hectares, equivalente ao território do Paraguai.

Boa parte da expansão da soja ocorreu no Cerrado, que concentra 19,3 milhões de hectares, seguido pela Mata Atlântica (10,3 milhões de hectares) e Amazônia (5,9 milhões de hectares). O bioma Pampa, embora menor em extensão, apresenta a maior proporção de território dedicado à soja: 21%.

Desde 2008, a conversão de áreas nativas para a agricultura vem diminuindo. Entre 1985 e 2008, 30% das novas áreas de soja vieram de vegetação nativa; já entre 2009 e 2023, esse percentual caiu para 15%. Apesar disso, regiões como Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e Amacro (Amazônia, Acre e Rondônia) continuam a apresentar avanços significativos.

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Cerca de 70% das áreas de soja de primeira safra no Brasil realizam mais de um ciclo por ano. Esse padrão é particularmente visível na Mata Atlântica, enquanto biomas como o Pampa, devido ao sistema de rotação com arroz e pousio, mantêm apenas um ciclo por ano.

A irrigação também desempenha um papel fundamental na agricultura moderna. O mapeamento identificou 3 milhões de hectares de áreas irrigadas, sendo 61% por pivô central e 33% por inundação, predominando no cultivo de arroz em terras baixas.

As pastagens continuam sendo o principal uso da terra no Brasil, cobrindo 164 milhões de hectares ou 60% da área destinada à agropecuária. Desde 1985, essas áreas cresceram 79%, concentrando-se principalmente na Amazônia (36% do total) e no Cerrado (31%).

Apesar disso, observa-se uma tendência de conversão de pastagens para outras atividades, especialmente agricultura. No Cerrado, 42% das conversões ocorreram nos últimos 10 anos, destacando uma dinâmica de uso da terra mais intensa.

O estudo também aponta para melhorias no manejo das pastagens. Entre 2000 e 2023, 43,2 milhões de hectares de pastagens de baixo e médio vigor tiveram suas condições melhoradas. Além disso, a introdução de práticas de manejo sustentável pode liberar áreas para outros usos sem comprometer a capacidade de suporte do setor pecuário.

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Segundo Laerte Ferreira, coordenador de pastagens no MapBiomas, o novo levantamento inclui estimativas anuais de produção e estoques de forragem. “Esses dados são cruciais para avaliar a capacidade de suporte das pastagens e promover uma pecuária mais eficiente e sustentável”, afirma.

A análise também aponta preocupações com os impactos das mudanças climáticas. Aumento da temperatura e redução das chuvas podem comprometer a viabilidade de um segundo ciclo em áreas agrícolas, especialmente na Amazônia e no Cerrado.

Com um território vasto e diversidade de biomas, o Brasil enfrenta o desafio de equilibrar crescimento econômico e preservação ambiental. O MapBiomas Coleção 9 oferece dados robustos para orientar políticas públicas e práticas mais sustentáveis na agropecuária nacional.

O avanço agrícola e pecuário brasileiro reflete a importância estratégica do setor no cenário global. Entretanto, os números também destacam a necessidade de um planejamento mais integrado, que leve em conta os desafios ambientais e as oportunidades de intensificação sustentável, garantindo a competitividade do agronegócio sem abrir mão da preservação dos recursos naturais.

(Veja mais aqui)

Fonte: Pensar Agro

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AGRONEGÓCIO

Feito histórico: agronegócio de Minas Gerais supera a mineração

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O agronegócio de Minas Gerais – Estado tradicionalmente conhecido por sua forte base mineral (o próprio nome do Estado revela essa origem) – alcançou um feito histórico em 2024: superou o setor de mineração nas exportações.

Entre janeiro e novembro, as exportações do agronegócio mineiro somaram R$ 100,1 bilhões (US$ 15,7 bilhões), superando em 3% o valor registrado pela mineração, que alcançou R$ 92,5 bilhões (US$ 14,5 bilhões). Com esse desempenho, o agronegócio representou 40,7% do total exportado pelo estado, com um crescimento de 19% na receita e 9% no volume de produtos, alcançando 16 milhões de toneladas embarcadas.

O café, a carne bovina e os produtos do complexo sucroalcooleiro continuam sendo os principais destaques nas exportações mineiras. Contudo, a diversificação da pauta exportadora tem sido um fator decisivo para este avanço. Produtos como sementes (milho, girassol e rícino), queijos, iogurte, leite condensado, batatas preparadas, e itens exóticos como água de coco, inhame, azeitonas e cogumelos começaram a ganhar expressiva participação no mercado internacional.

Embora o crescimento das exportações do agronegócio mineiro seja um reflexo da maior eficiência produtiva, o desafio logístico permanece como um ponto crítico. A necessidade de otimizar o escoamento da produção de 16 milhões de toneladas exige melhorias na infraestrutura de transporte. O setor agropecuário enfrenta custos elevados com frete, principalmente devido a gargalos nas rodovias, ferrovias e portos, que ainda não são totalmente adequados para suportar o volume crescente de cargas.

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A interligação das regiões produtoras com os portos mais estratégicos é uma questão vital. A agilidade no escoamento de produtos e a redução dos custos logísticos são fundamentais para garantir a competitividade no mercado internacional, principalmente diante do crescente volume de exportações.

A diversificação da pauta exportadora também está refletida nos mercados que compram os produtos mineiros. Em 2024, 169 países importaram produtos do agronegócio mineiro, com a China se destacando como o maior destino das exportações, totalizando R$ 24,9 bilhões (US$ 3,9 bilhões).

Em seguida, Estados Unidos, Alemanha, Bélgica e Itália figuram entre os maiores compradores. Esses números indicam o potencial de ampliação do mercado para produtos brasileiros, especialmente quando se considera que mercados como a Indonésia, Filipinas e países da África apresentam grande potencial de crescimento para os próximos anos.

O cenário é promissor, mas o setor precisa continuar investindo em inovação e na sustentabilidade. Soluções como a utilização de bioinsumos e práticas de produção sustentável têm se destacado, contribuindo para a eficiência no campo e tornando os produtos brasileiros ainda mais competitivos internacionalmente.

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Porém, o progresso logístico e a ampliação da infraestrutura de transporte, com foco no aumento da capacidade de escoamento das safras e na redução de custos, são passos essenciais para garantir que o agronegócio de Minas Gerais siga crescendo, não apenas em volume, mas também em valor.

O agronegócio mineiro está consolidado como um dos principais motores econômicos do estado, com exportações que superam os R$ 100 bilhões em 2024. A diversificação de produtos e mercados, aliada à busca por soluções logísticas mais eficientes e sustentáveis, coloca Minas Gerais em uma posição estratégica para fortalecer ainda mais seu papel no cenário global do agronegócio. Para que isso aconteça, no entanto, é crucial que investimentos em infraestrutura logística sigam acompanhando o ritmo de crescimento da produção e das exportações.

Fonte: Pensar Agro

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