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Líder mundial na produção e exportação de soja, o Brasil faz a maior importação em 21 anos

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Líder mundial na produção e exportação de soja, o Brasil enfrenta uma situação inusitada: está importando o produto abastecer a crescente demanda interna, especialmente para a indústria de esmagamento, que deve atingir 54,5 milhões de toneladas, conforme a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).

De janeiro a julho, o país importou 752 mil toneladas de soja, o maior volume em 21 anos, representando um aumento de 709% em comparação com o mesmo período de 2023, segundo dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

Essa elevação nas importações reflete uma safra nacional menor, que foi revisada para baixo pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A produção, inicialmente estimada em cerca de 160 milhões de toneladas, foi ajustada para 147 milhões de toneladas. Esse cenário contrasta com a crescente demanda interna, especialmente para a indústria de esmagamento, que deve atingir 54,5 milhões de toneladas, conforme a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).

Além disso, o Brasil intensificou suas exportações de farelo de soja, aumentou a mistura de biodiesel no diesel, e manteve um ritmo acelerado nas vendas externas de soja em grão. As previsões para as exportações de soja em 2024 variam entre 95 milhões de toneladas, segundo a AgRural, e 98 milhões de toneladas, conforme a Abiove. Esses números, embora expressivos, ficam ligeiramente abaixo dos 102 milhões de toneladas exportadas em 2023.

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A maior parte da soja importada pelo Brasil até julho deste ano veio do Paraguai, uma medida para equilibrar a forte demanda externa e o ritmo robusto das exportações. Em julho, o Brasil exportou 11,25 milhões de toneladas de soja, estabelecendo um recorde para o mês. No acumulado do ano, as exportações somaram 75,4 milhões de toneladas, um aumento de 4% em relação ao ano passado, embora a receita tenha caído 14%, totalizando US$ 32,9 bilhões, devido à queda dos preços internacionais.

A China, mesmo diante de uma safra americana reduzida em 2023 e tensões geopolíticas, continua sendo o maior comprador da soja brasileira, absorvendo 73% do volume exportado.

Além da soja, outros produtos do agronegócio, como café, algodão, carne bovina, açúcar, animais vivos e celulose, também têm mostrado desempenho positivo. O café gerou US$ 5,7 bilhões em receitas, um aumento de 51% em comparação com julho de 2023, enquanto a carne bovina arrecadou US$ 6,2 bilhões, marcando uma alta de 21%. Por outro lado, as exportações de carne de frango somaram US$ 5,1 bilhões, refletindo uma queda de 8% no período.

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No que diz respeito às importações, o Brasil tem comprado mais trigo, principalmente devido à redução na safra nacional de 2023, que sucedeu um ano de produção recorde em 2022.

Fonte: Pensar Agro

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Algodão volta a crescer no Paraná e reforça liderança do Brasil no mercado mundial

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Depois de anos praticamente fora do mapa da cotonicultura, o Paraná está voltando a produzir algodão em pluma e reacendendo um ciclo que já foi símbolo de força agrícola no Estado. Quem se lembra das décadas de 1980 e 1990 sabe: o Paraná já foi o líder nacional na produção da fibra. Mas com o passar do tempo, a infestação do bicudo-do-algodoeiro, o avanço da soja e dificuldades econômicas acabaram derrubando a cultura.

Agora, o cenário é de esperança e retomada. A Associação dos Cotonicultores Paranaenses (Acopar) lançou um projeto para incentivar o plantio de algodão e recuperar a importância da pluma na região. Para a safra 2024/25, a área plantada no Estado deve chegar a 1,8 mil hectares, segundo estimativas da Conab. Pode parecer pouco, mas o plano é ambicioso: a meta da Acopar é atingir 60 mil hectares nos próximos anos.

Entre os fatores que tornam essa retomada promissora está o menor custo de produção no Paraná, quando comparado a outras regiões produtoras. O clima mais ameno em certas áreas, o uso mais eficiente de insumos e a proximidade com portos e centros industriais ajudam a melhorar a competitividade da pluma paranaense.

Outro ponto a favor é o avanço tecnológico. Com sementes mais resistentes, maquinário moderno e práticas de manejo mais sustentáveis, os produtores têm hoje condições muito melhores do que nas décadas passadas para lidar com pragas como o bicudo e obter bons rendimentos.

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Brasil na liderança mundial – O momento não poderia ser mais favorável. O Brasil é, desde 2024, o maior exportador de algodão do mundo, ultrapassando os Estados Unidos. O setor cresceu nos últimos anos com base em três pilares: tecnologia, qualidade e rentabilidade. A produção brasileira de pluma aumentou pelo terceiro ano seguido em 2023 e segue firme em 2024.

Na safra 2023/24, o Brasil cultivou 1,9 milhão de hectares de algodão, com uma produção estimada em 3,7 milhões de toneladas de pluma. A produtividade média ficou em 1,8 tonelada por hectare, e o principal destino da exportação foi a China, um mercado exigente que reconhece a qualidade da fibra brasileira.

Os principais estados produtores continuam sendo Mato Grosso, Bahia e Mato Grosso do Sul, mas o avanço do Paraná mostra que o mapa do algodão pode voltar a se expandir.

Um pouco da história – O ciclo do algodão no Brasil começou no século 18, especialmente no Nordeste. Durante os séculos XVIII e XIX, o país chegou a ser um dos maiores fornecedores do mundo. Mas nas décadas de 1980 e 1990, a cultura foi gravemente afetada pelo bicudo-do-algodoeiro, uma praga devastadora que levou muitos produtores a abandonarem o cultivo.

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Com o tempo, o setor se reorganizou, investiu pesado em pesquisa, controle biológico e práticas sustentáveis, e reconquistou espaço no mercado internacional.

A iniciativa da Acopar é vista com entusiasmo por técnicos, agrônomos e produtores. A retomada do algodão no Paraná representa não só diversificação da produção agrícola, mas também mais opções de renda para o campo, geração de empregos e incremento para a indústria têxtil regional.

Além disso, a cotonicultura permite o uso racional da área agrícola, com sistemas de rotação de culturas que ajudam a preservar o solo e controlar pragas de forma natural.

Para o produtor rural, o momento é de olhar com atenção para o algodão. Com planejamento, tecnologia e apoio técnico, a pluma pode voltar a brilhar nas lavouras do Paraná — e com ela, toda uma cadeia produtiva pode se fortalecer.

Fonte: Pensar Agro

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