14 de Abril de 2025
    NOVA AURORA

    AGRONEGÓCIO

    Exportações de amendoim cresceram 360% nos últimos 10 anos e é apenas o começo

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    Nos últimos dez anos, as exportações de amendoim cresceram impressionantes 360%, com um aumento de 40% de 2019 a 2022. O amendoim brasileiro está ganhando terreno no mercado global por várias razões. O Brasil possui espaço para expandir sua área de cultivo, um clima favorável e tecnologia de produção avançada. Além disso, o país tem trabalhado na melhoria da qualidade do grão, conforme relatado pela Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab) e outros setores da cadeia produtiva.

    No período de 2019 a 2022, a produção nacional de amendoim aumentou em impressionantes 60%, atingindo quase 900 mil toneladas. Apenas em 2022, as exportações do grão totalizaram 285,6 mil toneladas, gerando uma receita de US$ 333,4 milhões e posicionando o Brasil como o sexto maior exportador do mundo, liderado pela Índia, que ultrapassou a Argentina no ano anterior.

    No acumulado de janeiro a agosto deste ano, o Brasil já exportou quase 197 mil toneladas de amendoim, registrando um aumento de 11% em relação ao mesmo período de 2022.

    A produção de amendoim no Brasil é altamente concentrada no estado de São Paulo, que responde por cerca de 93% da produção nacional, de acordo com a Abicab. Regiões como Jaboticabal se destacam, onde o cultivo de amendoim é frequentemente combinado com a renovação de canaviais. Outra região importante é Tupã, onde o amendoim é cultivado em áreas renovadas de canaviais e pastagens. O amendoim também está ganhando terreno em estados como Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.

    Apesar do crescimento recente, especialistas apontam que ainda há potencial não explorado nesse setor. Para José Antonio Rossato, diretor da Coplana, uma cooperativa de Jaboticabal que exporta o produto, o Brasil é como um “gigante adormecido” no mercado de amendoim. O salto na produtividade ocorreu a partir de 2000, quando houve a mecanização da atividade e a substituição das variedades de cultivo manual por variedades desenvolvidas pelo Instituto Agronômico (IAC) e pela Embrapa.

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    Um indicativo do avanço do amendoim brasileiro no exterior é o aumento no número de países compradores, que mais que dobrou desde 2010, passando de 53 para 115, de acordo com a Abicab. Cerca de 85% das exportações totais são destinadas a 12 países, incluindo Rússia, Argélia, Holanda, Reino Unido, Espanha, Polônia, Colômbia, Turquia, Ucrânia, África do Sul, Austrália e Emirados Árabes Unidos, de acordo com um estudo do Instituto de Economia Agrícola (IEA).

    As exportações brasileiras para a Rússia e a Ucrânia foram afetadas pelo conflito entre esses países no ano passado, mas esse prejuízo foi compensado pelo aumento das vendas para o Reino Unido e a África do Sul, bem como pela entrada em novos mercados, como a China. No entanto, o foco dos exportadores brasileiros não está na China, pois este país compra principalmente óleo bruto de amendoim. Em 2022, o Brasil exportou 152 mil toneladas de amendoim para a China, o que representa 83% das exportações totais.

    O interesse principal dos exportadores brasileiros está em atender às exigências da Comunidade Europeia, que requer mais certificações, mas está disposta a pagar um preço mais alto, entre US$ 150 e US$ 200 por tonelada de amendoim in natura em comparação com Rússia, Ucrânia e China, de acordo com Jaime Recena, presidente da Abicab. No ano passado, o Brasil exportou 70 mil toneladas de amendoim para os países-membros da União Europeia. Atualmente, existem 58 empresas habilitadas para exportar, mas apenas 18 estão certificadas para o mercado europeu.

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    Com a perspectiva de uma demanda externa contínua, a busca agora é pelo aumento da produtividade. Em Jaboticabal, os pesquisadores estão procurando variedades de amendoim de ciclo precoce, que podem ser colhidas em 110 a 115 dias, além de serem mais produtivas e resistentes a pragas. Atualmente, o ciclo de produção varia de 120 a 150 dias, dependendo da variedade, o que pode interferir no período de plantio da cana-de-açúcar.

    De acordo com o agrônomo Paulo Umberto Henn, da Cras Brasil, líder na exportação de óleo de amendoim, a área de plantio na região de Tupã deve crescer entre 10% e 15% este ano, devido aos bons preços do amendoim e ao aumento do corte de cana em áreas em renovação. O amendoim está competindo com a soja na renovação dos canaviais, e aqueles que possuem equipamentos e equipe para o plantio de ambas as culturas estão optando pelo amendoim devido à queda nos preços da soja.

    Com informações do Globo Rural

    Fonte: Pensar Agro

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    AGRONEGÓCIO

    Safrinha: produção cresce, mas estiagem impõe ajustes nas projeções

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    A produção do milho segunda safra, popularmente conhecido como safrinha, continua sendo um dos pilares da agricultura brasileira, especialmente nas regiões Centro-Oeste e Sul. A temporada 2024/25, no entanto, tem enfrentado uma série de desafios climáticos que influenciam diretamente as projeções de produtividade e o volume total colhido.

    Estima-se que a colheita nacional do cereal deverá atingir cerca de 135 milhões de toneladas, número ligeiramente inferior à previsão inicial feita no início do ano. Essa leve queda está relacionada principalmente à estiagem que afetou regiões produtoras durante o mês de março e começo de abril, comprometendo o desenvolvimento das lavouras plantadas mais tarde.

    Apesar desse revés, o desempenho ainda é superior ao da safra anterior, que ficou em torno de 125 milhões de toneladas. O crescimento é impulsionado principalmente pelo avanço da área plantada e pelas condições climáticas favoráveis em algumas regiões-chave, como Mato Grosso do Sul e Paraná. Nesses estados, os índices de precipitação ficaram entre 10% e 50% acima da média histórica recente, e os indicadores de vigor vegetativo sugerem que as lavouras apresentam desenvolvimento bastante positivo.

    O chamado NDVI, índice que avalia a saúde da vegetação a partir de imagens de satélite, registrou os melhores níveis dos últimos dez anos em áreas do Mato Grosso do Sul, sinalizando lavouras bem estabelecidas e com boas perspectivas de colheita. O Paraná, embora tenha apresentado uma leve piora recente no índice, ainda mantém boas condições agronômicas para o milho safrinha.

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    Por outro lado, estados como Goiás e Minas Gerais enfrentam um cenário oposto. A escassez de chuvas e a dificuldade na recomposição da umidade do solo vêm preocupando os produtores locais. A precipitação nessas regiões ficou 50% abaixo do esperado, o que limita o desenvolvimento pleno das plantas e pode comprometer parte da produtividade.

    No Mato Grosso, há sinais de que a seca também começa a afetar algumas áreas. Oscilações nos dados de vegetação podem estar ligadas à baixa pluviosidade ou até à cobertura de nuvens que dificulta o monitoramento por satélite. Embora o início de abril tenha trazido chuvas que superaram os volumes registrados no mesmo período de 2022, o acumulado desde fevereiro ainda é considerado abaixo do ideal para um desempenho pleno.

    As previsões meteorológicas para as próximas semanas trazem um certo alívio. Modelos climáticos apontam para continuidade das chuvas em boa parte do território nacional, com destaque para as regiões Centro-Oeste, Sudeste e partes do Nordeste. As temperaturas devem permanecer dentro da normalidade, sem expectativa de ondas de frio ou calor extremo que poderiam comprometer o ciclo final das lavouras.

    A área destinada ao milho safrinha nesta temporada foi estimada em pouco mais de 21 milhões de hectares, o que representa uma leve expansão em relação ao ciclo anterior. No entanto, a área ainda é um pouco menor do que o projetado inicialmente, reflexo das dificuldades climáticas enfrentadas em regiões como o norte do Paraná, Minas Gerais e São Paulo, que tiveram parte do plantio comprometida pela seca.

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    A produtividade média esperada é de aproximadamente 6.265 quilos por hectare, abaixo da estimativa anterior, mas ainda superior à registrada na safra passada. O aumento na área cultivada e a maior eficiência em regiões com clima favorável explicam o desempenho positivo.

    Na porção Centro-Sul do país, a segunda safra deve alcançar quase 96 milhões de toneladas, desempenho superior ao do ano anterior, quando a produção ficou na casa dos 85 milhões de toneladas. Já nas regiões Norte e Nordeste, a colheita tende a ser um pouco maior do que no ciclo anterior, mesmo com perdas pontuais registradas em estados castigados pela estiagem no verão. Nessas regiões, a área plantada também avançou levemente, embora a produtividade esteja abaixo da expectativa inicial.

    O cenário da safrinha em 2024/25 reforça a importância do monitoramento climático constante e do planejamento técnico por parte dos produtores. Ainda que os desafios sejam significativos, a resiliência da agricultura brasileira, aliada às novas tecnologias de monitoramento e manejo, continua garantindo ao país uma posição de destaque na produção mundial de milho.

    Fonte: Pensar Agro

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