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Embrapa desenvolve “película” à base de caranguejo e fumaça líquida para protege lavouras

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Pesquisadores da Embrapa Clima Temperado, no Rio Grande do Sul, estão desenvolvendo um inovador “filme protetor” à base de quitosana e extrato pirolenhoso para uso na agricultura. O filme é um liquido que ao ser aplicado forma uma película que protege a planta.

A chamada “fumaça líquida” ou extrato pirolenhoso é produzida durante a queima de madeiras para obtenção de carvão. O extrato, um produto milenar na cultura japonesa, obtido através da condensação da fumaça proveniente da carbonização da madeira, durante a produção de carvão vegetal já vem sendo largamente utilizado como aditivo agrícola, para protege as plantações contra pragas e doenças, além de reduzir a necessidade de agrotóxicos.

Já a quitosana é extraída do exoesqueleto (casca) de caranguejos, camarões etc. A substância é conhecida na indústria farmacêutica por ter propriedades emagrecedoras, com ingerida em forma de cápsulas. Por se tratar de substâncias renováveis e por isso abundante, tem sido proposta como um material potencialmente atraente para diversos usos e funções na agricultura.

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A mistura desses dois ingredientes produz um “filme protetor” que a Embrapa testou inicialmente em plantações de pêssego, maçã, pera, citros e feijão. Inicialmente, o produto desenvolvido pela Embrapa demonstrou ser eficaz também em aumentar a resistência das plantas contra doenças e pragas.

A aplicação do produto é feita de maneira simples, utilizando um pulverizador. Uma vez aplicado, ele seca rapidamente, formando uma película brilhante, flexível e porosa sobre as folhas, ramos ou frutos. Esta camada protetora é segura para consumo, não tóxica e não penetra no fruto.

O filme da Embrapa apresenta vantagens únicas. Além de ser o único produto para pulverização foliar em avaliação a campo, ele é fotoprotetor, bloqueando raios UV-B e UV-C, é biodegradável e de baixo custo, além de não interferir na fotossíntese, pois não bloqueia radiação solar nas regiões do azul e do vermelho. Além disso, o produto demonstrou resistência a chuvas e temperaturas de até 60°C.

A pesquisadora Ângela Diniz Campos, uma das líderes do projeto, destaca a durabilidade do filme na planta, que pode chegar a 30 dias, reduzindo a necessidade de reaplicações frequentes. Estudos mostram que a adição de minerais ao produto pode também conferir propriedades de fertilizante.

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A Embrapa já iniciou o processo de patenteamento do filme produzido a partir de extrato pirolenhoso no Brasil, Estados Unidos e Alemanha, visando mercados de produção orgânica e sustentável.

Os próximos passos da pesquisa incluem a avaliação da degradação do filme por microorganismos, sua eficácia em outras culturas, além de estudos em filmes para proteção de raízes e cobertura de sementes com propriedades fungicidas.

A equipe da pesquisadora Ângela Diniz Campos continua trabalhando no desenvolvimento de novas aplicações e melhorias do produto, prometendo trazer avanços significativos para o setor agrícola.

Fonte: Pensar Agro

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AGRONEGÓCIO

Com cenário global favorável, Estado quer ampliar exportações em 10%

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Goiás exportou 13,2 milhões de toneladas de soja em 2024, com receita superior a US$ 7,3 bilhões, consolidando-se como o terceiro maior exportador do grão no Brasil. Com a crescente disputa comercial entre China e Estados Unidos e a reconfiguração dos fluxos globais de grãos, o estado projeta um aumento de até 10% nas exportações em 2025, impulsionado pela demanda asiática e pela capacidade de resposta da produção goiana.

O aumento da procura por fornecedores alternativos por parte da China, que em abril recebeu 40 navios de soja brasileira com cerca de 700 mil toneladas, fortalece o posicionamento de Goiás como polo estratégico na oferta global de alimentos. O estado, com uma área plantada superior a 4 milhões de hectares e rendimento médio acima de 60 sacas por hectare, já se beneficia da maior competitividade brasileira no mercado internacional.

Além da soja, que responde por mais de 60% do total exportado pelo agronegócio goiano, produtos como milho, carnes e algodão também têm registrado crescimento. No primeiro trimestre de 2025, o estado já apresenta um incremento de 7% nas exportações para a China em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).

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Goiás reúne condições favoráveis para aproveitar o novo ciclo: clima propício, produtividade crescente, empresários rurais tecnificados e uma logística em processo de modernização. Ainda há gargalos, especialmente em transporte e armazenagem, mas a infraestrutura vem sendo adaptada para atender a esse salto de demanda.

O momento geopolítico não é apenas uma conjuntura passageira — ele representa uma mudança estrutural na forma como as grandes potências lidam com segurança alimentar. A preferência da China por parceiros estáveis, previsíveis e com grande capacidade produtiva coloca estados como Goiás no radar estratégico dos importadores.

Com planejamento técnico, inteligência de mercado e políticas voltadas à sustentabilidade e à competitividade, Goiás transforma a tensão global em oportunidade concreta. A meta agora é clara: consolidar o protagonismo do estado como um dos principais celeiros do agronegócio mundial.

Fonte: Pensar Agro

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