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Deputados debatem altos custos na aquisição de grãos no Sul do Brasil

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A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados realizou audiência pública para discutir um desafio que há anos afeta a agroindústria da Região Sul: os altos custos na aquisição de grãos. O debate foi solicitado pela deputada Daniela Reinehr, integrante da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que abriu a audiência ressaltando a urgência do tema.

“Discutimos esse assunto tão importante que é o custo de produção, a necessidade que temos de grãos para transformar em proteína animal e o impacto do alto custo logístico, que muitas vezes iguala ou supera o preço da própria saca. Precisamos viabilizar uma logística mais eficiente para fortalecer o setor e evitar crises maiores”, destacou a parlamentar.

Um dos pontos centrais do debate foi a busca por alternativas logísticas para reduzir os custos de transporte. Atualmente, a maior parte do milho consumido na Região Sul é transportada do Centro-Oeste, o que encarece a produção devido ao alto custo do frete.

João Carlos Parkinson de Castro, representante do Ministério das Relações Exteriores, apresentou propostas estratégicas para otimizar o transporte e promover maior integração regional. “A logística rodoviária predominante eleva os custos de frete. Além disso, a crescente destinação do milho à produção de etanol e os impactos das mudanças climáticas são fatores que agravam a escassez do insumo na Região Sul”, afirmou.

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Entre as propostas trazidas por Parkinson, destacam-se: a integração ferroviária com Paraguai e Argentina, onde o Paraguai já demonstrou interesse no projeto, mas a definição dos pontos de entrada no Brasil ainda exige coordenação entre estados e governo federal; a construção da ponte Jaguar, uma infraestrutura essencial para melhorar o fluxo comercial na região e a abertura de um porto seco em Dionísio Cerqueira (SC), para facilitar o trânsito aduaneiro e reduzir custos logísticos.

O senador Ireneu Orth, presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso, destacou os desafios enfrentados pelos agricultores gaúchos após desastres climáticos recentes.

“O Rio Grande do Sul sofreu uma das maiores crises em abril, maio e junho deste ano, com prejuízos que impactaram tanto o campo quanto as cidades. Apesar de avanços na recuperação, produtores sem tecnologia e acesso a crédito ainda enfrentam dificuldades, comprometendo a próxima safra. Mesmo com a expectativa de uma supersafra anunciada pela Embrapa, ela só será alcançada se o clima colaborar”, alertou.

A deputada Daniela Reinehr complementou o discurso, reafirmando o compromisso da FPA em apoiar a produção rural. “Trabalhamos continuamente para valorizar a produção agrícola e superar os desafios de um setor tão dependente de fatores externos como clima, sol e chuva. Nosso objetivo é melhorar a produção com sustentabilidade e responsabilidade, garantindo alimentos seguros para os brasileiros e o mercado internacional”, enfatizou.

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A deputada Daniela também chamou atenção para o impacto dos altos custos dos grãos no consumidor final. “Milho e soja são cotados em dólar, o que eleva os preços e afeta não apenas os produtores de carne e leite, mas também os pequenos agricultores que dependem dessas cadeias produtivas. Precisamos de soluções rápidas para evitar a desestruturação da agroindústria”, afirmou.

A audiência reforçou a necessidade de uma ação coordenada entre governo e setor privado. Daniela concluiu o debate com um apelo: “Não podemos esperar que as soluções caiam do céu. É essencial buscar alternativas, agilizar negociações e investir em infraestrutura. O futuro da agroindústria brasileira depende dessas ações.”

A reunião contou com a participação de especialistas e representantes do setor, como Edmar Wardensk Gervásio, economista da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná; Haroldo Tavares Elias, analista de socioeconomia da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina; e João Lovatel, representante da Fecoagro de Santa Catarina.

Fonte: Pensar Agro

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Brasília se consolida como melhor cidade para o agro em 2024

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Em 2024, Brasília foi reconhecida como a melhor cidade para negócios no agronegócio, uma conquista que reflete as ações estratégicas e os investimentos do Governo do Distrito Federal (GDF) na área.

A avaliação foi realizada por uma consultoria especializada, que levou em consideração fatores como infraestrutura, localização estratégica e o desenvolvimento econômico da região. Com uma série de iniciativas voltadas à sustentabilidade, segurança alimentar e apoio ao setor rural, a capital federal se destaca como um exemplo de progresso para o agronegócio no Brasil.

A infraestrutura rural foi um dos pilares do crescimento de Brasília como centro agroempresarial. Durante o ano de 2024, o GDF investiu pesado na recuperação de 1.700 km de estradas rurais, facilitando o escoamento da produção e o acesso a mercados. Além disso, o Polo de Agricultura Irrigada foi um dos projetos mais importantes, promovendo o uso eficiente da água, recurso cada vez mais escasso.

O programa também incluiu a recuperação e construção de mais de 100 km de canais, que beneficiaram diretamente 209 famílias de produtores rurais. Para garantir a segurança hídrica, o GDF implementou 10 reservatórios com capacidade de 380 mil litros cada, fortalecendo a resiliência das propriedades diante de períodos de seca.

A pecuária também teve destaque em 2024 com a implementação do Programa Distrital de Sanidade dos Caprinos e Ovinos (PDSCO), que fortaleceu a caprino-ovinocultura no DF. O programa instituiu o cadastro obrigatório de propriedades, fiscalizou eventos e o transporte de animais, assegurando a qualidade genética e sanitária do rebanho.

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Já a qualidade dos alimentos passou a ser monitorada com mais rigor, graças à parceria entre a Secretaria da Agricultura e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que intensificou a fiscalização de resíduos de agrotóxicos.

O apoio direto ao produtor rural também foi ampliado. O programa Pró-Rural, que oferece isenção de ICMS, aprovou 33 projetos que beneficiaram o cultivo de cereais, feijão, tomate e a criação de aves. Já o Fundo Distrital de Desenvolvimento Rural (FDR) investiu mais de R$ 3 milhões em 36 projetos em 2024, focando em cooperativas e produtores individuais, com o objetivo de fortalecer a produção e a competitividade do agronegócio local.

Uma das grandes vitórias do ano foi a entrega do Empório Rural do Colorado, um espaço que conecta produtores e consumidores, promovendo a comercialização direta e o fortalecimento da agricultura familiar. Com a movimentação de R$ 43 milhões em chamamentos públicos, o GDF conseguiu abastecer escolas e programas sociais, ampliando o impacto da agricultura familiar na alimentação da população.

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Os eventos do setor agropecuário também tiveram papel fundamental na visibilidade e no crescimento dos negócios em Brasília. A AgroBrasília 2024, uma das maiores feiras do setor, gerou R$ 5,1 bilhões em negócios, com destaque para a inovação tecnológica no AgroHack Ideias, que premiou soluções inovadoras para o campo.

Já o 1º Berry Day, voltado ao cultivo de frutas vermelhas, demonstrou o potencial crescente de nichos específicos da produção agrícola. A Expoabra, com a presença de 1.419 animais, e a FestFlor, que movimentou R$ 12 milhões, também mostraram a força do setor agropecuário no DF.

Além do apoio econômico, 2024 foi um ano de forte compromisso social e ambiental. A Secretaria da Agricultura, por meio de programas como o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) e o PAA – Cozinhas Solidárias, distribuiu 428 mil kg de alimentos, beneficiando cerca de 150 mil pessoas e dezenas de pequenos produtores rurais.

O programa Reflorestar, que distribuiu 46 mil mudas para a recuperação de áreas degradadas, também se destacou como uma ação importante para promover a sustentabilidade no campo.

Fonte: Pensar Agro

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