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Conab, Itaipu e ONU firmam parceria inédita para modernizar armazéns

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A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a Itaipu Binacional e o Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (Unops/ONU) assinam, nesta quarta-feira (26.03), um acordo de cooperação para reformar e modernizar armazéns graneleiros no Paraná e em Mato Grosso do Sul. O projeto, que conta com um investimento de R$ 55 milhões da Itaipu, visa melhorar a infraestrutura de armazenagem, um dos gargalos logísticos da produção agrícola brasileira.

O plano prevê diagnósticos estruturais e modernização das unidades da Conab em Rolândia (PR), Cambé (PR) e Maracaju (MS), além da reforma do armazém de Ponta Grossa (PR). Com as melhorias, a capacidade de armazenagem da unidade de Ponta Grossa passará de 300 mil para 420 mil toneladas, ampliando a eficiência no armazenamento e distribuição de grãos.

O Brasil enfrenta um déficit significativo na capacidade de armazenagem de grãos. Segundo a Conab, o país tem uma carência de aproximadamente 117 milhões de toneladas em sua estrutura de estocagem, o que obriga muitos produtores a escoarem rapidamente a produção, pressionando a logística de transporte e elevando custos. O gargalo se torna ainda mais crítico durante o pico da safra, quando a falta de espaço nos armazéns leva a congestionamentos em silos e filas de caminhões nos portos.

A modernização das estruturas da Conab contribuirá para reduzir essas dificuldades, garantindo maior segurança no armazenamento e melhor gestão dos estoques públicos. “Esse investimento fortalece a infraestrutura de armazenagem e ajuda a equilibrar o fluxo da produção agrícola, beneficiando os produtores e o abastecimento interno”, afirmou o diretor-presidente da Conab, Edegar Pretto.

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O financiamento da Itaipu Binacional faz parte de um esforço mais amplo para fortalecer a segurança alimentar e otimizar o uso de recursos estratégicos na logística agropecuária. “A Itaipu tem um compromisso com o desenvolvimento sustentável da região e vê na modernização da armazenagem uma oportunidade de contribuir para o agronegócio”, destacou Enio Verri, diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional.

O Unops, braço operacional da ONU especializado em projetos de infraestrutura, será responsável pelo desenvolvimento técnico do projeto, garantindo que as reformas sigam padrões internacionais de eficiência e sustentabilidade. O representante do Unops no Brasil, Fernando Barbie, ressaltou que a parceria trará benefícios não apenas para a armazenagem, mas para toda a cadeia produtiva. “A modernização dos armazéns permitirá um fluxo mais organizado de grãos, reduzindo desperdícios e impactos ambientais”, afirmou.

Imagem: Assessoria

RECORRENTE – O presidente do Instituto do Agronegócio (IA), Isan Rezende (foto), lembrou que a falta de infraestrutura de armazenagem no Brasil é um problema antigo e frequentemente apontado como um dos entraves para o crescimento do agronegócio. “O país precisa ampliar sua capacidade de estocagem para acompanhar o aumento da produção de grãos e evitar prejuízos aos produtores”, comentou Rezende.

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“Esse acordo é um passo fundamental para reduzir um problema crônico do setor, mas é pouco. Na safra passada – como em todas as demais -, vimos produtores de vários estados tendo que armazenar grãos a céu aberto, o que é inadmissível para um país que lidera a produção mundial de alimentos” (Veja aqui).

“O déficit de armazenagem no Brasil chega a quase 120 milhões de toneladas, e isso precisa ser tratado com seriedade. Não basta apenas modernizar armazéns já existentes, mas construir novas estruturas em estados que mais sofrem com esse problema. Caso contrário, continuaremos enfrentando desperdícios e perdas significativas para os produtores”, disse Isan Rezende.

“Sem armazéns adequados, o produtor é forçado a vender sua safra rapidamente, muitas vezes a preços baixos. Uma armazenagem estruturada permite melhor planejamento e comercialização, garantindo rentabilidade e sustentabilidade para o setor. Precisamos que essa iniciativa seja ampliada para todo o país”, completou o presidente do IA.

Fonte: Pensar Agro

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Com cenário global favorável, Estado quer ampliar exportações em 10%

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Goiás exportou 13,2 milhões de toneladas de soja em 2024, com receita superior a US$ 7,3 bilhões, consolidando-se como o terceiro maior exportador do grão no Brasil. Com a crescente disputa comercial entre China e Estados Unidos e a reconfiguração dos fluxos globais de grãos, o estado projeta um aumento de até 10% nas exportações em 2025, impulsionado pela demanda asiática e pela capacidade de resposta da produção goiana.

O aumento da procura por fornecedores alternativos por parte da China, que em abril recebeu 40 navios de soja brasileira com cerca de 700 mil toneladas, fortalece o posicionamento de Goiás como polo estratégico na oferta global de alimentos. O estado, com uma área plantada superior a 4 milhões de hectares e rendimento médio acima de 60 sacas por hectare, já se beneficia da maior competitividade brasileira no mercado internacional.

Além da soja, que responde por mais de 60% do total exportado pelo agronegócio goiano, produtos como milho, carnes e algodão também têm registrado crescimento. No primeiro trimestre de 2025, o estado já apresenta um incremento de 7% nas exportações para a China em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).

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Goiás reúne condições favoráveis para aproveitar o novo ciclo: clima propício, produtividade crescente, empresários rurais tecnificados e uma logística em processo de modernização. Ainda há gargalos, especialmente em transporte e armazenagem, mas a infraestrutura vem sendo adaptada para atender a esse salto de demanda.

O momento geopolítico não é apenas uma conjuntura passageira — ele representa uma mudança estrutural na forma como as grandes potências lidam com segurança alimentar. A preferência da China por parceiros estáveis, previsíveis e com grande capacidade produtiva coloca estados como Goiás no radar estratégico dos importadores.

Com planejamento técnico, inteligência de mercado e políticas voltadas à sustentabilidade e à competitividade, Goiás transforma a tensão global em oportunidade concreta. A meta agora é clara: consolidar o protagonismo do estado como um dos principais celeiros do agronegócio mundial.

Fonte: Pensar Agro

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