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Calor e chuva faz crescer ataques de lagartas em plantações de soja

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O aumento do calor extremo e a escassez de chuvas estão contribuindo para um crescente número de ataques de lagartas na soja, avaliam consultores e pesquisadores.

Esse cenário tem sido observado especialmente na Bahia, no Triângulo Mineiro, em Goiás e Mato Grosso do Sul, áreas propensas ao fenômeno El Niño. O engenheiro agrônomo Daniel Dias Rosa, sócio da consultoria Agrotech Brasil, destaca o aumento de ataques de lagartas na atual fase inicial do ciclo da cultura da soja.

Segundo ele, áreas monitoradas pela consultoria têm testemunhado uma quantidade fora do comum de mariposas. “Registramos uma quantidade absurda de mariposas em nossas armadilhas de monitoramento”, salienta.

O agrônomo alerta que a combinação de calor extremo com pouca chuva tem acelerado o ciclo das pragas, especialmente o das lagartas, indicando um ano desafiador para o manejo desses insetos. “Os agricultores terão que aplicar mais vezes inseticidas químicos, e percebemos que esses produtos não têm tido a mesma eficácia que no passado”, enfatiza Dias Rosa.

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Estimativas recentes realizadas pela consultoria Agrotech apontam perdas de produtividade de 10% a 15% nas lavouras de sementes de soja devido à ação das lagartas. “Os custos também podem aumentar, pois antigamente realizávamos duas ou três aplicações, mas agora falamos de cinco a oito”, acrescenta.

A Supera Soluções Agronômicas, outra consultoria de destaque no agronegócio, também prevê um cenário favorável para o desenvolvimento de lagartas nesta safra. “As chuvas intermitentes germinaram muitas plantas daninhas, criando um grande ambiente favorável para as lagartas antes do período esperado”, destaca Eduardo Moreira Barros, fundador da consultoria.

“Mesmo com mais investimentos e produtores aguardando para plantar, as lagartas já estão presentes mais cedo”, afirma Barros. Segundo ele, as regiões monitoradas pela consultoria apresentam predominância de lagartas, principalmente do tipo Spodoptera, em especial a Spodoptera frugiperda. “Esta é a principal lagarta que identificamos no sistema agrícola”, reforça.

Barros revela que, mesmo nas áreas de soja Intacta, têm sido observadas lagartas da subfamília ‘Heliothinae’. No entanto, a identificação específica entre ‘Helicoverpa zea’ ou ‘Helicoverpa armigera’ não é clara. “Acreditamos ser a ‘zea’, pois sabemos que ela se adapta bem aos cultivos transgênicos (Bt)”, revela o pesquisador.

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Ambas as consultorias enfatizam a importância do monitoramento minucioso das lavouras para o sucesso no manejo das lagartas, principalmente neste ano considerado propício para essas pragas.

Fonte: Pensar Agro

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Com cenário global favorável, Estado quer ampliar exportações em 10%

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Goiás exportou 13,2 milhões de toneladas de soja em 2024, com receita superior a US$ 7,3 bilhões, consolidando-se como o terceiro maior exportador do grão no Brasil. Com a crescente disputa comercial entre China e Estados Unidos e a reconfiguração dos fluxos globais de grãos, o estado projeta um aumento de até 10% nas exportações em 2025, impulsionado pela demanda asiática e pela capacidade de resposta da produção goiana.

O aumento da procura por fornecedores alternativos por parte da China, que em abril recebeu 40 navios de soja brasileira com cerca de 700 mil toneladas, fortalece o posicionamento de Goiás como polo estratégico na oferta global de alimentos. O estado, com uma área plantada superior a 4 milhões de hectares e rendimento médio acima de 60 sacas por hectare, já se beneficia da maior competitividade brasileira no mercado internacional.

Além da soja, que responde por mais de 60% do total exportado pelo agronegócio goiano, produtos como milho, carnes e algodão também têm registrado crescimento. No primeiro trimestre de 2025, o estado já apresenta um incremento de 7% nas exportações para a China em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).

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Goiás reúne condições favoráveis para aproveitar o novo ciclo: clima propício, produtividade crescente, empresários rurais tecnificados e uma logística em processo de modernização. Ainda há gargalos, especialmente em transporte e armazenagem, mas a infraestrutura vem sendo adaptada para atender a esse salto de demanda.

O momento geopolítico não é apenas uma conjuntura passageira — ele representa uma mudança estrutural na forma como as grandes potências lidam com segurança alimentar. A preferência da China por parceiros estáveis, previsíveis e com grande capacidade produtiva coloca estados como Goiás no radar estratégico dos importadores.

Com planejamento técnico, inteligência de mercado e políticas voltadas à sustentabilidade e à competitividade, Goiás transforma a tensão global em oportunidade concreta. A meta agora é clara: consolidar o protagonismo do estado como um dos principais celeiros do agronegócio mundial.

Fonte: Pensar Agro

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