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Agronegócio brasileiro enfrenta cenário de incertezas diante da “Lei Antidesmatamento” da União Europeia

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O agronegócio brasileiro enfrenta um cenário de incertezas com a iminente implementação da chamada “Lei Antidesmatamento” pela União Europeia – aqui mais conhecida como “moratória da soja” -, prevista para entrar em vigor em 1º de janeiro de 2025.

A nova legislação proibirá a importação de produtos como soja, gado, café, madeira, borracha e cacau oriundos de áreas desmatadas após 2020, o que poderá afetar diretamente as exportações do Brasil, especialmente em setores cruciais como o da soja.

A avaliação é de que o prejuízo para a balança comercial seja de algo em torno de R$ 20 bilhões em 2025, se nada for feito.

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O ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro, junto com outros representantes do setor, já se posicionou contra a medida, destacando que a legislação europeia não considera o desmatamento legal previsto no Código Florestal brasileiro.

Essa distinção entre desmatamento legal e ilegal é um ponto central da crítica do Brasil, que pede a revisão ou flexibilização das regras para evitar impactos negativos na economia agropecuária do país.

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De acordo com o Itamaraty, a legislação europeia tem o potencial de bloquear até 30% das exportações brasileiras, gerando preocupação entre os produtores. O Brasil, reconhecido como um dos maiores exportadores globais de alimentos, corre o risco de ver sua participação no mercado internacional ameaçada, caso as novas regras sejam aplicadas rigidamente.

Para especialistas, as motivações por trás da Lei Anti desmatamento são mais comerciais do que ambientais. A medida visaria proteger os produtores europeus que enfrentam dificuldades econômicas e não têm mais recursos para subsidiar suas produções.

Os analistas também apontam para a incoerência de países como Alemanha e França, grandes emissores de gases de efeito estufa, que recentemente retomaram o uso de carvão para geração de energia, o que contradiz as próprias políticas climáticas que defendem. Diante desse cenário, acredita-se que, apesar da pressão europeia, a legislação poderá ser flexibilizada devido à crescente demanda global por alimentos, exacerbada pelos desafios climáticos.

Posicionamento – O tema também foi discutido na 79ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez duras críticas ao descumprimento de acordos climáticos e destacou a vulnerabilidade do Brasil diante dos eventos climáticos extremos. Em seu discurso, Lula lembrou das enchentes no Rio Grande do Sul, das secas históricas na Amazônia e do avanço de incêndios florestais no país, reforçando a urgência de ações globais coordenadas para mitigar os impactos climáticos.

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A participação de Lula na Assembleia Geral e sua reunião bilateral com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, evidenciam a importância estratégica das negociações entre o Mercosul e a União Europeia.

O presidente brasileiro salientou que o mundo já não pode mais esperar para cobrar ações efetivas contra as mudanças climáticas, e o Brasil, como um dos principais produtores agrícolas do mundo, tem um papel crucial nesse cenário.

A expectativa agora gira em torno das próximas rodadas de negociação entre o governo brasileiro e a União Europeia, com a esperança de que um acordo mais equilibrado seja alcançado, levando em consideração tanto a necessidade de proteção ambiental quanto a importância da agropecuária para a economia global.

Fonte: Pensar Agro

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Com cenário global favorável, Estado quer ampliar exportações em 10%

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Goiás exportou 13,2 milhões de toneladas de soja em 2024, com receita superior a US$ 7,3 bilhões, consolidando-se como o terceiro maior exportador do grão no Brasil. Com a crescente disputa comercial entre China e Estados Unidos e a reconfiguração dos fluxos globais de grãos, o estado projeta um aumento de até 10% nas exportações em 2025, impulsionado pela demanda asiática e pela capacidade de resposta da produção goiana.

O aumento da procura por fornecedores alternativos por parte da China, que em abril recebeu 40 navios de soja brasileira com cerca de 700 mil toneladas, fortalece o posicionamento de Goiás como polo estratégico na oferta global de alimentos. O estado, com uma área plantada superior a 4 milhões de hectares e rendimento médio acima de 60 sacas por hectare, já se beneficia da maior competitividade brasileira no mercado internacional.

Além da soja, que responde por mais de 60% do total exportado pelo agronegócio goiano, produtos como milho, carnes e algodão também têm registrado crescimento. No primeiro trimestre de 2025, o estado já apresenta um incremento de 7% nas exportações para a China em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).

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Goiás reúne condições favoráveis para aproveitar o novo ciclo: clima propício, produtividade crescente, empresários rurais tecnificados e uma logística em processo de modernização. Ainda há gargalos, especialmente em transporte e armazenagem, mas a infraestrutura vem sendo adaptada para atender a esse salto de demanda.

O momento geopolítico não é apenas uma conjuntura passageira — ele representa uma mudança estrutural na forma como as grandes potências lidam com segurança alimentar. A preferência da China por parceiros estáveis, previsíveis e com grande capacidade produtiva coloca estados como Goiás no radar estratégico dos importadores.

Com planejamento técnico, inteligência de mercado e políticas voltadas à sustentabilidade e à competitividade, Goiás transforma a tensão global em oportunidade concreta. A meta agora é clara: consolidar o protagonismo do estado como um dos principais celeiros do agronegócio mundial.

Fonte: Pensar Agro

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