AGRONEGÓCIO
Safrinha: produção cresce, mas estiagem impõe ajustes nas projeções
Publicado em
13 de abril de 2025por

A produção do milho segunda safra, popularmente conhecido como safrinha, continua sendo um dos pilares da agricultura brasileira, especialmente nas regiões Centro-Oeste e Sul. A temporada 2024/25, no entanto, tem enfrentado uma série de desafios climáticos que influenciam diretamente as projeções de produtividade e o volume total colhido.
Estima-se que a colheita nacional do cereal deverá atingir cerca de 135 milhões de toneladas, número ligeiramente inferior à previsão inicial feita no início do ano. Essa leve queda está relacionada principalmente à estiagem que afetou regiões produtoras durante o mês de março e começo de abril, comprometendo o desenvolvimento das lavouras plantadas mais tarde.
Apesar desse revés, o desempenho ainda é superior ao da safra anterior, que ficou em torno de 125 milhões de toneladas. O crescimento é impulsionado principalmente pelo avanço da área plantada e pelas condições climáticas favoráveis em algumas regiões-chave, como Mato Grosso do Sul e Paraná. Nesses estados, os índices de precipitação ficaram entre 10% e 50% acima da média histórica recente, e os indicadores de vigor vegetativo sugerem que as lavouras apresentam desenvolvimento bastante positivo.
O chamado NDVI, índice que avalia a saúde da vegetação a partir de imagens de satélite, registrou os melhores níveis dos últimos dez anos em áreas do Mato Grosso do Sul, sinalizando lavouras bem estabelecidas e com boas perspectivas de colheita. O Paraná, embora tenha apresentado uma leve piora recente no índice, ainda mantém boas condições agronômicas para o milho safrinha.
Por outro lado, estados como Goiás e Minas Gerais enfrentam um cenário oposto. A escassez de chuvas e a dificuldade na recomposição da umidade do solo vêm preocupando os produtores locais. A precipitação nessas regiões ficou 50% abaixo do esperado, o que limita o desenvolvimento pleno das plantas e pode comprometer parte da produtividade.
No Mato Grosso, há sinais de que a seca também começa a afetar algumas áreas. Oscilações nos dados de vegetação podem estar ligadas à baixa pluviosidade ou até à cobertura de nuvens que dificulta o monitoramento por satélite. Embora o início de abril tenha trazido chuvas que superaram os volumes registrados no mesmo período de 2022, o acumulado desde fevereiro ainda é considerado abaixo do ideal para um desempenho pleno.
As previsões meteorológicas para as próximas semanas trazem um certo alívio. Modelos climáticos apontam para continuidade das chuvas em boa parte do território nacional, com destaque para as regiões Centro-Oeste, Sudeste e partes do Nordeste. As temperaturas devem permanecer dentro da normalidade, sem expectativa de ondas de frio ou calor extremo que poderiam comprometer o ciclo final das lavouras.
A área destinada ao milho safrinha nesta temporada foi estimada em pouco mais de 21 milhões de hectares, o que representa uma leve expansão em relação ao ciclo anterior. No entanto, a área ainda é um pouco menor do que o projetado inicialmente, reflexo das dificuldades climáticas enfrentadas em regiões como o norte do Paraná, Minas Gerais e São Paulo, que tiveram parte do plantio comprometida pela seca.
A produtividade média esperada é de aproximadamente 6.265 quilos por hectare, abaixo da estimativa anterior, mas ainda superior à registrada na safra passada. O aumento na área cultivada e a maior eficiência em regiões com clima favorável explicam o desempenho positivo.
Na porção Centro-Sul do país, a segunda safra deve alcançar quase 96 milhões de toneladas, desempenho superior ao do ano anterior, quando a produção ficou na casa dos 85 milhões de toneladas. Já nas regiões Norte e Nordeste, a colheita tende a ser um pouco maior do que no ciclo anterior, mesmo com perdas pontuais registradas em estados castigados pela estiagem no verão. Nessas regiões, a área plantada também avançou levemente, embora a produtividade esteja abaixo da expectativa inicial.
O cenário da safrinha em 2024/25 reforça a importância do monitoramento climático constante e do planejamento técnico por parte dos produtores. Ainda que os desafios sejam significativos, a resiliência da agricultura brasileira, aliada às novas tecnologias de monitoramento e manejo, continua garantindo ao país uma posição de destaque na produção mundial de milho.
Fonte: Pensar Agro

AGRONEGÓCIO
Na semana da Páscoa, indústria de chocolate enfrenta crise histórica
Published
1 hora agoon
16 de abril de 2025By

A Páscoa de 2025 chega em meio à maior crise já registrada no mercado global de cacau. Com a cotação da amêndoa batendo recordes históricos, a indústria do chocolate enfrenta um cenário crítico: falta de matéria-prima, custo em alta e risco de desabastecimento. O preço do cacau acumula uma disparada de 189% só neste início de ano, somado a picos que chegaram a 282% no mercado internacional ano passado, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria da Alimentação (Abia).
O impacto dessa escalada já se reflete diretamente no setor produtivo brasileiro. No primeiro trimestre de 2025, a indústria processadora nacional recebeu apenas 17.758 toneladas de cacau, volume 67,4% menor em relação ao trimestre anterior, de acordo com a Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC). É um dos piores desempenhos dos últimos anos.
Sem matéria-prima suficiente no mercado interno, o Brasil aumentou as importações para tentar garantir o abastecimento, trazendo 19.491 toneladas de cacau de fora — alta de quase 30% em relação ao mesmo período de 2024. Mesmo assim, a conta não fecha. A indústria terminou o trimestre com um déficit de 14.886 toneladas, o que acende o sinal de alerta sobre a sustentabilidade do setor.
Embora os chocolates da Páscoa já estejam nas lojas desde fevereiro — resultado de compras antecipadas feitas pela indústria — os reflexos da crise serão sentidos ao longo do ano. A defasagem entre a produção nacional e o volume processado mostra que o Brasil voltou a depender fortemente do mercado externo, num momento em que a oferta mundial também está em colapso.
Gana e Costa do Marfim, que concentram mais de 60% da produção global, enfrentam quebras de safra causadas por pragas, mudanças climáticas e envelhecimento das lavouras. A menor oferta mundial reduziu os estoques ao menor nível em décadas, pressionando ainda mais os preços e criando um efeito cascata sobre todos os elos da cadeia.
No Brasil, a situação também é crítica. A Bahia, que responde por dois terços do cacau nacional, entregou apenas 11.671 toneladas às indústrias no primeiro trimestre — retração de 73% frente aos últimos três meses de 2024. Técnicos apontam que o clima instável prejudicou o florescimento e agravou a incidência de doenças como a vassoura-de-bruxa, exigindo mais investimento em manejo e controle.
Apesar da queda drástica na produção, o produtor baiano tem sido parcialmente compensado pelo preço elevado da amêndoa, que supera R$ 23 mil a tonelada. O custo dos insumos, por outro lado, já não sobe no mesmo ritmo, o que ajuda a preservar a renda do campo. Ainda assim, a insegurança climática e o risco sanitário mantêm o setor em alerta.
Na tentativa de segurar os preços ao consumidor, a indústria brasileira está buscando alternativas, como mudanças nas formulações, cortes de gramatura e reformulação de produtos. Chocolates com maior teor de cacau — que dependem mais diretamente da amêndoa — devem ser os mais afetados. Já produtos de linha popular podem manter preços mais estáveis, ainda que com porções menores.
Mesmo assim, o consumidor já percebe reajustes nas gôndolas. O ovo de Páscoa, símbolo do período, está até 20% mais caro em relação ao ano passado, e a tendência é de novos aumentos caso a crise se prolongue.
O atual desequilíbrio entre oferta e demanda reforça a urgência de investimentos em produtividade no Brasil. O país, que já foi o segundo maior produtor de cacau do mundo, hoje precisa importar amêndoa para manter sua indústria funcionando. Com lavouras envelhecidas, baixa produtividade média e forte dependência de condições climáticas, a cadeia brasileira está vulnerável.
Segundo a AIPC, é necessário acelerar a renovação de pomares, incentivar o uso de clones mais produtivos e resistentes, e ampliar o acesso a crédito para pequenos e médios produtores. Também cresce a demanda por políticas públicas que favoreçam a expansão da cacauicultura na Amazônia, no Espírito Santo e em novas fronteiras agrícolas.
Enquanto isso, o chocolate — produto culturalmente associado à celebração e ao prazer — pode se tornar um item mais raro e caro na mesa dos brasileiros. A crise do cacau já não é um problema futuro. Ela está acontecendo agora, e a Páscoa de 2025 é a prova mais amarga disso.
Fonte: Pensar Agro

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