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Exportações brasileiras disparam. Portos movimentaram 12,4 milhões de toneladas

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O mês de fevereiro trouxe números históricos para os portos brasileiros, especialmente no que diz respeito à movimentação do milho. De acordo com dados divulgados pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), os portos movimentaram 12,4 milhões de toneladas em contêineres, o maior volume já registrado para o mês. Esse crescimento de 9,26% em relação ao mesmo período de 2024 foi impulsionado principalmente pelo desempenho expressivo do milho, que liderou os embarques ao lado da bauxita e dos fertilizantes.

Com um crescimento impressionante de 41,5% em relação a fevereiro do ano passado, o milho se destacou como o principal produto escoado no período, com 1,2 milhão de toneladas embarcadas pelos portos brasileiros. Essa aceleração nas exportações mostra a força do cereal brasileiro no mercado internacional, mesmo diante de desafios logísticos e incertezas no cenário global.

A movimentação foi puxada, em sua maioria, pelo comércio de longo curso, responsável por cerca de 70% da carga total, o equivalente a 8,6 milhões de toneladas. Os outros 30%, ou 3,7 milhões de toneladas, seguiram por cabotagem. A carga geral teve também um bom desempenho, com 5,1 milhões de toneladas movimentadas — um aumento de 6,54% em relação ao ano anterior.

O secretário nacional de Portos, Alex Ávila, destacou que há um plano estratégico em andamento para sustentar o crescimento da movimentação de cargas. Nos próximos dois anos, estão previstos leilões de 44 terminais portuários com um total de R$ 15,4 bilhões em investimentos, o que deve melhorar ainda mais a estrutura e o escoamento da produção agrícola.

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Nos portos públicos, a movimentação de cargas em fevereiro foi de 35,5 milhões de toneladas, praticamente estável em relação ao ano anterior, com leve queda de 0,48%. Já nos portos privados, houve uma retração mais significativa, com 61,6 milhões de toneladas movimentadas — queda de 7,18%. Mesmo assim, alguns terminais se destacaram. O Terminal Aquaviário de São Francisco do Sul (SC), por exemplo, cresceu 37,44%, movimentando 0,9 milhão de toneladas.

USDA – No cenário internacional, o novo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado esta semana, trouxe poucas mudanças no quadro de oferta e demanda de milho. A principal alteração foi na expectativa de exportações americanas, que subiu de 62,23 para 64,77 milhões de toneladas, refletindo o bom ritmo de vendas e os preços competitivos do milho dos EUA.

Os estoques finais dos Estados Unidos foram revisados para baixo, passando de 39,12 para 37,22 milhões de toneladas, o que pode indicar uma demanda mais aquecida ao longo do ano. A produção americana permanece estimada em 377,63 milhões de toneladas, com o uso doméstico projetado em 321,07 milhões.

No mercado global, a produção total foi ajustada levemente de 1,214 para 1,215 bilhão de toneladas. A alta esperada na União Europeia, Honduras e Tanzânia deve compensar as quedas previstas em países como Moldávia, Cambodja e Quênia. O consumo mundial segue estável, com previsão de 1,24 bilhão de toneladas, enquanto os estoques globais recuaram 1 milhão de toneladas, ficando em 287,65 milhões.

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Para o Brasil, o USDA manteve a previsão de colheita em 126 milhões de toneladas de milho para a safra 2024/25. A Argentina também permanece com estimativa inalterada, com produção prevista de 50 milhões de toneladas. Esses números mostram estabilidade na oferta da América do Sul, que segue sendo uma das principais regiões exportadoras do grão.

Vale destacar que o volume negociado de milho no Brasil em 2025 já é o maior da história para o período, com 88,2 milhões de toneladas, o que reforça a confiança do mercado e a atratividade dos preços atuais.

A alta nas exportações, os preços competitivos no mercado internacional e a infraestrutura portuária em expansão formam um cenário muito positivo para o milho brasileiro. Com números recordes e forte demanda global, o produtor rural tem bons motivos para estar otimista. No entanto, é fundamental acompanhar os próximos relatórios de mercado e o desenrolar das exportações, especialmente com a entrada da safra americana no radar e possíveis variações cambiais.

Enquanto isso, quem está com milho estocado ou fechando contratos de exportação tem bons motivos para sorrir — o grão segue valorizado e o Brasil consolidado como potência global na produção e no comércio de milho.

Fonte: Pensar Agro

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Com cenário global favorável, Estado quer ampliar exportações em 10%

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Goiás exportou 13,2 milhões de toneladas de soja em 2024, com receita superior a US$ 7,3 bilhões, consolidando-se como o terceiro maior exportador do grão no Brasil. Com a crescente disputa comercial entre China e Estados Unidos e a reconfiguração dos fluxos globais de grãos, o estado projeta um aumento de até 10% nas exportações em 2025, impulsionado pela demanda asiática e pela capacidade de resposta da produção goiana.

O aumento da procura por fornecedores alternativos por parte da China, que em abril recebeu 40 navios de soja brasileira com cerca de 700 mil toneladas, fortalece o posicionamento de Goiás como polo estratégico na oferta global de alimentos. O estado, com uma área plantada superior a 4 milhões de hectares e rendimento médio acima de 60 sacas por hectare, já se beneficia da maior competitividade brasileira no mercado internacional.

Além da soja, que responde por mais de 60% do total exportado pelo agronegócio goiano, produtos como milho, carnes e algodão também têm registrado crescimento. No primeiro trimestre de 2025, o estado já apresenta um incremento de 7% nas exportações para a China em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).

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Goiás reúne condições favoráveis para aproveitar o novo ciclo: clima propício, produtividade crescente, empresários rurais tecnificados e uma logística em processo de modernização. Ainda há gargalos, especialmente em transporte e armazenagem, mas a infraestrutura vem sendo adaptada para atender a esse salto de demanda.

O momento geopolítico não é apenas uma conjuntura passageira — ele representa uma mudança estrutural na forma como as grandes potências lidam com segurança alimentar. A preferência da China por parceiros estáveis, previsíveis e com grande capacidade produtiva coloca estados como Goiás no radar estratégico dos importadores.

Com planejamento técnico, inteligência de mercado e políticas voltadas à sustentabilidade e à competitividade, Goiás transforma a tensão global em oportunidade concreta. A meta agora é clara: consolidar o protagonismo do estado como um dos principais celeiros do agronegócio mundial.

Fonte: Pensar Agro

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