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Governo estuda seguro rural e crédito em dólar para fortalecer o próximo Plano Safra

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O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, recebeu nesta terça-feira (08.04), em Brasília, representantes da Associação Latino-Americana para o Desenvolvimento do Seguro Agrícola (Alasa). O encontro marcou o início do Congresso Internacional da Alasa, que discute o fortalecimento do seguro rural na América Latina até a próxima quinta-feira (10).

Durante o evento, Fávaro afirmou que uma das estratégias para ampliar os recursos do Plano Safra 2025/26 pode ser a oferta de linhas de crédito com financiamento em dólar. Segundo ele, esse tipo de operação pode trazer juros mais baixos, entre 8,5% e 9% ao ano, sem depender diretamente do Tesouro Nacional. A proposta visa especialmente os médios e grandes produtores que exportam e, por isso, já estão expostos ao câmbio internacional.

“Para quem vende seus produtos lá fora, o financiamento em dólar pode ser uma alternativa segura e com taxas mais atrativas”, explicou o ministro. Ele destacou, no entanto, que será necessário investir em capacitação para mostrar que essa modalidade de crédito pode ser viável e sem grandes riscos para esse perfil de produtor.

Fávaro reconheceu que o governo terá desafios para equilibrar os juros do Plano Safra, principalmente por causa da taxa Selic ainda elevada. O orçamento aprovado para 2025 prevê cerca de R$ 15 bilhões para esse subsídio, mas o setor agrícola estima que o ideal seria ao menos R$ 22 bilhões, segundo a CNA, ou até mais de R$ 24 bilhões, conforme a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).

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Com recursos limitados, a prioridade, segundo o ministro, será direcionar parte maior da subvenção para os médios produtores que não exportam. Ele citou o Pronamp como foco do próximo plano, nos moldes do Pronaf, voltado para a agricultura familiar.

“Vamos olhar com mais atenção para quem planta arroz, feijão, batata, milho ou soja em pequenas e médias propriedades de até 100 hectares, e que não têm acesso fácil ao mercado externo”, afirmou.

O seguro rural também foi destaque nas discussões. Fávaro disse que ainda não está decidido, mas o governo estuda a possibilidade de exigir que produtores que acessam crédito com juros subsidiados façam seguro rural obrigatório.

“Por que não propor que quem se beneficia de taxas menores também tenha a responsabilidade de proteger sua produção com um seguro adequado? Isso ajudaria a reduzir riscos e dar mais estabilidade ao setor”, avaliou o ministro.

Hoje, o orçamento para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) está previsto em pouco mais de R$ 1 bilhão para 2025, mas o setor pede que esse valor seja ampliado para, no mínimo, R$ 2 bilhões. Fávaro disse que apoia um aumento, mas lembrou que é preciso analisar todas as políticas de subvenção juntas, como o próprio PSR, o Proagro e o crédito do Plano Safra.

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O Congresso Internacional da Alasa reúne seguradoras, produtores, cooperativas, bancos, especialistas e representantes de governos de diversos países. A programação inclui painéis sobre riscos climáticos, seguros paramétricos, novas tecnologias e estratégias para tornar o campo mais resiliente. Também estão previstas apresentações de experiências internacionais — como as da Colômbia, México, China e Estados Unidos — e um painel sobre o futuro do resseguro na América Latina.

Fonte: Pensar Agro

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Com cenário global favorável, Estado quer ampliar exportações em 10%

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Goiás exportou 13,2 milhões de toneladas de soja em 2024, com receita superior a US$ 7,3 bilhões, consolidando-se como o terceiro maior exportador do grão no Brasil. Com a crescente disputa comercial entre China e Estados Unidos e a reconfiguração dos fluxos globais de grãos, o estado projeta um aumento de até 10% nas exportações em 2025, impulsionado pela demanda asiática e pela capacidade de resposta da produção goiana.

O aumento da procura por fornecedores alternativos por parte da China, que em abril recebeu 40 navios de soja brasileira com cerca de 700 mil toneladas, fortalece o posicionamento de Goiás como polo estratégico na oferta global de alimentos. O estado, com uma área plantada superior a 4 milhões de hectares e rendimento médio acima de 60 sacas por hectare, já se beneficia da maior competitividade brasileira no mercado internacional.

Além da soja, que responde por mais de 60% do total exportado pelo agronegócio goiano, produtos como milho, carnes e algodão também têm registrado crescimento. No primeiro trimestre de 2025, o estado já apresenta um incremento de 7% nas exportações para a China em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).

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Goiás reúne condições favoráveis para aproveitar o novo ciclo: clima propício, produtividade crescente, empresários rurais tecnificados e uma logística em processo de modernização. Ainda há gargalos, especialmente em transporte e armazenagem, mas a infraestrutura vem sendo adaptada para atender a esse salto de demanda.

O momento geopolítico não é apenas uma conjuntura passageira — ele representa uma mudança estrutural na forma como as grandes potências lidam com segurança alimentar. A preferência da China por parceiros estáveis, previsíveis e com grande capacidade produtiva coloca estados como Goiás no radar estratégico dos importadores.

Com planejamento técnico, inteligência de mercado e políticas voltadas à sustentabilidade e à competitividade, Goiás transforma a tensão global em oportunidade concreta. A meta agora é clara: consolidar o protagonismo do estado como um dos principais celeiros do agronegócio mundial.

Fonte: Pensar Agro

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