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Seminário destaca combate ao greening em encontro de citricultura na ExpoLondrina

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O greening, também conhecido como HLB (Huanglongbing), é a praga mais severa da citricultura devido à sua rápida disseminação, danos profundos e dificuldades de controle. O trabalho desenvolvido no Paraná para se prevenir e combater a doença foi um dos assuntos do seminário sobre citricultura, com participação do Sistema Estadual de Agricultura (Seagri), nesta terça-feira (8), durante a ExpoLondrina.

O presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Otamir Cesar Martins, foi um dos que prestigiaram o evento, que fez parte da programação do Via Rural Smart Farm. Segundo ele, a força que a citricultura tem no Estado exige que se discuta o greening em todos os momentos para que os produtores fiquem informados. “É um trabalho de guerra, a gente tem que trabalhar olhando a questão tática e olhando a estratégia para proteger essa parte cítrica do Estado”, disse.

O gerente de sanidade vegetal da Adapar, Renato Young Blood, também falou da importância da citricultura no Paraná, que é o terceiro maior produtor de laranja do Brasil, e dos riscos que o greening oferece neste cenário. Ele mostrou os passos da contaminação da planta por meio do psilídeo asiático dos citros (Diaphorina citri), que é o inseto vetor da bactéria, destacou os sintomas, a forma de erradicação e como se faz a prevenção da doença.

Além do corte sistemático de todas as plantas contaminadas, a boa adubação, irrigação de qualidade e cobertura vegetal são algumas das práticas recomendados para o crescimento rápido da planta, reduzindo a exposição ao inseto, que prefere os brotos. O manejo também inclui o uso de quebra-ventos e o adensamento do plantio.

Pulverizações em intervalos que respeitam as orientações agronômicas são importantes. Também se recomenda a rotação dos inseticidas. A venda de mudas por ambulantes é proibida no Paraná. Por isso, a recomendação é que os produtores adquiram somente mudas sadias, de qualidade e oriundas de viveiros registrados.

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OPERAÇÃO – Young Blood ressaltou que o Estado tem trabalhado de forma contínua e em conjunto com produtores, entidades representativas e prefeituras na erradicação do greening. Para isso foi feita a Operação Big Citros em agosto de 2023. Ela aconteceu em 24 municípios da região de Paranavaí, Maringá e Umuarama, quando foram recebidas denúncia de 517 pontos de foco.

Amparada pelas legislações, a Adapar emitiu mais de 200 notificações para erradicação ou apresentação de plano de manejo e erradicou 57.127 plantas, incluindo frutíferas de citros e murtas, que também são hospedeiras do inseto. Ele anunciou que nova Operação Big Citros está prevista para a região de Londrina, no início de maio.

O gerente de sanidade vegetal ressaltou que a atividade será feita em parceria com as prefeituras e os produtores, já que a doença prejudica a todos e a ação não deve ser vista de forma hostil. “A citricultura não é só renda, mas também mão de obra, pois existem municípios que vivem especificamente da citricultura e, se ela acabar, o município morre”, afirmou.

PESQUISA – Rui Pereira Leite, pesquisador do IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater) apresentou o trabalho para desenvolvimento de cultivares resistentes, inclusive com uso de transgenia, e o controle biológico do psilídeo utilizando a vespinha tamaríxia.

O estudo é desenvolvido em parceria com o Grupo Prat’s, de Paranavaí, e as cooperativas Cocamar e Integrada. “Esse projeto começou em 2016 e, nesse período, já foram produzidas e distribuídas mais de 12 milhões de vespinhas”, disse Leite.

O psilídeo asiático dos citros (Diaphorina citri) adquire a bactéria em plantas doentes e a transmite quando se alimenta de folhas de árvores sadias. A vespinha tamaríxia é um “inimigo biológico”, que deposita seus ovos em ninfas (formas jovens) do psilídeo, matando-as, o que contribui para diminuir a população do vetor da bactéria nos pomares.

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MERCADO – O presidente da Centrais de Abastecimento do Paraná (Ceasa-PR), Éder Bublitz, foi um dos palestrantes no seminário da citricultura. Ele falou sobre o “Mercado e Horizontes na Citricultura”, destacando a importância dos citros para o mercado, principalmente agora, quando o tema da saúde mobiliza cada vez mais a população.

“A Ceasa é mais que um lugar de venda de frutas, verduras e ovos, é um lugar em que se tem saúde. A gente tem que aproveitar este momento em que a sociedade olha com carinho a questão da alimentação saudável. O que precisamos fazer como produtor rural é ter compromisso com a qualidade, agregar valor e principalmente copiar o que dá certo”, disse.

Ele salientou que a compra de alimentos fontes de vitamina C, principal qualidade dos citros, aumentou, principalmente após a pandemia de coronavírus, pois as pessoas começaram a buscar produtos que aumentassem a imunidade. Bublitz destacou a importância de frutas com boa qualidade na aparência e sabor para o aumento de vendas e agregação de valor.

PRESENÇAS – Também estiveram presentes como palestrantes Elton Pratinha e o agrônomo Wolney Saulo dos Santos Filho, do Grupo Prat´s, que apresentaram casos de sucesso no combate ao HLB, e o agrônomo Carlos Wagner Aravechia, da Cooperativa Integrada, que falou sobre os benefícios e vantagens da produção de citros. O diretor de Gestão de Negócios do IDR-Paraná, Altair Sebastião Dorigo, e o vice-presidente da Sociedade Rural do Paraná, David Dequech Neto, também participaram do seminário.

Fonte: Governo PR

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Decreto isenta de ICMS biogás, biometano e combustível sustentável de avião no Paraná

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O governador Carlos Massa Ratinho Junior assinou nesta segunda-feira (05) o Decreto nº 9.817 que concede isenção sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em operações para aquisições de bens destinados à fabricação de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês), biometano, biogás, metanol e CO2. 

Além disso, o decreto também concede a isenção do ICMS na aquisição de máquinas, equipamentos, aparelhos e componentes para geração de energia a partir do biogás, como bombas de ar ou de vácuo, compressores de ar ou de outros gases e ventiladores; coifas aspirantes, contadores de gases. As duas medidas buscam tornar o Paraná mais competitivo na atração de negócios em energia renovável, alavancando o desenvolvimento estadual.

O decreto internaliza os convênios 161/2024 e 151/2021, aprovados pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) durante o Encontro Nacional dos Secretários da Fazenda em dezembro. Com a regulamentação, as isenções já estão em vigor. 

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De acordo com o secretário estadual da Fazenda, Norberto Ortigara, a ideia é justamente estimular investimentos em combustíveis sustentáveis no Paraná, colocando o Estado em posição de destaque no cenário nacional. “Queremos consolidar o Paraná como uma referência e um polo na produção de novas energia e incentivos fiscais, como a isenção do ICMS, são formas de pavimentar esse caminho, estimulando investimentos no setor”, explica.

Um dos objetivos da iniciativa, aponta Ortigara, está em tornar o biometano economicamente viável. “O Paraná já é o maior produtor de proteína animal do Brasil, então queremos aproveitar o potencial que já existe aqui para fomentar a cadeira de biogás e biometano. Temos potencial para sermos uma Arábia Saudita do combustível renovável”, diz. “É usar dejetos de animais para gerar energia e, com as novas isenções, facilitamos o caminho para tornar o Estado ainda mais sustentável”.

SUSTENTABILIDADE – Os esforços do Paraná em se tornar referência na produção de combustíveis sustentáveis a partir do reaproveitamento do potencial agrícola não se limita apenas à isenção do ICMS. Embora a medida assinada pelo governador estimule ainda mais o setor, o Estado já aposta na geração de energia renovável também por meio de outros programas, como o Paraná Energia Rural Renovável (RenovaPR).

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Executado pelo IDR-Paraná, ele incentiva os produtores rurais a produzir sua própria energia ou combustível. O Estado também subsidia os juros dos empréstimos usados pelos produtores para a implantação de projetos de energia renovável, por meio do Banco do Agricultor Paranaense.

Segundo levantamento do Centro Internacional de Energias Renováveis (Cibiogás), o Paraná lidera com folga o número de plantas de biogás na região Sul, com 426 unidades instaladas, 348 delas da agropecuária. Em Santa Catarina são 126 plantas e no Rio Grande do Sul 84. O Paraná foi responsável com 53% do volume de geração de biogás na região no ano passado, com 461 milhões de metros cúbicos normais. .

Fonte: Governo PR

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