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Governo quer transformar pastagens degradadas em áreas produtivas e sustentáveis

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O governo federal reforçou sua estratégia de transformar pastagens degradadas em áreas produtivas e sustentáveis. O Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas (PNCPD), instituído em 2023, busca ir além da produção de commodities, como grãos, para incentivar o cultivo de frutas, hortaliças, arroz e o reflorestamento.

A iniciativa, alinhada ao Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono), tem como objetivo promover a diversificação das atividades agropecuárias, a recuperação ambiental e o fortalecimento da economia rural.

Segundo José Carlos Polidoro, secretário-executivo do comitê gestor do programa, o propósito é resgatar recursos naturais e oferecer oportunidades para pequenos e médios produtores. “A agricultura brasileira não é só grão. Estamos mais preocupados com segurança alimentar e em dar alternativas viáveis para quem cultiva arroz, feijão, leite, hortaliças e frutas. O programa não foi criado para aumentar a produção de soja, mas tem o potencial de aumentar a produtividade de uma maneira geral”, afirmou Polidoro.

O governo já mapeou o potencial de diversas regiões do Brasil. Na Serra que abrange o Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, áreas com relevo inadequado para grãos são propícias para a fruticultura e sistemas agroflorestais. Na Zona da Mata e no Vale do Rio Doce, polos agroindustriais voltados ao cacau e à produção de energia e celulose são promissores.

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Além disso, o programa prevê o cultivo de espécies energéticas, como macaúba, cana-de-açúcar e capim-elefante, para produção de biodiesel e etanol. Essas alternativas buscam revitalizar a economia rural e criar novas fontes de renda.

Um estudo publicado pela Embrapa em fevereiro na revista internacional Land apontou que o Brasil possui cerca de 28 milhões de hectares de pastagens plantadas em níveis intermediários e severos de degradação. Essas áreas apresentam grande potencial para implantação de culturas agrícolas. Apenas com o cultivo de grãos, seria possível ampliar em 35% a área total plantada no país em relação à safra 2022/2023.

No entanto, o governo quer diversificar o uso dessas áreas. “Não se pode pensar só em grãos. Existe uma cesta de opções para recuperar pastagens de forma sustentável e inclusiva”, ressaltou Polidoro.

Uma das metas do PNCPD é recuperar 12 milhões de hectares com reflorestamento, parte dos 40 milhões de hectares degradados mapeados para conversão. O secretário destacou que a sanção do marco legal do mercado de carbono cria oportunidades para atrair investimentos privados nesse setor.

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“O mercado de carbono será um divisor de águas. Áreas que hoje emitem carbono poderão se tornar sumidouros, gerando receita para os produtores enquanto contribuem para as metas climáticas do Brasil”, afirmou Polidoro.

O programa conta com o suporte técnico da Embrapa e faz parte de um esforço maior no âmbito do Plano ABC, que incentiva práticas agrícolas de baixa emissão de carbono. Entre as ações previstas estão assistência técnica, transferência de tecnologia, linhas de crédito rural e estímulo à capacitação de produtores.

A recuperação de pastagens degradadas também atende aos compromissos climáticos assumidos pelo Brasil na COP-15 e reforçados na Política Nacional sobre Mudanças do Clima.

O governo aposta que a revitalização de áreas degradadas pode reverter o êxodo rural e atrair jovens de volta ao campo. “Com o aumento da renda per capita, esperamos formar uma nova classe média rural. Essa é a base para um campo mais dinâmico e sustentável”, concluiu Polidoro.

Fonte: Pensar Agro

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Produção atingiu 223 milhões de toneladas, avaliadas em R$ 2,91 trilhões

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A produção mundial de peixes em cativeiro alcançou um marco histórico ao ultrapassar, pela primeira vez, a captura de peixes selvagens. A informação foi revelada pelo relatório “O Estado Mundial da Pesca e Aquicultura”, publicado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).

De acordo com o documento, que é bianual, desde 2022, o setor de pesca e aquicultura atingiu uma produção total de 223 milhões de toneladas métricas, avaliada em cerca de R$ 2,91 trilhões. Desse total, a aquicultura foi responsável por 51% da produção de animais aquáticos, consolidando-se como o principal impulsionador do crescimento. A pesquisa destaca que 63% da produção aquática cultivada ocorre em águas continentais, enquanto os 37% restantes vêm de áreas marinhas e costeiras.

O continente asiático continua a liderar o mercado, concentrando mais de 70% da produção global de animais aquáticos e 90% da aquicultura. Além disso, o relatório destacou a crescente participação das mulheres no setor, que agora representam 24% da força de trabalho na pesca e aquicultura, um aumento de 3% em relação ao ano anterior. No processamento de pescados, elas já são maioria, compondo 62% da mão de obra.

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Embora o avanço da aquicultura seja motivo de celebração, o relatório da FAO faz um alerta: a gestão inadequada dos estoques pesqueiros selvagens coloca em risco o equilíbrio ambiental e a sustentabilidade a longo prazo. A organização defende ações mais firmes para proteger os recursos naturais e assegurar o futuro do setor, que desempenha um papel crucial na segurança alimentar global.

Fonte: Pensar Agro

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