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Do CEEBJA para a Academia: veteranos de Londrina comemoram vaga universitária

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Depois de longos períodos afastados dos bancos escolares, essa é a época do ano em que alunos que retomaram os estudos por meio da Educação de Jovens e Adultos (EJA) da rede estadual do Paraná celebram mais uma etapa: o ingresso no Ensino Superior. Pelo menos 10% dos estudantes que concluem a EJA anualmente no Estado conseguem entrar na universidade, segundo a Secretaria da Educação.

Luiz Katsuaki Ueti, 69 anos, está entre estes calouros. Ele terminou o Ensino Médio em julho no Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos (CEEBJA) de Londrina, no Norte, e essa semana conquistou uma bolsa integral no curso de Jornalismo na faculdade Unicesumar. “Meu Natal chegou mais cedo, quando recebi a notícia”, comemora. Ele vai fazer o curso na modalidade de Educação a Distância (EAD) pela sua condição de saúde. É portador de doença renal crônica e faz hemodiálise três vezes por semana.

Quem viveu uma experiência parecida, mas em 2022, foi Adriana de Souza, de 50 anos, que conseguiu 80% de bolsa para cursar Enfermagem, também na Unicesumar. “Já tinha até perdido a esperança de voltar a estudar, quanto mais sair da EJA direto para a universidade. Ser enfermeira era um sonho para mim e agora estou quase lá”, destaca a mãe de quatro filhos, que, no passado, precisou deixar os estudos para cuidar deles.

Osélia Poleti (68), outra egressa da EJA, nem precisou correr atrás da bolsa de estudos. Ela foi aprovada no concorrido vestibular de Direito da Universidade Estadual de Londrina (UEL). O mesmo aconteceu com Eliane Batista dos Santos (40), outra ex-EJA que se tornou aluna do curso de Serviço Social da mesma UEL.

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Nem mesmo a deficiência visual impediu o ingresso de José Marcelino da Cruz (67) no curso de Direito na UEL. “Foi muito desafiador já na época da EJA, onde eu precisava de ajuda  por estar longe dos livros há muito tempo, situação agravada pela deficiência, O apoio dos professores e da diretoria do Ceebja foram fundamentais”, relembra.

José Marcelino deixou cedo a escola para trabalhar na roça, em razão da condição humilde da família, e na maturidade a dificuldade veio com a perda da visão. Mesmo assim, conseguiu terminar o hoje Ensino Fundamental II. Entre 2013 e 2020 passou a se dividir entre o Instituto dos Cegos Roberto Miranda, em Londrina, e as aulas no CEEBJA.

“Em março de 2022 fiz o vestibular da UEL e passei. Estou atualmente no 3º ano da faculdade e quero me formar para auxiliar as pessoas, que como eu, precisam. Não tenho muitas perspectivas de carreira, mas do mesmo jeito que me ajudaram quero retribuir”, afirma.

ESCOLA INCLUSIVA – O Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos (CEEBJA) de Londrina, onde os agora universitários estudaram, é considerado uma referência em qualidade do ensino e em inclusão na região Norte do Paraná. Todos enfatizam o incentivo dos professores e da direção da instituição, ao longo do curso. 

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“Nossa escola tem um acolhimento diferenciado e no período noturno temos muitos alunos adultos e idosos, trabalhadores que saem de madrugada para o trabalho e retornam às suas casas à meia-noite, após as aulas”, relata a diretora-geral Rosangela Lopes Ferreira Menoncin. “Por isso, nós valorizamos cada um deles, com mimos pela frequência, boas notas e, claro, com a alimentação reforçada, que aliás ocorre em todos os períodos”.

O trabalho de Rosângela ultrapassa os muros da escola. Grande parte das bolsas de estudo é a própria diretora que consegue junto às universidades da região. Ela se sensibiliza com as histórias de vida dos alunos. “Converso com eles, conheço suas histórias, muito tristes, na maioria das vezes. Mas também são histórias de superação e coragem que me fazem sempre querer ajudar mais e mais”, diz.

EJA – A rede estadual conta com mais de 250 escolas de Educação de Jovens e Adultos (EJA) em todo o Paraná. No primeiro semestre de 2024 foram atendidos mais de 35 mil estudantes. Ofertada gratuitamente, tanto na modalidade presencial quanto híbrida, desde 2010 a EJA  passou a  funcionar também por meio da Ação Pedagógica Descentralizada (Aped) em quase todos os municípios do Paraná. 

As instituições estaduais de ensino com oferta da modalidade propiciam a conclusão em dois anos do Ensino Fundamental Fase II (6º ao 9º ano), para pessoas a partir de 15 anos, e do Ensino Médio em um ano e meio para pessoas a partir dos 18 anos.

Fonte: Governo PR

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Decreto isenta de ICMS biogás, biometano e combustível sustentável de avião no Paraná

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O governador Carlos Massa Ratinho Junior assinou nesta segunda-feira (05) o Decreto nº 9.817 que concede isenção sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em operações para aquisições de bens destinados à fabricação de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês), biometano, biogás, metanol e CO2. 

Além disso, o decreto também concede a isenção do ICMS na aquisição de máquinas, equipamentos, aparelhos e componentes para geração de energia a partir do biogás, como bombas de ar ou de vácuo, compressores de ar ou de outros gases e ventiladores; coifas aspirantes, contadores de gases. As duas medidas buscam tornar o Paraná mais competitivo na atração de negócios em energia renovável, alavancando o desenvolvimento estadual.

O decreto internaliza os convênios 161/2024 e 151/2021, aprovados pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) durante o Encontro Nacional dos Secretários da Fazenda em dezembro. Com a regulamentação, as isenções já estão em vigor. 

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De acordo com o secretário estadual da Fazenda, Norberto Ortigara, a ideia é justamente estimular investimentos em combustíveis sustentáveis no Paraná, colocando o Estado em posição de destaque no cenário nacional. “Queremos consolidar o Paraná como uma referência e um polo na produção de novas energia e incentivos fiscais, como a isenção do ICMS, são formas de pavimentar esse caminho, estimulando investimentos no setor”, explica.

Um dos objetivos da iniciativa, aponta Ortigara, está em tornar o biometano economicamente viável. “O Paraná já é o maior produtor de proteína animal do Brasil, então queremos aproveitar o potencial que já existe aqui para fomentar a cadeira de biogás e biometano. Temos potencial para sermos uma Arábia Saudita do combustível renovável”, diz. “É usar dejetos de animais para gerar energia e, com as novas isenções, facilitamos o caminho para tornar o Estado ainda mais sustentável”.

SUSTENTABILIDADE – Os esforços do Paraná em se tornar referência na produção de combustíveis sustentáveis a partir do reaproveitamento do potencial agrícola não se limita apenas à isenção do ICMS. Embora a medida assinada pelo governador estimule ainda mais o setor, o Estado já aposta na geração de energia renovável também por meio de outros programas, como o Paraná Energia Rural Renovável (RenovaPR).

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Executado pelo IDR-Paraná, ele incentiva os produtores rurais a produzir sua própria energia ou combustível. O Estado também subsidia os juros dos empréstimos usados pelos produtores para a implantação de projetos de energia renovável, por meio do Banco do Agricultor Paranaense.

Segundo levantamento do Centro Internacional de Energias Renováveis (Cibiogás), o Paraná lidera com folga o número de plantas de biogás na região Sul, com 426 unidades instaladas, 348 delas da agropecuária. Em Santa Catarina são 126 plantas e no Rio Grande do Sul 84. O Paraná foi responsável com 53% do volume de geração de biogás na região no ano passado, com 461 milhões de metros cúbicos normais. .

Fonte: Governo PR

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