A proposta que une preservação ambiental, prática esportiva e educação científica e autoriza a concessão de uso à iniciativa privada da Pedreira do Atuba (PL 88/2025) foi aprovada, nesta segunda-feira (7), pela Assembleia Legislativa do Paraná.
De iniciativa do Poder Executivo, o projeto de lei começou a tramitar em fevereiro deste ano e encerra um longo processo que teve início em 2005 de criação de um parque multiuso que unisse esporte, ciência, turismo e preservação ambiental, beneficiando Curitiba e Região Metropolitana.
“O nascimento deste parque da Pedreira do Atuba é fruto de uma articulação ampla entre poder público, entidades esportivas, universidades, ambientalistas e a própria comunidade”, disse Goura, ao encaminhar o pedido de aprovação do projeto de lei.
O deputado explicou que a ideia é garantir manutenção, segurança, promoção de eventos e incentivo ao turismo. “O modelo de concessão foi discutido em audiências públicas e nesta Assembleia, e o edital de licitação está previsto para ainda este ano”, informou.
“Queremos um parque bem cuidado, acessível, que movimente a economia local e preserve a natureza. São quase 120 mil metros quadrados que terão enfim um uso adequado”, disse Goura. Ele contou que do primeiro requerimento em 2017 à proposta de concessão em 2025, a trajetória foi longa e marcada por persistência.
“A Pedreira do Atuba pode se tornar um símbolo de reconexão entre natureza, esporte e educação. É mais do que um parque. É um projeto de cidade. Um espaço para todos e feito por muitos”, destacou Goura.
Goura lembrou que a ideia do parque vem de longe, com a prática da escalada em pedreiras nas décadas de 1980 e 1990. Mas com a criação dos parques municipais, muitos desses locais ficaram inacessíveis para os escaladores.
Escalada nos parques
“Em agosto de 2017, protocolamos na Prefeitura de Curitiba um pedido de estudo de viabilidade para liberar a escalada e o rapel em quatro pontos estratégicos da cidade, entre eles a Pedreira do Atuba. A proposta previa regulamentação, segurança e apoio à prática”, lembrou Goura.
Entidades como o Clube Paranaense de Montanhismo (CPM), a Associação Montanhistas de Cristo (AMC) e a Federação Paranaense de Montanhismo (FEPAM) aderiram à iniciativa. O escalador de prestígio internacional Valdemar Niclevicz também se juntou ao movimento.
Em junho de 2019, o deputado Goura levou a proposta ao governador do Paraná, Ratinho Junior. A ideia era transformar a Pedreira do Atuba em um parque público multiuso, com áreas para escalada, mountain bike, skate, trilhas, centro de eventos e educação ambiental. Na época, o local ainda abrigava mais de 700 carros apreendidos.
Audiência pública
Em maio de 2021, uma audiência pública com o título “Pedreira do Atuba: Desafios e Possibilidades” foi realizada na Assembleia Legislativa. O projeto foi oficialmente reconhecido pela Prefeitura de Colombo e ganhou força no meio acadêmico.
“A Sociedade Brasileira de Geologia (SBG) destacou a importância científica do local, com formações rochosas raras como migmatitos e gnaisses. UFPR e UTFPR manifestaram interesse em transformar o parque em um centro de pesquisas geológicas”, afirmou Goura.
“É um dos poucos lugares no Brasil com exposição intacta de rochas pré-cambrianas”, destacava documento da SBG entregue ao deputado na audiência pública. Que também sugeria a criação de trilhas interpretativas, espaço para estudos ambientais e estrutura para pesquisas.
“O sonho, que começou com um pedido formal ao prefeito de Curitiba, agora ganha contornos reais, com o apoio de ambientalistas, esportistas, pesquisadores e moradores da região”, disse Goura.
Fonte: ALPR PR