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Exportações do agronegócio do RS alcançam R$ 20 bilhões no segundo trimestre de 2024

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As exportações do agronegócio do Rio Grande do Sul totalizaram R$ 20,0 bilhões no segundo trimestre de 2024, refletindo uma queda de 4,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse declínio de R$ 878,6 milhões ocorre em um cenário marcado por adversidades climáticas severas e uma redução persistente nos preços das principais commodities agropecuárias, como a soja, que viu uma queda de 15% nos preços médios de exportação.

Entre os cinco principais segmentos do agronegócio, o complexo soja se destacou com vendas de R$ 8,2 bilhões, apresentando um crescimento de 5,3%. Esse avanço foi impulsionado pelo aumento nas vendas de soja em grão, que totalizaram R$ 5,6 bilhões, uma alta de 30,9%. No entanto, as exportações de farelo e óleo de soja caíram consideravelmente, impactando negativamente o setor.

O setor de carnes, que inclui carne bovina, suína e de frango, enfrentou uma redução significativa nos embarques, com a carne de frango registrando R$ 1,8 bilhões (uma queda de 11,9%), carne suína R$ 810,0 milhões (uma diminuição de 12,9%) e carne bovina R$ 348,7 milhões (uma redução de 24,3%). Já o setor de cereais, farinhas e preparações viu uma queda acentuada de 40,2% nas exportações, com destaque para a drástica diminuição nas vendas de milho e arroz.

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O fumo e seus produtos, por outro lado, tiveram um desempenho positivo, com um aumento de 9,9% nas exportações, totalizando R$ 2,9 bilhões. Produtos florestais também apresentaram crescimento, alcançando R$ 2,1 bilhões, um aumento de 13,3%, com destaque para a celulose, que viu um aumento de 32,4% nas vendas.

No acumulado do ano, as exportações do agronegócio do Rio Grande do Sul totalizaram R$ 36,1 bilhões, marcando uma queda de 12,8% em relação ao primeiro semestre de 2023. O complexo soja, com R$ 10,8 bilhões, e o setor de carnes, com R$ 6,0 bilhões, foram os principais responsáveis por essa redução, refletindo as dificuldades enfrentadas no setor.

O setor agropecuário também sofreu um impacto significativo no emprego formal. O segundo trimestre de 2024 registrou um saldo negativo de 18.304 postos de trabalho com carteira assinada, uma redução substancial em relação ao saldo negativo de 8.442 empregos do ano anterior.

A alta nas demissões em comparação com as admissões foi mais acentuada em setores como fabricação de produtos do fumo e lavouras permanentes e temporárias. O segmento “depois da porteira” foi o mais afetado, com uma perda de 9.114 postos de trabalho, enquanto o setor de abate e fabricação de produtos de carne, o principal empregador no estado, viu uma redução de 1.181 vínculos ativos.

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O boletim “Indicadores do Agronegócio do RS”, publicado nesta quinta-feira (22.08) pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (DEE/SPGG), destaca esses desafios e fornece uma visão abrangente do impacto das condições climáticas e econômicas sobre o agronegócio no Rio Grande do Sul.

Fonte: Pensar Agro

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Guerra EUA x China: Brasil vira peça-chave e faz planos para um corredor transoceânico

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A guerra comercial entre China e Estados Unidos ganhou novos capítulos nesta semana, com reflexos importantes para o Brasil — principalmente para o agronegócio. A Casa Branca anunciou um aumento das tarifas sobre produtos chineses, que agora chegam a 245%. O motivo, segundo o governo americano, seria uma resposta a ações retaliatórias por parte da China. A notícia pegou o governo chinês de surpresa e provocou reações imediatas, incluindo pedidos formais de esclarecimento.

Imagem: reprodução/Ministério dos Transportes

Em meio a essa disputa, o Brasil pode sair ganhando, se conseguir resolver seus problemas logísticos (veja aqui). Uma comitiva do governo chinês esteve em Brasília nesta semana para conhecer projetos de infraestrutura e discutir caminhos que facilitem o acesso dos produtos brasileiros ao mercado asiático. Um dos temas centrais foi o Corredor Bioceânico, uma rota que ligará o Brasil ao Oceano Pacífico passando por países vizinhos, como Paraguai e Argentina, com destino aos portos do Chile.

O corredor tem um grande atrativo: facilitar a exportação de grãos e carnes para a Ásia, encurtando a distância até os mercados chineses e reduzindo custos logísticos.

A iniciativa também está diretamente ligada às ferrovias, como a Norte-Sul, a FIOL (Ferrovia de Integração Oeste-Leste) e a FICO (Ferrovia de Integração Centro-Oeste), todas integradas ao Novo PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento. O objetivo é melhorar o escoamento da produção do Centro-Oeste, especialmente soja, milho e carne.

Durante a visita ao Brasil, a delegação chinesa se reuniu com representantes dos governos de Mato Grosso, Goiás, Rondônia e Acre, onde foram apresentados dados sobre produção agrícola, cultura e exportações. A agenda também incluiu visitas técnicas ao Porto de Ilhéus (BA), à FIOL, ao Porto de Santos (SP) e ao projeto do futuro Túnel Santos-Guarujá.

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O plano é transformar a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), que avança lentamente entre Caetité e Ilhéus, em um elo fundamental de um corredor bioceânico que levaria grãos, minérios e outros produtos brasileiros até o porto de Chancay, no Peru — e de lá, direto ao mercado asiático.

A missão chinesa desembarcou em Ilhéus nesta quarta-feira (16.04), visitou trechos da Fiol 1 e as instalações do Porto Sul, que ainda está em obras. A ideia é clara: entender o que falta, quanto custa e como viabilizar a conclusão dessa travessia ferroviária transcontinental, um projeto que, se sair do papel, poderá reduzir em até dez dias o tempo de navegação entre o Brasil e a Ásia.

Para os chineses, trata-se de uma oportunidade de ouro. Para o Brasil, uma chance — talvez a última por um bom tempo — de dar um salto logístico sem depender exclusivamente dos Estados Unidos ou de seus próprios (e lentos) investimentos públicos.

Mas o entusiasmo técnico contrasta com a realidade do chão. As obras da Fiol seguem a passos lentos, marcadas por entraves burocráticos, desafios ambientais e falta de recursos. A Bahia Mineração (Bamin), concessionária do trecho, tem sob sua responsabilidade não apenas a ferrovia, mas também a construção do Porto Sul — um complexo que ainda está longe de operar plenamente.

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A visita chinesa, no entanto, é simbólica. Marca o esforço de Pequim em reforçar laços com o Brasil em um momento em que a dependência mútua aumenta. Hoje, mais de um terço de tudo que o Brasil exporta tem a China como destino. E a maior parte disso — cerca de 60% — precisa de infraestrutura para sair do interior até os portos. Sem ferrovias eficientes, o Brasil seguirá perdendo tempo e dinheiro.

NOVA ROTA – Uma nova rota marítima lançada nesta semana, de forma simultânea no Brasil e na China, promete reduzir o tempo necessário para transportar produtos entre um país e outro, e também os custos logísticos. A rota vai ligar o Porto Gaolan, localizado em Zhuhai, no sul da China, aos Portos de Santana, no Amapá, e de Salvador, no Brasil, sem escalas. Com isso, a expectativa do embaixador da China no Brasil, Zhu Oinggiao, é que o trânsito de cargas leve 30 dias a menos que o habitual e os custos das operações também diminuam, em mais de 30%.

Fonte: Pensar Agro

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